Notícias do Movimento Espírita

Araçatuba, SP, sábado, 16 de junho de,  de 2012

Compiladas por Ismael Gobbo

Agradecemos àqueles que gentilmente repassam este email

 

 

 

Nota 1

Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

 

 

 

Nota 2

Este email é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas. (Ismael Gobbo)

 

 

 

 

Atenção

 

Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui: http://www.noticiasespiritas.com.br/2012/JUNHO/16-06-2012.htm

 

 

 

 

Mensagem de Esperança

 

      Irmãos queridos.

 

Diante dessa crise que se abate sobre nosso povo, face a essa onda de pessimismo que toma conta dos brasileiros, frente aos embates que o país atravessa, nós, os seus companheiros trazemos na noite de hoje a nossa mensagem de fé e de coragem e estímulo. Estamos irradiando-a para todas as reuniões mediúnicas que estão sendo realizadas neste instante, de norte a sul do Brasil. Durante vários dias estaremos repetindo a nossa palavra, a fim de que maior número possível de médiuns possa captá-la. Cada um destes que sintonizar nesta faixa vibratória dará a sua interpretação, de acordo com o entendimento e a gradação que lhe forem peculiares.

      Estamos convidando todos os espíritas para se engajarem nesta campanha.

      Há urgente necessidade de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos corações. A onda de pessimismo, de descrédito e de desalento é tão grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados e aspirando a realizar algo de construtivo e útil para o país, em qualquer nível, vêem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios, esbarrando em barreiras quase intransponíveis. É preciso modificar esse clima espiritual. É imperioso que o sopro renovador de confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação varra para longe os miasmas do desalento e do desânimo. É necessário abrir clareiras e espaços para que brilhe a luz da esperança.

      Somente através da esperança conseguiremos de novo, arregimentar as forças de nosso povo sofrido e cansado.

      Os espíritas não devem engrossar as fileiras do desalento. Temos o dever inadiável de transmitir coragem, infundir ânimo, reaquecer esperanças e despertar a fé. Ah! A fé no nosso futuro! A certeza de que estamos destinados a uma nobre missão no concerto dos povos, mas que a nossa vacilação, a nossa incúria podem retardar. Responsabilidade nossa. Tarefa nossa. Estamos cientes de tudo isto e nos deixamos levar pelo desânimo, este vírus de perigo inimaginável. O desânimo e seus companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o pessimismo, andam juntos e contagiam, muito sutilmente, enfraquecendo o indivíduo, os grupos, a própria comunidade. São como o cupim a corroer, no silêncio, as estruturas. Não raras vezes, insuflado por mentes em desalinho, por inimigos do progresso, por agentes do caos, esse vírus se expande e se alastra, por contágio, derrotando o ser humano antes da luta.

      Diante desse quadro de forças negativas tornam-se muito difíceis quaisquer reações. Portanto, cabe aos espíritas o dever urgente de lutar pela transformação deste estado geral. Que cada Centro, cada grupo, cada reunião promova nossa campanha. Que haja uma renovação dessa psicosfera sombria e que as pessoas realmente sofredoras e abatidas pelas provações rudes, encontrem em nossas Casas um clima de paz, de otimismo e de esperança! Que vocês levem a nossa palavra a toda parte. Aqueles que possam fazê-lo, transmitam-na através dos meios de comunicação, precisamos contagiar o nosso Movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso país a crescer e caminhar no rumo do progresso. São essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade. São essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor.

      Meus irmãos, o mundo não é uma nau à matroca. Nós sabemos que “Jesus está no leme” e que não iremos soçobrar. Basta de dúvidas e incertezas que somente retardam o avanço e prejudicam o trabalho.

       Sejamos solidários sim com a dor de nosso próximo. Façamos por ele o que estiver ao nosso alcance. Temos o dever indeclinável de fazê-lo, sobretudo transmitindo o esclarecimento que a Doutrina Espírita proporciona. Mas que também  a solidariedade exista em nossas fileiras, para que prossigamos no trabalho abençoado, unidos e confiantes na preparação do futuro de paz por todos almejado.

      E não esqueçamos de que, se o Brasil “é o coração do mundo”, somente será a “pátria do Evangelho” se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós.

 

                                                     Eurípedes  Barsanulfo

 

(Psicografada pela médium Suely Caldas Schubert, em 14 de setembro de 1983, no Centro Espírita Ivon Costa, em Juiz de Fora, MG)

 

(Texto solicitado e recebido em email de Suely Caldas Schubert)

Busto de Eurípedes Barsanulfo

Colégio Allan Kardec, Sacramento, MG

Foto Ismael Gobbo

 

 

 

Um pouco da história da RIE

 

Homenagem a Jésus Gonçalves

 

Jésus Gonçalves

Borebi, SP 12-7-1902/ (Pirapitingui) Itu, SP 16-2-1947

 

Página 177 da Revista Internacional de Espiritismo

publicada  em agosto  de 1947.  

Casa Editora O Clarim, Matão, SP. 

 

 

Mais uma vez externamos os nossos agradecimentos à direção da Casa Editora O Clarim pelo apoio que nos oferece para este trabalho. Ismael Gobbo

www.oclarim.com.br

 

Ficheiro:Pirapitingui.jpg

Hospital Dr. Francisco R. Arantes. Tambem conhecido como Pirapitingui ou simplesmente “Pira”. Itú, SP

Foi um dos maiores leprosários do Brasil. Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hospital_Dr._Francisco_Ribeiro_Arantes

Asilo colônia  de Pirapitingui. Imagem cedida por Jaime Prado, Bauru, SP

Flagrante da inauguração do C.E. Santo Agostinho. Jésus Gonçalves é o quarto da direita

para a esquerda. Seu filho Jaime está logo à sua direita (16/12/1945)

Do livro: A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves. Eduardo Carvalho Monteiro. USE/Madras

Jésus Gonçalves sentado

dona Ninita, companheira de Jésus Gonçalves, um visitante,

Zaíra Junqueira Pitt e Julinha Thekla Kohleisen

Foto do Livro: A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves

USE/Madras- Eduardo Carvalho Monteiro

Sugerimos a leitura do nosso email de ontem 15/6/2012 para melhor entender esta página.

 

 

 

Nota sobre o estado de saúde do orador espírita José Raul Teixeira

Niterói, RJ

 

 

(Informações recebidas em email de Lucas Milagre e visita ao site da SEF)

 

 

 

Jussara Korngold com roteiro de palestras

Europa e Escandinávia

Jussara Korngold

 

Dia 6 de Julho em Kuortane, Finlândia será introduzido O Livro dos médiuns em finlandês, devido aos esforços incansáveis de Pekka Kaarakainen.

