Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP,  terça-feira, 26 de  julho de 2022

Compiladas por Ismael Gobbo

 

 

 

 

Notas

1. Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

2. Este e-mail é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas via e-mail  e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos de e-mail. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.

 

3. Este trabalho é pessoal e totalmente gratuito, não recebe qualquer tipo de apoio financeiro e só conta com ajuda de colaboradores voluntários. (Ismael Gobbo).

 

 

 

Atenção

Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui:

           

          https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/JULHO/26-07-2022.htm  

 

No Blog onde é  postado diariamente:

http://ismaelgobbo.blogspot.com.br/

 

Ou no Facebook:https://www.facebook.com/ismael.gobbo.1

 

   

 

 

Os últimos 5 emails enviados     

 

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O Evangelho Segundo o Espiritismo

 

 

 

 

 

 

(Copiado do site Febnet)

http://www.noticiasespiritas.com.br/2018/FEVEREIRO/27-02-2018_arquivos/image009.jpg

Moisés aparece na Transfiguração de Jesus. Pintura por Carl Heinrich Bloch.

Imagem/fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Transfigurationbloch.jpg

 

http://www.noticiasespiritas.com.br/2019/JANEIRO/11-01-2019_arquivos/image011.jpg

Jesus falando com Nicodemos. Obra de William Brassey

Imagem/fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Nicodemus#/media/File:William_Brassey_Hole_Nicodemus.jpg

 

No diálogo de Jesus com Nicodemos falou o Mestre: "Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo." (João, 3,1-8) 

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2021/JUNHO/21-06-2021_arquivos/image045.jpg

 Ecce homo. Obra de Mihály Munkácsy

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Munk%C3%A1csy_Ecce_Homo_part.JPG

 

http://www.noticiasespiritas.com.br/2017/FEVEREIRO/28-02-2017_arquivos/image013.jpg

Cristo aparece a Maria Madalena. Óleo sobre tela de Pietro da Cortona.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pietro_da_Cortona_-_Cristo_appare_a_Maria_Maddalena.jpg

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2021/JUNHO/21-06-2021_arquivos/image047.jpg

Quadro: A Ascensão de Cristo. Óleo no painel por Benvenuto Tisi da Garofalo.

Fonte:. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Benvenuto_Tisi_da_Garofalo_-_Ascension_of_Christ_-_WGA08474.jpg

 

 

 

Sem limitações

 

Quantas vezes reclamamos por ter muito trabalho? Ter peso a carregar? Ter alguma coisa mais difícil para elaborar?

É comum que nos afirmemos incapazes de realizar isso ou aquilo.

Quer dizer: damo-nos por vencidos, antes mesmo de tentar, de batalhar para conseguir.

Muitas pessoas, no entanto, nos dão exemplos de que para quem deseja, nenhum obstáculo é bastante forte para impedir o alcance do objetivo.

Recordamos Beethoven que, totalmente surdo, compôs oito das suas sinfonias.

É um testemunho do triunfo do Espírito sobre a matéria.

Ravel compôs um concerto de piano para a mão esquerda, especialmente dedicado a um pianista amigo que perdera a mão direita na guerra.

Um dos mais extraordinários exemplos de triunfo sobre a matéria nos dá o polonês Arystarch Kaszkurewicz.

Poucos devem ter ouvido falar a respeito desse homem ímpar que morreu, no ano de 1989, no anonimato, em São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo.

Dedicou-se à arte sacra, notadamente à arte de vitrais, mosaicos e afrescos.

Também fez cerca de vinte vitrais contando a História da Colonização do Brasil.

Sua arte está espalhada em dezenas de igrejas, templos, basílicas e hospitais pelo país. Uma autora o chamou de O arquiteto dos deuses.

A História desse artista poderia ser como tantas outras não fosse pela peculiaridade com que se desenrolou.

Arystarch era pós-graduado em Direito em Varsóvia e cursou Belas Artes na Alemanha.

Nascido em 1912, durante a Segunda Guerra Mundial, sofreu a perda das duas mãos e do olho esquerdo, em consequência da explosão de uma granada.

A limitação física e a perseguição aos poloneses fizeram com que ele escolhesse o Brasil para continuar vivendo com sua esposa e seu filho.

Desejava reconstruir sua vida.

Na época, havia um decreto em nosso país proibindo a imigração de deficientes físicos.

O país precisava de mãos laboriosas para a produção.

Foi por intervenção de uma instituição religiosa alemã que, em 1952, o presidente Getúlio Vargas lhe deu a autorização.

Ele desembarcou no porto de Santos com a reduzida família e se fixou, posteriormente, em São Bernardo do Campo.

A princípio, trabalhou como empregado em uma casa especializada em vitrais. Somente pedia uma coisa: que lhe arregaçassem as mangas.

Usava os tocos dos dois pulsos para segurar o lápis, a caneta, o pincel e trabalhava com rapidez.

Peregrinou por todo o país, que adotou como lar, espalhando a beleza e a esperança, através de sua arte.

Avesso à publicidade, morreu no anonimato.

A poesia dos seus vitrais encanta as criaturas, mesmo que suas obras não tragam sua assinatura.

*   *   *

Não nos deixemos abater pelas tempestades da vida. Se temos um corpo perfeito, pensemos em quantos gostariam de usufruir dessa ventura.

E, mesmo em suas limitações, se encantam pela vida e deixam a sua poesia, a sua alegria e a sua esperança para que outros com elas se felicitem.

Limitados, se superam.

Mutilados, afirmam com sua obra que o Espírito é soberano, senhor do corpo a quem governa.

Pensemos nisso e não nos permitamos deixar de produzir o bem, o bom, o belo.

Redação do Momento Espírita, com base na
 biografia de Arystarch Kaszkurewicz, do
livro 
Arystarch, o arquiteto dos deuses,
de Raquel Bueno.
Em 25.7.2022.

 

Escute o áudio deste texto

http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=6730&stat=0 

 

(Copiado do site Feparana)

 

Retrato de Ludwig van Beethoven em 1815. Autor: Joseph Willibrord Mähler

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Beethoven_M%C3%A4hler_1815.jpg         

 

 

 

Ludwig van Beethoven

Ludwig van Beethoven[n 1] (batizado 17 de dezembro de 1770 - 26 de março de 1827) foi um compositor e pianista alemão. Beethoven continua sendo um dos compositores mais admirados da história da música ocidental; suas obras estão entre as mais executadas do repertório da música clássica e abrangem a transição do período clássico para o romântico na música clássica. Sua carreira foi convencionalmente dividida em períodos iniciais, intermediários e tardios. Seu período inicial, durante o qual ele forjou seu ofício, é tipicamente considerado como tendo durado até 1802. De 1802 a cerca de 1812, seu período intermediário mostrou um desenvolvimento individual dos estilos de Joseph Haydn e Wolfgang Amadeus Mozart, e às vezes é caracterizado como heróico . Durante esse tempo, ele começou a ficar cada vez mais surdo. Em seu período tardio, de 1812 a 1827, ele estendeu suas inovações na forma e expressão musical.

LEIA MAIS NESTE LINK:

https://en.wikipedia.org/wiki/Ludwig_van_Beethoven 

 

TRADUÇÃO PELO GOOGLE.

Retrato de Ludwig van Beethoven ao compor a Missa Solemnis. 1820. Óleo sobre tela de Karl Joseph Stieler.

Copiado de https://en.wikipedia.org/wiki/Ludwig_van_Beethoven

Jacques February tocando o Concerto para a mão esquerda, na presença de Maurice Ravel, na casa de Françoise e Jacques Meyer, 12 rue Alfred de Vigny, Paris 8, antes de Jacques February partir para os Estados Unidos. 1937.

Imagem copiada de:

 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jacques_F%C3%A9vrier_%26_Maurice_Ravel,_Concerto_pour_la_main_gauche,_1937.jpg

 

 

 

LEIA E VEJA OBRAS DE ARYSTARCH  KASZKUREWICZ NO LINK:

http://bomlero.blogspot.com/2013/06/arystarch-kaszkurewicz-infelizmente.html

 

 

 

No curso da vida

 

Pelo Espírito André Luiz.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Ideal Espírita. Lição nº 78. Página 189.

 

Exemplifique o bem desinteressado. Os nossos atos demonstram a proximidade ou a distância em que vivemos da Lei Divina.

Viva com alegria. O presente já faz parte de nossa vida imortal.

Pondere cada atitude. Tanto é difícil saber fazer quanto saber não fazer.

Evite o isolamento sistemático. Somos peças integrantes do ambiente em que existimos.

Entenda a função da posse efêmera. Nem a riqueza e nem a privação expressam virtude.

Não fuja ao começo. A caridade corrige qualquer erro.

Estude incansavelmente. Alcançar novos conhecimentos é formular novas indagações.

Cultive confiança. Com temor não há progresso.

Seja paciente na dor. Crise, muitas vezes é o nome que aplicamos à transformação do mal em bem.

Amolde-se aos padrões do Evangelho. Na essência, o mundo atual permanece quase o mesmo da época de Jesus.

 

(Texto recebido em email do pesquisador e  divulgador Antonio Sávio, de Belo Horizonte, MG)

A viagem da vida. Obra de Thomas Cole.

Copiado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Cole 

Monge Alimentando os Pobres.Óleo sobre tela de Louis Gallait. Imagem/fonte:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Louis_Gallait_-_Monk_Feeding_the_Poor_-_WGA8437.jpg 

A pitada da pobreza. Óleo sobre tela de Thomas Benjamin Kennington

Imagem/fonte:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Thomas_B._Kennington_-_The_pinch_of_poverty_-_Google_Art_Project.jpg  

http://www.noticiasespiritas.com.br/2019/OUTUBRO/23-10-2019_arquivos/image044.jpg

Estudo para Jesus em Cafarnaum (1885). Óleo sobre tela de Rodolpho Amoêdo

Pinacoteca do Estado de São Paulo. São Paulo. Foto Ismael Gobbo

 

 

Comemoração de 60 anos da fundação do CEAK de Penápolis

Transmissão pelo Facebook

 

(Recebido de Mensagens Diárias)

 

 

Programação do 17º. Aniversário do

 Centro Espírita Joanna de Ângelis. Lima, Peru.

 

17º.  Aniversario del Ceja Lima Perú.

Conferencia Presencial La Felicidad depende de ti, con la participación de Jorge Berrio Bustillo. El sábado 6 de agosto a las 19 horas, en el Centro Cultural Cafae-Se  avenida Arequipa 2985 San Isidro. Con protocolo de seguridad. Ingreso gratuito.

 

 

(Recebido de Amigos del Espiritismo)

 

 

Nosso Lar em poesia

 

A Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes, transmitiu programa com Ilza Godinho (de Blumenau, SC), apresentando em forma de poesias trechos de capítulos do livro “Nosso Lar”, de André Luiz (FCX). Esse programa do dia 24 de julho se insere na série da Estação alusiva aos 20 anos da partida de Chico Xavier.

Acesse pelo link:

https://www.youtube.com/watch?v=ErayzN1VR9Q

 

 

(Recebido em emails de Antonio Cesar Perri de Carvalho [[email protected]] e GEECX)

 

 

Informações  da Use Marília sobre programações do Departamento de Estudos Sistematizados da USE/SP. Leia abaixo

 

(Recebido em email de Donizete Pinheiro, Marília, SP)

 

 

Comece pelo Começo- 50 anos

1972 - 2022

 

(Informação em email de Donizete Pinheiro, Marília, SP).

 

 

Programação do C.E. Raymundo Mariano Dias

Birigui, SP

 

.

.🎤 Palestra Presencial - Centro Espírita Raymundo Mariano Dias

Rua Bandeirantes nº 183, Centro, Birigui - SP

🗓️ SEXTA-FEIRA - 29/07/2022 - às 20hs
📖 TEMA: "O exercício da gratidão"

🗣️ PALESTRANTE: Roberto Comparoni

🎼  HARMONIZAÇÃOAriane Bego
.

À partir das 19h30min inicia o ATENDIMENTO FRATERNO

À partir das 20hs inicia a 👧👦EVANGELIZAÇÃO Infantil e Pré-Mocidade.

