Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, segunda-feira, 17 de outubro de 2022.

Compiladas por Ismael Gobbo

 

 

 

 

Notas

1. Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

2. Este e-mail é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas via e-mail  e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos de e-mail. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.

 

3. Este trabalho é pessoal e totalmente gratuito, não recebe qualquer tipo de apoio financeiro e só conta com ajuda de colaboradores voluntários. (Ismael Gobbo).

 

 

 

Atenção

Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui:

           

         https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/OUTUBRO/17-10-2022.htm 

 

No Blog onde é  postado diariamente:

http://ismaelgobbo.blogspot.com.br/

 

Ou no Facebook:https://www.facebook.com/ismael.gobbo.1

 

   

 

 

Os últimos 5 emails enviados     

 

DATA                                       ACESSE CLICANDO NO LINK

 

15-10-2022  https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/OUTUBRO/15-10-2022.htm  

14-10-2022  https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/OUTUBRO/14-10-2022.htm

13-10-2022  https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/OUTUBRO/13-10-2022.htm

12-10-2022  https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/OUTUBRO/12-10-2022.htm

11-10-2022  https://www.noticiasespiritas.com.br/2022/OUTUBRO/11-10-2022.htm

 

                     

 

 

O Evangelho Segundo o Espiritismo

 

 

 

 

 

 

 

 

(Copiado do site Febnet)

Arquivo: Possedées de Morzine.jpg

Possuídos de Morzine.

Quadro que descreve a cerimônia de confirmação de 1864 em Morzine. O bispo de Annecy molestado pelas mulheres da comunidade "possuído por demônios". Encontro 1864

Pintura em ferro de Laurent Baud (1827-1907)

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Poss%C3%A9d%C3%A9es_de_Morzine.jpg

 

 

http://www.noticiasespiritas.com.br/2018/NOVEMBRO/30-11-2018_arquivos/image015.jpg

 

Jesus cura um homem mudo possesso. Aquarela por James Tissot. Imagem/fonte:

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6f/Brooklyn_Museum_-_Jesus_Heals_a_Mute_Possessed_Man_%28J%C3%A9sus_gu%C3%A9rit_un_poss%C3%A9d%C3%A9_muet%29_-_James_Tissot.jpg

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2019/AGOSTO/07-08-2019_arquivos/image014.jpg

Jesus curando o cego e mudo. Aquarela de James Tissot.

Imagem/fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus_exorcizando_o_cego_e_mudo

 

De acordo com os evangelhos, Jesus curou um homem possuído por demônios que estava era cego e mudo, recuperando-lhe tanto a voz quanto a visão. As pessoas que presenciaram o ato ficaram maravilhadas e perguntaram "É este, porventura, o filho de Davi?" (uma referência ao Messias esperado pelos judeus).

Leia mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus_exorcizando_o_cego_e_mudo

 

                                                                                            

 

Há muito amor na Terra

 

Nunca houve tanto amor na Terra como hoje...

Quando lembramos das notícias alarmantes de crimes, violências e desatinos, imaginamos que a frase cabe somente na boca dos visionários.

De um modo geral, focamos nas notícias em que predominam a maldade e a miséria.

Em uma escola, certa classe de ensino fundamental, desafiada a um debate, foi dividida em duas equipes.

Uma apresentaria a tese do domínio do mal no mundo, enfocando as guerras que não cessam, os crimes que apavoram nosso cotidiano, as brigas, os desentendimentos de toda sorte.

A outra equipe traria relatos de práticas do bem, defendendo a tese de que há muito amor circulando nas veias do planeta.

De início, o debate parecia conceder vitória ao primeiro grupo. No entanto, à medida que foram sendo apresentadas as inúmeras atividades em prol do conhecimento, da cultura, da solidariedade, o clima foi se alterando.

Foram lembradas ações, como a distribuição de alimentos e agasalhos para moradores de rua; enxovais para bebês ofertados para gestantes carentes; mães que doam seu leite para salvar vidas frágeis; cursos de alfabetização de adultos.

Foram mencionadas instituições que oferecem ensino de qualidade, do fundamental ao ensino médio; que trabalham com crianças em situação de risco; que oferecem apoio e assistência à gestante, impedindo que pereçam a vida existente e a que se encontra em formação; que auxiliam famílias necessitadas, enquanto se reerguem das dificuldades que as envolvem; que abastecem bibliotecas de unidades de aprisionamento, com livros de variada ordem, a fim de que mentes sejam ilustradas; que abrigam animais abandonados, promovendo projetos de adoção, que encontram eco em muitos lares.

A relação foi se alongando, de tal forma, que foi estabelecida nova data para a apresentação de outros tantos projetos.

Sim, há muito amor circulando na Terra.

Pode parecer o contrário, quando nos detemos nas redes sociais e nos noticiários que somente divulgam desastres, crimes, corrupção; que apresentam as estatísticas alarmantes de feminicídio, violência doméstica, assaltos e agressões em plena rua.

Essas fontes deixam de enaltecer o garoto da favela que conseguiu alta pontuação no ENEM - o Exame Nacional de Ensino Médio; o menino que ganhou a Olimpíada Mineira de Matemática em três níveis e que ficou com a Medalha de Prata na Olimpíada Paulista de Matemática, onde participou como convidado.

Sim, temos muito amor circulando no mundo. Amor pelo conhecimento, pela arte, pelas pessoas, pelos animais, pela natureza.

Basta somente que tenhamos olhos de ver e busquemos as fontes adequadas para nossas navegações ou leituras.

Que nossa preferência seja por aqueles sites que se especializam em notícias boas, que enfatizam o que há de bom neste bendito planeta azul.

Bem é tudo que está de acordo com a lei divina, que é de progresso e justiça.

Quem está envolvido com o bem, tem amor em seu coração e é isso que transmite ao mundo.

Se quisermos, podemos, com nossas atitudes, engrossar ainda mais esse maravilhoso cordão de amor que abraça o planeta.

Redação do Momento Espírita
Em 15.10.2022.

 

 

Escute o áudio deste texto:

http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=6780&stat=0

 

(Copiado de Feparana)

File: Giovanni Lanfranco - milagre do pão e peixe - WGA12454.jpg

Quadro intitulado: “Milagre do pão e peixe”.  Óleo sobre tela de Giovanni Lanfranco.

