Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, segunda-feira, 13 de abril de 2015

Compiladas por Ismael Gobbo

Agradecemos àqueles que gentilmente repassam este email

Parcerias

 

 

http://ismaelgobbo.blogspot.com.br/          http://www.redeamigoespirita.com.br/

 

 

 

Nota 1

Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

 

Nota 2

Este email é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.  O trabalho é totalmente gratuito e conta com ajuda de colaboradores voluntários (Ismael Gobbo)

 

 

Atenção

Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui:

http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/ABRIL/13-04-2015.htm

 

No Blog onde  é  postado diariamente:

http://ismaelgobbo.blogspot.com.br/

 

Ou no Facebook

https://www.facebook.com/ismael.gobbo.1

 

 

 

NOTA SOBRE O ENVIO DESTE BOLETIM

 

ESTAMOS PRESTES A RESTABELECER O ENVIO DE EMAILS COM TODO CONTEÚDO DO BOLETIM DE NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA ESTAMPADO NO PRÓPRIO CORPO DO E  MAIL NA FORMA COMO SEMPRE FIZEMOS. ULTIMAMENTE PASSAMOS POR PROBLEMAS TÉCNICOS DE VÁRIAS ORDENS QUE DE CERTA FORMA PREJUDICARAM O BOM ANDAMENTO DOS  NOSSOS TRABALHOS.  ISMAEL  GOBBO 

 

 

OS ULTIMOS 5 EMAILS ENVIADOS:

 

DATA                                        ACESSE CLICANDO NO LINK

 

11-04-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/ABRIL/11-04-2015.htm

10-04-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/ABRIL/10-04-2015.htm

09-04-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/ABRIL/09-04-2015.htm

08-04-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/ABRIL/08-04-2015.htm

07-04-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/ABRIL/07-04-2015.htm

 

 

 

 

 

O Evangelho Segundo o Espiritismo- Cap. XXV,  6-8

Buscai e achareis

 

 

Observai os pássaros do céu

   

 6. Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração. Eis por que vos digo: “Não vos inquieteis por saber onde achareis o que comer para sustento da vossa vida, nem de onde tirareis vestes para cobrir o vosso corpo. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que as vestes?” Observai os pássaros do céu: não semeiam, não ceifam, nada guardam em celeiros; mas vosso Pai celestial os alimenta. Não sois muito mais do que eles? e qual, dentre vós, o que pode, com todos os seus esforços, aumentar de um côvado a sua estatura? Por que também vos inquietais pelo vestuário? Observai como crescem os lírios dos campos: não trabalham, nem fiam; entretanto, eu vos declaro que nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus tem o cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, que existe hoje e amanhã será lançada na fornalha, quanto maior cuidado não terá em vos vestir, ó homens de pouca fé! Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos? ou: que beberemos? ou: de que nos vestiremos? como fazem os pagãos, que andam à procura de todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que tendes necessidade delas. Buscai primeiramente o Reino de Deus e a sua justiça, que todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo. Assim, pois, não vos ponhais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã cuidará de si. A cada dia basta o seu mal. (Mateus, 6:19 a 21 e 25 a 34.)

     7. Interpretadas à letra, essas palavras seriam a negação de toda previdência, de todo trabalho e, conseguintemente, de todo progresso. Com semelhante princípio, o homem limitar-se-ia a esperar passivamente. Suas forças físicas e intelectuais conservar-se-iam inativas. Se tal fora a sua condição normal na Terra, jamais houvera ele saído do estado primitivo e, se dessa condição fizesse ele a sua lei para a atualidade, só lhe caberia viver sem fazer coisa alguma. Não pode ter sido esse o pensamento de Jesus, pois estaria em contradição com o que disse de outras vezes, com as próprias Leis da Natureza. Deus criou o homem sem vestes e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para fabricá-los. (Cap. XIV, item 6; cap. XXV, item 2.)