.
⚠️ CUIDADOS
😷 Opcional o uso de máscara
🧍🏼‍♀️↔️🧍🏻‍♂️ Distanciamento

🙌🏻 Higiene das Mãos

🎥 A palestra também será transmitida pelo Facebook do C. E Raymundo Mariano Dias:

https://www.facebook.com/ceraymundomarianodias

.

Sejam Bem Vindos(as)!!!


https://ci3.googleusercontent.com/mail-sig/AIorK4yqTGgRlo6Ht9KTtj4Z-fdxl6DgNj3FfQib0uuQq7fKj68GJAh9mQwYhpdI2QZKpfnKhWTqE4A

 

 

 

 

 

(Recebido em email de C E Raymundo Mariano Dias [[email protected]])

 

 

Convite para o 10º. Movimento Você e a Paz

Amparo, SP

Prezado (a),

 

Ref.: Convite para o 10º Movimento Você e a Paz.

 

Temos a honra de convidá-lo (a) para participar do 10º Movimento Você e a Paz, que acontecerá pela décima vez em nossa cidade no dia 07 de agosto, domingo, na Praça Pádua SallesAmparo/SP, e cuja proposta é colaborarmos juntos para uma humanidade mais pacífica e proporcionarmos o cultivo da paz interior nos indivíduos.

O Movimento Você e a Paz é uma atividade sem caráter religioso ou político, idealizado por Divaldo Pereira Franco e mobilizado pelo ideal de uma vivência pacífica entre as criaturas humanas, buscando levar os indivíduos a uma reflexão profunda quanto à necessidade de renovação dos sentimentos e mudança de comportamento, a fim de superarmos a atual conjuntura de violência e agressividade em que nos encontramos.

Iniciado em 1998 em Salvador, hoje o movimento é promovido em mais de 75 cidades do mundo, sendo 60 delas no Brasil e as demais em 12 países onde o Movimento se expandiu. Foi lançado, inclusive, na sede da ONU, em Nova Iorque, em abril de 2013 e, em seguida, em Miami.

Esse momento especial irá se iniciar às 9 horas, com a Caminhada pela Paz e durante o dia, das 14 às 16 horas, ocorrerão atividades culturais diversas para todos os públicos. A partir das 18 horas teremos as mensagens de paz que serão transmitidas por Dom Luiz Gonzaga Fechio, Bispo Diocesano de Amparo; Pastor Rubens das Virgens, da Assembleia de Deus Ministério do Belém de Amparo e Divaldo Pereira Franco, fundador do Movimento, Médium e Orador Espírita; seguidas da apresentação do cantor Daniel.

Ressaltando a importância deste encontro, e por mais esta oportunidade de confraternização entre todos nós, muito nos gratificaria recebê-lo (a) neste evento.

Fraternalmente.

 

Ana Maria Veroneze Beira

Comissão Organizadora

10º Movimento Você e a Paz – Amparo/SP

 

     

 

(Informações recebidas em email de Gislaine Martins. [[email protected]])

 

 

Palestra via live com Geraldo Campetti.

Núcleo Espírita Amor e Paz.  Marília, SP

 

(Informação recebida de Donizete Pinheiro)

 

 

Programação da Use Intermunicipal de Marília. Aprimorando a Mediunidade. Live com o expositor Donizete Pinheiro

 

(Informação recebida de Donizete Pinheiro)

 

 

Encontro de dirigentes e trabalhadores espíritas

da região de Marília. Marília, SP

 

(Informação recebida de Donizete Pinheiro)

 

                                         

XVI FEMEU- Festival de Música Espírita

Uberaba, MG

 

 

(Recebido em email de Luiz Carlos de Souza [[email protected]])

 

 

32o. Concurso de Poesia com Temática Espírita


        A Arte Poética Castro Alves, com apoio da Fundação Espírita André Luiz, promove o 32o. Concurso de Poesia com Temática Espírita, cujas inscrições se encerrarão no dia 30 de setembro de 2022.
        Os participantes enviarão apenas uma poesia, (de sua autoria)  - informando: nome e sobrenome,   endereço completo (rua ou avenida, número, cep), telefone, e-mail e  xerox da carteira de identidade. O envio pode ser feito pelo  e-mail: [email protected]  - ou por carta,  para o endereço: Arte Poética Castro Alves,  32o. Concurso de Poesia com Temática Espírita -  Caixa Postal 65077, São Paulo (SP), cep 01318-970.
        A festa para a entrega do Prêmio Castro Alves aos autores das  poesias vencedoras ocorrerá no dia 11 de dezembro de 2022 (domingo), das 15 às 18 horas, no Anfiteatro do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, Rua Duarte de Azevedo, 691, Santana, São Paulo (SP). Apresentação: José Damião e Guiomar Santana, da Rádio Boa Nova e TV Mundo Maior. Parte artística:  Leandro Gomes - violino;  Sandra Carvalhaes - piano.  Palestra do escritor e conferencista Adeilson Sales. 

 

Concurso de Poesia com Temática Espírita em  2021. Foto recebida de José Damião.

 

(Informação recebida em email de Jose Damiao [[email protected]])

 

 

Site da Federação Espírita Brasileira

Brasília, DF

 

Clique aqui:
https://www.febnet.org.br/portal/

 

 

 

 

Site da Feparana- Federação Espírita do Paraná

Curitiba, PR

 

Acesse:

http://www.feparana.com.br/

 

 

 

 

Site da FEEB- Federação Espírita do Estado da Bahia

Acesse no link

 

Clique aqui:

https://www.feeb.org.br/

 

 

 

Se te for possível colabore com o Abrigo Ismael- Departamento da centenária União Espírita “Paz e Caridade”. Araçatuba, SP

 

ACESSE O SITE AQUI:

http://abrigoismael.com.br/  

O Abrigo Ismael comemorou  80 anos no dia 3 de outubro de 2021

 

 

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União Espírita Paz e Caridade, desde o ano 1921, vem atuando para abrandar o sofrimento de idosas carentes, suprindo-lhes todas as suas necessidades. Atualmente, conta com uma equipe de enfermagem, auxiliares, nutricionista, assistente social, médico, e fornece seis refeições diárias, medicamentos, lazer, atividades físicas e lúdicas, visando sempre a maior qualidade de vida possível nesta fase da vida. Em todos esses anos sempre contou com a colaboração da sociedade araçatubense, o qual agradecemos de todo o coração.

 

 

Sem título

 

 

 

 

Revista eletrônica semanal O Consolador

Londrina, Pr

 

Acesse aqui:

www.oconsolador.com.br

 

 

 

 

 

 

Boletim semanal do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier

São Paulo, SP

GEECX_LogoOriginal.png

Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier

Boletim semanal – Ano VIII

4a semana de Julho de 2022

 

 

Influências do contexto familiar; Livro de poemas pioneiro de Chico Xavier; Espiritismo e política – as leis morais; Os poemas e o contexto de Parnaso – 90 anos após o lançamento; Oração

 

Artigo – Influências do contexto familiar:

http://grupochicoxavier.com.br/influencias-do-contexto-familiar/

 

Videos:

- Livro de poemas pioneiro de Chico Xavier:

http://grupochicoxavier.com.br/livro-de-poemas-pioneiro-de-chico-xavier/

 

- Espiritismo e política – as leis morais:

http://grupochicoxavier.com.br/espiritismo-e-politica-as-leis-morais/

 

- Os poemas e o contexto de Parnaso – 90 anos após o lançamento:

http://grupochicoxavier.com.br/os-poemas-e-o-contexto-de-parnaso-90-anos-apos-o-lancamento/

 

Mensagem – Oração:

http://grupochicoxavier.com.br/oracao/

 

o0o

“Uma excelsa voz ressoa,

No Universo inteiro ecoa:

“Para a frente caminhai!

“O amor é a luz que se alcança,

“Tende fé, tende esperança,

“Para o Infinito marchai!”

Castro Alves

 

 

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Parnaso de além túmulo. Marchemos. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB. 1932)

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Com fraternal abraço,

Equipe GEECX

 

 

(Recebido em email de Antonio Cesar Perri de Carvalho [[email protected]]- GEECX)

 

 

Luís Olímpio Teles de Menezes

(26-07-1825 – 16-03-1893)

 

http://seir.org.br/wp-content/uploads/2018/09/Nascimento-de-Telles-de-Menezes-230x300.jpg

Teles de Menezes

https://seir.org.br/teles-de-menezes/    

 

Pré-história do Espiritismo no Brasil

Foi em meados de 1853 que as primeiras manifestações espiríticas, por meio das chamadas “mesas girantes e falantes”, entraram no Brasil. Os singulares fenômenos, que então empolgavam a América do Norte, a Europa e parte da Ásia, eclodiram, quase que simultaneamente, na Corte do Rio de Janeiro, no Ceará, em Pernambuco e na Bahia. Figuras ilustres de nossa Pátria, como o Marquês de Olinda, os Viscondes de Uberaba e de Monte Alegre, o Barão de Cairo (Bento da Silva Lisboa), o Conselheiro Barreto Pedroso, monsenhor Joaquim Pinto de Campos, o magistrado Dr. Henrique Veloso de Oliveira, o historiador Alexandre José de Melo Morais, o Dr. Sabino Olegário Ludgero Pinho, o Prof. Dr. José Mauricio Nunes Garcia, os Generais José Inácio de Abreu e Lima e Pedro Pinto, etc., foram alguns dos homens notáveis da época interessados na observação e no estudo dos incipientes fenômenos espíritas, então complementados por assombrosos diagnósticos e curas de doenças que se obtinham por intermédio de sonâmbulos, e de cuja veracidade deram testemunho inúmeros outros políticos, médicos e pessoas gradas da sociedade, conforme o noticiário publicado nos jornais daqueles tempos. Foram, todavia, as “mesas girantes” o fenômeno que mais impressionara a letrados e iletrados. Nos vastos salões senhoriais, cavaleiros e damas de distinta consideração agrupavam-se em torno de mesas e, colocando os dedos mínimos sobre elas, ficavam na expectativa de vê-Ias moverem-se, ou bater os pés em respostas inteligentes às perguntas que se lhes faziam. De quando em vez registravam-se extraordinárias manifestações do Além, mas só raramente despertavam reflexões mais sérias entre os assistentes em geral.

A “época heroica das mesas girantes”, assim chamada pelo Dr. J. Grasset, constituiu, em todo o mundo, o “período de gestação” do Espiritismo. A obra codificadora de Allan Kardec abriu, em 1857, novos horizontes para a Humanidade. E o Brasil, onde era considerável a influência francesa, recebia, poucos anos depois, os primeiros livros da Codificação Kardequiana, aqui se tomando, afinal, conhecimento do verdadeiro significado dos fatos acima referidos, sobre os quais se havia levantado toda uma nova doutrina de verdades filosóficas e religiosas. Na Corte de 1860, um ilustrado francês, o Prof. Casimir Lieutaud, poeta e contista, diretor-fundador de um Colégio onde lecionava a língua francesa, autor do apreciadíssimo “Tratado Completo da Conjugação dos Verbos Franceses, Regulares e Irregulares” (1859), cuja 25ª edição saiu em 1957, — dava a público a primeira obra de caráter espírita impressa no Brasil (e quiçá na América do Sul): “Les temps sont arrivés” (“Os tempos são chegados”).

Seguiu-se a esta, em português, a brochura de Allan Kardec intitulada “O Espiritismo na sua mais simples expressão”, traduzida do francês por Alexandre Canu. Três edições sucessivas, todas impressas em Paris, saíram em 1862, o mesmo ano de lançamento da 1ª edição francesa, fato este que chamou a atenção do próprio Codificador. Em vários Estados da União o movimento espírita primário começou a ganhar rumos mais definidos. Os adeptos, isolados a princípio, puseram-se a formar grupos íntimos para o estudo das obras kardequianas e para experiências mediúnicas. Foi principalmente na classe esclarecida da sociedade que o Espiritismo fez, aqui, seus primeiros progressos, posto que as obras fundamentais, por não se acharem ainda traduzidas para o vernáculo, não podiam ser lidas pelas classes menos instruídas. Os referidos grupos só congregavam umas poucas pessoas, geralmente da intimidade familiar, não dando ensejo, por isso, a maior divulgação das novas doutrinas. Foi, então, que um venerável vulto baiano, levado, segundo suas próprias palavras, “por um concurso de circunstâncias inexplicáveis”, deu o primeiro passo para que o povo igualmente recebesse os ensinos consoladores trazidos pelos Espíritos do Senhor. Referimo-nos a LUIS OLIMPIO TELES DE MENEZES, do qual passamos a narrar a

Vida e Obra

Este valoroso pioneiro do Espiritismo no Brasil, filho do Oficial de Exército Fernando Luís Teles de Menezes e de D. Francisca Umbelina de Figueiredo Menezes, nasceu na cidade do Salvador, Bahia, aos 26 de julho de 1825, e desencarnou no Rio de Janeiro a 16 de março de 1893.

