Notícias do Movimento Espírita

Araçatuba, SP, sábado, 07 de abril  de 2012

Compiladas por Ismael Gobbo

Agradecemos àqueles que gentilmente repassam este email

em suas listas de contatos

 

 

 

Nota 1

Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

 

 

 

Nota 2

 

Este email é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas. (Ismael Gobbo)

   

 

 

 

Atenção

 

Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui: http://www.noticiasespiritas.com.br/2012/ABRIL/07-04-2012.htm

 

 

 

 

Ótima Páscoa para todos,  

com Jesus sempre presente em nossos corações.

 

Jesus. Quadro de Maria Tereza Braga, Araçatuba, SP

 

 

 

Visão Espírita da Páscoa

 

Marcelo Henrique Pereira*

Florianópolis, SC

Eis-nos, uma vez mais, às vésperas de mais uma Páscoa. Nosso pensamento e nossa emoção, ambos cristãos, manifestam nossa sensibilidade psíquica. Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.

Deve-se comemorar a Páscoa? Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas? Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus? Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para “marcar” a data, como fazem as demais religiões ou filosofias “cristãs”. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.

O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso. Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.

A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma “comemoração”, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à “imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.

Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia. Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.

Mas há outros elementos “evangélicos” que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao “martírio”, ao sofrimento de Jesus – tão bem retratado neste último filme hollyodiano (A Paixão de Cristo, segundo Mel Gibson) –, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus. No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter “subido aos Céus” em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separará justos e ímpios.

A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a “competência” ou a “qualificação” de todos os Espíritos. Com “tantas oportunidades quanto sejam necessárias”, no “nascer de novo”, é possível a todos progredirem. Mas, como explicar, então as “aparições” de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa? A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus – como se fosse o jardineiro – após ver a lápide removida, “para onde levaram o corpo do Raboni”, podemos estar diante da “materialização”, isto é, a utilização de fluido ectoplásmico – de seres encarnados – para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam “visto” Jesus, de que ele só acreditaria, se “colocasse as mãos nas chagas do  Cristo”.
E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos.

A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos “nossos” pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para “nos salvar”, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso. A presença do “cordeiro imolado”, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o “filho de Deus”, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam – em cores vivas – as fases da via sacra. Esta tradição judaico-cristã da “culpa” é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande – e última lição – de Jesus, que vence as iniqüidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que “permaneceria eternamente conosco”, na direção bussolar de nossos passos, doravante.

Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças  do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a Vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar “coordenando” o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes  exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida. Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de “sermos deuses”, “fazendo brilhar a nossa luz”. Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.

 * Diretor de Política e Metodologias de Comunicação, da Abrade (Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo) e Delegado da CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana) para a Grande Florianópolis-SC.

 

Fonte: http://ocandeeiroespirita.blogspot.com.br/2011/04/visao-espirita-da-pascoa.html

(Texto recebido na lista Abrade  que  repassamos  com autorização do autor Marcelo Henrique Pereira)

Local chamado de “Jardim da Tumba”, em Jerusalém, Israel. Esse túmulo datado do século I tem sido

associado ao da sepultura de Jesus. No interior da Igreja do Santo Sepulcro há um outro

simbolizando o mesmo acontecimento segundo a tradição católica. Fotos Ismael Gobbo

File:IVANOV YAV HRISTA MARI1.jpg

Jesus aparece a Maria Madalena. Pintura de Alexander  Ivanov,  de 1835

Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/File:IVANOV_YAV_HRISTA_MARI1.jpg

 

 

 

Palestra espírita com Richard Simonetti

Bruxelas, Bélgica

 

(Informação recebida em email de Richard Simonetti)

 

Colina do Leao, também chamada de Waterloo. Monumento comemorativo da batalha distante 20 quilômetros de Bruxelas. Bélgica

Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a3/Belgique_Butte_du_Lion_dit_de_Waterloo.jpg

 

 

 

Palestra vai abordar os 155 anos de “O Livro dos Espíritos”.

