Notícias do Movimento Espírita Araçatuba, SP, quarta-feira, 28 de março de 2012 Compiladas por Ismael Gobbo |
Agradecemos àqueles que gentilmente repassam este email em suas listas de contatos |
Nota 1 |
Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento. |
Nota 2 |
Este email é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec. Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas. (Ismael Gobbo)
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Atenção |
Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui: http://www.noticiasespiritas.com.br/2012/MARCO/28-03-2012.htm
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Conforto |
Nos dias atuais, a ciência progride vertiginosamente no planeta. No entanto, à medida que se suprimem os sofrimentos do corpo, multiplicam-se as aflições da alma. Nos países com padrão social mais elevado, impressiona o crescente número de suicídios. Os jornais estão cheios de notícias maravilhosas quanto ao progresso material. Segredos sublimes da natureza são surpreendidos nos domínios do mar, da terra e do ar. Contudo, a estatística dos crimes humanos segue espantosa. São frequentes as notícias sobre tragédias conjugais, traições e abandonos. Parece haver muita sede de liberdade sem responsabilidade. As criaturas se permitem tristes inquietações sexuais, sem atinar quanto a possíveis limites. Ao muito se facultarem, no entanto, não se tornam mais pacíficas e felizes. Ao contrário, sôfregas e inquietas, passam a imagem de uma imensa carência. Nessa onda de loucuras, surgem novas e intrigantes enfermidades, físicas e psíquicas. A rigor, o homem moderno não se mostra preparado para viver com conforto. Ele a cada dia mais domina a paisagem exterior, mas não conhece a si mesmo. Quando são atendidas as necessidades do corpo, surgem imperiosas as carências da alma. O conforto humano tende a aumentar naturalmente. Pouco a pouco, o homem disporá de mais tempo para si. O trabalho se tornará cada vez mais intelectualizado e eficiente. A democratização das informações também viabilizará o questionamento de antigas crenças e valores. O problema reside em identificar o que convém, ante tal quadro, a um tempo perigoso e promissor. Ressurge oportuna a reflexão de Paulo de Tarso, no sentido de que tudo nos é possível, mas nem tudo nos convém fazer. Com horas livres e acesso à Internet, surge um mundo de possibilidades. O homem pode se permitir as maiores baixezas nesse ambiente virtual. Pode se viciar em pornografia, participar de conversas de baixo calão e incentivar o ódio. Contudo, na conformidade do que decidir viver, terá consequências inevitáveis. Caso se conecte com as faixas infelizes da vida, a cada dia mais infeliz será. Assim, no pleno uso da liberdade pessoal, é o momento de decidir o que se viverá. Não mais movido por convenções sociais, medo ou falta de opções. Tudo é possível, mas convém fazer escolhas felizes e construtivas. Instruir-se, voltar os olhos para o que de belo e puro há no mundo. Cuidar para que as horas de folga sejam momentos de paz e aprimoramento. Pense nisso. Redação do
Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro Os |
Conferência com Divaldo Pereira Franco Londres, Reino Unido |
(Informação recebida em email de Elsa Rossi [[email protected]]) |
STF marca para 11 de abril julgamento sobre aborto de anencéfalos |
Leia a noticia aqui:
(Colaboração recebida em emails de de Maria Helena Marcon e de [email protected]; em nome de; [email protected])
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Prédio do STF na Praça dos Três Poderes, Brasília, DF. Foto Ismael Gobbo |
Carta do Paraná Entidades se manifestam sobre o Estatuto do Nascituro |
(Informação recebida em email de Maria Helena Marcon) |