Bem cedo ainda, resolveu seguir a carreira militar, inscrevendo-se no curso de Artilharia. Pouco tempo depois, entretanto, deu novo rumo ao seu espírito empreendedor, dedicando-se ao magistério particular e às letras.

Por vários anos foi professor de instrução primária e de latim, tendo publicado um compêndio de “Ortoépia da Língua Portuguesa”. Interessando-se pela estenografia, estudou-a sem mestre, e desde logo se revelou hábil nessa arte, sendo então convidado para exercer a profissão, muito rara naqueles tempos, na Assembleia Legislativa da Bahia, a cujo serviço permaneceu cerca de trinta anos. Autodidata por excelência, acumulou muitos e variados conhecimentos, que lhe granjearam o respeito e a consideração de inúmeras pessoas altamente colocadas na sociedade de Salvador.

Em Setembro de 1849, distinto grupo de associados entre os quais se destacava o jovem L. O. Teles de Menezes, fundou “A Época Literária”, jornal de caráter científico, literário e histórico, com dissertações sobre belas-artes. Publicada sob os auspícios do Visconde da Pedra Branca, do Conselho de S. M. o Imperador D. Pedro II e grande protetor das letras pátrias, “A Época Literária” recebeu o apoio de influentes personalidades da capital baiana, inclusive do sábio Arcebispo D. Romualdo Antônio de Seixas, que considerou importante o serviço que o referido órgão prestava e prestaria à ilustração do País. Do corpo de redação faziam parte José Martins Pereira de Alencastre, Dr. Manuel Maria do Amaral Sobrinho, José Álvares do Amaral e Dr. Inácio José da Cunha, tendo estes dois últimos ingressado, mais tarde, no Espiritismo.

Em suas páginas —escreveu o acadêmico Dr. Pedro Calmon — colaboraram os melhores espíritos da época, entre eles Moniz Barreto, Pinheiro de Vasconcelos, Adélia Fonseca, João Gualberto de Passos, Laurindo José da Silva Rabelo, etc. Teles de Menezes, então com a idade de 24 anos, já casado, havia um ano, com D. Ana Amélia Xavier de Menezes, publicou ali a sua novela — “Os Dois Rivais” e foi, sem dúvida, o mais entusiasmado do grupo, o verdadeiro dirigente do jornal, escrevendo substanciosos editoriais, a extravasar seu elevado patriotismo e o constante amor às boas causas.

Apesar dos esforços e do ardor juvenil de Teles de Menezes, a empresa, tão bem principiada, malogrou ante a incompreensão quase que geral do público e dos críticos invejosos. Era menos uma folha literária entre as pouquíssimas então existentes na Bahia… Corre o tempo. Na data de 3 de maio de 1856 é solenemente instalado em Salvador o (antigo) Instituto Histórico da Bahia. Congregando em seu seio as mais altas figuras da inteligência e da cultura baianas, teve como primeiro presidente o Arcebispo D. Romualdo, Marquês de Santa Cruz. Teles de Menezes é proposto, em 1857, para sócio efetivo, o mesmo acontecendo com outros homens de alto nível cultural, entre os quais o seu amigo Dr. Manuel Pinto de Souza Dantas.

De julho de 1861 a maio de 1865, o nosso biografado ocupou o cargo de tesoureiro no referido Instituto.

A seguir, e durante dois anos, foi eleito para a Comissão de Fundos e Orçamento. Daí por diante nada mais conseguimos apurar.

No último período acima referido, galgou a presidência do Instituto Histórico o novo Arcebispo da Bahia, D. Manuel Joaquim da Silveira, cuja Pastoral sobre “os erros perniciosos do Espiritismo”, datada de 16 de Junho de 1867, e dada ao conhecimento público em 25 de Julho, foi desassombradamente analisada e comentada por Teles de Menezes, no mês seguinte, numa célebre “Carta” aberta ao Metropolitano e Primaz do Brasil, “Carta” que teve duas edições no mesmo ano de lançamento, sendo que a segunda é precedida de um longo “Prefácio” em que o Autor justifica as doutrinas espíritas no atinente à preexistência, reencarnação e manifestação dos Espíritos, juntando um artigo favorável publicado no jornal jesuítico — “La Civiltà Cattolíca”, de 1857.

Segundo cremos, essa Pastoral surgiu por causa da propaganda ostensiva da Doutrina Espírita nas terras baianas, quer em folhetos, quer nos jornais leigos, ressaltando-se dois acontecimentos que certamente vieram apressar o pronunciamento público daquele ilustre prelado. Um deles diz respeito ao artigo que Teles de Menezes, José Álvares do Amaral e o Dr. Joaquim Carneiro de Campos subscreveram e inseriram no “Diário da Bahia” de 28 de Setembro de 1865, artigo que refutava o trabalho do Dr. Déchambre, publicado, havia seis anos, na “Gazette Médicale”, de Paris, e que, nos dias 26 e 27, saíra, em tradução, no mesmo “Diário da Bahia”. O artigo-réplica daqueles três impávidos vanguardeiros ecoou favoravelmente no espírito dos leitores, chegando ao conhecimento do próprio Allan Kardec, que em sua “Revue Spirite” de novembro de 1865 expressou, em torno do fato, a justa satisfação que lhe ia n´alma, projetando-se assim, pela vez primeira, no cenário espírita mundial, o nome do Brasil.

Outra ocorrência que motivou a movimentação maior do Clero foi o lançamento, em Salvador, no ano de 1866, do opúsculo “O Espiritismo – Introdução ao Estudo da Doutrina Espirítica”, impresso pela “Tip. de Camilo de Lellis Masson & C.”. Eram páginas extraídas e traduzidas por L. O. Teles de Menezes da 13ª edição francesa de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, e havia como “Apêndice” um estudo de outro autor francês. Antecede essa obra o prefácio “Lede”, em que Teles de Menezes diz do seu júbilo ‘de ter sido o primeiro na Bahia que, fervorosamente, esposou a doutrina espirítica’, afirmando, adiante, ser a sua Província natal, “metrópole de todas quantas grandes ideias surgem no Brasil”, a escolhida pela Bondade Divina para ser o centro donde as ideias espíritas se irradiariam por toda a Nação.

Não obstante a Pastoral do Arcebispo e a brochura do Padre Juliano José de Miranda, secretário da Sé Metropolitana, escrita em contestação à “Carta” de Teles de Menezes, nada impediu que o Espiritismo multiplicasse adeptos na Bahia, aprofundando raízes nos corações férteis e generosos do povo.

Afora isso, o movimento desenvolvia-se a olhos vistos nas demais Províncias. Na capital de S. Paulo, ainda no ano de 1866, era dado a público, pela ‘Tipografia Literária’, uma outra brochura de propaganda: “O Espiritismo reduzido à sua mais simples expressão’, também de Kardec, sem nome de tradutor. Na Corte do Rio de. Janeiro, Casimir Lieutaud, a quem já nos referimos atrás, trabalhava ativamente na divulgação dos ideais espíritas. Igualmente em 1866, saía a lume um livrinho de sua autoria: ‘Legado de um mestre aos seus discípulos’, composto de contos morais, de algumas poesias em francês e de um excerto de J. J. Rousseau sobre os deveres das moças. Pois bem! o ‘Prefácio’ dessa obra era uma bela página extraída e traduzida da 1ª edição francesa de “O Evangelho segundo o Espiritismo”. Fora Lieutaud grande amigo do Brasil e dos brasileiros e manteve estreito contacto com Teles de Menezes, com quem se correspondia amiúde. Mesmo durante a sua estada temporária na França, ainda ao tempo de Kardec, o erudito espírita enviava de Oloron-Sainte-Marie (Baixos Pireneus), ao confrade baiano suas preciosas colaborações. Retomando ao Rio de Janeiro, foi eleito tesoureiro da primeira diretoria do «Grupo Confúcio», criado em 1873, inscrevendo-se, mais tarde, entre os membros fundadores da Federação Espírita Brasileira.

“Grupo Familiar do Espiritismo”

Objetivando espalhar por esses Brasis afora as sementes da Terceira Revelação, o Alto, que a tudo presidia, escolhera como ponto de irradiação a dadivosa Bahia, onde foram lançados os alicerces da Nação cristã que hoje somos e da “Pátria do Evangelho” que haveremos de ser. E é, então, na ‘Leal e Valorosa Cidade’ do Salvador que Luís Olímpio Teles de Menezes organiza uma sociedade nos moldes desejáveis, regida por Estatutos que facultavam o ingresso de quaisquer estudiosos e instituíam o trabalho assistencial nos meios espíritas. Fundou-se assim, a 17 de setembro de 1865, o “GRUPO FAMILIAR DO ESPIRITISMO”, o primeiro e legítimo agrupamento de espíritas no Brasil, destinado igualmente a orientar a propaganda e a incentivar a criação de outras sociedades semelhantes pelo resto do País.

“O dia 17 de setembro de 1865” — escreveu Teles de Menezes — “marcará uma época feliz em nossa vida, e o deverá também ser nos fastos do Espiritismo no Brasil”. Às 23,30 horas[1] desse mesmo dia, os membros do Grupo recém-fundado recebiam, assinada por “Anjo de Deus”, a primeira página psicográfica de que se tem notícia na Bahia, fato este que lhes trouxe inefável felicidade. Dos termos desta e de outras mensagens posteriores, depreende-se que o Espírito comunicante revelava-se possuído de elevados dotes morais, embora ainda preso a certos dogmas católicos, que entremostravam a presença, talvez, de um sacerdote desencarnado não havia muito.

Em razão de todo esse conjunto de sucessos pioneiros, é que a Bahia é tida como o “berço do Espiritismo” em terras brasileiras.

Na presidência do “Grupo Familiar do Espiritismo ‘, Teles de Menezes distinguiu-se pelo seu ânimo forte, pela sua cultura e elevação de sentimentos, suportando com destemor e firmeza d´alma o espírito zombeteiro dos incrédulos e materialistas da terra de Gregório de Matos, bem como o ambiente hostil da religião dominante, então a Religião do Estado, segundo o art. nº § 5°, da Constituição do Império. É exemplo expressivo das chacotas e chufas, lançadas contra ele e o Espiritismo, os versos e as curtas e burlescas composições teatrais que a “Bahia ilustrada”’ publicava desde o ano de sua fundação, em 1867. Esse mesmo jornalzinho de Salvador estampou várias caricaturas depreciativas do Espiritismo, quase todas grosseiras, ofensivas ou injuriosas. Tudo isso era feito sem que as autoridades fizessem valer o art. 277 do Código Criminal do Império, artigo que prescrevia pena para quem abusasse ou zombasse de qualquer culto estabelecido no Brasil. E não havia como negar o caráter religioso do Espiritismo já naquela época, caráter reconhecido pelo próprio Arcebispo da Bahia, D. Manuel Joaquim da Silveira, ao escrever: “O Espiritismo é essencialmente religioso, ou antes, é um atentado contra a Religião Católica.

No curioso artigo intitulado “Seria Castro Alves espírita?”, publicado em “Globo” de 19/8/61, o brilhante homem de letras, crítico e ensaísta baiano, Dr. Eugênio Gomes, conta que Castro Alves volveu à Bahia justamente em meado daquele ano de 1867, quando mais adverso era o ambiente para com o Espiritismo, ali permanecendo até fevereiro de 1868.

Certamente eram do conhecimento de Castro Alves, apaixonado discípulo de Vítor Hugo, as experiências com as “mesas girantes” realizadas na ilha de Jersey.

Por meio desse processo, o romancista de “Os Miseráveis”, juntamente com Augusto Vacquerie, Sra. Emílio de Girardin e outros vultos da Literatura francesa, tinham obtido notáveis comunicações do Além. O fato é que a doutrina dos Espíritos já influenciava várias produções do genial poeta de “Les Contemplations”, inclusive o seu poema autobiográfico “A Olímpio”, traduzido por Castro Alves.