Jussara Korngold ira proferir uma palestra com o tema O livro dos médiuns na feira esotérica de Kuortane (Cartaz anexo em finlandês), e à noite ira apresentar um workshop sobre “Mediunidade” no Centro Espirita.

A oradora radicada em Nova Iorque, Estados Unidos, estará proferindo palestras em algumas cidades da Europa e Escandinavia durante 3 semanas, entre 19 de junho e 13 de julho.

 

 

Saiba mais sobre a oradora e escritora Jussara Korngold

acessando: http://ismaelgobbo.blogspot.com.br/2012/03/focalizando-o-trabalhador-espirita-133.html

 

Pekka, à esquerda, traduzindo conferência de Divaldo Pereira Franco

dia 7/6/2012, em Helsinque, Finlândia. Foto Paulo Salerno

 

(Com dados fornecidos por Jussara Korngold)

 

 

 

 

Seminário Reencarnação e Evolução por João Cabral

Aracajú, SE

 

João Cabral

 

(Informação recebida no email de João Batista Cabral [[email protected]])

 

 

 

 

Palestra no Maria Benta com o

orador espírita Francisco Aranda Gabilan. São Paulo, SP

 

(Informação recebida em email de Jorge Rezala)

 

 

 

 

Palestra no CECEM- Centro Espírita Casa de Emmanuel

Itatiba, SP

Adeilson Sales

 

 

DIA 17/6/2012 - DOMINGO ÀS 10hs

 

PALESTRA COM ANTONIO MIRANDA LOPES FILHO (CAMPINAS - SP)

 

TEMA: AINDA EXISTE ESPERANÇA

 

LOCAL: Rua Luiz Momentel 366

Bairro Corintinha

Itatiba - SP

 

 

(Informação recebida em email de João Batista Moreira [[email protected]])

 

 

 

Seminário com Wellerson Santos no G.E. André Luiz

Itabatã, BA

 

Endereço

Avenida Rondônia, 203 - Centro - Itabatã - BA 

 

(Informação recebida em email de Otávio Cunha)

 

 

 

III Semana Espírita AME

Vale do Jequitinhonha

 

 

(Informações recebida em emails de Wellerson Santos e Otavio Cunha)

 

 

 

Seminário com Wellerson Santos

Posto da Mata, BA

 

 

(Informações em email de Wellerson Santos e Otavio Cunha)

 

 

 

 

Programação doutrinária do Centro Espírita Nhá Chica

Itapira, SP

 

 

(Informações recebidas em email de Otavio Cunha)

 

 

 

 

Curso Formação para Educadores Espíritas Infanto-Juvenil

Guarulhos, SP

 

 

(Informação recebida em email de Cida Vayda [[email protected]])

 

 

 

 

Informativo Semanal do Centro Espírita Seara do Mestre

São Paulo, SP

 

 

3º Simpósio Doutrinário do Seara do Mestre - dia 08/07/2012 das 8h30 às 13h00 - Tema MEDIUNIDADE . Participe!!!!

 

Reuniões Públicas

 

DATA

PALESTRANTE

 

 

TEMA

 

15/06/12

20h

VALTER AFONSO

 

LIVRE

16/06/12

sáb

09h

AURÉLIO MASSA

 

Os sãos não precisam de médico

16/06/12

sáb

10h30

NANCI

 

 

PALESTRA ESPECIAL - Os 7 pecados capitais e a expansão da consciência divina

16/06/12

sáb

15h

WILLIAM

 

Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo

19/06/12

20h

LUIZ CELSO

 

Suícidio na visão espirita

22/06/12

20h

ROGERIO

 

Eu não vim trazer a paz mas a espada


AVISOS

 

MOCIDADE - SÁBADOS 17HS.

GRUPO TEATRAL AMORART - DOMINGOS - 16HS.

 

Colabore com nossa Assistência Social doando alimentos não perecíveis!!!!

 


--

 Centro Espírita Seara do Mestre
R. Carlos Roberto Cavanhas, 392 - V. Rubi
São Paulo - SP
04823-120

 

(Informações recebidas em email de Jorge Rezala)

 

 

 

 

Palestra com Lacordaire Abrahão Faiad

Santo Ângelo, RS

 

(Informação recebida em email de Jorge Moehlecke)

 

 

 

Palestra vai abordar “Pluralidade dos Mundos” no Centro Espírita Capitão Vendramini. Três Corações, MG

 

(Informações recebidas em email de Centro Espírita Capitão Vendramini [[email protected]])

 

 

 

 

Curso de Mediunidade e Espiritismo

São Paulo, SP

 

CONVITE.

Dia 19/06/12, Curso de Mediunidade

e Espiritismo das 14 as 16 horas, com

a médium Marilusa M.Vasconcellos,

no Espaço Moreira, Rua Moreira e Costa

66-Ipiranga -S.Paulo.

Que todos possam se beneficiar.

 

(Informação recebida em email de [email protected])

 

 

 

Palestras e lançamento de livro em  Centros Espíritas de

São Paulo, SP

 

1 - Lançamento do Livro Jesus de Nazaré - O Avatar do Amor

Organização de Sidney Carvalho -

Lançamento 01 de julho – das 16hs às 19hs – CEFA – C.E.Francisco de Assis.

Rua Miguel Lilo, 131 – V.Císper – SP

Palestra com Sidney Carvalho – e sessão de autógrafos

(Textos de obras psicografadas por Hercilio Maes e Norberto Peixoto)

 

2 - Palestra com Alexandre Araujo do programa Recuperação, falando sobre Síndrome Emocional, indicada para profissionais da psicologia, dependência química, espíritas e para o público em geral.

Entrada Franca - SP

Casa Espírita Auta de Souza dia 01/07 - Domingo - 15:30 hs - Rua Fôrça Pública, 268 - Santana - próximo à Estação Carandiru - SP

Emocionais Anônimos - (11) 2991-9226 e 2994-4295

(Informações recebidas em email de Claudio Palermo,  locutor - FEAL [[email protected]])

 

 

 

 

Movimento Espírita Português e alguns vultos –

novo livro de Manuela Vasconcelos

 

http://www.feportuguesa.pt/site/

 

Movimento Espírita Português e alguns vultos

Adicionado por admin em 17 de Maio de 2012.
Salvo em Lançamentos, Lançamentos - destaque

http://www.feportuguesa.pt/site/wp-content/uploads/2012/05/MEP.pngGostaria de conhecer a história do Movimento Espírita Português?

Esta obra que será em breve editada pela Federação Espírita Portuguesa, é o resultado de uma pesquisa histórica realizada nos arquivos da Torre do Tombo assim como em diversas fontes históricas registadas no nosso país.

Este é um documento histórico fundamental não só para os espíritas portugueses como também para todos quantos militam no movimento espírita mundial.