Homenagem para Chico Xavier na A.E. Chico Xavier Jales, SP |
(Informação recebida em email de Pedro Bonilha) |
Registro. Divaldo Pereira Franco em Jaraguá do Sul, SC |
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Jaraguá do Sul - 26 de março de 2012 O Grande Teatro do Centro Cultural de Jaraguá do Sul em Santa Catarina engalanou-se para receber, uma vez mais, o nobre conferencista de Feira de Santana/BA, Divaldo Pereira Franco. O evento, primorosamente preparado pelos Espíritas desta aprazível cidade do norte catarinense, alcançou os objetivos colimados. Além do público que lotou o teatro, notava-se um magno interesse na busca de conhecimento para bem viver a vida. Divaldo Franco apresentou as propostas de construção da felicidade, desde que atendendo aos impositivos suaves da lei Divina, bem como pode, também, modificar o seu destino a qualquer momento adotando atitude mental harmônica, equilibrada e saudável. A felicidade, ensinou Divaldo, não é a ausência de problemas, pois que toda a pessoa normal vive em uma sinuosidade. Experimenta momentos de equilíbrio físico/emocional/espiritual, quando então sente-se feliz, e momentos de desiquilíbrio onde se vê envolvido por sentimentos de tristeza, melancolia, identificando-se como um ser infeliz. A vida possui um sentido terno. É uma bendita escola onde o erro possui um significado pedagógico, educacional, cabendo ao homem reter o conhecimento, aplicando-o em sua vida. O público, parecia estar hebetado ao final da conferência. Aplaudiu de pé o Arauto do Evangelho e expectante por mais luzes de conhecimento ainda permaneceu no teatro em silêncio, reverenciando os momentos de gratidão. FOTOS: Jorge Moehlecke TEXTO: PAULO SALERNO
(Texto e fotos recebidos em email de Jorge Moehlecke) A recepção a Divaldo Pereira Franco O Grande Teatro do Centro Cultural e o público que o lotou na conferência de Divaldo Pereira Franco |
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Divaldo autografando |
Divaldo autografando |
A equipe do livro com Divaldo Pereira Franco |
Palestra com Izaías Claro no C.E. Bezerra de Menezes Araçatuba, SP |
Palestra com DR. IZAÍAS CLARO:
Acerte Mais e Viva Melhor!
BIOGRAFIA RESUMIDA
Dr. Izaías Claro:
Promotor de Justiça, natural de Junqueirópolis-SP., presidente e fundador da Comunidade Espírita Joana de Ângelis, em Osvaldo Cruz-SP., que dedica atendimento a meninos e meninas em sistema de abrigo. Dedicado amigo e orador, espírita desde 1979, autor de vários livros, dentre eles o Best seller “Depressão – Causas, Consequências e Tratamento”.
C.E. DR. BEZERRA DE MENEZES ARAÇATUBA DIA 28/03/2012 (quarta-feira) 20 horas (Informações recebidas em email de Evelyn Spinola)
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Eventos espíritas programados para o C.E. “Francisco de Assis” Nova Esperança, PR |
(Informações recebidas em email de Nelio Arrebola [[email protected]]) |
Eventos programados com o orador Carlos Baccelli Aracajú, SP |
(Informação recebida em email de Gervásio Correia Gallo [[email protected]]) |
Registro. Diversas atividades marcaram a comemoração dos 20 anos do Fraternity Spiritist Society. Londres, Reino Unido |
(Informações recebidas em email de Angela Masuko [[email protected]]) |
Programação do 15º Congresso Estadual de Espiritismo "Solidariedade - uma outra forma de conhecer" |
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(Informação recebida em email de [email protected]; em nome de; UseFranca [[email protected]]) |
Programação do C.E. Semeadura de Jesus Guarulhos, SP |
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(Informação recebida em email de Edson Hamazaki) |
Palestra com Agrício Almeida no N.E. Amor e Paz Marilia, SP |
Olá, amigos.
Repasso convite para a palestra a ser proferida no Núcleo Espírita Amor e Paz.