Chegando à terra natal, o jovem poeta baiano, que sempre se bateu contra qualquer opressão e que vibrava com todas as ideias novas, viu “a doutrina de Kardec lutando por um lugar ao sol, ou melhor dito, à sombra”, o que “já era uma razão para inspirar-lhe algum interesse e mesmo simpatia. Não estava em si permanecer indiferente aos perseguidos…”

E afirma o Dr. Eugênio Gomes haver, em dois dos manuscritos do poeta, “indicação positiva de que essa corrente do espiritualismo o atraiu de qualquer modo”.

Um deles é revelado por Afrânio Peixoto na sua introdução a “Os Escravos”; outro é o fragmento da peça “D. Juan ou a Prole dos Saturnos”. O interessante trabalho de Eugênio Gomes faz outras curiosas revelações e transcreve um trecho da carta que Augusto Álvares Guimarães, amigo e “cunhado de Castro Alves, a este respondera, da Bahia, na data de 30 de junho de 1870, cerca de um ano antes de o poeta desencarnar: “Não há nenhuma obra de Allan Kardec com o nome de Poética do Espiritismo.

Foi-me facultada a consulta em uma Biblioteca Espírita e verei o que te poderá servir. Mandar-te-ei pelo Gregório que é portador seguro.”

Diante disto, concluiu o distinto autor de “Prata de Casa”: “O que Castro Alves produziu depois não deixa transparecer qualquer influxo direto do Espiritismo, mas não resta dúvida que este o preocupava, talvez apenas literariamente, em seu derradeiro ano de existência.”

Se Teles de Menezes conservou seu espírito acima dos sarcasmos, motejos e diatribes vindos de fora, o mesmo não aconteceu quando o demônio da vaidade, da inveja e da intriga se insinuou entre alguns confrades, amargurando-lhe profundamente a alma sensível, levando-o a dar, mais tarde, a explicação a seguir, não obstante confessasse a tranquilidade de sua consciência: “Imensa, por sem dúvida, é a distância que me separa do fundador da Doutrina, mas como em outra ocasião já vos disse[2], tendo sido, por um concurso de circunstâncias inexplicáveis, levado a ser como que o iniciador das doutrinas espiríticas nesta terra de Santa Cruz, tenho também, à semelhança do mestre, experimentado certas antipatias e afastamentos. Causaria, porém, admiração, e mesmo talvez pasmo, se a causa verdadeira de tais fatos de muitos fosse conhecida. Em todo caso, os que assim têm procedido é porque não me perdoam tê-los adivinhado; a esses devem ser aplicadas as significativas e judiciosas reflexões do mestre: “Se quisessem por momentos colocar-se no ponto de vista extraterrestre, e ver as coisas um pouco mais de cima, compreenderiam como é pueril o que tanto os preocupa, e não se admirariam da pouca importância que a isso liga todo verdadeiro espírita: é que o Espiritismo abre horizontes tão vastos, que a vida corpórea, curta e efêmera como é, apaga-se com todas as vaidades e suas pequenas intrigas diante do infinito da vida espiritual.”

Varão cheio de fé e inquebrantável dedicação aos labores construtivos na Seara Espírita, Teles de Menezes não largava as mãos do arado. Vez por outra, como que a prevenir os seus sucessores do caminho áspero a ser trilhado, dizia dos sacrifícios sem conta que ele e os irmãos de ideal vinham arrostando no desempenho da árdua missão que o Alto lhes cometera, “árdua e até espinhosa, sim, mas irradiante de bem fundadas esperanças”, assegurava ele entre resignado e confiante.

Se Jesus teve os doze apóstolos para o auxiliarem na disseminação da Boa Nova, não faltou igualmente a Teles de Menezes um seleto grupo de denodados companheiros, aos quais afetuosamente chamava “Irmãos Espíritas”, e que ofereceram desde o simples apoio moral até o trabalho ativo na Seara. Entre os que mais lhe foram. chegados, merecem aqui lembrados aqueles cujos nomes seguem abaixo, alguns dos quais foram igualmente destacadas personalidades baianas: Inácio José da Cunha, doutor em Medicina, substituto (assistente) de Ciências Acessórias na Faculdade de Medicina da Bahia e lente catedrático de Física; Dr. Guilherme Pereira Rebelo, “uma das glórias científicas e literárias da Província da Bahia”, por muitos anos Diretor Geral da Instrução Pública em Sergipe, sócio e orador do Instituto Histórico da Bahia, fundador e diretor do acreditado Colégio “Pártenon Buhiano”; José Álvares do Amaral, historiador, oficial aposentado da Secretaria do Tesouro Provincial, tendo exercido cargos de eleição popular e de confiança do Governo, como o de Delegado de Polícia, colaborador em vários periódicos baianos, v. g. “A Marmota”; o Conselheiro de Estado, Dr. Manuel Pinto de Souza Dantas, proeminente figura nacional, que governou a Bahia na época em que se fundava o “Grupo Familiar do Espiritismo”; Dr. Álvaro Tibério de Moncorvo e Lima, advogado inteligente, orador fecundo e hábil, 21º Presidente da Província da Bahia, dignitário da Imperial Ordem da Rosa, “um homem de bem na extensão da palavra”, pelo que lhe deram o título de “O Catão Baiano”; Prof. Manuel Correia Garcia, erudito e culto educador, político e jornalista, escolhido pelo Governo para fundar a primeira Escola Normal da Bahia, advogado ilustre e doutor em Filosofia pela Universidade de Tubinga (Alemanha), principal fundador do antigo Instituto Histórico da Bahia e ali sempre reeleito 1º secretário; o Visconde de Passé (Francisco Antônio da Rocha Pita e Argolo), comendador da Ordem da Rosa, tenente-coronel da famosa Guarda Nacional, com relevantes serviços no Imperial Instituto Agrícola da Bahia, e cujo pai, o Conde de Passé, reuniu a maior fortuna do seu tempo em território brasileiro; o Barão de Sauipe, proprietário de terras no Município de Alagoinhas (Ba), figura bem conceituada; José Antônio de Freitas, doutor em Medicina, lente catedrático da Faculdade da Bahia, agraciado com o título de Conselheiro do Imperador; Dr. Joaquim Carneiro de Campos, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Pernambuco; Manuel Teixeira Soares, brilhante advogado em Salvador; Zacarias Nunes da Silva Freire, professor primário em diversas cidades baianas, cultivou as letras, deixando várias e apreciadas obras; Joaquim Batista Imburana, major da Guarda Nacional, veterano da Independência, condecorado com a medalha da Campanha da Bahia e com a venera da Ordem da Rosa; Prof. José Francisco Lopes, lente de Geometria e Mecânica; Professores Aureliano Henrique Tosta, Marciano Antônio da Silva Oliveira, Francisco Álvares dos Santos, Gervásio Juvêncio da Conceição; Antônio Gentil Ibirapitanga, professor de Primeiras Letras do Arsenal de Guerra, veterano da Independência e primeiro mestre particular de Rui Barbosa; os Farmacêuticos José Martins dos Santos Pena e Dionísio Rodrigues da Costa; Dr. Eloy Moniz da Silva, distinto médico baiano; Conselheiro (futuro barão) Francisco Xavier de Pinto Lima, político, magistrado e administrador, com significativos serviços prestados à Pátria; Dr. Alexandre José de Melo Morais, respeitado médico homeopata, escritor e historiador de grande nomeada; etc., etc.

Foi o “Grupo Familiar do Espiritismo”, composto de “poucos, muito poucos homens, mas de firme convicção, de inabalável crença e animados da melhor vontade”, o primeiro núcleo espírita regularmente constituído com a decidida e heroica tarefa — podemos assim dizer — de abrir caminho, entre a gente brasileira, às novas verdades trazidas ao mundo pelos emissários do Senhor.

Por quase um decênio o “Grupo Familiar do Espiritismo” desempenhou, com louros e louvores, sua missão na Bahia, até que lhe viesse continuar a obra a “Associação Espirítica Brasileira”, como veremos adiante.

Com largos e benéficos reflexos em várias outras Províncias do Império, o “Grupo” de Teles de Menezes representará sempre o marco inicial do movimento espírita em nossas terras.

“Eco d’Além-Túmulo”

A 8 de Março de 1869, no “Grêmio dos Estudos Espiríticos na Bahia”, Luís Olímpio anunciava aos confrades ali reunidos que em breve sairia a lume o primeiro número de um jornal “que se consagraria — esclarecia ele — exclusivamente aos interesses da Doutrina”.

Nessa memorável noite, sua voz ecoou no coração dos companheiros que o escutavam, que não regatearam em contribuir monetariamente para a manutenção do órgão em vias de aparecer. Eram eles o Dr. Joaquim Carneiro de Campos, o Dr. Inácio José da Cunha, o Prof. José Francisco Lopes, o advogado Dr. Manuel Correa Garcia, os farmacêuticos José Martins Pena e José Martins dos Santos Pena, e o professor Aureliano Henrique Tosta.

Eis um trecho do discurso proferido por Luís Olímpio, e que foi publicado no jornal em questão, em setembro de 1869:

“Meus respeitáveis Irmãos Espíritas, “A ideia espirítica no curto espaço de três anos e meio, que há decorrido de sua manifestação entre nós, tem-se difundido com rapidez verdadeiramente providencial, não sem obstáculos, antes, sim, com sacrifício da parte daqueles que esposaram essa ideia de regeneração social. Contudo, disseminada e ainda sem corpo, longe está ela de poder, desde já, converter-se na crença que mais tarde, com o favor de Deus, há de imprimir impulso e direção ao elemento de civilização e de perfectibilidade da sociedade humana, porque tudo nos diz que ela é o único móvel que poderá levar a efeito esse desideratum de todo coração generoso que, sinceramente, palpita com os sentimentos da verdadeira caridade.

“A nós que nos achamos hoje reunidos, constituindo, naturalmente, o Grêmio dos Estudos Espiríticos na Bahia, e a quem uma certa vocação do Alto cometeu o empenho desta árdua missão, árdua e até espinhosa, sim, mas irradiante de bem fundadas esperanças, incumbe, pelos meios que de mister é serem empregados, propagar essa crença regeneradora e cristã, fazendo-a chegar, indistintamente, a todos os homens; e o meio material que a Providência sabiamente nos oferece para levar, rapidamente, a palavra da verdade à inteligência e ao coração de todos os homens, é a — Imprensa.”

“De há muito era por todos nós sentida a necessidade de possuir-se uma publicação regular para consecução desse fim, preenchendo todas as condições necessárias à propagação da salutar crença espirítica. Os elementos estavam lançados, e esta é a ocasião mais azada de invocar o vosso concurso e o vosso apoio para a execução e próspero resultado deste empenho.”

Embora os “formidáveis embaraços que os maus Espíritos, sempre em campo, para provação do bem, procuraram opor à realização dessa ideia[3], o dinamismo e o amor à Causa revelados por Olímpio Teles conseguiram vencer todos os obstáculos. Em julho de 1869, três meses após a desencarnação de Allan Kardec, o primeiro periódico espírita finalmente aparecia no Brasil: “O Eco d’Além-Túmulo”, com o subtítulo — “Monitor do Espiritismo no Brasil”, cuja publicação se fazia bimestralmente e que era impresso na Tipografia do “Diário da Bahia”.

A “Sociedade Anônima do Espiritismo”, de Paris, que então dirigia a conceituada “Revue Spirite”, agradece epistolarmente a Teles de Menezes, por seu secretário geral A. Desliens, a remessa do primeiro número do “Eco”, enaltecendo a coragem de tão abnegados espíritas do outro lado do Atlântico, elogiando sobremaneira o novo órgão de difusão da Doutrina, de 50 e poucas páginas.

Na seção “Bibliographie” da “Revue Spirite” é registrado em Outubro de 1869 “O Eco d’Além-Túmulo”, em Novembro do mesmo ano, extensa apreciação elogiosa, ocupando 4 páginas, é feita sobre a nova revista, com a citação de longo artigo extraído do “Eco” e vertido para o francês, sendo, além do mais, felicitado o Diretor por sua corajosa iniciativa.