Imagem/fonte:  https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Giovanni_Lanfranco_-_Miracle_of_the_Bread_and_Fish_-_WGA12454.jpg

 

Caridade - Antoine-Alexandre Morel.

Copiado de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Charit%C3%A9_-_Antoine-Alexandre_Morel.jpg   

http://www.noticiasespiritas.com.br/2018/OUTUBRO/03-10-2018_arquivos/image066.jpg

A Caridade. Óleo sobre tela de João Zeferino da Costa.

Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro, Brasil. Foto Ismael Gobbo.

 

 

Bons Espíritos

 

Pelo Espírito Emmanuel.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Seara dos Médiuns.

Lição nº 51. Página 151.

Estudos e Dissertações em torno da Substância Religiosa de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec.

Questão nº 267. Parágrafos 1º, 2º e 3º. Reunião Pública de 11.07.1960.

 

Quando em dificuldade, assinalas, contente, a mão que te oferta auxílio espontâneo.

Se sofres, adquires ânimo novo, perante alguém que te reanima.

Doente, sabes ser reconhecido a quem te socorre.

Em erro, apresentas-te renovado, diante daquele que te apóia o reajuste, sem recorrer à condenação.

Solitário, encontras a presença do amor no companheiro que te dirige a boa palavra.

Sabes que te enganas muitas vezes, apesar do teu devotamento à verdade, e que, em muitas circunstâncias, pareces abraçar a ingratidão e a agressividade, não obstante o propósito de honrar a justiça, e, por esse motivo, dignificas todos aqueles que te estendam bondade e compreensão.

Respeitas quem te não dá prejuízo.

Admiras quem não te fere as convicções.

Estimas a quem te ajuda sem perguntar.

Abençoas a quem não te cria problemas.

Agradeces a quem te aprecia a nobre intenção.

Em suma, recolhes reconforto e felicidade junto de todo aquele que te aceita como és, amparando-te as necessidades sem exigir-te certificados de perfeição e exames de consciência.

Pelo auxílio que recebes, conheces, perfeitamente, o auxílio que podes prestar.

Identificarás, assim, facilmente, a condição do Amigo Desencarnado.

Se ele deseja comunicar-te o bem a que aspira, em favor de si mesmo, não permitirá que faças ao próximo aquilo que não queres te seja feito.

O Bom Espírito, por isso, não é somente aquele que te faz bem, mas, acima de tudo, o que te ensina a fazer bem aos outros para que sejas igualmente um Espírito Bom.

 

(Recebido em email do divulgador Antonio Sávio de Belo Horizonte, MG)

 

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2019/JUNHO/28-06-2019_arquivos/image031.jpg

A criança doente. Óleo sobre tela de Edvard Munch.

Edvard Munch  The Sick Child , de 1885 a 1886, descreve a doença de sua irmã Sophie, que morreu de tuberculose

 quando Edvard tinha 14 anos; sua mãe também morreu da doença. 

https://en.wikipedia.org/wiki/Tuberculosis_in_human_culture#/media/File:Munch_Det_Syke_Barn_1885-86.jpg

 

 

https://www.noticiasespiritas.com.br/2019/JUNHO/28-06-2019_arquivos/image032.jpg

 Hagar e o Anjo. Óleo sobre tela por Carel Fabritius.

Imagem/fonte:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Carel_Fabritius_-_Hagar_and_the_Angel_-_WGA07722.jpg?uselang=nl

 

 

 

Registro. Palestra no Abrigo neste domingo 16-10-2022.

Araçatuba, SP

 

O orador Nelson Santos, vinculado à Casa do Caminho em Araçatuba, desenvolveu no Abrigo Ismael o tema: “Bondade”. Fotos: Ismael Gobbo.

 

 

 

 

Eventos diversos. Informação em email de Elsa Rossi

Londres, Reino Unido

BOURNEMOUTH.webp

a palestra do dia 13 de Outubro está disponível no link: SSL  =   https://fb.watch/g84Q6GVdwn/

 

 

 

www.elsarossi.com

Let's promote the creation of small family groups for the study of the Gospel at Home, that is the key for World Peace.☘  

 P Please do not print this unless you really need to.

 

 

 

 

(Recebido em email de Elsa Rossi)

 

 

Programação UNIFESP/NUSE

Live com Prof. Dr. Julio Peres

 

(Recebido em email de Maria Leo [[email protected]])

 

 

Palestra de abertura da 45ª Jornada de Confraternização Espírita de Assis - realizada em 03/09/2022. Assista

 

 

 

Assistir

https://www.youtube.com/watch?v=qRZkC2iOnNw&ab_

 

 

 

(Recebido em email de Francisco Atilio Arcoleze [[email protected]])

 

 

 34ª. Jornada Espírita de Rancharia, SP.

Palestras virtuais.

 

Canal USE Intermunicipal de Rancharia

 

https://www.youtube.com/c/USEIntermunicipaldeRancharia

 

 

(Informação recebida em email de Francisco Atilio Arcoleze [[email protected]])

 

 

40º. Encontro de dirigentes e trabalhadores espíritas da região de Marília.  Marília, SP

 

(Informação em email de Donizete Pinheiro)

 

 

Site da Federação Espírita Brasileira

Brasília, DF

 

Clique aqui:
https://www.febnet.org.br/portal/

 

 

 

 

Federação Espírita do Paraná

Curitiba

 

ACESSE AQUI:

http://www.feparana.com.br/

 

 

 

 

 FEEAL- Federação Espírita do Estado de Alagoas

Maceió

 

Acesse aqui:

https://feeal.org.br/

 

 

 

FEP- Federação Espírita Pernambucana

Recife

 

Acesse aqui:

https://federacaoespiritape.org/

 

 

 

 

 

 

 

Se te for possível colabore com o Abrigo Ismael- Departamento da centenária União Espírita “Paz e Caridade”. Araçatuba, SP

 

ACESSE O SITE AQUI:

http://abrigoismael.com.br/  

O Abrigo Ismael comemorou  80 anos no dia 3 de outubro de 2021

 

 

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União Espírita Paz e Caridade, desde o ano 1921, vem atuando para abrandar o sofrimento de idosas carentes, suprindo-lhes todas as suas necessidades. Atualmente, conta com uma equipe de enfermagem, auxiliares, nutricionista, assistente social, médico, e fornece seis refeições diárias, medicamentos, lazer, atividades físicas e lúdicas, visando sempre a maior qualidade de vida possível nesta fase da vida. Em todos esses anos sempre contou com a colaboração da sociedade araçatubense, o qual agradecemos de todo o coração.