     Não se deve, portanto, ver, nessas palavras, mais do que uma poética alegoria da Providência, que nunca deixa ao abandono os que nela confiam, querendo, todavia, que esses, por seu lado, trabalhem. Se ela nem sempre acode com um auxílio material, inspira as ideias com que se encontram os meios de sair da dificuldade. (Cap. XXVII, item 8.)

     Deus conhece as nossas necessidades e a elas provê, como for necessário. O homem, porém, insaciável nos seus desejos, nem sempre sabe contentar-se com o que tem: o necessário não lhe basta; reclama o supérfluo. A Providência, então, o deixa entregue a si mesmo. Frequentemente, ele se torna infeliz por culpa sua e por haver desatendido à voz que por intermédio da consciência o advertia. Nesses casos, Deus fá-lo sofrer as consequências, a fim de que lhe sirvam de lição para o futuro. (Cap. V, item 4.)

     8. A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um terá o necessário. O rico, então, considerar-se-á como um que possui grande quantidade de sementes; se as espalhar, elas produzirão pelo cêntuplo para si e para os outros; se, entretanto, comer sozinho as sementes, se as desperdiçar e deixar se perca o excedente do que haja comido, nada produzirão, e não haverá o bastante para todos. Se as amontoar no seu celeiro, os vermes as devorarão. Daí o haver Jesus dito: “Não acumuleis tesouros na Terra, pois que são perecíveis; acumulai-os no céu, onde são eternos.” Em outros termos: não ligueis aos bens materiais mais importância do que aos espirituais e sabei sacrificar os primeiros aos segundos. (Cap. XVI, itens 7 e seguintes.)

     A caridade e a fraternidade não se decretam em leis. Se uma e outra não estiverem no coração, o egoísmo aí sempre imperará. Cabe ao Espiritismo fazê-las penetrar nele.

 

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, FEB.  Texto copiado do site Febnet e da obra citada)

 

João de Barro em sua casinha. Birigui, SP. Foto Ismael Gobbo

 

 

O que o Espiritismo tem a ver com as crianças índigo?

 

BLOG JORNAL EXTRA

COLUNA ESPÍRITA

PARA: DENISE / REGINA

DE: GERSON SIMÕES MONTEIRO

DATA: 12/04/2015

 

 

Recebi de um ouvinte da Rádio Rio de Janeiro um e-mail querendo esclarecimentos sobre o seguinte: O que é uma criança índigo e o que ela têm  a ver com a geração nova apregoada pelo Espiritismo? Bem, caro ouvinte, um dos autores de Crianças índigo é Lee Car­roll, formado em Economia pela Universidade da Carolina do Norte. O ano em que tudo começou foi 1989, quan­do um sensitivo disse ter visto ao lado de Lee Carroll uma entidade extraterrestre que se iden­tificou pelo nome "Kryon". A co-autora do livro Crianças índigo é a can­tora Jan Tober, ex-mulher de Lee Carroll. Ela o ajudou a criar a seita “Grupo Iluminação Kryon”, em 1991.

Antes deles, foi Nancy Ann Tape, conhecida parapsicóloga, também americana, quem primeiro (desde 1980) cunhou a expressão "crianças índigo", com base na cor por ela observada na aura de crianças que de alguma forma se destacavam das demais. Nancy Ann Tappe cita no seu livro Crianças índigo, que algumas das características dessas crianças chamadas de índigo são alarmantes, senão vejamos:

"Nascem, sentem-se e agem como se fossem da  realeza. (...) Conseguem inverter as situações, manipulando ao invés de serem manipulados, especialmen­te seus pais. (...) Não se relacionam bem com pessoa alguma que não seja igual a elas. (...) Algumas têm propensão ao vício, especialmente drogas durante a adolescência".

Diz ainda Nancy, que todas as crianças que mataram colegas de escola ou os próprios pais, com as quais teve contato, eram índigos. Eles tinham uma vi­são clara de sua missão, mas algo entrou em seu caminho e elas quiseram se livrar do que imaginavam ser o obstáculo. Trata-se de um novo conceito de sobrevivência. Todos nós possuíamos esse tipo de pensamento macabro quando crianças, mas tínhamos medo de colo­cá-lo em prática. Já os índigos não têm esse tipo de medo.