Comunhão Espírita Cristã de Curitiba, PR

 

 

(Informação recebida em email de Laércio Furlan [[email protected]])

 

 

 

Programação do 26º. Simpósio espírita “ A Luz Divina”

São Paulo, SP

 

Endereço:

RUA HORÁCIO LAFER N 720 ITAIM BIBI

são paulo

 

 

(Informações recebidas em email de Regina Bachega)

 

 

 

Atividades programadas para o Grupo Assistencial Sem Fronteiras “Eurípedes Barsanulfo”. São Paulo, SP

 

(Informações recebidas em email de Regina Bachega)

 

 

 

Registro. Palestra com  Agnaldo Paviani no C.E. Francisco de Assis

Avanhandava, SP

 

A palestra foi realizada na última quarta-feira, 4 de abril de 2012.

(Informações e fotos recebidas em email de Luiz Antonio da Silva [[email protected]])

 

 

 

Palestra no Maria Benta com Luiz Roberto Rigby

São Paulo, SP

 

(Informações recebidas em email de Jorge Rezala)

 

 

 

Programação da Rádio Ceac

Bauru, SP

 

www.radioceac.com.br

 

(Informações recebidas em email de Rádio Ceac [[email protected]])

 

 

 

Cheiro de mudanças no ar

 

MATÉRIA ORIGINALMENTE

PUBLICADA NO CORREIO FRATERNO

EDIÇÃO 442 NOV/DEZ. 2011

Eliana Haddad

São Paulo, SP

 

Bem poucas vezes a expressão “vivemos num mundo de expiações e provas” serve de reflexão real e profunda sobre a nossa condição ainda frágil, em que alegrias e aflições se  misturam, numa Terra que exige respeito, cuidados e gratidão dos seus sete bilhões de habitantes, que ainda demonstram uma infância moral que preocupa.

Falta serenidade e até mesmo tempo para perceber que a vida não pode ser apenas agitação, que exige momentos de calmaria, que não se traduzam em tédio, mas em prazer, em  alargamento de visão de esperança e de fé, aquela mesma que move montanhas, ainda que seja pequena como um grão de mostarda, mas firme, por trazer em si toda a potencialidade para se tornar amparo e incentivo para se seguir em frente.

Não há como repetir e repetir o Evangelho, “segundo no espiritismo”, ou seja, em sua concepção moral e não mítica, sem se perceber que não dá mesmo para ser feliz com tantas dificuldades. A morada é de expiações ainda, campo de provas, porque reúne amorosamente os que ainda têm muito a aprender e a conhecer, com as dificuldades individuais e coletivas, conquistas amealhadas pelo nosso conjunto de ações, de acertos e desacertos que conseguimos até hoje.

Não há mais como alegar desconhecimento. A proposta de Allan Kardec, no século 19, de analisar, em uma das obras básicas do espiritismo, as máximas evangélicas, reunindo-as de acordo com seu sentido moral, é de uma utilidade indiscutível. Está tudo ali e bem fácil seria se bastasse ler e reler seus itens e capítulos. Mas a ética espírita vai muito mais longe. Solicita além do entendimento racional dos ensinamentos, a vivência em si mesmo de tais preceitos, não apenas como leis a seguir, mas um caminho a ser trilhado rumo à felicidade, com os próprios pés.

Sim, a humanidade não dá saltos na evolução moral. Embora constante, tudo  é muito lento no progresso do espírito, até que o aprendizado se torne autônomo, ou seja, livre, de dentro para fora. O processo contínuo de lutas deixa suas marcas indeléveis na memória espiritual dos homens, cuja história vai se repetindo em lições cada vez mais aprimoradas, como a lembrar na consciência os lampejos constantes de orgulho, vaidade e egoísmo pela momentânea impossibilidade de um olhar mais abrangente da vida, que paute as ações presentes. Aqui e agora, afinal é nossa condição existencial, ‘no mundo’.

Lembra Léon Denis, em sua obra O problema do ser, do destino e dor que chegaram a censurar Kardec por ter, em suas obras, repisado a ideia de castigo e expiação. “Diz-se que ela dá uma falsa noção da ação divina; implica um luxo de punições incompatível com a Suprema Bondade”. Segundo Denis, tal apreciação seria superficial, faltando-lhe justamente o discernimento daquele olhar mais abrangente. “A ideia, a expressão de castigo, excessiva talvez quando ligada a certas passagens insuladas, mal interpretadas em muitos casos, atenua-se e apaga-se quando se estuda a obra inteira”.