 

 

Sem título

 

 

                             

 

Boletim semanal do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier

São Paulo

 

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Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier

Boletim semanal – Ano VIII

3a semana de Outubro de 2022

 

 

Livre-arbítrio;Valor da fé, desde a redação manuscrita de Kardec;As conversões de Abigail e de Saulo;Diálogos e movimentos inter-religiosos; 75 primaveras do lado de lá;  Memórias e reflexões – família;O chamamento em café com evangelho; Mantendo a serenidade

 

Artigo Livre-arbítrio:

http://grupochicoxavier.com.br/livre-arbitrio/

 

Notícias:

-Valor da fé, desde a redação manuscrita de Kardec:

http://grupochicoxavier.com.br/o-valor-da-fe-desde-a-redacao-manuscrita-de-kardec/

 

Vídeos:

-As conversões de Abigail e de Saulo:

http://grupochicoxavier.com.br/as-conversoes-de-abigail-e-de-saulo/

 

- Diálogos e movimentos inter-religiosos:

http://grupochicoxavier.com.br/dialogos-e-movimentos-inter-religiosos/

 

- 75 primaveras do lado de lá:

http://grupochicoxavier.com.br/75-primaveras-do-lado-de-la/

 

- Memórias e reflexões – família:

http://grupochicoxavier.com.br/memorias-e-reflexoes-familia/

 

Estudo do Evangelho:

- O chamamento em café com evangelho:

http://grupochicoxavier.com.br/o-chamamento-em-cafe-com-evangelho/

 

Mensagem –Mantendo a serenidade:

http://grupochicoxavier.com.br/mantendo-a-serenidade/

 

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Podes ser, ainda hoje, o apoio dos que esmorecem, desalentados, ou a luz dos que jazem nas sombras; podes estender o cobertor agasalhante sobre aqueles a quem a noite pede perdão por ser longa e fria, aliviar o suplício dos companheiros que a moléstia carcome ou dizer a frase calmante para os que enlouqueceram de sofrimento” - Meimei.

 

(Xavier, Francisco Cândido; Vieira. Waldo. Espíritos diversos. O espírito da verdade. Cap. 25. FEB)

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Com fraternal abraço,

Equipe GEECX

 

 

 

 

(Recebido em email de Antonio Cesar Perri de Carvalho [[email protected]])

 

 

Jornal Agenda Cristã. Rancharia, SP

Acesse no link

 

ACESSE AQUI:

https://sites.google.com/usesp.org.br/useourinhos/galeria/agenda-crist%C3%A3-rancharia

 

Recebido em email de Francisco Atilio Arcoleze [[email protected]])

 

 

Homenagem a Alexandre Sech

17-10-1936/ 02-10-2019

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

 

Desencarnou Alexandre Sech, em Curitiba, no dia 2 de outubro de 2019. Nasceu em Ponta Grossa (Paraná) no dia 17/10/1936. Era casado com Maderli, sendo pais de oito filhos, tendo netos e bisneto.

Atuou no movimento espírita desde os tempos de Mocidade Espírita em Ponta Grossa. Participou da reorganização do Centro Espírita “Luz Eterna”, de Curitiba, na década de 1960. Neste local, junto com a esposa, amigos como dr. Célio Trujillo Costa, Ney de Meira Albach e Neuton de Meira Albach, deram início em 1970 ao programa de estudos conhecido como COEM – Centro de Orientação e Educação Mediúnica.

Antes disso, estiveram em Uberaba onde receberam mensagem de Bezerra, psicografada por Chico Xavier, no dia 17/5/1969, de onde destacamos um trecho: “Trabalhemos, visando a essa bendita realização: a mediunidade ajustada a Kardec, para que o ensinamento de Jesus seja realmente vivido”.1 No Centro citado criaram também o “Programa Básico de Doutrina Espírita”.

Conhecemos Alexandre e toda a equipe a partir da amizade em comum com Divaldo Pereira Franco, iniciando por visita de Alexandre em atividade deste orador em Araçatuba, em abril de 1972. Seguidas de viagens nossas a Curitiba. Em fevereiro de 1974, fomos responsáveis pela implantação do programa "Centro de Orientação e Educação Mediúnica" (COEM), no Centro Espírita "Luz e Fraternidade", em Araçatuba (SP). Esta foi a adoção pioneira no Estado de São Paulo do programa elaborado pelo Centro Espírita "Luz Eterna" (de Curitiba), sob a liderança de Alexandre Sech, Célio T. Costa, Ney e Neuton Albach.2

O COEM é um programa de estudos que tem por base O livro dos médiuns e demais obras da Codificação, bem como algumas obras subsidiárias e utiliza o processo preconizado por Allan Kardec do aprendizado gradativo e sistemático, partindo do simples para o complexo. Os bons resultados da aplicação do referido programa foram evidentes favorecendo a formação de equipe de trabalho e a expansão de atividades do Centro Espírita. Em seguida esse programa de estudos foi adotado em vários locais do Estado de São Paulo, como o Grupo Espírita Batuíra, de São Paulo, e instituições de Santos, Bauru, Araraquara, Osasco, Rancharia e Franca; também de vários outros Estados e alguns países.

Juntamente com Alexandre e Maderli e nossa esposa Célia, estivemos juntos em visita a Chico Xavier na Comunhão Espírita de Uberaba. E em vários eventos no Estado de São Paulo, Curitiba, Ponta Grossa e no Rio de Janeiro. Alexandre Sech atuou também como médium, inclusive psicógrafo. Sech foi atuante junto à Federação Espírita do Paraná durante várias décadas. Ligado à FEP foi durante anos médico e também diretor do Hospital Psiquiátrico Bom Retiro, tendo a esposa, que é psicóloga, como diretora administrativa.

Em Araçatuba, onde éramos dirigente da então União Municipal Espírita, hoje USE Intermunicipal de Araçatuba, iniciamos eventos regionais anuais como a Jornada sobre Mediunidade e depois a Confraternização de Espíritas da Alta Noroeste, sempre com a atuação de Alexandre e equipe do Centro Espírita Luz Eterna, de Curitiba. Naquela época Alexandre contribuiu a com a publicação Encontro com a Cultura Espírita (Ed. O Clarim). Proferiu palestras nas várias regiões do país.