Ora, se esse é o novo conceito de sobrevivência das crianças índigo, matar os pais e colegas de es­cola, é claro que isso nada tem a ver com a geração nova conceituada por Allan Kardec, no capítulo XVIII, de A gênese, pois a ela caberá  fundar a era do pro­gresso moral. “Essa geração nova, portanto, se distinguirá por uma precoce inteligência e razão, juntas ao sentimento inato do bem e das crenças espiri­tualistas, constituindo um sinal indiscutível de um adiantamento anterior".

 

Gerson Simões Monteiro

Vice-Presidente da Rádio Rio de Janeiro

                                          E-mail: [email protected]       

 

 

(Texto recebido em email de Gerson Simões Monteiro)

O célebre Albert Einstein aos 3 anos de idade

Imagem/fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Albert_Einstein#/media/File:Albert_Einstein_at_the_age_of_three_(1882).jpg

 

“Quando abro a porta de uma nova descoberta já encontro Deus lá dentro”

Albert Einstein

 

 

Palestra programada para o C.E. “Antônio de Pádua”

Palmital, SP

 

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(Informação recebida em email de Francisco Atilio Arcoleze [[email protected]])

 

 

Palestra no Seara Espírita “Joanna de Angelis”

Campinas, SP

 

 

(Informação recebida em email de SEJA-Divulgação [[email protected]])

 

 

XXXIX Semana Espírita de Difusão Doutrinária.

C.E. Cristo Redentor. Salvador, BA

 

 

(Informação recebida em email de Edward Cobem 7 [[email protected]])

 

 

VII Jornada comemorativa dos 158 anos da

Codificação Espírita (1857 – 2015). Rancharia, SP

 

 

Local:  ​

Casa Espírita “Antonio Luiz Sayão”, à Av. Pedro de Toledo, nº 755, 

em comemoração ao 69º aniversário do Centro.

 

Dia 18 de abril, sábado, às 20 horas  

 

Orador: FRANCISCO ATILIO ARCOLEZE  - Palmital/SP  

  Tema: “Obsessão”

 *

​Local:

 Centro Espírita “Joana D’Arc”, à Rua Allan Kardec, 828

 

Dia 25 de abril, sábado, às 20 horas

 

Oradora: ESTER DE MATOS VEIGA Assis/SP

Tema: “Felicidade: sinônimo de evolução”

   

  

​= = = = = =

 

  Compareça! Participe! Divulgue o evento!

  

 

​Apoi​

​o:  USE-​

União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo-​Intermunicipal de Rancharia

 

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(Informação recebida em email de Francisco Atilio Arcoleze [[email protected]])

 

 

Seminário com lançamento de livro por Sólon Queiroz - COBEM. Salvador, BA

 

Amorosos amigos

 

Vocês vão amar os amorosos eventos - Vamos Participar 

 

Vai Ser Um Banquete Espiritual de Pura Luz e Bênçãos Divinas

 

 

CONVITE - 18 de abril de 2015 - sábado - Entrada Gratuita - 19h30

 

O Departamento Doutrinário da COBEM convida a todos para a doutrinária do dia 18 de abril de 2015, às 19h30min, com o convidado Wesley Caldeira, palestrante mineiro que também fará o lançamento do seu livro “Da Manjedoura a Emaús” da editora FEB.

 

Wesley Caldeira

 


 

SEMINÁRIO - 19 de abril domingo - 50 Notas fiscais - 8h30 às 12h30

(As inscrições serão feitas na Recepção)

 


 

COBEM - Casa de Oração Bezerra de Menezes

 

Rua Bezerra de Menezes, nº 90, Brotas, Salvador-BA

 

Informações: (71) 33560256

 

Curtam a FanPage da Cobem com muito amor

 

https://www.facebook.com/CasaDeOracaoBezerraDeMenezesCobem

 

Visitem o site da Cobem com muito amor

 

www.cobem.org.br

 

(Informação recebida em email de Edward Cobem 7 [[email protected]])

 

 

Palestra no Centro Espírita “Francisco de Assis”

Avanhandava, SP

 

CONVITE de PALESTRA

Centro Espirita Francisco de Assis - Avanhandava

Rua Tibiriçá nº 522

convida a todos para assistirem a palestra que o

 

DR. LUIZ  AUGUSTO  MACEDO.