Assim, aos mais atentos, fica claro que a felicidade em seu sentido teleológico não é mesmo deste mundo, porque exige que seja compreendida numa extensão muito maior, que ultrapasse as ideias materialistas, não apenas como alegrias transitórias, mas como um estado de alma, apenso à condição evolutiva do espírito, que aos poucos vai aprendendo a senti-la através das suas múltiplas  experiências reencarnatórias. Assim, o que nos deixava felizes no passado não é mais o que nos faz plenos hoje. Nossas necessidades também se refinam.

Como a felicidade que o mundo oferece ainda está restrita à condição material, de momentos felizes  fugidios, a humanidade sente-se atônita no seu desafio existencial. Afinal, tudo lhe escapa fácil: a beleza, o dinheiro, os relacionamentos, o emprego, a vida.

Comenta Herminio Miranda em livro O que é fenômeno anímico, (recém-lançado pela Editora Correio Fraterno), que estamos vivendo um momento importante, no qual o modelo materialista apresenta rachaduras consideráveis, exigindo que a humanidade se debruce urgentemente sobre novas ideias.

É assim que, ao mesmo tempo em que a geração atual se debate,  paira no ar uma vontade de coisa nova, que preencha os vazios existenciais, que ensine a perguntar, a pensar, muito mais do que a dar respostas.

Como tudo está gravado no espírito, que tem a própria lei divina em sua consciência, atestando a imanência de Deus na Criação, a humanidade terrena já sente, ainda que  em momentos fugazes, a necessidade de buscar novas respostas para a aflição que se lhe assalta e ensaia sair do torpor dogmático que ainda a prende nas amarras da espera que defina o certo e o errado, quando a verdadeira sanção do bem e do mal é da consciência. Ainda segundo Denis, é a consciência que registra “minuciosamente” todos os nossos atos. “Mais cedo ou mais tarde, erige-se em juiz severo para o culpado que, em consequência de sua evolução, acaba sempre por lhe ouvir a voz e sofrer as sentenças”.

Aí está a explicação lógica da dor. O preconceito de que sofremos apenas porque somos imperfeitos e devedores, como se fôssemos prisioneiros, marionetes indefesos de um mundo de expiação e provas pode ser, em vez de consolador, acomodador. É urgente a conscientização de nossas potencialidades, para que assumamos posições seguras e intransferíveis com relação à nossa evolução e à evolução da sociedade da qual fazemos parte. Por mérito, pelo o tanto que já conquistamos. Por oportunidade, pelo tanto de campos de ensaio que a existência nos oferece para o aprendizado do amor.

A dor, também, não fere somente os culpados, mas a alma virtuosa, como explica Denis, por ser mais sensível. “É mais adiantado o seu grau de evolução, o que a impulsiona muitas vezes até mesmo a procurar a dor, por lhe conhecer todo o valor”, assinala.

Em tempos de crise, numa sociedade consumista de enormes diferenças, onde uns morrem de fome e outros jogam comida no lixo, não é tão fácil pensar num futuro solidário, de progresso e de paz. Mais fácil imaginar que, a continuar assim, o mundo vai mesmo acabar. E aí o desespero e o comodismo abrem suas asas, gerando a paralisação, a espera da solução que venha de fora.

É bom lembrar que nada está perdido e que Jesus está no comando do Planeta, da humanidade terrena. Um comando que não representa um conjunto de atitudes autoritárias e arbitrárias, a separar os bons dos maus, tornando-nos passivos diante da dor e tragicamente destinados a ‘pagar’ pelos nossos erros. Não. Estamos todos juntos nesse ideal de amor por um mundo melhor, porque essa é finalidade maior. Caso contrário, ele não teria vindo à Terra para nos exemplificar as lições. Pessoalmente.

Deixemos a atitude de espera sem trabalho. Responsabilizemo-nos. Resignação é uma conquista do coração, mas não combina com acomodação. Jesus também espera por nós, pelas nossas mudanças, pelos nossos exemplos, pelos nossos esforços, pelas nossas atitudes de amor, que serão o bom fermento que levedará a massa, que necessita crescer e se multiplicar no Bem. Jesus conta, sim, com a nossa evolução para a manutenção da harmonia do orbe terrestre. O que vamos oferecer? Como vamos contribuir?

Há ares de mudanças na civilização terrena, que desperta para o aspecto espiritual do homem em todos os campos do conhecimento. E, então, o que aprendemos? Que  transformações já observamos? O que modificou em nós o conhecimento do Evangelho? O que temos feito com essas lições todas, lidas e relidas, para a construção de um mundo melhor?