Abraços fraternais,
Donizete
(Informação recebida em email de Donizete Pinheiro) |
Leias as informações do C.E. Bezerra de Menezes Miami, Flórida, EUA |
Acesse aqui: http://www.spiritist.com/bezerranrews%20132012
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Leia o boletim da FeDF Brasília, DF |
Acesse aqui: http://www.boletimfedf.blogspot.com.br/ |
O Amor que Desbloqueia |
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Richard Simonetti
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Homenagem a Jésus Gonçalves (II) |
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Entrevista com Jaime Prado (1): A hanseníase e o Asilo-colônia de Aimorés |
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Jésus Gonçalves Esteve internado na Aimorés entre 1933 e 1937
Nesta página o historiador e jornalista Jaime Prado, residente em Bauru, SP, nos conta um pouco da história do antigo Asilo-colônia de Aimorés, hoje Instituto “Lauro de Souza Lima”, local onde eram internadas as pessoas portadoras da lepra ou hanseníase. Jaime trabalha na instituição desde o ano de 1976 como Servidor Público. Ao longo dos anos Jaime tem produzido muitos materiais registrando a história daquela instituição que abrigou milhares de pessoas enfermas, dentre as quais Jésus Gonçalves, o nosso homenageado que ali viveu entre 1933 e 1937. Em artigos e registros fotográficos que pretendemos amealhar com o concurso de amigos colabo- radores, tentaremos prestar da melhor forma que conseguirmos esta justa homenagem a este homem exemplar ao qual endereçamos nossos pensa- mentos da mais profunda e sincera gratidão. (Ismael Gobbo)
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Jaime, você pode nos fazer sua auto apresentação
Ismael, sou Jaime Prado 59 anos, brasileiro, casado com Helena Maria Antônio Prado, tenho uma filha Thaynara Fernanda Antônio Prado. Nasci na cidade de Santópolis do Aguapéi, SP, aos 25 dias de Março de 1953, filho de Mariano de Almeida Prado e Mariacy da Costa Prado. Meus pais tiveram três filhos, eu e minhas duas irmãs. Sou de família simples e por este motivo tenho minhas raízes profundas na humildade e preservo os ensinamentos dos meus pais já falecidos.
Qual a sua formação acadêmica e profissional?
Sou servidos público estadual há 36 anos, no atual Instituto “Lauro de Souza Lima”, em Bauru, SP, onde realizo um modesto trabalho na preservação da história do antigo Asilo-Colônia Aimorés, expondo fotos em preto e branco com datas, dados e textos referentes à história desta instituição genuinamente bauruense. Não sou nada além de um simples apaixonado pela história que eu conheço desde 1968, que apesar de possuir um rico material de informação nada em representado para a instituição. Sou Jornalista na Função de Repórter Cinematográfico: Mtb: 038076 pela FENAJ – Federação Nacional de Jornalismo.Trabalhei como Repórter Cinematográfico e colaborei na fundação da TV Centrinho da USP em Bauru/SP em 1996. Participei na fundação da TV USC da Universidade do Sagrado Coração a USC de Bauru/SP. Militei durante 10 anos consecutivos como Repórter Cinematográfico na Televisão da Universidade do Sagrado Coração, onde tive o prazer e o privilégio de acompanhar a visita do Papa Bento XVI no Brasil, de gravar com o Juiz Italiano Baltazar Garzon, o mesmo que prendeu o Pinochet e de documentar e gravar a última matéria com o professor do Toquinho, o saudoso PAULINHO NOGUEIRA, em sua residência em São Paulo dois dias antes da sua partida terrestre. Também gravei as ultimas entrevistas com as personalidades que cito: os inesquecíveis Paulo Autran, Mauro Rasy, Dom Vicente Marcheti Zioni, primeiro Bispo da História de Bauru e o Arquiteto bauruense Jurandir Bueno Filho. Ainda, tive o prazer de documentar com exclusividade a história do primeiro astronauta brasileiro Marcos Pontes em um passeio a bordo da antiga Maria Fumaça, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia realizada no prédio da extinta estação ferroviária de Bauru.
Como se deu o seu ingresso como funcionário no Asilo-Colônia Aimorés em Bauru, destinado aos portadores da hanseniase?
Bem, minha história com o Asilo-Colônia Aimorés vem de muito tempo. No ano de 1937, uma tia querida foi internada nessa colônia de isolamento. Ela foi levada de sua casa, numa cidadezinha do interior onde a família morava, pelos guardas do Departamento de Profilaxia da Lepra. Lá ela faleceu em 1946 e a família não teve o direito de saber onde ela estava, nem mesmo após a morte para visitar o seu túmulo. Este trauma eu carrego desde quando ouvi os relatos dos meus avôs sobre o fato. Também outro acontecimento marcante foi a internação de outra tia nossa ocorrido em 1956 o que a obrigou ficar separada dos quatro filhos por muitos e muitos anos, cerca de 30 anos, até a conclusão do seu tratamento. Apesar dos meus 59 anos de vida, o passado ficou gravado na minha memória, com imagens em preto e branco, e que fazem parte do meu arquivo histórico intimo.