Algum tempo depois em entrevista realizada em Araçatuba com Divaldo Pereira Franco, a respeito de desenvolvimento mediúnico este se referiu à experiência local nos idos de 1983: “O melhor método de orientação ao desenvolvimento mediúnico ainda é o COEM, para estudo, porque predispõe, ensino; como o próprio nome diz orienta, naturalmente que adaptado a cada necessidade local. Como por exemplo, sei que aqui em Araçatuba – com conversei muito com o Cesar, através dos anos -, a aplicação do COEM é realizada dentro das chamadas necessidades do movimento espírita de Araçatuba […] Mas este é o método kardequiano: estudo, reflexão, exercício, meditação…”2

Anos depois com nossas mudanças de cidades e atuações junto à União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, na capital paulista, e em Brasília, junto à Federação Espírita Brasileira e Conselho Espírita Internacional, estivemos com Sech em outros eventos, como encontro promovido pelo CEI, na sede da FEB, em 2002, e, no 4º. Congresso Espírita Mundial, em Paris, em 2004.

Nosso último encontro ocorreu por ocasião de palestra nossa, na condição de presidente da FEB, por ocasião de comemoração do centenário do Centro Espírita Mensageiro da Paz, na sede da Federação Espírita do Paraná, em 2013.

Há alguns anos Alexandre estava adoentado e afastado de suas atividades espíritas e profissionais. Alexandre Sech encerrou sua atuação profissional como psiquiatra. O Conselho Regional de Medicina do Paraná homenageou-o em 2013 quando completou 50 anos de sua formatura como médico pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná. Recebeu em solenidade do Dia do Médico, o Diploma de Mérito Ético-Profissional por ter alcançado os 50 anos de formado com histórico exemplar. Na ocasião, foi o filho médico quem lhe entregou a comenda. Teve participação ativa na constituição de entidades representativas do setor hospitalar.3

Registramos nossa homenagem e gratidão ao amigo Alexandre Sech que durante décadas interagimos em ações espíritas e familiares, explicitando que sua influência foi muito importante no início dos anos 1970, decisiva para a reorganização do Centro Espírita “Luz e Fraternidade”, de Araçatuba, que fomos um dos fundadores, e também para a ativação do movimento espírita naquela região.

Fontes:

1) Centro de Orientação e Educação Mediúnica – COEM. Centro Espírita Luz Eterna, Curitiba. Vol. 1, 2010 (apostila).

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Centro Espírita. Prática espírita e cristã. Cap. 5.4.4 . São Paulo: USE. 2016.

3) https://www.crmpr.org.br/Nota-de-pesar-psiquiatra-Dr-Alexandre-Sech-CRMPR-1469-11-52515.shtml (consulta em 14/10/2019).

(*) – Foi dirigente espírita em Araçatuba (SP); presidente da USE-SP e da FEB; ex-membro da Comissão Executiva do CEI.

Obs.- fotos: homenagem no CRM-Pr, 2013; Jornada sobre Mediunidade em Araçatuba (1976), Sech com esposa, Ney Albach, Célio Costa e esposa. 

http://www.noticiasespiritas.com.br/2020/OUTUBRO/17-10-2020_arquivos/image043.jpg

Dr. Alexandre Sech e filho médico Marcelo Sech.

http://www.noticiasespiritas.com.br/2020/OUTUBRO/17-10-2020_arquivos/image044.jpg

Casal Maderli e Alexandre Sech, Ney de Meira Albach, casal Clarisse e Célio Costa. Foto de Cesar Perri.

 

(Texto publicado em: Boletim de Notícias (de Ismael Gobbo), e, Revista digital O Consolador)

 

 

 

 

HOMENAGEM

 

 

Gedeão Fernandes de Miranda

(15/10/1894 – 06/06/1991)

 

http://www.noticiasespiritas.com.br/2021/ABRIL/01-04-2021_arquivos/image046.jpg

Gedeão Fernandes de Miranda aos 21 anos

Foto do livro Obra de Vultos, volume 1.

 

Biografia elaborada por: Vilson Aparecido Disposti

DESCOBRINDO O ESPIRITISMO

No final do século passado, já sob os clarões da luminosa Codificação Kardequiana, nascia, em 15/10/1894, Gedeão Fernandes de Miranda, em Bariri, SP, filho de Antônio Fernandes de Miranda e de Ana Maria de Jesus, família católica de humildes lavradores. Na sua adolescência, viu-se enredado por notáveis fenômenos de efeitos físicos, acompanhados de cruéis processos obsessivos, que assolavam a seus pais e irmãos. A família residia na zona rural daquele município, quando recrudesceram os padecimentos coletivos do grupo familiar. Seus membros chegavam a travar lutas corporais entre si, vítimas de bem engendrada trama obsessiva. Enquanto a família mergulhava no caos, forças aparentemente ocultas pareciam zombar daquela situação, ao provocarem repentinas quedas de louças e panelas, além de arremessos de origem desconhecida de pedras sobre o telheiro. Indignado com tudo isso, o adolescente Gedeão tomou uma resolução, para si julgada definitiva, que colocaria fim àquele estado de coisas. Certa noite, armou-se de um facão caprichosamente afiado e saiu obstinado para ajustar contas com o Demônio. ­Procurou-o intensamente pelas cercanias do sítio, todavia, desapontado, não o encontrou. Por outro lado, seu ­desapontamento com Deus não era menor, chegando a exclamar que já “não acreditava nem em Deus, nem no Diabo”.

Foi exatamente neste período que conheceu Joaquim Olímpio da Silva, médium curador, que conseguiu curar sua mãe de uma obsessão que já durava 20 anos, livrando-a, inclusive, de uma paralisia no braço. Este fato despertou-lhe intenso interesse pela Doutrina Espírita. Posteriormente, comprou “O Livro dos Espíritos”, cuja leitura o entusiasmou bastante, especialmente o capítulo “Da Pluralidade das Existências”, passando, assim, a compreender os providenciais mecanismos pelos quais Deus promove Sua Soberana Justiça.