“Os espiritistas têm deveres maiores e mais e graves responsabilidades, porque conhecem o caminho e a responsabilidade é sempre proporcional ao grau de conhecimento. Devemos viver unidos, pondo de parte todas as questões que nos separem pois não pode haver preconceitos ou melindres que sejam mais fortes do que a dedicação que nos merece o Ideal sublime que no guia, que nos conforta, que nos sustém. Exemplifiquemos a fraternidade e seremos cristãos.” - Dr. António Lobo VILELA

http://www.feportuguesa.pt/site/wp-content/uploads/2012/05/pdf-file-logo-icon-150x150.jpg Download do início da obra…

 

Faça já a sua pré reserva para:

Federação Espírita Portuguesa
[email protected]

(Informação recebida em email de Regina Bachega)

 

 

 

Leia o Informativo do Instituto Chico Xavier

Itu, SP

 

Acesse aqui:

http://www.institutochicoxavier.com/informativo/informativo29/index.html

 

 

(Informação em emails de Rita Ramos Cordeiro e Otavio Cunha)

 

 

 

Governo lançará cartilha para mulher que decide abortar

 

Leia a matéria aqui:

http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/117314-governo-lancara-cartilha-para-mulher-que-decide-abortar.html

 

 

 

 

Teatro na IAM. Grupo de Teatro do DEC

São Bernardo do Campo, SP

 

 

(Informação recebida em email de Regina Bachega)

 

 

 

Festa Junina do C.E. Chico Xavier

Guarulhos, SP

 

 

(Informações em email de Otavio Cunha)

 

 

 

A arte espírita e os novos tempos!

 

 

(Texto recebido em email de [email protected])

 

 

 

 

Focalizando o Trabalhador Espírita (146)

Luis Marcio Arnaut

 

Luis Marcio Arnaut

 

 

 

A entrevista deste  sábado  foi realizada  com   a

preciosa  colaboração de  nossa   confreira  espírita Rosana Miranda da  cidade de Guarulhos, SP. Nela   focalizamos o orador e médium espírita Luís Márcio Arnaut  de Toledo  que,  no  trabalho mediúnico e pela  psicografia, tem  recebido  obras  que contam  a vida de vários  artistas e suas respectivas situações na pátria espiritual. Luís desenvolve também trabalhos na área de desenho e de pintura através da mediunidade. Ressalte-se, conforme nos diz o entrevistado que, as rendas liquidas de seus livros e pinturas destinam-se ao trabalho de divulgação da Doutrina Espírita e auxilio a entidades assistenciais.

 

 

 

Luis Marcio, pode nos fazer sua autoapresentação?

 

Nossa origem é de uma família tradicional mineira, que migrou em meados do século passado para o Paraná. Os pais: Sebastião Arnaut de Toledo e Laura Franzzoni de Toledo, junto com dois avôs, Pedro Arnaut de Toledo e Amadeu Franzzoni,  e outros grandes homens de bem fundaram a cidade de Uniflor, no Paraná, localizada a 55 quilômetros de Maringá, ao Norte do Estado,  e 150 km de Presidente Prudente, no Estado de São Paulo). Natural de Nova Esperança, vivemos a infância toda em Uniflor. Aos 14 anos, mudamos para Maringá.

Somos uma família de cinco irmãos. Todos eles são professores. A irmã é professora aposentada de Ensino Fundamental, aliás, a primeira professora e alfabetizadora. Os irmãos são professores da Universidade Estadual de Maringá nos departamentos de Matemática e Estatística, de Educação e Zootecnia. Hoje residimos na cidade de São Paulo, capital, onde participamos do movimento espírita local.

 

Qual a sua formação acadêmica e profissional?

 

A graduação é em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Maringa (UEM) em 1991, com Mestrado em Construção Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialização em Planejamento Energético pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Cinco anos de prática do ensino superior e hoje funcionário público do Estado de São Paulo desde 2000. 

 

Como você conheceu o Espiritismo e desde quando o frequenta?

 

Conhecemos o Espiritismo no último ano da graduação. E um dos colegas de curso, Jefferson César Peres, de família espírita e frequentador da Mocidade Espírita Leopoldo Machado da Associação Espírita de Maringá (AMEM) foi o responsável. Sempre às voltas com sensações mediúnicas, acreditávamos de forma muito particular em reencarnação e comunicação com os mortos. Jefferson orientou e deu um Livro dos Espíritos. Com receio, guardamos o livro por 3 meses. Ele sempre cobrava: "Você já leu o livro, Luis Marcio?".  Com a desculpa de estar com muitas provas e trabalhos da escola, dizia: "Ainda não deu para ler."

Quando começamos a ler o livro, foi nos Prolegômenos que o Espiritismo nos pegou. Estávamos surpreendidos com as ideias que se juntavam. Dizia: "Já acreditava nisso!". Lemos o livro rapidamente e, em seguida, todos os outros da codificação, sem estranhamento do conteúdo. Parecia que já conhecíamos tudo aquilo que se dizia ali.

Um fato curioso é que considerávamos tudo muito científico, naquele primeiro momento. Parecia que ainda faltava alguma coisa. Até que numa palestra pública com o saudoso “Cesinha”, César Augusto de Oliveira, grande vulto do Espiritismo da cidade de Franca, SP, percebemos a filosofia profunda da Doutrina e os reflexos dela na prática diária através da reforma íntima. Confessamos que sentimos um certo alívio quando entendemos que ela não era apenas Ciência.

 

A que casa espírita esta vinculado presentemente?

 

Foram diversas cidades que fizemos residência, portanto, diversas casas que já frequentamos. E de todas elas guardamos boas recordações, também. Hoje participamos do Centro Espírita Fraternidade da Luz, situado à rua Lobélias, 131 – Vila Bela, em São Paulo, capital.  É uma casa relativamente nova, fundada oficialmente em 2004 por um grupo de amigos. Tivemos a alegria de estar junto deles na formação da casa e isso é motivo de bastante alegria.

 

Quais os livros de sua autoria, espíritas e não espíritas e do que tratam?

 

Em 2005, lançamos o livro EU PRECISO TANTO LHE FAZER FELIZ, pelo espírito Lukas. Bancamos a publicação com a Editora Scortecci no intuito de angariar fundos para a casa espírita e divulgar a mensagem nele contida. É um relato de um cantor da jovem guarda que desencarnou pelas complicações do alcoolismo e drogas. Talvez um dos primeiros a mostrar como é a arte no mundo espiritual. Na época, a renda foi totalmente revertida para o Centro Espírita Fraternidade da Luz e para a casa de recuperação de dependentes químicos Recanto da Esperança, em Suzano – SP.