 

DA CIDADE DE

GUARARAPES

 

Fará  nesta quarta-feira dia 15-04-2015

Às  20,00  horas

Tema:

" LIVRE "

       

(Informação recebida em emails de Luiz Antonio da Silva e de João Marchesi Neto)

 

 

Programação da Sociedade Espírita “Redenção”

Buritama, SP

 

 

(Informação recebida em email de Jane Maiolo)

 

 

Palestra com Jane Maiolo no C.E. “Raymundo  Mariano Dias”

Birigui, SP

 

 

(Informação recebida em email de Jane Maiolo)

 

 

27 anos da Casa do Caminho Meimei

São Paulo, SP

 

27anos_ccm

 

(Informação recebida em email de [email protected])

 

 

Nando Cordel – Show em Beneficio do Remanso Fraterno

Niterói, RJ

 

 

(Informação recebida em email de Nelio Luzze)

 

 

28º. Encontro sobre “A Vida e a Obra de Léon Denis”

Duque de Caxias, RJ

 

 

(Informação recebida em email de Nelio Luzze)

 

 

Kardec Rádio – em inglês

Baltimore, EUA

 

Acesse:

www.kardecradio.com

 

 

 

 

II Seminário NUVET- FEESP

São Paulo, SP

 

 

Caros amigos da Ame São Paulo,

É com muita alegria que informamos a realização do II Seminário NUVET, que será realizado na Federação Espírita do Estado de São, na Rua Maria Paula, 140, no dia 17 de maio, das 15 às 20 horas.

Para fazer a sua inscrição favor clicar neste link: www.amesaopaulo.com.

Contamos com a vossa presença.

Abraço fraterno,

Marcelo Saad

Presidente da AME-SP


(Informação recebida em email de Giovana Campos)

 

 

Palestra no Centro de Cultura Espírita de

Caldas da Rainha, Portugal

 

 

Na sexta-feira, dia 17 de abril de 2015, às 21H00, irá decorrer uma conferência espírita subordinada ao tema O ABORTO À LUZ DO ESPIRITISMO.

Como vê o espiritismo a questão do aborto? Considera um erro? Considera aceitável? O aborto terapêutico tal como é entendido na lei é o mesmo conceito de aborto terapêutico que a doutrina espirita aborda? Estas e outras questões sobre o aborto serão analisadas à luz do espiritismo.


Esta palestra terá lugar na sede do Centro de Cultura Espírita, no Bairro das Morenas, em Caldas da Rainha, na Rua Francisco Ramos, nº 34, r/c.

As entradas são livres e gratuitas.

Este centro tem página na Internet em www.ccespirita.org e e-mail [email protected]

Fonte: CCE (C. Rainha)

Francisco Reis

laudas-avulso.com

 

(Informação recebida em email de Francisco Reis [[email protected]])

 

 

Grupo de Estudos Espíritas “Legionários da Luz”

Nova Friburgo, RJ

 

 

(Informação recebida em email de Giovana Campos)

 

 

V Jornada da AME-ABC

Santo André, SP

 

 

(Informação recebida em email de Regina Bachega)

 

 

Newsletter da USE/SP

 

Acesse aqui:

http://us8.campaign-archive1.com/?u=f01a19e5a4be3a48fdac60efa&id=7691fa15dd&e=a054168e08

 

 

(Com colaboração de Renê Magalhães [[email protected]])

 

 

Leia o informativo do Instituto Chico Xavier

Itu, SP

 

Acesse neste link:

http://www.institutochicoxavier.com/informativo/informativo68/index.htm

 

 

 

Revista eletrônica semanal “O Consolador”

Londrina, PR

 

Acesse aqui:

www.oconsolador.com.br

 

 

 

 

Perder tempo na vida

 

 Ao nos percebermos na iminência de concluir uma etapa, de encerrar um período da vida, é natural que necessitemos de momentos para reflexões e análises.