Transcreveremos, mais pela alegria que nos suscita o conteúdo, do que por mera curiosidade, parte da “Introdução”, da autoria de Luís Olímpio e publicada no número um da referida revista baiana: “Maravilhoso é o fenômeno da manifestação dos Espíritos, e por toda a parte ei-lo que surge e se vulgariza!

“Conhecido desde a mais remota antiguidade, é visto hoje, em pleno século XIX, renovado, e, pela primeira vez, observado na América Setentrional, nos Estados Unidos, onde se produziu por movimentos insólitos de objetos diversos, por barulhos, por pancadas e por embates sobremodo extraordinários!

“Da América, porém, passa rapidamente à Europa, e aí, principalmente na França, após curto período de anos, sai ele do domínio da curiosidade, e entra no vasto campo da ciência.

“Novas ideias, emanadas então de milhares de comunicações, obtidas nas revelações dos Espíritos, que se manifestam, quer espontaneamente, quer por evocação, dão lugar à confecção de uma doutrina, eminentemente filosófica, a qual no volver de poucos anos tem circulado por toda a Terra e penetrado todas as nações, formando em todas elas prosélitos em número tão considerável, que hoje se contam por milhões.

“Nenhum homem concebeu a ideia do Espiritismo: nenhum homem, portanto, é seu autor. “Se os Espíritos se não tivessem manifestado, espontaneamente, certo que não haveria Espiritismo: logo é ele uma questão de fato, e não de opinião, e contra o qual não podem, por certo, prevalecer as denegações da incredulidade.

“A rapidez de sua propagação prova, exuberantemente, que se trata de uma grande verdade, que, necessariamente, há de triunfar de todas as oposições e de todos os sarcasmos humanos; e isso não é difícil de demonstrar-se, se atendermos que o Espiritismo faz seus adeptos, principalmente, na classe esclarecida da sociedade.”

“O maravilhoso fenômeno da comunicação dos Espíritos, e de sua ação no mundo visível, não é mais uma novidade, está demonstrado ser uma consequência das leis imutáveis que regem os mundos; é um fato que se produz desde o aparecimento do primeiro homem, e se tem perpetuado em todos os povos, por meio de todos os tempos, e sob caracteres diversos, dando o mais cabal testemunho dessa verdade os arquivos da História, quer sagrada, quer profana, onde se encontram registrados numerosos fatos de manifestações espiríticas.”

“A ação moralizadora do Espiritismo demonstra-se, quando consideramos que o egoísmo, essa chaga cancerosa da Humanidade, originado pelo materialismo, negação formal de todo o princípio religioso, é profundamente abalado por essa aurora celestial, que a Infinita Misericórdia do Onipotente se dignou de enviar à Terra, como precursora dessa nova e bem aventurada Era, em que os homens, melhor compreendendo os seus recíprocos deveres, de boa vontade cumprirão os salutares preceitos de Jesus, o Divino Salvador.

“É ainda a aurora precursora de nova era, porque à sua luz resplandecente vão-se dissipando as sombras da incredulidade, e pouco e pouco surgindo a fé e a esperança no coração daqueles que não possuíam tão cândidas virtudes!”

Foi num dos números de “O Eco d’Além-Túmulo” que Teles de Menezes registrou, com aquele seu entusiasmo natural, o exemplar que o zeloso funcionário da Fazenda, Júlio César Leal, lhe oferecera de seu livro “O Espiritismo — Meditações Poéticas sobre o Mundo Invisível, acompanhadas de uma evocação”, editado na cidade de Penedo (Alagoas), com prefácio de 18 de Novembro de 1869, fora ela a primeira obra poética de fundo espírita publicada no Brasil. Esse talentoso baiano, aplaudido dramaturgo, poeta e romancista, “pena hábil e bem aparada”, como que previu — segundo escreve Pedro Calmon em sua “História da Literatura Baiana” a guerra dos Canudos em seu drama “Antônio Maciel, o Conselheiro” (1858), e haveria de ser eleito, em 1895, presidente da Federação Espírita Brasileira.

Infelizmente, “O Eco d’Além-Túmulo”, que mui eficientemente propagava a doutrina espírita, transcrevendo artigos da «Revue Spirite» e páginas de “O Livro dos Espíritos”, teve, à vista das inúmeras dificuldades que logo após surgiram, duração não muito longa. É o próprio Luís Olímpio quem informa: “Essa publicação peregrina percorreu o seu primeiro ano, e apenas pôde encetar o segundo, lutando corajosamente com toda a sorte de oposição e de manejos em larga escala, sorrateiramente preparados.”

“Associação Espirítica Brasileira”

Data de 24 de Agosto de 1871, com trinta assinaturas, encabeçadas pela firma de Luís Olímpio Teles de Menezes, um requerimento ao Vice-Presidente da Província da Bahia, Dr. Francisco José da Rocha, então Presidente interino, solicitando-lhe se dignasse autorizar a incorporação da “Sociedade Espírita Brasileira”, que pretendiam estabelecer em Salvador, aprovando-lhe ao mesmo tempo os Estatutos anexados.

Embora a Constituição do Império, no seu art. 5º., permitisse a coexistência de outras religiões, desde que tivessem apenas culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas e sem forma alguma exterior de templo, e embora ainda estabelecesse (art. 179, § 59) que ninguém podia ser perseguido por motivo de religião, uma vez que respeitasse a do Estado e não ofendesse a moral pública, praticamente impossível era, na época, a aprovação, pelo Governo, dos Estatutos de sociedade religiosa que não fosse a católica, pois que, ex-ví do Decreto 2.711 de 19 de Dezembro de 1860, todas as sociedades religiosas e políticas, e outras, tinham que obter a aprovação antecipada do Ordinário na parte espiritual.

Como é claro, as primeiras sociedades espíritas procuraram, então, apresentar-se como literárias, beneficentes ou científicas, visto que estas não passavam pela aprovação do Ordinário. Foi o que fez a “Sociedade Espírita Brasileira”, declarando em seus Estatutos a sua condição de associação literária e beneficente. Todavia, isto de nada lhe valeu, conforme veremos, baseados em manuscritos existentes no Arquivo Público do Estado da Bahia.

O processo a que nos estamos referindo recebeu pareceres e informações do Provedor da Coroa, do Chefe de Polícia, do Diretor Geral da Instrução Pública, de um Cônego, professor de Religião, de um professor de Filosofia, ambos do Liceu Provincial, e do próprio Arcebispo D. Manuel Joaquim da Silveira, Conde de São Salvador.

Como é compreensível, o Clero se opôs tenazmente à nova e pretensões dos espíritas baianos, afirmando que o Espiritismo era “um atentado formal contra a verdade católica”, e que “uma sociedade, cuja doutrina tem por fim contrariar a Religião do Estado, é contra o mesmo Estado” (!).

Diante, principalmente, dos pareceres do Arcebispo e dos Professores, inteiramente contrários à aprovação dos Estatutos da “Sociedade Espírita Brasileira”, e levando em conta o apoio a eles dado pelo Diretor Geral da Instrução Pública, que frisava ser a Religião Católica a única “estabelecida e garantida pela Constituição do Estado, respeitada por todos os poderes, considerada a mais perfeita, a única verdadeira por seus dogmas”, foi o requerimento indeferido em fins de 1872, após permanecer na Secretaria de quatro Presidentes sucessivos, conquanto o Procurador da Coroa e o Chefe de Polícia houvessem exarado, em seus pareceres, que nada obstava a que a associação em pauta se constituísse “pela maneira projetada”.

Desejando os espíritas baianos organizarem-se em Sociedade com Estatutos aprovados pelo Governo, o que lhes garantiria certos direitos constitucionais, foi isto interpretado pelo Clero de maneira sub-reptícia, capciosa, levantando-se a ideia de que as Sociedades espíritas queriam agora professar a nova doutrina com a aprovação do Governo. Tudo isso, entretanto, não impediu que cerca de um ano depois, em 28 de Novembro de 1873, os componentes do “Grupo Familiar do Espiritismo”, a fim de se premunirem contra a intolerância religiosa, se constituíssem em sociedade científica, com o nome de “Associação Espirítica Brasileira, regida pela quase totalidade das disposições estatutárias do referido “Grupo” e que haviam sido também submetidas à aprovação governamental. Tomando por base a doutrina contida em “O livro dos Espíritos” e em “O Livro dos Médiuns”, ambos de Allan Kardec, a novel Associação, embora afirmando-se científica, tinha como fins “o desenvolvimento moral e intelectual do homem nas largas bases que cria a filosofia espirítica, e a exemplificação do sublime e celestial preceito da caridade cristã”, salientando-se que uma de suas divisas proclamava: “Fora da Caridade não há salvação”.

Teles de Menezes, que se havia colocado à frente dessa instituição, foi seu primeiro presidente e, pouco depois, ganhou o título de presidente honorário. No seu primeiro relatório aos membros da dita Associação, em 12 de dezembro de 1873, o impávido e sereno pioneiro relembra os obstáculos enfrentados pela Nova Revelação, assim dizendo num trecho do seu discurso:

“Desde que em 1865 o Espiritismo, essa ideia nova, pronunciou, para o Brasil, sua primeira palavra, lutas e dificuldades com sanha já desusada foram suscitadas pela cega e inconsequente incredulidade dos homens, que endurecidos se obstinam em fechar os olhos para não ver, em cerrar os ouvidos para não ouvir. Mas, senhores, como tudo que é providencial, como tudo que se firma em princípios certos, uma força misteriosa tem-no sempre alentado no seu imperturbável caminhar.” Ao finalizar seu relatório, Teles de Menezes solicitou sua exoneração por motivos imperiosos que o impediriam de prestar melhor assistência à Associação, acrescentando, ainda, que talvez lhe fosse preciso ausentar-se por algum tempo da Bahia.

Feita nova eleição, o cargo de presidente recaiu no Dr. Guilherme Pereira Rebelo, “uma das glórias científicas e literárias da Província da Bahia”. Entretanto só pôde ele presidir a uma sessão, aquela em que tomou posse do cargo. Insidiosa enfermidade levou-o ao túmulo a 9 de maio de 1874.

Como a saúde do Vice-Presidente — Dr. Joaquim Carneiro de Campos não lhe permitisse assumir a presidência da Associação, Luís Olímpio, num supremo esforço de boa vontade, aceitou a direção dos trabalhos, na qualidade de 2º Vice-Presidente. O primeiro cuidado dele foi preencher a vaga deixada pelo presidente, elegendo-se a 10 de julho o Conselheiro Manuel Pinto de Souza Dantas, que, alegando razões respeitáveis, pediu escusa desse encargo.

Luís Olímpio continuou no exercício da presidência, aguardando a eleição normal, cuja época se aproximava. Realizada esta, o Centro-Diretor teve os três primeiros cargos assim ocupados: Presidente, Dr. Manuel Teixeira Soares; 1º Vice-Presidente, Dr. Joaquim Carneiro de Campos (reeleito) e 2º Vice-Presidente, Luís Olímpio Teles de Menezes.

Do Relatório que Luís Olímpio apresentou à “Associação Espirítica Brasileira”, aos 17 de setembro de 1874, extraímos vários trechos interessantes, que vão a seguir:

“Os preconceitos, infelizmente arraigados no ânimo do maior número, têm sido um dos grandes obstáculos à propagação das salutares e regeneradoras doutrinas da filosofia espirítica.

“A fiel exposição dessas doutrinas não está ao alcance das multidões, porque as obras fundamentais não se acham traduzidas na língua vernácula; entretanto, preciso é aqui notar o valioso serviço que prestou “O Eco d’Além-Túmulo” — cuja publicação foi interrompida -, levando a ideia espirítica a todos os pontos do Brasil, de modo que hoje já se agita ela em todas as províncias, e já nalgumas se têm formado grupos e sociedades, como no Pará, Maranhão, Pernambuco e no Rio de Janeiro, onde as ideias espiríticas mais extensamente têm progredido, graças aos esforços de dois fervorosos adeptos, o Prof. M. Casimir Lieutaud e a Senhora Viúva Perret Collard, médium psicógrafo.”

O autor do Relatório expõe em seguida: a importância da vulgarização das obras fundamentais, revelando que o movimento no Rio “se tem tornado tão pronunciado que a Livraria Garnier foi autorizada a traduzir em português as importantes obras de Allan Kardec, e sou informado — conclui ele — de que em breve, sessenta dias quando muito, sairá à luz “O Livro dos Espíritos”, essa obra fundamental, base da filosofia espirítica”.