Pouco tempo depois, Gedeão dava pequena esmola a um leproso, que, anonimamente, passava montado a cavalo, a recolher moedas em uma caneca, que, após depô-la ao chão, permanecia à distância, aguardando a esmola, para somente depois recolhê-la. O piedoso gesto era repetido de vez em quando. Um dia, o enfermo, que era de pouca prosa, quebrou o silêncio dizendo a Gedeão que precisava falar-lhe, porém seria necessário que fosse à sua casa. A aceitação de Gedeão foi espontânea e sem hesitação. O ­enfermo, sentindo-se menos constrangido, prolongou o diálogo, apresentando-se como Pedro trazia faces e mãos expressivamente comprometidas pelo mal de Hansen.

O FENÔMENO DA TRANSFIGURAÇÃO

Na noite avençada, Gedeão dirigiu-se a cavalo até o vilarejo onde Pedro residia com a família. No local, moravam outros companheiros sob o mesmo infortúnio, agravado pelo impiedoso preconceito social. Assim que Gedeão encontrou a casa indicada, bateu à porta e logo foi gentilmente recebido por Pedro e seus familiares. Gedeão, tanto constrangido quanto consternado, pôde constatar as profundas dificuldades que vergastavam aqueles espíritos ali reunidos em provas aspérrimas. O ambiente era muito pobre, porém limpo, enquanto a iluminação era mantida por um lampião pendurado no teto rebaixado do pequeno cômodo. No centro, havia um caixote de borco, que era utilizado à guisa de uma mesa, havendo sobre ele um exemplar do “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Enquanto trocavam impressões, aproximava-se das 20h, quando Pedro convidou a todos para orar. Gedeão foi tomado de uma impressão indefinível de bem-estar e fixou sua atenção em Pedro, que, por sua vez, cerrou os olhos e passou a orar sentidamente. Foi com muita surpresa que, de repente, viu o rosto de Pedro, marcado pela doença, desaparecer, para surgir um iluminado semblante transcendendo luz e beleza indescritíveis, num autêntico fenômeno de transfiguração. Cessada a comovida prece, Pedro leu o capítulo IV do Evangelho: “Ninguém poderá ver o reino de Deus, se não nascer de novo”, após o que, discorreu com encantamento sobre a reencarnação. A reunião foi encerrada no mesmo clima de enlevo inicial. A partir de então, ante aquele impressionante testemunho de fé partindo daquelas valorosas almas, coroado ainda pelo inusitado fenômeno, a Doutrina Espírita tocou para sempre o espírito de Gedeão, transformando-o no incansável bandeirante do Consolador, a propagar a Doutrina pelos mais distantes rincões por onde passava.

VENCENDO O SERTÃO

Com a calma familiar restabelecida, mudaram-se para a cidade de São Sebastião do Paraíso, MG, onde trabalharam como colonos numa fazenda de café. Entretanto, em 1914, a família transferiu-se para Araçatuba, quando Gedeão já contava com 20 anos de idade, indo trabalhar na derrubada de matas na fazenda do Sr. Antônio Amaral. Naquela época, prevalecia a extração de madeira, que era enviada para Campinas por uma empresa madeireira instalada nas cercanias da antiga estação ferroviária, em cujo pátio eram depositadas gigantescas toras.

O PRIMEIRO CENTRO DA ALTA NOROESTE

Foi com suas próprias mãos que rasgou o chão inóspito das matas da Alta Noroeste, para plantar a árvore frondosa do Consolador Prometido, iniciando as reuniões familiares que culminariam na fundação do primeiro centro espírita de Araçatuba: “União Espírita Paz e Caridade”. Contava ele que nesta cidade não encontrou nenhum espírita – os seus poucos habitantes eram católicos. Assim, começou a realizar o “Estudo do Evangelho no Lar”, todas as terças-feiras, quando fazia suas preleções às pessoas que se sentavam em sacas de arroz por ele colhidas em parceria agrícola com o espanhol João Donha. Ambos cultivavam numa grande várzea, hoje transformada na bela avenida João Arruda Brasil.

A fundação da “União Espírita Paz e Caridade” ocorreu em 21 de abril de 1921. Gedeão foi auxiliado por um pequeno, mas qualificado grupo de espíritas, amorosamente plasmados na intimidade do seu lar. Entre eles, cumpre-nos destacar o Sr. José Sanches Guzman, que doou um terreno, cuja venda permitiu a compra de uma área maior, localizada na estrada do Córrego Azul, atual Rua Marcílio Dias, 128, Bairro São Joaquim. A edificação da modesta construção – cujas paredes eram de barro – foi feita pelas próprias mãos de Gedeão, enquanto João Donha atuava como servente.

O AMIGO CAIRBAR SCHUTEL

A versatilidade de Gedeão não parava aí. Como presidente da “União Espírita Paz e Caridade”, teve o zelo de mandar imprimir, em outubro de 1923, seu Estatuto Social, na “Typografia d’O Clarim”, dirigida pelo eminente vulto Cairbar Schutel, em Matão, SP. Um exemplar do mencionado estatuto foi encontrado junto aos seus guardados, acompanhado de uma carta original manuscrita pelo punho de Schutel, como Gedeão assim o chamava, documento esse que faz referências à qualidade do material enviado, bem como cuidadosa prestação de contas das despesas gráficas, apontando, inclusive, o valor do porte do correio sobre a remessa, cujos documentos originais eram carinhosamente guardados por Gedeão, o que nos permitiu consultá-los para atender à elaboração do presente trabalho, ao qual nos entregamos com enorme alegria.

A diretoria relacionada naquela publicação era a seguinte: Gedeão, presidente; Júlio Monteagudo Pinheiro, vice, sendo os demais membros Antônio Manoel da Cunha, Mauro Guimarães, José Miguel Serapião e Francisco Graton.

OS BENFEITORES ESPIRITUAIS

As tarefas espirituais ganhavam força, sob a proteção de muitos Espíritos Benfeitores. Gedeão não os nominava, porém seus confrades falavam das presenças veneráveis do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, Irmã Celina, Pai Jacó, além de espíritos familiares, cujas entidades, consagradas ao bem supremo, realizavam extraordinário socorro aos enfermos da alma e do corpo. O trabalho passou a atrair grande número de necessitados, obrigando-o, junto aos amigos, a reservar amplo alojamento para as pessoas enfermas, que vinham, inclusive dos estados vizinhos, em busca de atendimento. Entretanto, havia casos muito graves de doenças mentais já instaladas, pelo que, o próprio Gedeão transportava os referidos pacientes de trem para a cidade de Franca, onde havia um atendimento mais específico. Para tanto, Gedeão foi obrigado a tirar um salvo-conduto, para não ser preso durante a viagem, em razão de levar consigo aqueles pacientes, que, à época, eram trancafiados nas Cadeias Públicas. O referido documento também faz parte de seus arquivos e foi emitido pela Superintendência de Segurança Política e Social do Estado de São Paulo. Mais tarde, em 1932, os doentes mentais passaram ser carinhosamente tratados em Araçatuba mesmo, pela venerável Benedita Fernandes.