Ao final de nossos ciclos, seja de um ano, seja depois de um período em uma empresa, ou ao nos mudarmos de cidade, quase inevitável refletir sobre o período que se encerra.

Assim também ocorre quando percebemos chegar ao fim o ciclo desta existência.

Desde Elizabeth Klüber Ross, eminente desbravadora do assunto, vários são aqueles que vêm estudando o fenômeno da morte, e a reação dos que estão na iminência da partida.

Múltiplos são os relatos de experiências de profissionais que trabalham com pacientes terminais.

Assim fez Bronnie Ware, enfermeira americana que, em seu livro, cita que um dos arrependimentos mais comumente citados por seus pacientes é não ter tido coragem de expressar seus sentimentos.

Em uma breve análise de como nos relacionamos com nossos afetos, percebemos como isso é uma verdade marcante.

De modo geral, nos deixamos levar por falsas necessidades externas e acabamos esquecendo de escutar nosso coração.

Fre

quentemente, nos preocupamos com nossa posição, nossa imagem perante os outros e a sociedade, permitindo-nos guiar pelo orgulho, que acaba ditando o nosso proceder, e calamos nossos sentimentos.

De outras vezes, nos embaraçamos com sentimentos menores, brigas e desentendimentos corriqueiros.

E fazemos isso de tal forma que concedemos importância e valor a esses pormenores, em detrimento do que efetivamente pulsa em nosso coração.

Como resultado, passamos nossa vida a valorizar sentimentos que, efetivamente, não são os mais significativos.

Quanto tempo gastamos na semana para discutir e reclamar com nossos filhos ou para pequenas brigas domésticas?

Porém quanto desse tempo é dedicado para lhes dizer como eles são importantes para nós?

Qual a frequência com que nos pegamos criticando e analisando o comportamento, a ação de um amigo, de um ente querido?

Em contrapartida, quanto do nosso tempo investimos para lhes dizer como eles preenchem nossa emoção e nossos dias?

Quantas de nossas amizades se desfazem por uma conversa que não aconteceu, uma pergunta que não foi feita, um esclarecimento que não buscamos?

E quase sempre, isso ocorre porque nos deixamos levar pelo orgulho ou pela presunção, que dispomos em grande dose, e não agimos como nosso sentimento desejaria.

Com essas atitudes, ao longo dos anos, pouco daquilo que vive em nosso coração passa pelos nossos lábios.

Agindo assim é natural que, chegado o momento de concluir a existência, tenhamos profundo arrependimento de não ter dado vazão aos verdadeiros sentimentos.

Por isso, enquanto é tempo, pensemos o quanto conduzimos aos nossos lábios aquilo que efetivamente mora em nosso coração.

Utilizemos nosso tempo para buscar a reconciliação e o entendimento após a discussão, pequena ou de grandes proporções.

Não nos permitamos encerrar o dia em crise com nossas amizades, com nossos amores.

Logo mais, a vida, transitória, passageira, nos irá conduzir a outras paragens.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 11.4.2015.

(Texto copiado do site Feparana)

 

Relógio antigo exposto no Museu Ferroviário de Assunção, Paraguai. Foto Ismael Gobbo.

 

 

Treino para a morte

 

Ditadas pelo espírito Irmão X, pela

 psicografia de Francisco Cândido Xavier.