Sabemos que a lepra, Mal de Hansen, ou hanseníase, é uma das doenças mais antigas e cujos registros encontramos na Bíblia, dentre outras fontes. Poderia nos falar alguma coisa sobre a doença desde a antiguidade e como eram tratadas as pessoas que a possuíam?
Nos registros da antiguidade, no Velho Testamento e também no Novo, o assunto é tratado em diversos momentos, inclusive com os relatos de que Jesus Cristo curou vários leprosos.. No livro Levítico, ao que consta escrito por Moisés, em seus capítulos 13 e 14, há descrição da doença, relatando sobre as manchas que apareciam na pele do doente e a consequente proibição das vítimas de conviverem com as demais pessoas. Segundo consta em países como a França, se queimava os portadores da lepra, para que o mal não se propagasse. A doença não deixa de ser um estigma ainda. Concluindo posso dizer que se acabamos com a palavra “lepra” ainda convivemos com a hanseníase que ainda é vista com ares preconceituosos e de temor.
Os portadores da lepra eram discriminados no Brasil?
Não só eram discriminados como afastados da família e da sociedade. Prova disto é que as antigas colônias eram construídas longe das cidades, como aconteceu com o Asilo-Colônia Aimorés, a ultima a ser construída no Estado de São Paulo, cujo início da construção se deu em 1928. Esta colônia está localizada, propositalmente, a cerca de 12 quilômetros do centro de Bauru., para excluir os doentes do convívio social.
Como eles, os doentes, eram segregados nessa época?
Muitos doentes eram retirados do convívio familiar ou isolados, alguns nas próprias casas onde residiam, em quartos independentes ou as vezes trancados em algum cômodo sem manter contato com os demais familiares. A alimentação era servida através de um buraco. As famílias desconheciam a causa da moléstia e isso causava clima de terror entre as pessoas. Alguns enfermos chegavam a carregar um pequeno sino para anunciar que era doente da lepra.
Quais as leis brasileiras que determinaram a segregação dos leprosos?
No Brasil as leis são antigas e dados históricos da década de 1920 já falam do inicio das construções dos conhecidos leprosário. A Lei Federal número 610, de 13 de janeiro de 1949 foi criada para isolar os portadores da lepra, quando os guardas do Departamento Sanitário e do DPL - Departamento de Profilaxia da Lepra saiam à procura dos doentes que muitas vezes eram denunciados pela própria família ou pelos vizinhos. Na época muitos eram levados à força, sem rumo e sem destino, ou melhor era encaminhados para a cidade dos excluídos, as antigas colônias de leprosos.
No Brasil, onde foram criados os estabelecimentos para abrigar os portadores da lepra?
Em vários estados foram construídas as colônias de isolamento. No estado de São Paulo podemos registrar: Colônia do Padre Bento, em Guarulhos; Colônia de Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes; Colônia de Cocais, em Jundiapeba, Colônia do Pirapitinguí, em Itu, e, por ultimo, a Colônia Aimorés, em Bauru que, por muito tempo, foi conhecida como “Cidade Jardim”, em referência à beleza da sua arquitetura e a bela jardinagem, bem cuidada pelos próprios internos da instituição.
Como foi concebida Colônia Aimorés?