Se a maior lição de Jesus foi o exemplo, se ele é mestre a seguir, como discípulos, devemos  fazer o mesmo: exemplificar o que sabemos. Esses exemplos não podem mais ficar apenas contidos nas quatro paredes dos centros espíritas, mas terão que de se exteriorizar em atitudes responsáveis de amor. E atitude quer dizer participação, contribuição, compartilha.

Quando falamos em sacrifício, em sofrimento, em dor, lembramos de Jesus, Sócrates, Joana d’Arc e tantos outros famosos da História, mas quantos, no dia a dia, não sofrem solitários no silêncio e no esquecimento, no cumprimento do seu dever moral, deixando exemplos infindos, impulsionando núcleos familiares, profissionais e sociais?

Amemos, pois. E, se amar melhor depende do nosso coração e do nosso entendimento, que possamos então nos livrar das máscaras do nada-tenho-a-ver-com-isso, como se fôssemos seres à parte da Criação, à espera da salvação, quando ela clama por nossa atenção.

Como narra o evangelista João, Nicodemos – senador e mestre judeu – procurou Jesus um dia para conversar sigilosamente, espantando-se ao ouvi-lo dizer que o Reino de Deus não chegaria a quem não nascesse de novo, ou seja, a quem se habilitasse a buscar uma nova forma de vida, novos valores, uma nova forma de fé. E para isso só há uma saída: mudança.

http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/68-edicao-atual/820-cheiro-de-mudancas-no-ar

Monte das Oliveiras, Jerusalém, Israel. Foto Ismael Gobbo

 

 

 

Focalizando o Trabalhador Espírita (136)

Lúcia Lopes Cominatto

 

Lúcia Lopes Cominatto

[email protected]

 

 

 

Entrevistamos neste sábado a nossa  companheira   de ideal espírita,

oradora e escritora Lúcia Cominatto, vinculada à Casa do Caminho-

Instituição Espírita, entidade  sediada  na  Vila Madalena, na capital

de São Paulo. Dotada da mediunidade de psicografia intuitiva Lúcia

é autora de vários livros assinados pelo  Espírito  que se    identifica

como Irmã Maria do Rosário.

 

 

Lúcia por favor apresente-se aos nossos leitores

 

Meu nome completo é Lucia Lopes Cominatto, porém, quando solteira, era Lucia do Val Lopes, filha de Paulo de Andrade Lopes e Nilce do Val Lopes. Nasci em Santa Adélia, no Estado de São Paulo, em 1929, a única filha em meio a quatro irmãos: Paulo Roberto (desencarnado), Luiz Augusto (desencarnado), Fernando Celso e Marcos Alberto. Paulo Roberto, o primogênito, até 1996 quando desencarnou, foi um grande companheiro das lides espíritas, junto a Richard Simonetti, no Centro Espírita Amor e Caridade, em Bauru.

Passei parte da minha infância e adolescência em Cruzeiro (SP) e depois fui morar em Itápolis (SP), onde conheci meu marido Ivo Cominatto; ali nos casamos e fomos morar em Monte Alto (SP) e de lá mudamos para Garça (SP).  Desde 1970 estamos morando em São Paulo. Como se vê, toda a minha trajetória terrena, tem sido no mesmo Estado. Temos 3 filhos: Silvia, Sérgio e a caçula Beatriz, que me deu dois netos: Pedro Ariel e Juliana, hoje, já adultos.

 

Qual a sua formação acadêmica e profissional?

 

Sou apenas uma professora normalista, formada em Itápolis, em 1946 e minha estréia profissional foi numa escolinha rural, substituindo outra professora em licença. Como toda professora em início de carreira, passei por muitas dificuldades e aventuras, como no dia em que, voltando da escola numa charrete, em companhia de uma colega, não tivemos outra alternativa senão atravessar uma enorme boiada que vinha em sentido contrário, correndo um grande perigo.

Em 1950, por concurso, ingressei no magistério estadual e fui lecionar numa pequena escola da antiga Estação Tabarana, em Monte Alto, de onde, algum tempo depois, fui transferida para Vista Alegre do Alto, uma pequena cidade próxima, onde permaneci por pouco tempo. Finalmente, consegui remoção para um Grupo Escolar na cidade de Garça, conhecido como “Grupão”, onde lecionei, por vários anos, para alunos do antigo Curso Primário. Em 1970, por contingência do trabalho do meu marido, viemos para São Paulo, indo lecionar, a princípio, num Grupo Escolar do Jardim Japão; depois no Bairro do Butantã e me aposentei em 1980 no Caxingui, com 30 anos de magistério.