Em 2010, a editora Mythos lançou o livro FASCINAÇÃO - OS PERIGOS DA MEDIUNIDADE DESORIENTADA, pelo espírito V. Pela primeira vez no mercado editorial espírita um livro que trata de dois grandes temas nunca tratados nos romances e em livros de estudos: a questão profunda da fascinação na vida das pessoas e de um médium espírita e o universo da psicopictografia. A renda do livro foi aplicada na sua divulgação e para doações ao Centro Espírita Fraternidade da Luz.

Em 2011, lançamos o livro REPENSANDO A DRAMATURGIA ESPÍRITA - Coletâneas 1 - Dramas. A publicação reúne 3 peças de teatro psicografadas. A primeira delas:

- "O PERFUME DO SÂNDALO NO MACHADO"  foi intuída por um dramaturgo desencarnado de origem inglesa, onde faz reflexões acerca da morte e da vida, da eutanásia e da caridade.

- "JAULA DE AÇÚCAR PARA UM CORAÇÃO DE PEDRA" é de um dramaturgo de origem norte-americana, que relata a dolorosa história de uma família no sul dos Estados Unidos, convivendo com a falta de amor e do perdão e as consequências drásticas disso.

- A última peça, a mais poética e contemplativa, é 'PARA QUE NUNCA AMANHEÇA" e traz uma história narrada por um dramaturgo de origem espanhola, retratando os martírios de um espírito desencarnado preso ao corpo assassinado, por ser um revolucionário na época da Revolução Espanhola no início do século XX. Consideramos um livro que se coloca numa campanha a favor da vida.

Em 2012, a editora do Conhecimento lançou o livro HERDEIROS. São 21 relatos de artistas desencarnados, revelando suas dores, conflitos, encontros, desencontros após a morte do corpo físico. Profundo, revelador e inédito, mostra como a fama, a arte e as questões morais se desdobram na espiritualidade, revelando mais que nunca a necessidade do Cristo no viver de cada um. Raro pela temática contemporânea e pela abordagem singular de temas do livro O Céu e o Inferno de Allan Kardec.

Fora isso, temos mais de 30 artigos científicos publicados em anais de congresso e revistas especializadas da área profissional que atuo, tanto em português quanto em inglês, fruto dos trabalhos comuns realizados na pós-graduação.

 

Então, os seus livros são mediúnicos?

 

Sim, os livros são mediúnicos. Trabalhamos com a intuição e a inspiração. O livro REPENSANDO A DRAMATURGIA ESPÍRITA vale a pena ser comentado, por se tratar de uma escrita muito diferenciada, pouco comum para os leitores acostumados com romances e livros de estudo doutrinário. Ele contém elementos de narrativa fortes, mas também podem ser didáticos. Todavia, temos visto pouco interesse da comunidade espírita neste tipo de livro. O fato de não revelarmos a identidade dos dramaturgos talvez seja um dos motivos que reafirma esse desinteresse. O livro HERDEIROS é outro exemplo interessante, pois não usamos o nome dos autores dos textos e nem colocamos na capa que o livro é psicografado. Estamos mais preocupados com a mensagem do que com a identidade dos espíritos comunicantes.

 

Como surgiu a mediunidade de artes na sua vida?

 

Em 1992, fizemos os primeiros desenhos mediúnicos, minutos antes de sair para a reunião do grupo de jovens que participávamos na época. Confusos e sem saber do que se tratava aquilo tudo, não encontramos apoio nos amigos, nos grupos que participava e nas casas espíritas onde estivemos nos 10 anos seguintes. Considerada como um modismo e sem um objetivo direto e claro, não entendíamos, também, os motivos daquilo tudo e durante esses anos nos abrimos para a inquirição e a pesquisa. Investiguamos em tudo que podiamos, sendo livros de arte, estudos científicos e todas as facções que poderíamos encontrar na área, claro, fora do movimento espírita.

O pouco que pudemos acompanhar desta mediunidade nestes anos nas casas espíritas que visitamos sempre nos deixava com uma visão bastante crítica, pois bebíamos nas informações fora, na manifestação cultural, científica e estética mais contemporânea. No Movimento Espírita (com raras exceções), víamos divergências nos conceitos, na prática e no uso da arte. Vemos que hoje as coisas começaram a mudar, no entanto, o que é emocionante de dizer, até. Dá uma esperança!

A partir de 2002, a pintura mediúnica pública surgiu, visto a grande necessidade de recursos financeiros no Centro Espírita João Silva, em São Paulo, centro que participávamos na época. O trabalho começou a crescer. Muitas casas espíritas nos convidavam para fazer essa tarefa de forma semelhante: vender os quadros produzidos em prol das necessidades materiais da casa. De 2003 a 2004, estivemos no Grupo Nascentes Artes fazendo este trabalho público, onde aprendemos a trabalhar em equipe, o que influenciou a formarmos com amigos o Grupo Humildade, Amor e Simplicidade. De 2003 a 2008 o grupo produziu mais de 5 mil obras mediúnicas, que foram doadas para venda e sua renda totalmente revertida aos centros espíritas.

 

Luis, como você encara a venda de obras mediúnicas em forma de leilões na casa espirita? As vezes a preços exorbitantes e não acessíveis? A espiritualidade não se preocupa com excessos?

 

Cada médium define seu trabalho. Não acreditamos que os espíritos do bem venham direcionar os trabalhos de um médium com este nível de especificidade. Definir material, roupas, altura de mesa, cor de roupa do médium e ajudantes, volume ou estilo de músicas, cores de lâmpadas entre outras coisas, parece-nos muito estranho, pois não vão de acordo com o que Kardec afirma em O livro dos médiuns nos capítulos 20 e 21, principalmente. Muito menos na forma de comercialização do material produzido. Particularmente, entendemos que pela mediunidade deve-se ajudar nos diversos níveis: intelectual, moral e material. Quando um trabalho privilegia um só destes aspetos, pode causar estranheza para alguns. Mas, é o médium que enxerga a ajuda.  Ele definiu o seu trabalho. Nós ajudamos se quisermos.

Não penso que tenhamos o direito de criticar a forma como o médium trabalha. Certamente, ele teve pouca ou nenhuma orientação específica sobre arte mediúnica na casa espírita para se tornar Psicopictógrafo com o adjetivo espírita. Se ele entende que ajuda mais a causa ou as pessoas desta forma, que seja. O que vale é entendermos a visão do médium e colaborar ou não com ele naquilo que ele acredita. Ser fiéis ao que professamos é o primordial.

Já vimos muitas críticas acerca desse ponto. Mas, não vimos quem critica fazer doações suntuosas para a construção da ajuda ao próximo.

Se um está errado, o outro está errado em criticar de forma azeda e arrogante. Antes de criticar, acredito que deveria fazer algo melhor ou, no mínimo, igual.