A Colônia Aimorés surgiu como resultado de uma Campanha na Imprensa Bauruense, em março de 1926, idealizada pelo jornalista José Maria de Jorge Castro, do Diário da Noroeste. A proposta consistia na realização de um Congresso Regional, com a participação de todos os municípios da Região Noroeste para tratar da situação dos portadores de lepra. Como um dos resultados advindos do congresso, se deu a publicação de vários artigos na imprensa com a finalidade de sensibilizar a sociedade bauruense para com o drama dos doentes que viviam perambulando pelas ruas da cidade, esmolando para o sustento da sua própria família. Ressalta-se que apesar de doentes, eles, os portadores da lepra, precisavam pedir esmolas para a sua sobrevivência. Como Bauru era na época um centro dos entroncamentos ferroviários, a cidade recebia pessoas de todas as regiões do estado a procura de um lugar digno para amenizar seus sofrimento em relação a moléstia que lhes afastavam da sociedade. Em razão da discriminação, os doentes construíam seus barracos e tendas às margens das estradas de ferro Noroeste, Sorocabana e Paulista, no Horto Florestal e ao lado do Matadouro Municipal. No tocante aos modelos, as colônias eram mais ou menos iguais, e, segundo as informações e dados, elas seguiam os modelos das colônias de Carville, nos Estados Unidos.Em Bauru depois da primeira reunião com os 84 municípios da Região Noroeste, da qual foi aprovada a doação de 10% dos impostos dos municípios participantes, um projeto pioneiro no Brasil, diga-se de passagem, do qual a sua cidade, Araçatuba, fez parte, na reunião do dia 27 de Setembro de 1927, conforme consta da primeira Ata lavrada. Em 1928 iniciou-se a construção dos primeiros pavilhões que, em 13 de Abril de 1933, ou seja, há 79 anos passado, inauguraram o Asilo-colônia Aimorés, que nunca mais fechou seus portões em forma de arco para receber os doentes portadores da lepra.
Nesse estabelecimento os familiares eram admitidos junto com o doente?
Não se admitiam os contatos familiares. Exemplos claros, verídicos e comprovados foi o fato ocorrido com minhas tias, uma internada em 1937 e outra em 1956. A família não foi comunicada para onde elas foram levadas, deixando para trás os familiares, filhos e seus entes queridos. Foram levados para um verdadeiro campo de concentração nazista em terras brasileiras. .
É verdade que na época os portadores da doença que não se apresentavam espontaneamente eram caçados pelas autoridades?
Sim, a polícia e os guardas, verdadeiros jagunços do tenebroso e temível DPL - Departamento de Profilaxia da Lepra do Estado de São Paulo, e do Departamento de Vigilância Sanitária, com os homens armados e sem amor algum ao próximo, caçavam e pegavam impiedosamente aqueles que eram portadores da lepra. Muitos deles foram denunciados como no caso da minha tia em 1937, que foi colocada dentro do “camburão preto” que trazia gravado as três letras do terror DPL – Departamento de Profilaxia da Lepra, no caso do Estado de São Paulo.
Como era a vida na Colônia?
Segundo os relatos de um ex-interno do antigo Asilo-Colônia Aimorés, hoje com 93 anos de idade - eu sempre procuro conversar com ele obtendo informações sobre a história do passado objetivando repassar para as futuras gerações o significado da palavra lepra – este senhor nos diz que os campos de concentração nazistas deviam ser até melhores que as colônias de leprosos porque os guardas nazistas tinham saúde e agiam por si próprios enquanto que nos leprosários, o que se via, eram doentes espancando os próprios doentes por ordem do delegado que existia na colônia. Até cadeia ou masmorra existia na colônia. Os doentes trabalhavam para cuidar da colônia a fim de torná-la uma “gaiola de ouro”. Na verdade, por detrás das cercas que separava os dois mundos, o do sadio e o do doente, existia uma outra realidade da história, que a própria história ainda desconhece.
Pelo que se pode constatar nos registros fotográficos era uma verdadeira cidade?