 

Como você conheceu o Espiritismo e desde quando é Espírita?

 

Minha bisavó já era espírita, mas fui criada no Catolicismo. Só tive contato com o Espiritismo na adolescência. Minha mãe, apesar de muito católica, por influência do meu pai que havia se tornado espírita, também acabou abraçando essa Doutrina Consoladora, tornando-se uma dedicada e caridosa trabalhadora da seara espírita. Meu pai, sempre muito estudioso da Doutrina, embora autodidata, era de uma época em que se faziam reuniões mediúnicas em casa e, numa dessas reuniões, apesar de ainda muito jovem e inexperiente, fui convidada a fazer parte da mesa. Iniciada a sessão, senti um envolvimento espiritual muito forte, a respiração acelerada e minhas mãos inflaram, testemunhando a minha mediunidade, que ainda não estava preparada para ser exercida. Fiquei muito assustada e, após esse fato, por muitos anos não mais participei de nenhuma reunião. Embora acreditando, afastei-me de qualquer envolvimento com o Espiritismo, chegando a criar meus filhos no Catolicismo, mais por influência do meu marido que era de família católica, que propriamente por convicção. Quando nos mudamos para São Paulo em fins de 1970, meus pais já moravam nesta cidade e, verificando a grande quantidade de livros espíritas que eles possuíam, inclusive a coleção completa dos livros de André Luiz, me interessei e passei a ler muitos deles. 

 

A que Casa Espírita está vinculada presentemente?

 

Hoje trabalho na Casa do Caminho-Instituição Espírita, localizada na Vila Madalena, coordenando um grupo de trabalhos espirituais e os Cursos realizados no período da tarde. Também trabalho na Orientação Espiritual (Atendimento Fraterno) e faço preleções evangélicas nas reuniões semanais. Atualmente, sou responsável por todos os trabalhos espirituais que a Casa realiza, e sou colaboradora do ‘nosso’ Jornalzinho “Notícias da Casa do Caminho”.

 

Pode nos fazer um sumário de sua participação no movimento espirita durante esses anos?

 

Minhas atividades espirituais, por motivos de ordem particular, ultimamente, têm ficado mais restritas à Casa do Caminho. Em certa época, meu marido passou por um problema de saúde, e um amigo o levou  para fazer tratamento espiritual num Centro que funcionava, provisoriamente, na garagem da casa de “Dona Norma”, como era conhecida a dirigente. Entretanto, só após a minha aposentadoria em 1980, foi que realmente pude me dedicar à Doutrina, frequentando as reuniões e fazendo Cursos na primeira sede do Grupo Socorrista Seara da Paz, naquela época, localizado em Moema. Nessa Casa, onde permaneci por aproximadamente 10 anos, iniciei a minha tarefa como médium passista e o meu marido tornou-se um colaborador das atividades práticas. Ali cheguei a dirigir um grupo de tratamento de cura espiritual e também, de desobsessão. Dei algumas aulas no Curso de Aprendizes do Evangelho e fazia preleções evangélicas nas reuniões. Foi nessa Casa Espírita que iniciei meus trabalhos de psicografia, recebendo mensagens da minha Mentora Espiritual, Irmã Maria do Rosário. E, com os livros que tenho publicado, creio estar, de alguma forma, participando do movimento de unificação e colaborando para a evolução espiritual do ser humano.

 

Quais os livros de sua autoria espíritas e não espíritas?

 

Todos os meus livros são ditados pelo Espírito Irmã Maria do Rosário, por psicografia intuitiva. O primeiro foi apenas um ensaio, publicado pela Formato Editoração Eletrônica, pertencente a um casal de amigos muito queridos: Sob a Luz do Evangelho. Depois, pela Editora EME, publiquei Na Cura da Alma, Na Educação da Alma  e Na Sublimação da Alma, todos com mensagens de autoajuda. Atualmente, estou lançando Despertar da Consciência – Uma Nova Visão da Vida, também pela Editora EME.

 

Tem saído para fazer palestras?