Por isso, sempre penso que todo trabalho tem seu valor, independente de concordarmos ou não com ele.

Se a espiritualidade se preocupasse com esses detalhes definidos pela visão cultural e de ponto de vista do médium, muitos trabalhos já teriam se extinguido do Movimento.

 

Quais os trabalhos que desenvolve no campo da mediunidade de artes?

 

Em 2003, paralelo à formação do Centro Espírita Fraternidade da Luz, começamos um grupo que se revelaria singular nos outros anos. Era o Curso Introdutório ao Desenvolvimento e Educação Mediúnica em Artes, do qual participamos até hoje como facilitadores. Nestes anos todos, passaram por nós mais de 200 médiuns nas diversas áreas das artes, buscando informação e recursos para a prática da arte mediúnica, inclusive portadores de deficiências visuais, surdos, mudos e surdo-mudos.

Após verificar a ausência do estudo específico deste tipo de mediunidade e entendido que os cursos usuais oferecidos na área nos centros espíritas não davam formação adequada ao médium a fim de exercer esta faculdade de forma plena a ser classificada como espírita, o curso é uma tentativa de auxiliar esses amigos a encontrar um rumo norteador para manterem-se firmes nos preceitos doutrinários, sem com isso impor seus pontos de vista, misturar práticas espiritualistas e se afastar da pesquisa séria e investigativa à luz da Doutrina.

Ministramos cursos em outras casas espíritas, também, sobre o tema Arte e Mediunidade, bem como seminários, palestras e trabalhos específicos, tais como encontros com jovens, crianças em atividades de educação espírita e participação em eventos da área ou não.

Oficinas são ministradas, também, em eventos no geral, utilizando recursos artísticos.

A questão da arte na educação espírita, ou no que ainda se chama em algumas casas espíritas de Evangelização infantojuvenil, foi alvo de nosso estudo por muitos anos, buscando na arte-educação, arteterapia e nos recursos artísticos em geral as fontes de trabalhos e pesquisa. Também, há uma grande procura de palestras, seminários e vivências neste assunto por parte das casas espíritas. Junto com amigos desta área que possuem trabalhos sistematizados e estruturados já, promovemos, também, esses estudos.

Vemos estas áreas de atuação com muito carinho de nossa parte.

 

Como se desenvolve a sua mediunidade?

 

Trabalhamos com a intuição e a inspiração diretamente no computador. Não podemos afirmar que fazemos uma psicografia nos moldes tradicionais, pois não usamos papel e caneta. Desta forma, percebemos que o foco principal dos espíritos na comunicação é muito mais na nossa mente, pela intuição. Certas passagens são literalmente ditadas, outras são sugeridas e temos que escrever de forma pessoal. É importante, portanto, que tenhamos revisores, tanto da redação quanto para um questionamento doutrinário. Isso aconteceu, principalmente, com o livro Herdeiros, com o qual tivemos muitas observações, revisões e contribuições de um grupo diverso de pessoas: jornalista, artistas, parente de artistas, estudantes da Doutrina, médiuns experientes, entre outros.

 

E a classifica como psicografia?

 

Sim, classificamos como psicografia em suas várias formas de expressão: inspirada, intuída, semi-mecânica.

Não foram raras as vezes que tivemos em sonho a revelação de uma história completa. Ao acordar de madrugada, anotamos os detalhes e no dia seguinte começamos o trabalho inspirado, seguindo as anotações e preparados para intuições fortuitas, sob a ação dos espíritos.

Algumas vezes, os espíritos mandam informações psicografadas sobre todo o contexto, por exemplo, da peça teatral que estivermos recebendo: descrição de personagens, cenários, figurinos e marcação de cenas psicopictografados e até indicação de leituras históricas para enquadrar melhor o texto que virá. Assim, na hora da psicografia, tudo fica mais fácil e o texto flui rapidamente. Já tivemos visualização de cenas, inclusive, onde o nosso trabalho era apenas descrever o que víamos na cena.

 

Pelo que já nos disse podemos deduzir que os seus livros e pinturas se direcionam para divulgação e para obras assistenciais?

 

Sendo livros mediúnicos, eles não são revertidos para o nosso sustento próprio. Temos a obrigação, enquanto médiuns espíritas, reverter toda a renda líquida para algum trabalho ou causa de assistência humana. Neste caso, fazemos doações para o Centro Espírita Fraternidade da Luz, onde participamos, e outras casas com algumas doações, quando possível. Ajudamos grupos de arte espírita a montar seus espetáculos ou investimos na confecção de mensagens ou outros livros.

O livro REPENSANDO A DRAMATURGIA ESPÍRITA é um exemplo. Utilizamos a renda do livro FASCINAÇÃO para editá-lo por conta própria.

Todavia, nós precisamos fazer uma ressalva aqui. Muitas pessoas não sabem como é a realidade do mercado editorial brasileiro. Não falamos aqui de autores que vendem milhares de cópias. Muitos dos médiuns escritores têm vendagens módicas. Às vezes, é o suficiente para a aquisição de novos livros, sua divulgação e gastos gerais para a promoção do livro. Temos gastos diversos como confecção de banners, transportes para eventos e palestras, entre outros. Em outras palavras, autor de livro, mesmo se quisesse, não seria rico no Brasil, a não ser que fosse um fenômeno de vendagem. O que é raro. E, muito menos, nosso objetivo pessoal.

 

O que você destaca na literatura da Codificação e em obras complementares sobre o tema dramaturgia e de artes em geral?

 

Allan Kardec tinha uma visão muito profunda da vida, além da sua época e condição. Ele tem uns textos sobre a arte em Obras Póstumas (editora FEB) que são lindíssimos e proféticos. Aliás, pouco conhecido da comunidade espírita. Outra coisa pouco estudada e conhecida dos espíritas é a sugestão que ele fez sobre como formar uma biblioteca espírita. Publicado em formato de livro no Brasil, chama-se CATÁLOGO RACIONAL PARA A FORMAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA ESPÍRITA (editora USE).  Ele sugere uma lista de livros em diversas áreas do conhecimento humano para que um espírita pudesse ter a visão ampla da vida e compreender a Doutrina Espírita. Destas estas obras sugeridas pelo codificador, são sugeridas muitas obras de teatro. Infelizmente, não as temos traduzidas para o português, tais como os textos de George Sand, por exemplo. Sabemos que todas têm conteúdo, senão espírita, mas espiritualista e podem ajudar a compreender aspectos do conteúdo doutrinário.