O CASAMENTO COM MARIA JÚLIA

No que se refere à vida pessoal, Gedeão, casou-se, em 1921, com Dona Maria Júlia de Aquino, viúva e mãe de três filhos, com quem teve outros seis. O casal adotou ainda um menino recém-nascido, cuja mãe era portadora de hanseníase e morrera no parto. Atualmente, todos os filhos das primeiras núpcias já desencarnaram, entretanto, deixou um número expressivo de netos residentes em nossa região.

O ABRIGO ISMAEL

Em 1923, um grupo de senhoras, sob direção de Dona Maria Júlia de Aquino Miranda, fundou a Associação das Senhoras Espíritas, o Abrigo Ismael, para socorrer aos mais pobres, depois departamento da U. E. “Paz e Caridade”. Dona Maria Júlia era uma personalidade encantadora – alojava os necessitados, dando-lhes alimentação. Não raro, acolhia, em sua própria casa, pessoas com intrincados processos obsessivos. Ali, permaneciam por algum tempo, até que adquirissem o reequilíbrio necessário para volverem à família. Dona Maria Júlia atuava ainda nas sessões como dedicada médium de ‘incorporação’, entregando-se docilmente com desvelado amor aos sofredores de ambas dimensões da vida.

O ACIDENTE DE TREM

Gedeão trabalhou também na manutenção da estrada de ferro. Contava ele que transcorria o ano de 1925, quando viajava a serviço da N.O.B, para Itapura, SP. Seguia dormindo, quando uma entidade espiritual o acordou, advertindo-o com insistência: “Levanta! levanta! Que esta locomotiva vai tombar!” Ele, porém, não deu muita importância, considerando que a viagem transcorria tranqüila, entretanto, o Espírito se fez completamente visível e repetiu enfaticamente o aviso, o que lhe permitiu tomar posição de alerta. Naquele instante, a locomotiva iniciava uma curva já próxima da cidade, o trem começou a descarrilar, porém houve tempo de Gedeão saltar do vagão, livrando-se do grave sinistro. O acidente provocou graves danos, pelo que foi aberta rigorosa Sindicância Administrativa para se apurar as causas do acidente. Todavia, para não depor contra o maquinista, que desenvolvia uma velocidade incompatível para a manobra, Gedeão pediu demissão.

O AMIGO GUZMAN

Por volta de 1928, foi convidado pelo Sr. José Sanches Guzman para trabalhar na lavoura de café, localizada no Bairro Goulart, zona rural de Birigüi, onde reinstalou o culto do Evangelho no lar, novamente, às terças-feiras. Para sua modesta casa, fluíam muitas pessoas assoladas por incompreendidas obsessões. Assim, Gedeão dava curso ao fraternal atendimento cada vez mais solicitado. Com o inestimável amigo Guzman, fundaram, no Goulart, o Centro Espírita “Humilde dos Pobres”.

A PERSEGUIÇÃO POLICIAL

Dentre as diversas mediunidades de que era dotado, as mais espontâneas eram a clarividência e a clariaudiência, que lhe permitiam o contato natural e perene com seus Amigos Espirituais. Seu elevado padrão moral transmitia a quantos o buscavam uma serenidade indescritível. Seu acendrado amor aos sofredores apaziguava os corações atormentados que eram levados à sua presença, em manifesto processo de loucura e obsessão. Se, por um lado, os resultados alcançados eram extremamente positivos, graças à elevada assistência espiritual com a qual podia contar, por outro, o imaginário popular coloria ainda mais os perenes fenômenos de cura. Se, em parte, contribuíam para a propagação da Doutrina nascente, de outra, lhe traziam alguns inconvenientes, como o título de “Curador do Goulart”. Relata Aristides Penalva Sanches, filho de Guzman, que no ano de 1933, em decorrência da ‘fama’ de médium curador de Gedeão, não tardou muito para que fosse denunciado, pelo inconformismo, ao Dr. Gamaliel, ilustre delegado de polícia de Birigüi. Dr. Gama, como era chamado, deu-lhe o exíguo prazo de 24 horas para que abandonasse o município, sob pena de prisão, acusado do “crime” de “espalhar o Espiritismo como a peste bubônica”.

Assim, Gedeão colocou seus poucos móveis sobre a carroça e retornou para Araçatuba. Neste episódio, não faltou a prova da inequívoca amizade e solidariedade de Guzman, que viajou, na companhia de amigos, até a cidade de Campinas, para entrevistar-se com o Senador da República José Ribeiro, também membro da diretoria da FEB (Federação Espírita Brasileira) na cidade do Rio de Janeiro. O respeitável político expediu um ofício, restituindo prontamente a justiça, permitindo o imediato regresso de Gedeão e de sua família para o Goulart.

CARTAS DE MANOEL QUINTÃO

Inobstante a precariedade dos meios de comunicações verificada na época, Gedeão mantinha estreita correspondência com a FEB, naquele período sediada na cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. Mantinha-se atualizado, em constantes intercâmbios com os jornais “O Clarim”, de Matão, SP, e “Nova Era”, de Franca, SP. Dentre os documentos da época guardou, com muito carinho, uma carta manuscrita por Manoel Quintão, então presidente da FEB, datada de 30 de julho de 1931. Na valiosa missiva, o ilustre presidente respondia às acuradas indagações de Gedeão sobre o passe, cujo pequeno trecho, seja pelo precioso conteúdo, seja pelo relevante valor histórico, tomamos a liberdade de transcrever, ao menos parcialmente: “Os passes, quando ministrados com fé e pureza de intenção, aproveitam a quem os dá e a quem os recebe, porque, neste caso, a só aproximação dos Espíritos doadores produz a harmonia do ritmo vital nos organismos, tanto quanto propicia bons pensamentos, que são também salutares, porque o pensamento é força ativa. Mas, por isso mesmo, que eles, os passes, são um remédio preciso, não devem ser aplicados arbitrariamente, a torto e a direito. O médium que os aplica e o paciente que os recebe devem estar concentrados , atentos e mostrarem-se dignos por palavras, pensamentos e obras, da esmola que pretendam alcançar”.