Em visões proféticas com relação às claridades que o “Consolador” espalharia em todos os lares e em todos os corações aflitos, Luís Olímpio expande sua alegria na antevisão dessa nova era, dizendo: “Essas novas gerações verão aparecer o amor e a liberdade, símbolos nobres da regeneração humana; e então, no meio da crença universal em Deus, as duas imensas chagas, que tanto corroem a vida social — o egoísmo e o orgulho —, desaparecerão.

Essa feliz transformação será devida ao Espiritismo — operar-se-á pela aceitação universal de sua filosofia.”

Finalizando, cheio de sadio entusiasmo, Luís Olímpio faz rápido histórico do movimento espírita mundial, declarando que as obras de Kardec penetravam todos os países, sendo que em dois deles, a Rússia e a Espanha, já haviam vertido para suas línguas as cinco obras kardequianas fundamentais do Espiritismo.

Missão cumprida

Diligente paladino dos ideais espiritistas, Teles de Menezes jamais, porém, se excedeu, conservando sempre uma linguagem nobre e serena nos seus arrazoados doutrinários. Era sócio de muitas associações espíritas da Europa e mantinha permanentes contatos epistolares com distintos confrades, daqui e dalém-mar. Colaborou no “Diário da Bahia”, “o primeiro órgão da imprensa brasileira que acolheu em suas colunas artigos em favor do Espiritismo”, no “Jornal da Bahia”, no “O Interesse Público” e em outros periódicos da cidade do Salvador. Exerceu as funções de Oficial da Biblioteca Pública da Bahia e reformou-se como tenente-coronel do Estado-Maior do Comando Superior da famosa Guarda Nacional, que teve papel saliente no Império.

Era, ainda, sócio honorário correspondente da Sociedade Magnética da Itália e membro do ilustrado corpo social do Conservatório Dramático da Bahia.

Cumprida a sua missão dentro do Espiritismo, de arrojado bandeirante da Doutrina dos Espíritos nas plagas de Santa Cruz, Teles de Menezes rumou para o Rio de Janeiro, onde fixou residência, passando, pouco depois, por volta de 1879, a fazer parte da distinta e culta corporação taquigráfica do Senado do Império, então sob a direção do esclarecido chefe da 1ª Secção da Diretoria Geral dos Correios, Sr. Joaquim Francisco Lopes Anjo, que prestou relevantes serviços ao País, tendo recebido várias condecorações.

No desejo de facilitar o estudo e a prática da estenografia no Brasil, onde eram raros os que realmente a conheciam, Teles de Menezes fêz editar no Rio de Janeiro, em 1885, o seu “Manual de Estenografia Brasillense”, com estampas litografadas, “fruto da experiência de longos anos” e do estudo comparativo de alguns métodos estenográficos publicados na Europa.

Teles de Menezes dedica a obra ao velho amigo Senador Manuel Pinto de Souza Dantas, “em testemunho de respeitosa admiração, estima e reconhecimento”.

Abre-se o mencionado “Manual” com uma extensa introdução do Autor, escrita em dezembro de 1884, em que se mostram as vantagens da estenografia, historiando-se, após, o movimento progressivo desta arte no mundo e particularmente no Brasil onde, segundo ele, talvez não houvesse vinte brasileiros que realmente a conhecessem, fato que o entristecia. Diz ele, a seguir, da experiência que acumulou em trinta anos de assídua prática na Assembleia Legislativa da Bahia e em já seis anos no Senado do Império.

Como fruto desta longa experiência e do estudo comparativo de alguns métodos de estenografia publicados na Europa, ele resolveu contribuir com um sistema próprio que, facilitando ainda mais o estudo e a prática da estenografia, despertasse nos brasileiros o desejo de aprendê-la e usá-la. Na segunda parte do livro vem então minuciosamente exposto o seu sistema, com exercícios demonstrativos, sistema que ele particularmente passou a adotar.

Além dos vários trabalhos que publicou, e que já registramos, deixou inéditos, ao desencarnar, grande número de outros.

A sua contribuição, em toda a parte, foi natural e despretensiosa, despida de razões que incluíssem vaidade ou inveja, movendo-o unicamente o desejo sincero de trabalhar pelo bem e pela felicidade do próximo e de nossa Pátria.

Segundo apuramos, Teles de Menezes só pôde trabalhar no Senado até mais ou menos 1892. A idade e uma nefrite crônica afastaram-no do serviço que lhe dava o pão material. O dirigente da secção taquigráfica daquela Casa legislativa, o Sr. Antônio Luís Caetano da Silva, em reconhecimento à dedicação do ex-taquígrafo, garantiu-lhe espontaneamente, num gesto de altruísmo, uma pensão que ajudava em algo o velho casal Menezes, constituído por ele e pela segunda esposa, a Sra. Elisa Pereira de Figueiredo Menezes.

Poucos anos de vida terrena restavam a Olímpio Teles e estes poucos ele os passou sob longos e dolorosos padecimentos causados pela nefrite, e que somente tiveram fim às 22 horas e 40 minutos do dia 16 de março de 1893. Neste dia e a esta hora, à rua Barão de São Felix, nº 165, com 68 anos, desatava ele o Espírito às claridades do Além-mundo, onde afinal iria receber o prêmio aos seus laboriosos esforços.

Desencarnou em pobreza extrema, sendo o seu enterro feito no Cemitério de S. Francisco Xavier a expensas de dois colegas taquígrafos, que lhe prestaram “os melhores serviços de amizade”[4].

“Reformador” de 1º de abril de 1893, num necrológio do valoroso extinto, terminava com as seguintes palavras: “Era um caráter digno de todo o apreço pela sua cultura e elevação de sentimentos, apurados por uma longa série de infortúnios que soube sempre suportar com honra e grandeza d’alma.”

Jornais do Rio e da Bahia, como o “Jornal do Commercio” e o “Diário da Bahia”, recordaram-lhe a vida e a obra em sucintos necrológios.

Reconhecendo o valor do grande baiano, três grandes Enciclopédias, a de Maximiano Lemos, a publicada por W. M. Jackson e a “Grande Enciclopédia Delta Larousse”, seguindo o exemplo do “Dicionário Bibliográfico Brasileiro”, de Sacramento Blake, e do “Dicionário Bibliográfico Português”, de Inocêncio da Silva, incluíram em suas páginas uma síntese biográfica de Luís Olímpio Teles de Menezes.

O nome e os feitos dessa figura apostolar de pioneiro, exemplo de tenacidade e fortaleza, conservar-se-ão indeléveis nos Anais da História do Espiritismo no Brasil.

Homenagens

Em 17 de Setembro de 1965, dois carimbos postais comemorativos, aprovados pelo Departamento dos Correios e Telégrafos, foram aplicados, nas cidades do Rio de Janeiro e do Salvador, em homenagem ao fundador do “Grupo Familiar do Espiritismo”. Nesse mesmo mês de setembro, a Câmara Municipal da Cidade do Salvador fez inserir na ata dos seus trabalhos “um justo preito de admiração à honrada memória do ilustrado e distinto Professor Luís Olímpio Teles de Menezes”.

Quase um ano depois, os representantes do grande povo da capital baiana homenagearam, pela segunda vez, aquele que foi venerável pioneiro espírita nas terras brasileiras. A 4 de dezembro de 1966, procedeu-se na cidade do Salvador (Bahia), às 15 horas, a inauguração da placa nominativa da Rua Professor Teles de Menezes, dando-se, assim, cumprimento à Lei número 1886/66, sancionada pelo Sr. Prefeito.

Fonte: Grandes espíritas do Brasil

[1] Veja-se o “Relatório da Associação Espirítica Brasileira, apresentado em sua sessão magna, celebrada em 17 de setembro de 1874, por Luiz Olímpio”, Bahia, 1874, página 3.

[2] Em “Discurso” de 12 de dezembro de 1873. (N. da Editora)

[3] Discurso lido na “Associação Espirítica Brasileira” na sessão geral de 12 de dezembro de 1873, por Luís Olímpio. Bahia, 1874.

[4] “Diário da Bahia”, 30 de março de 1893.

 

 

 

(Copiado de https://seir.org.br/teles-de-menezes/)

http://www.noticiasespiritas.com.br/2018/NOVEMBRO/13-11-2018_arquivos/image006.jpg

Mesas girantes. França. Século XIX.

Imagem/fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Table-turning#/media/File:Tables_tournantes_1853.jpg

  

Imagem publicada pela revista “le magazine l'Illustration” em 1853

 para ilustrar um artigo intitulado: História da Semana

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2018/OUTUBRO/13-10-2018_arquivos/image014.jpg

Allan Kardec (1804- 1869). Codificador do Espiritismo. Imagem/fonte: 

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/12/Hippolyte_L%C3%A9on_Denizard_Rivail2.jpg

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2020/OUTUBRO/08-10-2020_arquivos/image012.jpg

Capa da 1ª. edição de O Livro dos Espíritos de Allan Kardec, lançados aos 18 de abril de 1857.

Copiada de https://kardec.blog.br/18-de-abril-de-1857/

 

Elevador Lacerda em Salvador, BA, terra natal de Luis Olimpio Teles de Menezes. Foto Ismael Gobbo

 

05

Selo comemorativo do Centenário da Imprensa Espírita no Brasil

homenageou Luis Olimpio Teles de Menezes. Copiado de:

https://robertoaniche.com.br/author/raniche/page/50/     

06

Exemplar da primeira edição de O Echo D´Alêm Túmulo, presente hoje na Biblioteca de

Obras Raras da FEB em Brasília.

Copiado de: https://robertoaniche.com.br/author/raniche/page/50/   

https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/MARCO/26-03-2022_arquivos/image063.jpg

Prédio histórico da FEB- Federação Espírita Brasileira. Copiado do  Reformador, junho de 1948.

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2019/JULHO/30-07-2019_arquivos/image014.jpg

A Baía de Guanabara (E), Praia de Copacabana (D) e Pão de Açucar no centro da foto vistos do Corcovado onde turistas visitam o belíssimo Cristo Redentor. Rio de Janeiro, Brasil.  Foto Ismael Gobbo.

Na cidade do Rio de Janeiro desencarnou e foi sepultado Luis Olimpio Teles de Menezes

Cemitério de São Francisco Xavier na cidade do Rio de Janeiro. Nele foram sepultados muitos

vultos espíritas de escol  dentre os quais Luis Olimpio Teles de Menezes.  Foto: Ismael Gobbo


 

HOMENAGEM

 

 

Michaela Marques Mattiazzo
(28/05/1910 - 26/07/1997)

 

Biografia elaborada por
 Irma Mattiazo Ré

Dos nove filhos do casal Alberto Marques da Silva e Mariana Silveira Marques, Michaela foi a quarta, nascida em Bauru, no dia 28 de maio de 1910. Menina, ainda, ouviu de um espírito amigo, numa reunião espírita, na casa de seus tios, que ela possuía missão mediúnica. Mas, Espiritismo, naquela época, era coisa de bem poucos e inexistia centro espírita nas fazendas e lugares por onde morou sua família (seu pai era mestre-escola); assim, o aviso do espírito amigo caiu no esquecimento.

Michaela casou-se aos 17 anos, no dia 28 de julho de 1927, com Orlando Mattiazzo, com quem teve quatro filhos: Moacir, Almerinda, Irma e Vera. Moravam em Araçatuba. Aos 24 anos, quando tinha três filhos, numa noite, viu, num sonho ruim, um homem estranho, com uma voz mais estranha ainda, aproximar-se dizendo-lhe: “Até agora, estive com sua mãe; agora, vou ficar com você”. Nesse mesmo dia, à tarde, sentiu forte dor de cabeça, seguida de violenta convulsão. Esse foi o primeiro “ataque” de uma terrível série que causava sofrimentos indescritíveis para toda a família. Seu marido trabalhava com caminhão de transporte de toras, saindo de madrugada e só voltando à tarde. Seus filhos assustavam-se a cada nova crise. Michaela, às vezes, passava alguns dias sem sofrê-las, mas, em compensação, havia dias em que sofria mais de uma crise. Os médicos consultados nada podiam fazer. Houve até um diagnóstico de “psicose puerperal”, mas, na primeira vez em que aconteceu, sua filha menor tinha já dois anos de idade. Benzedores chamados aliviavam, mas não curavam. Foi feita uma promessa para N. S. Aparecida. Ela passou bem por nove meses, chegando a julgar-se curada. Foram a Aparecida do Norte, para pagar a promessa, lá deixando suas tranças. Paga a promessa, os ataques voltaram com a mesma intensidade de antes.