O livro mais importante ainda, por ser inovador, precursor e intrigante, é O Espiritismo na Arte de Léon Denis (editora Celd). Com uma visão profunda da espiritualidade e sua influência na arte, o autor mostra o tema sob um aspecto nunca antes narrado, embora introduzido por Léon Tolstoi em O que é Arte? (Ediouro). Muito estudado pelos interessados no assunto, muito criticado, também, tido como um livro difícil, mas pouco divulgado, sobreviveu íntegro e absoluto a todos os movimentos e modismos artísticos do século XX e entra neste século como um estudo obrigatório e urgente.

Um dos melhores amigos de Kardec, Victorien Sardou – um dos grandes dramaturgos franceses e contemporâneo de Kardec, era espírita e médium. Publicou a primeira peça considerada eminentemente espírita, no Brasil publicada (e infelizmente esgotada) pela editora O Clarim com o nome de Amargo Despertar.

A escassez de publicações nesta área é grande. Vemos poucos autores que se aventuram nesta área, tais como: com publicações dos anos de 1940 aos anos 1960 podemos citar Leopoldo Machado, Ramiro Gama e João Papa. Mais recentemente, Nazareno Tourinho, Elifas Alves, Eduardo Carvalho Monteiro e as recentes publicações da editora Vida e Consciência com as adaptações de livros de Zíbia Gasparetto para o teatro, num projeto ousado e sem precedentes. Há uma experiência muito interessante da ABRARTE – Associação Brasileira de Artistas Espíritas na publicação de um banco de textos para teatro no site www.arteespirita.com.br, também, com autores de diversas regiões brasileiras. Um marco desbravador na divulgação de textos inéditos para o contexto espírita na área do teatro.

Na questão das artes em geral, os livros são poucos. Muito recentemente, vemos uma discreta reação do mercado literário espírita em arriscar uma ou outra publicação na área.

O público espírita também não se mobiliza para estudar o assunto, embora haja uma sinalização de mudança nos últimos anos, ainda que de forma extremamente lenta e gradual.

 

E a dramaturgia, como surgiu na sua vida?

 

Em 2008, a espiritualidade apresentou o projeto de psicografia de textos dramatúrgicos. Uma tarefa muito diferente do que poderíamos imaginar. Com o objetivo explícito de mostrar novos horizontes para a dramaturgia com conteúdo espírita, os escritores de peças teatrais desencarnados voltam e ditam suas obras. Cada um deles com direcionamentos diferentes e utilizando a mediunidade nos mais diferentes mecanismos, os textos surgiram de forma gradativa, muito rápidos e com conteúdos que mostram elementos raramente vistos no teatro espírita. Trazendo estilos e formas de quando encarnados, esses espíritos colocam no texto elementos de vários movimentos artísticos do século XX, principalmente, que quase nunca é usado no trabalho espírita, por desconhecimento ou inabilidade.

Tudo isso me assustou de pronto. Não me via apto a este trabalho tão delicado e tão específico quanto às questões técnicas da dramaturgia.  Depois de alguns textos prontos, fomos nos acostumando com a “novidade”. Sim, porque temos pouco registro (também pouco interesse da comunidade espírita) em textos como esses. Isso foi um incentivo a frequentar, inclusive, aulas de teatro a partir de 2010.

 

Como você se prepara para este trabalho mediúnico?

 

Procuramos ler os textos clássicos de teatro, porque isso, talvez, seja a forma mais fácil de aprendizado para quem quer entender, escrever e fazer teatro por conta própria. Também, procuro ir sempre a espetáculos em São Paulo, de todos os níveis e tipos, sem preconceito. Musicais, comédias (que confessamos não apreciar), dramas, infantis. Todos são importantes para aprender e crescer. Os espíritos fazem o resto, aproveitam imagens gravadas e o conhecimento adquirido. A partir daí, eles preparam os textos e nos passam.

 

 

Quais os objetivos principais da dramaturgia produzia pela mediunidade neste contexto apresentado?

 

Incorporando esses novos elementos artísticos, antes ignorados ao texto dramatúrgico de conteúdo espírita, temos visto uma dramaturgia que privilegia a reflexão e não a informação. Vemos uma dramaturgia que está preocupada não em doutrinar, evangelizar, domesticar, fazer panfletismo ou proselitismo com os conceitos espíritas. O objetivo expresso é a reflexão. Sem a preocupação de ser definida como uma dramaturgia espírita ou de conteúdo espírita, espiritualista ou evangélica, os textos primam pelas mensagens profundas e não aquelas óbvias ou piegas. Trazem mensagens subliminares, sugestões de encenações que instigam a mudança de comportamento não pela doutrinação e sim pelo raciocínio e educação dos sentimentos. Apresentam questões comuns aos temas espíritas, entretanto buscam a linguagem dos sentimentos para os dias atuais.

Há muitos espíritas que acreditam que o teatro espírita deve ser instrumento de evangelização e educação da alma. Talvez, verificamos aqui esse papel profícuo do teatro. No entanto, não discutimos isso. A questão é como chegamos lá, no âmago da alma humana para mobilizá-la à reflexão e ao incentivo à mudança de atitude. Sem moralismos, apresenta questões muito próximas do homem do século XXI.

O que é mais interessante é que são textos inéditos. Não são adaptações de livros, de histórias reais ou contos já publicados ou conhecidos. São simplesmente inéditos e isso emoldura um cenário completamente novo, corajoso e, quem sabe, sinalizador do futuro. Está ai, talvez, o elemento mais importante na questão “educação”, que observamos, sem com tudo denegrir os méritos da popularização das adaptações de romances já conhecidos e de fácil divulgação entre os espíritas afoitos para ver seus romances preditos no palco.

 

Como você vê o teatro espírita hoje?

 

O que vamos dizer é geral e faz parte de nossa observação particular em algumas dezenas de grupos. Isso pode não refletir a realidade, pois acreditamos nas exceções.

Vemos o teatro espírita ainda engatinhando. Prima pela iniciação e investigação, sem contudo, aprofundar-se nas técnicas e fundamentação teórica, principalmente do século XX, que trouxe revoluções na linguagem teatral mundial. Parece que quem faz teatro espírita, quer ignorar completamente a existência, por exemplo, de Stanislavski, Meyerhold, Artaud, Beckett, os brasileiros Nelson Rodrigues e Augusto Boal, assim como os clássicos Shakespeare, Ésquilo, Sófocles, Eurípedes. Parece que a técnica é maldita! Dá a impressão que não existiu o teatro do absurdo e o contemporâneo é banido em sua totalidade. Privilegia-se o realismo ou o naturalismo e as expressões e técnicas ainda do século XIX.

Os textos são baseados em livros muito famosos, contos, trechos históricos e biografias. Raramente opta-se pelo ineditismo, talvez pela pouca aceitação e cultura da comunidade espírita na expressão teatral.

Há algumas linguagens diferenciadas já observadas em alguns grupos, infelizmente, pouco difundidas ou conhecidas. Mas, somos otimistas. Percebemos a presença dos espíritos bons no teatro, buscando a luz e a ventilação dos conceitos, para maior aceitação e entendimento do teatro com conteúdo espírita.