GEDEÃO E BENEDITA FERNANDES

Gedeão foi contemporâneo de Dona Benedita Fernandes, inclusive, fazendo-se presente na reunião de 6 de março de 1932, assinando a ata de fundação da Associação das Senhoras Cristãs. Dizia ele que Dona Benedita, antes da fundação da referida instituição, colhia os lavradores em trânsito a procura de trabalho, chamados naquele tempo de “variantes”. Ela os reunia sob improvisado abrigo que arranjava ao juntar as cascas das toras acumuladas na Estação. Ao amanhecer, Mãe Dita, como era carinhosamente chamada, ressurgia por entre as toras, trazendo com sua alegria um bule de café. Para o almoço, servia humilde sopa de fubá. O gesto de caridade de Dona Benedita não passava despercebido; aos poucos, foi conquistando simpatizantes, que passavam a colaborar, trazendo-lhe, aos sábados, carroças com alimentos para atender aos necessitados. Assim, o Espírito de Benedita venceu este século. Hoje, continua sendo por todos nós venerada pelo seu devotamento à causa do Cristo, pela sua coragem e lucidez. Assim, “Dama da Caridade” é justo título que inspiradamente lhe atribuiu Dr. Antônio César Perri de Carvalho.

O BANDEIRANTE DO ESPIRITISMO

Em 1945, fundou o Centro Espírita Guillon Ribeiro, no Bairro da Prata, em Araçatuba, SP, auxiliado por Alberto Pineis e seus familiares.

Nos anos de 1948 e 1949, Gedeão passou a ser representante da RIE – (Revista Internacional do Espiritismo) e do jornal “O Clarim”, ambos coordenados por Cairbar Schutel, em Matão, SP, e, ainda, do periódico “Nova Era”. Para a divulgação destas obras, Gedeão empreendia longas viagens de trem até Corumbá, MT, geralmente proferindo palestras nas cidades por onde passava, incentivando a criação de pequenos grupos espíritas, além de intercâmbios com oradores como José Russo e João Leão Pita. Como era representante daqueles importantes órgãos da imprensa espírita, Gedeão foi convidado a participar da reunião de fundação da Aliança Espírita “Varas da Videira”, em 11 de junho de 1949, também em Araçatuba.

NOVOS DESAFIOS FAMILIARES

Findava a década de quarenta, quando a laboriosa Dona Maria Júlia deixou o palco das lutas terrestres, regressando à Espiritualidade, legando numerosa prole aos cuidados de Gedeão. Depois de seis anos de viuvez, Gedeão casou-se, em segundas núpcias, com a Sra. Albertina Fernandes de Miranda, em 24 de julho de 1954. O casal teve apenas um filho de nome Clarêncio, nascido em 10/12/68. Dona Albertina e o filho vivem hoje na cidade de Birigüi, amorosamente acolhidos por Aristides Penalva Sanches e seus familiares, nas dependências do Centro Espírita “José Sanches Guzman”, localizado na Rua das Hortênsias, 40.

GEDEÃO EM BIRIGÜÍ

Em 1976, conhecemos o Sr. Gedeão no Centro Espírita “Humilde dos Pobres”, na zona rural de Birigüí, onde continuava realizando magnífica tarefa de socorro aos complexos casos obsessivos. Sua presença de amor e sua elevada moral impunham significativa quietude às entidades atormentadas e às suas respectivas vítimas, no desforço de hoje pelas faltas do ontem. Pessoalmente, presenciamos a solução de difíceis dramas obsessivos, ante a sábia interferência de Gedeão, que se colocava como ponte da reconciliação entre os personagens em dura contenda.

O INSTRUTOR GEDEÃO

Em 1977, o Sr. Gedeão mudou-se para a cidade de Birigüi, onde fundou a União Espírita “Casa do Caminho”, localizada na Rua Tenente-Coronel Jair Forest, 500, Bairro Santo Antônio. A partir desta data, passamos a conviver estreitamente com ele, a quem recorríamos sempre ante as dificuldades existenciais da adolescência. Ele usava da ternura e bondade para ajudar, porém não abdicava da energia, ao falar sobre a necessidade impe­riosa do cumprimento do dever, que nos cabe perante a vida, cujo dever não podemos fugir sem suportar pesado ônus para a nossa economia espiritual.

Ainda em Birigüí, participou da fundação do Centro Espírita “José Sanchez Gusman”, onde continuávamos buscando sua paternal companhia. Assim, era sob o frondoso pé de abil, para onde nos convidava a sentar sempre que o visitávamos, vivenciando ali as duas últimas décadas de tão profícua existência. Embora firmando-se numa velha bengala, mantinha-se numa postura sempre altiva, conversava com firmeza e vigor na voz. Após sentar-se no banco tosco, à sombra generosa do grande arvoredo, Gedeão colocava os olhos na direção do infinito, examinava calmamente o céu, para em seguida exclamar uma saudação quase formal – “Deus..., na natureza!”, uma alusão ao título da obra do escritor francês Camille Flammarion, de quem era profundo admirador. Para depois, colocar-se atento às nossas indagações sobre a Doutrina, bem como sobre os nossos conflitos, em torno da mediunidade nascente. Ele nunca nos faltava com seu paternal afago e tampouco com seus estímulos e orientações preciosas. Foi neste laboratório vivo de ternas vibrações, que nos orientou e nos preparou para fundar a Casa do Caminho Ave Cristo, que se constitui num centro de reabilitação para jovens com dependência de drogas, cuja instituição é o resultado natural do seu espírito empreendedor.

A HORA DO REGRESSO

No inverno de 1991, Gedeão contava com 96 anos. De vez em quando, era tomado por pertinaz pneumonia, que lhe minava, pouco a pouco, a resistência física, porém, se o corpo apresentava-se alquebrado, em face da longa e perene refrega existencial, do seu espírito exornavam serenidade e lucidez, somente encontradas nas almas dos que se aproximam da hora suprema, com a consciência do dever retamente cumprido.