 

Motivos pessoais me impedem de exercer essa nobre atividade e, na realidade, não me considero palestrante, pois reconheço não ter os atributos necessários para isso, apesar de me dedicar bastante aos estudos da Doutrina. Faço apenas, pequenas preleções evangélicas na casa espírita onde exerço atividades.

 

Como você está enxergando o Movimento Espírita na atualidade?

 

Percebo que o Movimento Espírita, na atualidade, está caminhando a passos largos para uma unificação cada vez maior das Casas Espíritas, em todos os aspectos da Doutrina, seja científico, filosófico ou religioso, com intercâmbio de conhecimentos, de atividades sociais e beneficentes, que proporcionem ao ser humano condições de viver com dignidade e com princípios morais elevados. Com a divulgação da Doutrina Espírita ao maior número possível de pessoas, inclusive no exterior, e graças à participação ativa de espíritas renomados que, empenhados em colaborar para que o Espiritismo cresça e induza o ser humano à evolução espiritual, em breve tempo haverá de se dar a Grande Transição do planeta em um mundo melhor, onde a dor ceda lugar ao amor.

 

E sobre a bibliografia espírita?

 

Infelizmente, em meio a muitos livros esclarecedores que levam a sério o Espiritismo, existem outros que o deturpam ou pouca coisa acrescentam e que, embora rotulados de espíritas, estão muito distantes do que nos trouxe Kardec com os livros da Codificação, ou de Emmanuel, André Luiz e outros Espíritos através da mediunidade iluminada de  Chico Xavier, como ele, pela sua humildade, preferia ser chamado.

 

O que fazer?

 

É necessário que as pessoas se instruam mais para terem discernimento do que é bom e do que não é e não se encantem com qualquer absurdo que possa estar registrado nos livros, como se fora verdade. Nem sempre o que lemos é o correto, pois a mente humana sabe criar fantasias para iludir os incautos. Como recomendou Paulo, o Apóstolo, podemos ler tudo, mas nem tudo devemos aceitar.

 

Algo mais que queira acrescentar?

 

Sim, quero dizer aos leitores, que sempre é tempo de aprender e servir; não importa a idade. Observo que muitos irmãos são assíduos nas reuniões espíritas, porém, não se interessam por fazer algum Curso oferecido pela Casa. Mas sabemos que isso compete ao livre-arbítrio de cada um; são escolhas que fazemos e pelas quais somos sempre responsabilizados. Porém, já sabemos que “a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Portanto, meus irmãos, lembrem-se de que nunca é tarde para começar.

 

As suas despedidas dos nossos leitores.

 

Rogo a Jesus que a todos abençoe e ilumine, para que tenham um breve despertar da consciência e possam enxergar a vida com olhos de amor, a fim de que a prática da caridade seja constante em suas vidas. Deixando aqui um grande e fraterno abraço, despeço-me, agradecendo pela atenção.

 

Cinco gerações. Da esquerda para a direita: Estefânia, Sara, Nilce e Lúcia Cominatto, com sua filhinha Silvia  .

Foto tirada em Taquaritinga - 1952

Lúcia Cominatto com o marido e os três  filhos em 01/01/ 1958

Lúcia Cominatto e seu pai em Cruzeiro - 1939

 

Lúcia Cominatto em Cruzeiro, com três dos seus irmãos: em pé Paulo Roberto; sentados, da esquerda para a direita, Fernando Celso e Luiz Augusto . Foto provavelmente  tirada em 1934

 

Lúcia Cominatto e o irmão Paulo Roberto no Carnaval, em 1932, talvez em Santa Adélia.

 

Lúcia Cominatto na sua formatura como professora

 Itápolis, SP, no ano de 1946

Lúcia Cominatto em Monte Alto no ano de 1951, já casada com Ivo Cominatto

Lúcia Cominatto com sua filhinha Silvia ao piano, em

Monte Alto no ano de 1952

 

 

 

 

 

Juliana e Pedro Ariel,

 netos de Lúcia Cominatto,  em foto de 1992

Lucia Cominatto  no ano de 2010, na Casa do Caminho – Instituição Espírita, falando sobre o leu livro Na Sublimação da Alma.

Lucia Cominatto autografando em 2008 o livro “Na Educação da Alma”

 

Lucia Cominatto autografando o livro

 “Despertar da Consciência”,  em 2012

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Editoração e envio:

Ismael Gobbo, Araçatuba, SP

Gislaine Pascoal Yokomizo e Leonardo Yokomizo, Jacareí, SP