Em julho de 1939, grávida de dois meses de sua filha caçula, na tarde de uma sexta-feira, em que Moacir voltara apressado da escola para ter tempo de ir “pro mato buscar toras com o pai”, na segunda viagem do dia, houve um acidente pelos lados do Córrego Azul. Moacir foi trazido para casa agonizando e desencarnou a seguir. O estado de saúde de Michaela piorou muito com a perda do filho. Consolar-se, como? Michaela era católica. À noite, reunia as filhas em sua cama para rezar, pedindo a Deus “pra que seu filho tivesse um bom lugar no céu”. Mas só isso não era suficiente para acalmar seu desespero; seu filho havia morrido, não voltaria jamais!

Uma tarde, recebeu a visita de duas mulheres desconhecidas. Explicaram que eram espíritas e que numa reunião haviam recebido uma comunicação de Moacir, seu filho, pedindo-lhes que fossem à casa de seus pais levar o conforto para sua mãe. Enquanto conversavam, uma das mulheres foi envolvida pelo espírito de uma mãe que sofrera muito com a perda de seu filho caçula e agora ali estava para testemunhar que a morte fora vencida, que a vida continuava. A partir desse dia, todas as tardes Michaela ia receber passes em casa de dona Laurinha, a médium que a visitou. Essa senhora a orientou sobre a necessidade de freqüentar um centro espírita. Sua melhora foi grande mas bem longe ainda de ser considerada cura. Começou a freqüentar o Abrigo Ismael, foi ao centro da Dona Benedita, assistiu a trabalhos de materialização em casa dos Protetti, sob a direção da Rosa Protetti, mas, como quase todas as pessoas perturbadas, não conseguiu se fixar em grupo nenhum.

Em setembro de 1943, mudou-se com a família para Penápolis, quando conheceu dona Maria Baiana, sua vizinha do lado, que freqüentava um centro lá pelas bandas da Santa Casa. Dona Maria a convidou a participar das reuniões. Michaela aceitou e, assim, deu início ao seu desenvolvimento mediúnico. Foi sob a direção do Senhor João Marchesi, a quem ela muito estimava, que sua mediunidade desabrochou de vez. Todos os sintomas dos terríveis ataques de nervos, que duraram treze longos e dolorosos anos, desapareceram.

Michaela desenvolveu dons mediúnicos de vidência, intuição, audição e psicofonia. Em companhia de dona Maria Baiana, ela visitava doentes, fazendo preces, na certeza de ajudá-los. As pessoas começaram a procurá-la para passes que ela nunca recusou, na sua casa ou nas dos necessitados. E as primeiras curas foram acontecendo: dona Benedita era uma senhora humilde, que tinha um filho moço magrinho, que quase não saía da cama, porque estava tuberculoso, e um outro sadio de sete anos, que num triste dia enlouqueceu. O menino ficou tão furioso que tentou matar a própria mãe com uma faca, de cujo episódio ficaram marcas à mostra em seu peito. Dona Michaela foi chamada e atendeu, indo todos os dias fazer preces, transmitir passes e orientações dos mentores aos dois doentes. Depois de algum tempo, o rapaz estava restabelecido e o menino sem a fúria que o tornava tão perigoso. Outra cura verificada foi a seguinte: Dona Mariana, mãe da médium, apresentou um problema persistente no lado interno do pé esquerdo, entre o calcanhar e o tornozelo. Era uma ferida aberta, de bordas altas que não criava pele e doía muito. Os médicos consultados não conseguiram aliviar a dor e, menos ainda, cicatrizar a ferida. A doente foi levada para a casa da filha, em Penápolis, lá permanecendo perto de um mês. Durante esse tempo dona Mariana recebia passes duas vezes ao dia, além de fazer os curativos que o espírito mentor determinava. Voltou para casa curada, conforme testemunho de sua filha Juracy Marques Atêncio.

Adão Alves era peão na fazendinha do Senhor Orlando Mattiazzo. Tinha um filho chamado João, que apresentou uma grande dor na coxa de uma das pernas, que, depois, inchou e veio a furo. Tentados todos os tratamentos caseiros, sem lograr melhora, foi internado na Santa Casa de Birigüi, com osteomielite no fêmur. Os médicos, depois de todos os procedimentos de praxe, sem esperanças de cura, optaram pela amputação do membro doente. Já na mesa de cirurgia, segundo informa João, faltou energia elétrica forçando o adiamento da intervenção. No domingo, dia de visitas, quando o Senhor Adão tomou conhecimento da decisão dos médicos, resolveu retirar o menino do hospital, levando-o de volta para casa. O Orlando, penalizado com a situação, ofereceu-se para levar o doente até Penápolis para ser tratado por Michaela. João foi submetido a tratamento físico e espiritual. Recebia passes, e o ferimento foi tratado com banhos e curativos, conforme indicavam os espíritos. Havia ocasião em que, ao retirar o curativo, notavam-se lascas finas de osso, como se tivesse sido feito raspagem no fêmur. João ficou curado e hoje, com as duas pernas, graças a Deus, reside em Santo Antônio do Aracanguá.

Em fins de 1946, Michaela e a família voltaram para Araçatuba, agora na fazendinha, distante sete quilômetros de Santo Antônio do Aracanguá, que àquela época, era apenas um vilarejo, sem luz elétrica ou qualquer outro conforto urbano. Sempre disposta ao trabalho espiritual, começou a fazer preces, que logo se transformaram em reuniões caseiras, ocasião em que veio a conhecer o Senhor Angelo Bistaffa, um sitiante italiano, casado, pai de seis filhos adultos, que não professava nenhuma religião. Através dessas reuniões, o Senhor Angelo abraçou o Espiritismo com muito amor, levando também o Senhor Alberto Nubiato. Desde então, as reuniões passaram a acontecer, também uma vez por semana, na casa do Senhor Angelo Bistaffa.

No dia 12 de outubro de 1947, em reunião na casa do Senhor Eloy Geradht, sob a presidência do Senhor Leonardo Severino, que lavrou a ata, foi fundado o Centro Espírita “Deus é Amor e Luz”, no Patrimônio Santo Antônio do Aracanguá, em Araçatuba. Consta da ata de fundação que a nova entidade “se propõe a disseminar a Terceira Revelação, ou seja, o Consolador, que deve ser orientado pelo Evangelho de Jesus e pelas obras fundamentais de Allan Kardec”. A diretoria aclamada e empossada ficou assim constituída: Presidente, Michaela Marques Mattiazzo; Vice-­Presidente, Angelo Bistaffa; Primeiro-Secretário, Eloy Geradht; Segundo-Secretário, Atílio Bistaffa; Tesoureiro, Manoel Paulino e, Procurador, João Oliveira.

Michaela, sempre à frente dos trabalhos, contava com a colaboração de um grupo de companheiros pouco numeroso, mas, tão grande na fé quanto no amor. Esse humilde centro espírita foi cenário de curas de dores físicas e espirituais, cujas lembranças, em sua maioria, se perderam no tempo. Transcrevemos aqui o testemunho de próprio punho do Senhor Atílio Bistaffa, confirmado pelas Senhoras Domília Maria da Conceição e Mercedes Oliveira Feltrim:“Dona Michaela curou Dona Rosa Jacobina, que estava doente; o Senhor Vital Almeida, de obsessão; o Senhor João Alves, também obsediado; o Senhor Atílio Bistaffa, que estava na cama por mais de três meses, gritando de dor; Maria Abadia, obsediada fazia mais de um ano; Porfírio Venâncio Cardoso, que, perturbado, não conseguia parar dentro de casa; Francisco Soares, que sentia medo em toda parte onde estivesse; Sebastião Custódio, que desde os sete anos tinha ataques convulsivos até quatro vezes num só dia, e já com 27 anos, não podia trabalhar; Sebastião sarou depois que recebeu o primeiro passe; curou ainda José Galarte, que não podia mais trabalhar de tantas dores no corpo; Maria do José Galarte, que parecia estar louca; Albertinho Nubiato, que rezava o terço e ficava tomado por espíritos. Este deu muito trabalho pra dona Michaela, até que ficou bom. Muitos outros foram curados, que a gente não se lembra mais.”

Michaela e o marido iam duas vezes por semana ao Centro, no Patrimônio, na maioria das vezes a cavalo; outras de caminhonete, sempre alegres e bem dispostos ao trabalho abençoado do Evangelho. A pobreza naquele lugar era muito grande, assim, o casal se esmerava em arranjar donativos na forma de roupas, calçados, utensílios domésticos, cobertores e mantimentos, que eram doados especialmente nos Natais. Santo Antônio do Aracanguá era, então, um lugar ermo, de difícil acesso. Estava longe ainda o dia em que a ponte seria estendida sobre o rio Tietê. Todo transporte era feito pela balsa, que, às vezes, tinha o cabo de aço rompido, principalmente nas cheias, descendo o rio, quando então a travessia passava a ser feita por bote. Havia também uma subida depois do rio, na altura da fazenda Lagoa Formosa, que, na chuvarada, virava um barreiro quase intransponível para os carros e caminhões da época. Também por isso, Michaela era solicitada a qualquer hora do dia ou da noite para acudir doentes, loucos ou obsediados e até partos encalhados. Quase tudo era com ela. A cavalo ou de caminhonete, ia sempre com suas preces levar o conforto, a cura ou o bom parto, em nome de Deus, pelos necessitados.

A fazendinha foi vendida e, em fins de 1953, a família voltou a morar na cidade de Araçatuba. Michaela, no entanto, não abandonou o Centro Espírita “Deus é Amor e Luz”, continuando a dar-lhe assistência, quando muitas vezes tinha que pernoitar no Patrimônio, só voltando para casa no dia seguinte. Em 5 de agosto de l962, Michaela ainda presidiu a solenidade de inauguração da sede reconstruída do Centro Espírita “Deus é Amor e Luz”, conforme consta no livro próprio.

Desde que voltou para Araçatuba, começou a freqüentar a Aliança Espírita “Varas da Videira”. Sua preferência por esse grupo deveu-se ao fato de que seus familiares já faziam parte dele desde as primeiras campanhas para construção da sede própria. Sua dedicação ao trabalho sempre foi notável. Seu nome aparece no livro de atas de eleição e posse das sucessivas diretorias; em 28 de novembro de 1955, é eleita vice-presidente, ao lado do Senhor Francisco Martins Filho, presidente; em 3 de fevereiro de1958, é eleita segunda-secretária; em 2 de julho de1958, em ata da reunião para adesão da Aliança como membro da recém- criada União Assistencial Espírita de Araçatuba, os cinco membros nomeados como representantes da citada Aliança são: Francisco Martins Filho, Francolino Ribeiro, Aurino Ribeiro, Michaela Marques Mattiazzo e o presidente da entidade, Senhor Adalberto da Silva Braga. Em 10 de agosto de 1960, é eleita novamente vice-presidente. Em l4 de outubro de 1961, é indicada membro do Conselho Fiscal. Em 14 de outubro de 1964, é eleita Tesoureira. Em 12 de setembro de 1965, é reeleita Tesoureira.