Sim, era
um verdadeira cidade, construída pelo Estado, como já disse, distando
cerca de 12 km do centro da cidade. Aqui existia o Cassino Cine-Teatro, salas
de jogos, coreto na Praça Adhemar de Barros, Cadeia, Igreja, Cemitério,
Fábrica de Guaraná, Padaria, Sorveteria, Marcenaria, Marmoraria, Tipografia,
Olaria, Alfaiataria, quadra de basquete, campo de Malha e Bocha e lagos para
natação.Tem-se que registrar que, entre 1933 a 1937 período em que Jésus Gonçalves esteve internado, aliás o mais ilustre deles, este liderou
uma série de iniciativas que buscava promover a integração entre os internos,
amenizando-lhes a dor e o insulamento compulsório. Com efeito, por sua
iniciativa surgiram o Grupo de Balé, de Teatro, a Equipe de Futebol, a
Rádio Publicidade Aimorés (RPA), a Jazz Band, a Banda Furiosa, o jornal
O Momento, o Centro Espírita e inúmeras outras conquistas que de alguma forma
permitiam alguns momentos de alegria para quem carregava no peito tantos e
tantos sofrimentos. Não foi por acaso que cognominaram Jésus Gonçalves de
Missionário dos Leprosos no Asilo-Colônia Aimorés. Jaime, o atual Instituto Lauro de Souza Lima continua a atender os pacientes portadores de hanseníase? Sim, Ismael, o Instituto Lauro de Souza Lima em Bauru, SP, continua atendendo pacientes de todas as regiões do país. Como os pioneiros no Brasil, é um instituição de referencia da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e do Ministério da Saúde e, também referência mundial no tratamento e nas pesquisas em hanseníase. A trajetória do órgão foi esta ao longo do tempo: Leprosário de Bauru, em 1925 Leprosário da Estação Aimorés em 1927. Em 1928 iniciou-se a construção do Asilo-Colônia Aimorés que foi inaugurado em 13 de Abril de 1933. Sanatório Aimorés em 1949. Hospital Aimorés de Bauru em 1969. Hospital "Lauro de Souza Lima em 1974. Instituto "Lauro de Souza Lima" em 1989. Como se vê, a caminhada foi longa e pela instituição passou grandes personalidades da área médica voltadas ao combate da lepra, mal de Hansen ou hanseníase. Dentre eles podemos destacar o Prof. Dr. Diltor Vladimir Araújo Opromolla, que foi um dos discípulos do inesquecível Dr. Lauro de Souza Lima, um verdadeiro Bandeirante da Ciência Brasileira, o Médico Missionário dos Hansenianos, um Apostolo da Caridade que aplicava a medicina com o coração. Foi o responsável pela implantação do tratamento Sulfônico no Brasil, principalmente nas cinco colônias de isolamento do Estado de São Paulo. Foi Diretor do DPL- Departamento de Profilaxia da Lepra, Consultor Científico da ONU e que foi distinguido com vários títulos pela luta no combate á lepra. São muitos os casos atendidos no Instituto Lauro de Souza Lima? Ainda é grande o índice de incidência da doença? Sim, muitos casos que chegam de várias cidades da região e de outros estados. Infelizmente somos o segundo país do mundo em casos e com o índice de 8 a 10% deles apresentando sequelas irreversíveis, segundo os dados do Morhan Nacional. A incidência da moléstia ainda é preocupante no Brasil e em outros países também, motivo pelo qual a ciência luta incansavelmente para debelá-la, porém ainda fica no ar a pergunta: até quando? E ainda não temos a resposta.
Os pacientes atendidos são de que regiões? De todas as regiões do estado e do Brasil chegam pessoas a procura de tratamento e, para isto, o Instituto Lauro de Souza Lima se destaca entre um dos mais conceituados no país. Ainda existe preconceito com relação aos portadores do mal de Hansen? Amigo, o preconceito sempre vai existir por mais informação que se tenha. O trabalho do Morhan Estadual e Nacional que caminha prestando informações mas acho que ainda deveria ser divulgado muito mais nas Escolas, Municipais, Estaduais, nas Universidade Públicas e particulares.
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O jornalista e historiador Jaime Prado com a esposa Helena Maria ocasião em que restaurou o relógio da torre da igreja que permaneceu parado durante 30 anos |
O relógio da torre da igreja de Nossa Senhora das Dores no Asilo-colônia de Aimorés, restaurado por Jaime Prado |
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Igreja de Nossa Senhora das Dores no Asilo-colônia de Aimorés, em Bauru, SP |
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A Jazz Aimorés Band do Asilo-colônia de Aimorés. |
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Vista aérea do Asilo-colônia de Aimorés, em Bauru, SP |
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Foto de pavilhão do Asilo-colônia de Aimorés |
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O primeiro Baile da “Kermesse” no Asilio-colônia em Aimorés no ano de 1935 |
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Nota: Todas as notícias deste e de emails anteriores estão postadas no blog: http://ismaelgobbo.blogspot.com |
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Editoração e envio: Ismael Gobbo, Araçatuba, SP Gislaine Pascoal Yokomizo e Leonardo Yokomizo, Jacareí, SP |