Comercialmente, o teatro espírita parece de muito interesse da sociedade, visto os grandes sucessos em cartaz em São Paulo há tantos anos, como, por exemplo, O Amor Venceu e Laços Eternos (adaptação dos livros homônimos de Zíbia Gasparetto). O movimento espírita ainda é discreto nesta área, o que não ocorre com os produtores de novelas de televisão e filmes para cinema, que já reconheceram o grande filão de consumidores da temática espírita nestes meios.

 

Essas peças já foram montadas?

 

Tivemos o musical infantil Viagem à Cidade de Cristal montado pelo grupo de teatro do Grupo Socorrista Bezerra de Menezes de São Paulo, capital. Foram várias apresentações muito divertidas e engrandecedoras em 2010 e 2011.

O drama Jaula de Açúcar para um Coração de Pedra foi montado pela Escola Edu Rodrigues como exercício teatral e teve duas apresentações em 2011.

O livro Repensando a Dramaturgia Espírita contém 3 peças e já até hoje já tivemos uma tiragem de 350 unidades.

Para ter acesso a outras peças, sugiro consultar o site: www.arteespirita.com.br, veja em Banco de Textos.  Neste site, pode-se encontrar textos recomendados pela Associação Brasileira de Artistas Espíritas (ABRARTE). O download é gratuito. O grupo interessado em montar, terá nossa permissão e apoio sempre, basta que nos solicite.

 

Quantas peças já foram recebidas?

 

Nas suas mais diferentes perspectivas, de autores diferentes, com estilos e objetivos muito específicos, são mais de 30 peças. Drama, humor, infantil, suspense, musical, biografias e, inclusive, adaptações.

 

Quais as peças que mais lhe são significativas e porquê?

 

A peça O conde, o Poeta e o Codificador é uma delas. Surgiu após uma pesquisa minuciosa indicada pelo autor espiritual sobre as vidas de Allan Kardec retratada na obra mediúnica da russa Wera Krijanowski. A partir dos livros O faraó Mernemphtá, A feira dos casamentos, Herculanum e Os luminares tchecos o autor espiritual traça o cenário biográfico de Allan Kardec. Aponta, também, uma rica referência à biografia do Conde Rochester, numa linguagem construtivista das ações, levando a um final surpreendente, chegando a causar comoção. Uma visão bem diferente da adaptação de textos literários espíritas para o teatro.

O musical Francisco, com uma visão reencarnacionista do santo de Assis, traz uma linguagem diferente para o meio espírita, mesclando músicas espíritas de diversos autores nacionais com fatos históricos, evidenciando a mensagem espiritual de Francisco.

Mas, há outras igualmente interessantes que nos surpreenderam, tais como a história surreal das pessoas preconceituosas que viravam árvores para se sustentar sobre suas próprias raízes, na peça Árvores, e do final surpreendente da peça Que?, com o pupilo fascinado se frustrando com seu mentor ao descobrir a sua verdade interior.

 

Você acha que falta arte nas atividades doutrinárias espíritas?

 

Acreditamos que conceitualmente a arte está quase que ausente das casas espíritas ainda, mostrando-se presentes em algumas atividades de grupos de jovens, de educação espírita para crianças e adolescentes e, em alguns casos, em manifestações mediúnicas com literatura, desenho ou até música. A expressão artística com conteúdo espírita, aquela Arte que o Kardec diz em Obras Póstumas , ainda está apenas despontando.

É necessária uma maior integração do movimento espírita com os movimentos culturais da expressão humana nos últimos 50 anos pelo menos. No teatro, na música, na literatura, nas artes plásticas, na arte-educação, nos tratamentos de saúde e na assistência social. A ciência cresceu assustadoramente nestes anos e, talvez, correr atrás dela, inserir-se dentro destes horizontes certeiros venha a ser um caminho de luz e esperança para novas compreensões do Espiritismo na nossa vida. Não que ele seja renovado, isso é um absurdo dizer. Mas, que ele seja melhor compreendido, ventilado com preceitos da ciência atual para ser vivenciado em plenitude. Cito uma frase de Kardec, do livro A Gênese (capítulo 1 – item 16): O Espiritismo e a Ciência se complementam reciprocamente; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação”.

 

Qual a sugestão que você daria?

 

Sugerimos que os espíritas leiam, procurem ir mais ao teatro, ao cinema (para ver filmes de conteúdo), aos museus. Que visitem e pesquisem as bibliotecas e os centros de cultura e pesquisa científica. Imagino Kardec nos dias de hoje. Quanto ele iria numa grande biblioteca de uma Universidade? Acredito que não deveria deixar de fazê-lo com muita frequência. Pergunto aos colegas espíritas: quantas vezes você visita uma biblioteca, mesmo que virtual?

A cultura precisa estar no sangue e na consciência do espírita para que ele possa ser flexível à expressão humana. Ousamos dizer que uma vida sem cultura, é quase inútil. Isto porque não se revela o espírito investigador, de fé inabalável e flexível para entender e aceitar a essência do homem de forma plena em todos os seus aspectos trazidos pela Criação. Isso possibilita a compreensão maior da condição humana em todas as suas mais profundas aparências de sofrimento, prazer, alegria e loucura. Não imaginamos que Kardec nos sugere literatura e expressões artísticas no Catálogo Racional apenas para nos entretermos. Precisamos mudar a visão da arte: parar de imaginá-la como pano de fundo, momentos de descontração, harmonização ou apenas uma forma de matar o tempo. Precisamos descobrir a arte de forma verdadeira. Depositar-se sobre seu próprio conceito é enterrar-se. Porque o mundo muda e nós temos que acompanhá-lo.

 

Quais os temas mais solicitados em suas palestras?

 

Nossas palestras são voltadas apenas para a divulgação da arte espírita e dos livros que temos o compromisso de publicar.

No lançamento do livro Fascinação, nossa palestra tem o tema: A fascinação nas nossas vidas, abordando com profundidade psicológica e doutrinária a questão.

No lançamento do livro Repensando a Dramaturgia Espírita, o tema é: Valorização da vida, permeando os temas eutanásia, perdão e suicídio.

No lançamento de Herdeiros, o tema é: A vida depois da vida, pincelando os temas do livro O céu e o inferno: existe céu, inferno, anjo e demônio? Como é o passamento.

Mas, na casa espírita que participo, proponho-me a qualquer tema, com o devido espaço de tempo para estudá-lo e me preparar. Preferimos os temas do Evangelho, no entanto.

 

Como você está enxergando o movimento espírita de artes presentemente?

 

Falemos sobre os aspectos gerais e sobre a ótica das artes.