Michaela enviuvou-se em 29 de outubro de 1966. Orlando havia sido um companheiro valoroso, angariando donativos, transportando tudo o que fosse necessário em seus veículos, além de levar a companheira em socorro aos necessitados a qualquer hora e a qualquer lugar. Em meados do ano seguinte, mudou-se para São Paulo, a fim de assistir à sua filha Vera, que se viu sozinha, com duas crianças pequenas para criar. Começou então a freqüentar o Centro Espírita “Irmãos da Nova Era”, grupo do qual sua filha Almerinda já fazia parte, situado na rua Líbera Rivelino, nº 6, no Brooklin. Esse centro espírita é notável por sua história, pois nasceu de um terreiro de umbanda, com suas práticas características. O espírito mentor da casa, conhecido por Xangô, assumiu a missão de transformá-lo num centro espírita kardecista. Quando Almerinda começou a freqüentá-lo, em 1963, havia ainda em uma parede um nicho com a imagem de São Jorge, uma poltrona coberta de branco, para os passes, e um cofre na entrada, para receber donativos. As transformações foram lentas, para que a maioria pudesse acompanhá-las; assim, em 1967, Michaela ainda encontrou bastante por fazer. Em 17 de outubro de 1968, no livro de atas, em reunião geral para eleição da nova diretoria Michaela é eleita vice-presidente. Em 8 de maio de l968, a pedido do presidente, colaborou com o plano de trabalho e programa dos trabalhos semanais, ficando encarregada da doutrinação e vidência, nos trabalhos das terças- feiras. Nessa ocasião, com sua ­experiência e estudo, ponderou sobre a necessidade de se colocarem na mesa pessoas conhecidas de boas vibrações, assim como de se evitarem médiuns estranhos na mesma, para que a harmonia dos trabalhos fosse mantida. Xangô aprovou.

Em 20 de agosto de l969, Michaela solicitou autorização para realização de trabalhos de desobsessão, com portas fechadas ao público, nas quartas-feiras, no que foi atendida. Em 10 de setembro de l969, Michaela aparece como responsável pelos trabalhos das quartas-feiras, nas sextas-feiras, também à noite, ao lado do Senhor Newton e Almerinda; nos sábados, os mesmos, para consultas, orientações e estudos. Em 30 de março de 1970, com a realização de nova eleição, Michaela aparece com Almerinda e Nonato, como encarregados de assistência a recém -chegados e doutrinação. Nas atas de 1971 e 1972, continua no mesmo trabalho, embora mudanças de domicílio tenham, às vezes, dificultado seu desempenho. Hoje, o Centro Espírita “Irmãos da Nova Era” tem uma admirável sede própria, onde o kardecismo é estudado com empenho, além de um grande trabalho de assistência social. Está situado na rua General Roberto Alves Carvalho Filho, 522, em Santo Amaro.

Na madrugada de 3 de março de 1976, chegando a São Paulo de carro, vindos de Araçatuba, o casal José Militão e Almerinda, suas duas filhas menores, Maria Luiza e Maria Lúcia, e Michaela, foram vítimas de um doloroso acidente. O automóvel em que viajavam mergulhou no rio Pinheiros, na altura da ponte do Jaguaré. José e as duas filhas não conseguiram sair a tempo, perdendo a vida material. Almerinda, lutando contra as águas, saiu, e Michaela, com o pubis fraturado, ficou se debatendo, até conseguir sair das águas fétidas do rio. Levaram-na, a seguir, para o pronto-socorro do Hospital da Lapa. Como conseqüência, ela ficou temporariamente numa cadeira de rodas e deixou sua casa no Jabaquara, voltando para o Brooklin.

Almerinda não poderia ficar só com Maria Regina, sua filha mais velha, numa casa tão vazia. Assim, sua mãe, sua irmã Vera com as duas crianças, juntaram-se a elas, preenchendo o vazio material deixado pelos três que voltaram à pátria espiritual. Elas contavam com a âncora da fé. Onde tantos barcos se perdem, o delas permaneceu na rota segura determinada pelo Evangelho de Jesus sob a abençoada luz da doutrina de Kardec.

Em 10 de maio de l980, Michaela casou-se com João Mattiazzo, irmão de seu primeiro marido, passando a residir em Birigui. Voltou a freqüentar a Aliança Espírita “Varas da Videira” de Araçatuba, às terças-feiras, com seu velho grupo dirigido por sua irmã Maria Pia Marques Cardoso. Às sextas-feiras, esporadicamente, participava das reuniões no Centro Espírita “Dr. Mariano Dias”, próximo de sua residência. Em dezembro de 1982, sofreu um enfarte do miocárdio de considerável proporção, ficando, por isso, com sérias limitações em suas atividades. Michaela compensou essas limitações costurando ativamente para os pobres, doando livros e mantimentos, até o dia 26 de julho de 1997, quando às 19h20min, em Birigüi, voltou para a espiritualidade.

Quando pesquisamos a vida e a obra de uma pessoa comum, encontramos registros de cargos e funções desempenhados em livros de atas, mas não há registro de seu trabalho de doação - Michaela foi obreira incansável, não só na parte doutrinária, mas especialmente na assistencial. Na Aliança Espírita “Varas da Videira”, foi encarregada, durante anos, do Departamento da Mãezinha, quando assistiam até oitenta famílias visitadas e cadastradas, que recebiam, mensalmente, roupas, alimentos e leite em pó. Nas campanhas natalinas, angariavam donativos, não só no comercio e entre conhecidos, mas até nas casas de estranhos, por um Natal mais feliz para aqueles carentes, segundo testemunho de sua irmã Maria Pia Marques Cardoso. De 1982 a 1995, sempre que podia, acompanhava a filha Irma e a irmã Maria a Santo Antônio do Aracanguá, em reunião mensal no Centro Espírita “ Deus é Amor e Luz”, levando orientação cristã e alimentos para minorar a miséria dos necessitados. Em sua última semana de vida no corpo físico, ela ainda juntou retalhos, costurando e arrematando um paletó para agasalhar uma criança. Michaela foi uma “Papai Noel”, uma verdadeira irmã da caridade”, afirma Atílio Bistaffa.

E o registro do pioneirismo? Michaela foi a primeira entre suas irmãs e arrastou-as, e aos sobrinhos, e as filhas e os netos, para a doutrina de Kardec. Através de sua mediunidade, as pessoas que foram curadas e os parentes, que sofreram juntos, continuaram no Espiritismo; aqueles que não aderiram à doutrina, tornaram-se, pelo menos, simpatizantes.

Concluímos que Michaela foi uma semeadora da Seara do Senhor. Uma semeadora que saiu a semear suas sementes...

 

 

(Copiado de:     http://www.universoespirita.org.br/catalogo/literatura/textos/ISMAEL%20GOBI/obras_de_vultosII/michaela_marques_mattiazzo.htm )

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Michaela Marques Mattiazzo.

Imagem do livro Obra de Vultos, volume 2.

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Michaela, a primeira da direita, com a mãe e irmãos.

Imagem do livro Obra de Vultos, volume 2.

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Aspecto da primeira estação ferroviária Bauru da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Imagem/fonte: 

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Primeira_esta%C3%A7%C3%A3o_de_Bauru_(NOB).jpg

 

 

* Dona Michaela Marques Mattiazzo nasceu

Na cidade de Bauru, SP, aos 28-05-1910.

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João Marchesi, importante vulto do Espiritismo de Penápolis, SP. ,

Com a orientação e assistência do  senhor João Marchesi,  Dona Michaela Marques Mattiazzo

desenvolveu  suas faculdades mediúnicas  em Penápolis onde resida na década de 1940.

 Foto do acervo de João Marchesi Neto.

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Ângelo Bistaffa, com dona Irene e os filhos, no sítio de Santo Antônio do Aracanguá, em 1932.

Foto copiada do livro Obra de Vultos, volume II.

 

Dona Michaella Marques Mattiazzo foi presidente do Centro Espírita “Deus é Amor e Luz”

fundado em 1947  em Santo Antonio do Aracanguá tendo o senhor  Ângelo Bistaffa  como

vice-presidente.

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A construção do prédio da Aliança Espírita “Varas da Videira”, no início dos anos de 1950.

Imagem  copiada do livro Obras de Vultos, volume 2.

 

 

Dona Michaela Marques Mattiazzo teve grande participação na Aliança Espírita Varas da Videira,

onde foi eleita para diversos cargos de diretoria.

 

 

 

O ectoplasma foi descoberto por prêmio Nobel

 

Matéria já publica em

Coluna de O Tempo.

BH, MG.

 

José Reis Chaves

José Reis Chaves

Foto: Ismael Gobbo

 

  O ectoplasma ou fluido vital ou ainda corpo etéreo foi descoberto pelo médico e químico francês Charles Richet, Prêmio Nobel de Medicina de 1913. Ele foi também fundador da Sociedade Metapsíquica de Londres e descobridor da anafilaxia e outras doenças. É chamado de “Apóstolo da Ciência e do Espiritismo”.

  O ectoplasma é muito importante nos meios espiritualistas, principalmente espíritas, pois, ele é indispensável para que ocorram as aparições de espíritos e as suas materializações, as quais não são somente vistas, mas também palpáveis, como aconteceu com as de Jesus. Trata-se de matéria muito sutil, mas que tem peso, pois, ao sair dos médiuns, é atraído pela gravidade, caindo no chão. Parece uma fumaça, pois é branco, o que lembra a espécie de fumaça que saia da Arca da Aliança dos judeus do Velho Testamento e da verdadeira sessão espírita da Transfiguração, no Novo Testamento, em que apareceram para Jesus e os apóstolos médiuns especiais e que eram sempre convidados por Jesus para seus feitos especiais: Pedro, Tiago e João. A Jesus e a estes três apóstolos apareceram os espíritos de Moisés e Elias, que tinham morrido já havia séculos. E, inclusive, Jesus até conversou com estes dois espíritos.

 Charles Richet e William Croques (também Prêmio Nobel de 1919) e seus demais colegas de estudo do ectoplasma, já de início, descobriram que ele tinha algumas células sem núcleo. E descobriram também que ele é húmido, frio e que parece com uma teia de aranha. E reforçamos o que já dissemos, o ectoplasma é usado pelos espíritos se manifestarem, principalmente quando eles são materializados e palpáveis. Entre outros exemplos bíblicos de espíritos de mortos se manifestarem materializados, temos o de Jesus que disse para Tomé: Ponha sua mão em meus ferimentos e veja que sou eu mesmo e não um espírito (fantasma) qualquer...

 Porém, sempre houve e haverá cientistas e filósofos materialistas. Mas eles são como exceções de uma regra geral. Seus argumentos são fracos ou pouco convincentes, além de serem subjetivos e não objetivos e coletivos. E seu materialismo é como se fosse sua religião. Tudo no Universo é bipolar: Dia e noite, macho e fêmea e até a matéria, que é energia condensada, tem a sua contraparte: a antimatéria. E os materialistas vivem sempre tentando criar argumentos contra qualquer novidade pelos cientistas espiritualistas. Só que, como já dissemos, seus argumentos são fracos e pouco convincentes e são como exceções de uma regra...  Ainda bem que, geralmente, não são fanáticos. E há uma frase latina assim: “Non est mens sana qui negat esse Deum”. (Não é de mente sã quem nega Deus.) Esquecemo-los, pois, e fiquemos com os grandes cientistas espiritualistas até de Prêmio Nobel e conhecedores do ectoplasma...

 

(Recebido em email de Jose Reis Chaves [[email protected]])

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2021/DEZEMBRO/08-12-2021_arquivos/image034.jpg

Retrato de Charles Robert Richet, Prêmio Nobel de Fisiologia 1913

Data por volta de 1913, publicada em 1914 na Suécia em [[[iarchive: lesprixnobel1913nobe | Identificador de arquivo da Internet. : lesprixnobel1913nobe]] Les Prix Nobel 1913], p. 58

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Charles_Robert_Richet_nobel.jpg

 

 

 

Charles Robert Richet (Paris, 26 de agosto de 1850 — Paris, 4 de dezembro de 1935) foi um médico fisiologista francês.

Descobridor da soroterapia e da anafilaxia (uma reação alérgica), foi laureado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1913. Também interessou-se por fenômenos paranormais, tendo criado a metapsíquica; e por aviação, tendo desenvolvido com Louis Breguet em 1907

Leiamais:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Robert_Richet

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2021/DEZEMBRO/08-12-2021_arquivos/image035.jpg

 Livro: “Tratado de Metapsíquica”  de Charles Richet. Edição em francês. BNF Gallica.

Acesso: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5846623z.texteImage

 

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Moisés e Elias aparecem  na Transfiguração de Jesus. Pintura por Carl Heinrich Bloch.

Imagem/fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/15/Transfigurationbloch.jpg

 

 

 

Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
Mateus 17:1-3

https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/17

 

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A incredulidade de São Tomé. Óleo sobre tela por Caravaggio.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Caravaggio_-_The_Incredulity_of_Saint_Thomas.jpg

 

 

 

 Amor Infinito

Aviso do tempo

 

(Recebido em email de Leopoldo Zanardi, Bauru, SP)

 

 

 

 

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