Assim, foi no entardecer de 6 de Junho de 1991 que o Espírito Pioneiro e combativo de Gedeão Fernandes de Miranda demandava a Pátria Espiritual, cercado de seus familiares e amigos. No momento em que seu corpo era sepultado, não faltou a manifestação emocionada de um confrade, a exaltar-lhe suas nobres realizações em favor da propagação da Doutrina do Consolador e do socorro aos que sofrem, sempre em permanente clima de renúncia e paciência, fazendo alusão, inclusive, à sua pobreza material, na qual carpiu muitas privações, porém jamais se ouviu ele dizer “eu preciso”, porquanto sustentava que se considerava muito rico, porque era um homem que não tinha necessidades.

A ETERNA GRATIDÃO

Transcrevemos, a seguir, um valioso depoimento de Maria Rosa Disposti, que privou assiduamente da convivência com o Sr. Gedeão, nos últimos anos de sua existência. “Em 1979, eu era ainda adolescente, ­quando meu genitor, Miguel Disposti, desencarnou, deixando imensa saudade em minha alma. Quando, então, o Sr. Gedeão, constituiu-se, para mim, em um segundo pai e abnegado instrutor, especialmente por cuidar da minha educação espiritual, porquanto dele recebi as primeiras lições da Doutrina Espírita, sempre enriquecidas com delicadas dissertações sobre o Evangelho de Jesus e as histórias das primícias do reino com o Cristianismo nascente. Entretanto, quando ele regressou à Pátria Espiritual, senti-me verdadeiramente órfã pela segunda vez. Mergulhada em densas saudades, não poucas vezes busquei a sombra do frondoso pé de abil, para respirar, naquele poético cenário, a leve psicosfera, que, por precioso tempo, abrigou o valoroso Espírito do Sr. Gedeão durante suas doces preleções. Sua admirável bondade e inegável sabedoria, plantaram em mim eternos carinho, respeito e gratidão, sentimentos que cultivarei para sempre em minha alma”.

O TRABALHO CONTINUA

Hoje, o Espírito Gedeão, unido a outras venerandas Entidades, que souberam honrar o compromisso com Jesus, na hora primeira deste século, divulgando o Evangelho do Cristo à luz da revelação kardequiana, desbravando sertões, abrindo veredas, arrostando os perigos da terra inculta e vencendo os preconceitos humanos, granjearam para si merecidas credenciais das Esferas Superiores, por desfraldarem, com a própria alma, a bandeira do Consolador, nestas terras da Alta Noroeste. Em nossos dias, permanecem eles conosco em primorosas tarefas, prestando fraternal assistência aos nossos núcleos espíritas, transformando-os em vigorosas constelações de luz, a iluminar a noite escura de nosso tempo, até que a aurora de um porvir de luz venha beijar a Terra e ficar conosco para sempre. Enquanto isso, para atenuar as saudades dos nossos, da vanguarda evolutiva, recordemos Emmanuel, que sabiamente pontifica: “Todos nós estamos juntos na presença Augusta de Deus”.

 

 

 

(Copiado de: http://www.universoespirita.org.br/catalogo/literatura/textos/ISMAEL%20GOBI/obras_de_vultos/gedeao_fernandes.htm)

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Araçatuba à época de sua fundação que ocorreu no dia 2 de dezembro de 1908..

Imagem do arquivo da Câmara Municipal de Araçatuba.

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Gedeão Fernandes de Miranda aos 21 anos. Foto do livro Obra de Vultos, volume 1. 

Gedeão é citado como  o primeiro espírita a chegar em Araçatuba,  no ano de 1914, seis anos depois da fundação da cidade.

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Gedeão Fernandes de Miranda, na homenagem que lhe foi prestada em 1975, pela

União Espírita “Paz e Caridade”, de Araçatuba, entidade fundada aos 21 de abril de 1921.

Gedeão foi o  fundador e  primeiro presidente da União Espírita Paz e Caridade. 

Foto copiada do livro Obra de Vultos, volume 1.

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Dona Benedita Fernandes, na estrema esquerda de pé, e o casal Maria Bogalho  e

Manoel Clemente Gonçalves ao seu lado foram muito amigos de Gedeão Fernandes de Miranda.

Foto do arquivo do Hospital Benedita Fernandes, Araçatuba, SP. 

Leia o texto da biografia de Gedeão nesta postagem.

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Centro Espírita “Humilde dos Pobres”, no Bairro do Goulart, em Birigui, SP., fundado por José Sanchez Gusman em 1928..

Na época o Sr. Gedeão que morava no sítio do sr. Guzman participou da inauguração e das atividades do Centro. .

 Foto copiada do livro Obra de Vultos, volume 1, da biografia de José Sanchez Gusman. Os integrantes do Centro Espírita “Humildes dos Pobres”  mantinham contato permamente com a Associação das Senhoras Cristãs, dirigida por dona Benedita Fernandes, participando de reuniões doutrinárias e fazendo doações para ajudar na manutenção da entidade. 

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Estrada que faz a ligação do  Bairro do Goulart com Araçatuba. Foto: Ismael Gobbo

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Evento no Abrigo Ismael no ano de 1943. Paritipação de presidentes, crianças da evangelização e da escola

pública municipal que ali funcionava. Foto copiada do livro Obra de Vultos, volume 1.

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A sédea da União Espírita “Paz e Caridade” após ampliações na década de 1960.

Imagem do arquivo da União Espírita “Paz e Caridade”

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Foto da década de 1960  de senhoras assistidas no Abrigo Ismael tendo na extrema esquerda “Tia Luiza”, 

grande batalhadora na casa tanto no aspecto doutrinário como administrativo. Foto do arquivo da

União Espírita Paz e Caridade copiada do livro Obra de Vultos, volume 2. 

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Foto atual de senhoras residentes funcionários do Abrigo Ismael, departamento da União Espírita Paz e Caridade ( UEPC.

Imagem fornecida pela UEPC. 

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Fachada atual da União Espírita “Paz e Caridade” e seu departamenbo AbrigoIsmael.

Imagens fornecidas  pelaUEPC

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Túmulo de Gedeão Fernandes de Miranda no Cemitério da Consolação em Birigui, SP.

Gedeão faleceu no dia 5 de junho de 1991 e foi sepultado no dia 6. Foto: Ismael Gobbo.

 

 

Amor Infinito

Problema nosso

 

(Recebido em email de Leopoldo Zanardi)

 

 

 

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