Sem dúvida a sétima arte abriu um espaço sem precedentes para as expressões artísticas na casa espírita. Filmes como Bezerra de Menezes - Diário de Um Espírito, Nosso Lar, Chico Xavier, As mães de Chico Xavier, O Filme dos Espíritos e, agora, o filme E a Vida Continua...  incentivaram muitos espíritas a crer, finalmente, no caráter educativo e restaurador do espírito humano através da arte. Para muitos foi uma redenção, depois de décadas de relutância em aceitar a arte como um instrumento de comunicação da alma. Vimos muita procura para peças teatrais, músicas e até uma certa abertura para a literatura especializada na área, visto a publicação do livro Pintura Mediúnica – a visão espírita em ampla pesquisa do Adriano Calsone, pela editora Mythos. É o primeiro livro que se propõe a estudar de forma sistematizada aspectos da arte no conteúdo espírita e dentro do aspecto mediúnico.

Temos visto, além disso, uma procura muito grande não só pelo trabalho de assistência social e humana, mas por uma busca da autoajuda, o que revela um aprofundamento maior dos espíritas na busca do conhecimento de si mesmo e da fortificação da fé. Vemos tudo com bons olhos. Mas, temos receio que os grandes eventos e a reverência a médiuns famosos possam desvirtuar do caminho da humildade e da simplicidade, características básicas do Cristianismo.

 

E na sua região como está?

 

Acreditamos que a capital de São Paulo precisa de muita integração entre os grupos. Encontros, seminários, estudos, cursos, mais apoio dos órgãos unificadores e divulgação dos grupos, artistas e dos trabalhos artísticos.

Integrar-se, prestigiar o outro e ser divulgado, talvez, seja o que mais precisamos no momento.

 

As suas palavras finais aos nossos leitores.

 

Aos espíritas, estudiosos, interessados na Doutrina, pesquisadores, dirigentes e líderes, sugerimos a reflexão sobre dois temas muito importantes na nossa vida, em relação a arte e a vida no geral, se nos permitirem: liberdade é uma dádiva que podemos oferecer com amor fraternos, censura já mostrou em diversas áreas da política brasileira na nossa história conturbada que não é um método assertivo. Liberdade é um outro nome que damos ao amor. Lembro da frase do Chico Xavier: “O amor não prende, liberta! Ame porque isso faz bem a você, não por esperar algo em troca. Criar expectativas demais pode gerar decepções. Quem ama de verdade, sem apego, sem cobranças, conquista o carinho verdadeiro das pessoas.”

Aos artistas espíritas, educadores espíritas que já vislumbraram a necessidade e a beleza da arte como elemento de instrução e desenvolvimento: que seja antes para si. A arte se comunica mais quando imita o Cristo: é exemplo vivo e não proselitismo vazio.

Aos médiuns de qualquer área das artes, sejam na pintura, na literatura, na música, ou outra modalidade: a arte é um meio de atingir os objetivos cristãos e não a finalidade principal dos espíritos, muito menos o nosso. Quando nos sentirmos em dúvida sobre algum aspecto ligado a este tema, servimos um tanto mais aquele que sofre e nos pede compreensão. Não há melhor remédio, maior lição e maior terapia do que o serviço do bem ao próximo. Lembrando André Luiz, em Conduta Espírita (por Waldo Vieira, editora FEB): “A arte deve ser o belo construindo o bem”. Ousamos acrescentar: mesmo que ninguém nos compreenda, na adversidade, na dor, nos elogios, no aplauso e no reconhecimento. Ela sempre deve ser o bem materializado.

 

Após o trabalho de pintura mediúnica no Centro Espírita Corina Novelino em Sacramento MG (2005)

Visita de estudos e investigação ao Museu Cândido Portinari em Brodowski (2005)

Lançamento do livro Eu preciso tanto lhe fazer feliz na Sociedade Espírita Entreposto da Fé em Florianópolis SC (2007)

Pintura mediúnica com o Grupo Humildade, Amor e Simplicidade no Centro Espírita Irmão X em São Paulo SP (2008)

Pintura Mediùnica na Sociedade Espírita Entreposto da Fé em Florianópolis SC (2007)

 

 

Desenho mediúnico após palestra na Faculdades Espíritas de Curitiba - Curitiba - PR (2010)

Companhia Profana de Teatro em leitura dramática do texto psicografado Jaula de Açúcar para um Coração de Pedra, no teatro Jofre Soares – São Paulo SP (2009)

 Em debate com o público e a Companhia Profana de Teatro em leitura dramática do texto psicografado Jaula de Açúcar para um Coração de Pedra, no teatro Jofre Soares – São Paulo SP (2009)

Palestra de abertura do Festival de Música Espírita e Encontro de Arte Espirita – FECEF – Franca – SP – (2004)

Lançamento do livro Fascinação - os perigoso da mediunidade desorientada na Faculdades Espíritas de Curitiba.

 Curitiba - PR (2010)

Semana da Arte Espírita promovida pela Associação Brasileira de Artistas Espíritas (ABRARTE) em São Paulo SP, no Instituto Cultural Eduardo Monteiro Carvalho – (2011)

Com diretoria da ABRARTE (Associação Brasileira de Artistas Espíritas) no Fórum Nacional e Encontro de Arte Espírita em Pedro Leopoldo MG (2011)

 

Com a Banda Alma Sonora - no 60o Aniversário da Comunhão Espírita Cristã de Curitiba - PR (2010)

 

Com o Grupo Arte Nascente (GAN), na CONJESP (Confraternização de Jovens Espíritas de São Paulo) em Guarulhos – (2011)

Lançamento do livro Repensando a Dramaturgia Espírita no Centro Espírita Chico Xavier – Guarulhos - 2012

Pintura Mediúnica em prol do Centro Espírita Fraternidade da Luz – São Paulo SP - 2007

Palestra de lançamento do livro Fascinação no Núcleo Kardecista Antônio Pereira de Souza em São Paulo - 2011

Ideia original da capa do livro Eu preciso tanto lhe fazer feliz (2005, esgotado, editora Scortecci), indicada mediunicamente e realizada pelo artista plástico Renni Ribeiro de Florianópolis SC

Leitura dramática do texto Quando Chegar a Primavera Na Sala Lílian Gonçalves – 2012 – São Paulo SP

Com as atrizes: Liza Vieira, Débora Muniz,  Lucienne Cunha e grande elenco

Com o elenco do musical infantil Viagem à Cidade de Cristal

em 2010, na estréia no Grupo Socorrista Dr. Bezerra de Menezes em São Paulo SP

 

 

 

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Editoração e envio:

Ismael Gobbo, Araçatuba, SP

Gislaine Pascoal Yokomizo e Leonardo Yokomizo, Jacareí, SP