 

 

Preocupado com a sobrevivência além do túmulo, você pergunta, espantado, como deveria ser levado a efeito o treinamento de um homem para as surpresas da morte. A indagação é curiosa e realmente dá que pensar. Creia, contudo, que, por enquanto, não é muito fácil preparar tecnicamente um companheiro à frente da peregrinação infalível. Os turistas que procedem da Ásia ou da Europa habilitam futuros viajantes com eficiência, por lhes não faltarem os termos analógicos necessários. Mas nós, os desencarnados, esbarramos com obstáculos quase intransponíveis. A rigor, a Religião deve orientar as realizações do espírito, assim como a Ciência dirige todos os assuntos pertinentes à vida material. Entretanto, a Religião, até certo ponto, permanece jungida ao superficialismo do sacerdócio, sem tocar a profundez da alma. Importa considerar também que a sua consulta, ao invés de ser encaminhada a grandes teólogos da Terra, hoje domiciliados na Espiritualidade, foi endereçada justamente a mim, pobre noticiarista sem méritos para tratar de semelhante inquirição. Pode acreditar que não obstante achar-me aqui de novo, há quase vinte anos de contado, sinto-me ainda no assombro de um xavante, repentinamente trazido da selva matogrossense para alguma de nossa Universidades, com a obrigação de filiar-se, de inopino, aos mais elevados estudos e às mais complicadas disciplinas. Em razão disso, não posso reportar-me senão ao meu próprio ponto de vista, com as deficiências do selvagem surpreendido junto à coroa de Civilização. Preliminarmente, admito deva referir-me aos nossos antigos maus hábitos. A cristalização deles, aqui, é uma praga tiranizante. Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros. Os excitantes largamente ingeridos constituem outra perigosa obsessão. Tenho visto muitas almas de origem aparentemente primorosa, dispostas a trocar o próprio Céu pelo uísque aristocrático ou pela nossa cachaça brasileira. 10 Tanto quanto lhe seja possível, evite os abusos do fumo. Infunde pena a angústia dos desencarnados amantes da nicotina. Não se renda à tentação dos narcóticos. Por mais aflitivas lhe pareçam as crises do estágio no corpo, aguente firme os golpes da luta. As vítimas da cocaína, da morfina e dos barbitúricos demoram-se largo tempo na cela escura da sede e da inércia. E o sexo? Guarde muito cuidado na preservação do seu equilíbrio emotivo. Temos aqui muita gente boa carregando consigo o inferno rotulado de “amor”. Se você possui algum dinheiro ou detêm alguma posse terrestre, não adia doações, caso esteja realmente inclinado a fazê-las. Grandes homens, que admirávamos no mundo pela habilidade e poder com que concretizavam importantes negócios, aparecem, junto de nós, em muitas ocasiões, à maneira de crianças desesperadas por não mais conseguirem manobrar os talões de cheque. Em família, observe cautela com testamentos. As doenças fulminatórias chegam de assalto, e, se a sua papelada não estiver em ordem, você padecerá muitas humilhações, através de tribunais e cartórios. Sobretudo, não se apegue demasiado aos laços consanguíneos. Ame sua esposa, seus filhos e seus parentes com moderação, na certeza de que, um dia, você estará ausente deles e de que, por isso mesmo, agirão quase sempre em desacordo com a sua vontade, embora lhe respeitem a memória. Não se esqueça de que, no estado presente da educação terrestre, se alguns afeiçoados lhe registrarem a presença extraterrena, depois dos funerais, na certa intimá-lo-ão a descer aos infernos, receando-lhe a volta inoportuna. Se você já possui o tesouro de uma fé religiosa, viva de acordo com os preceitos que abraça. É horrível a responsabilidade moral de quem já conhece o caminho, sem equilibrar-se dentro dele. Faça o bem que puder, sem a preocupação de satisfazer a todos. Convença-se de que se você não experimenta simpatia por determinadas criaturas, há muita gente que suporta você com muito esforço. Por essa razão, em qualquer circunstância, conserve o seu nobre sorriso. Trabalhe sempre, trabalhe sem cessar. O serviço é o melhor dissolvente de nossas mágoas. Ajude-se, através do leal cumprimento de seus deveres. Quanto ao mais, não se canse nem indague em excesso, porque, com mais tempo ou menos tempo, a morte lhe oferecerá o seu cartão de visita, impondo-lhe ao conhecimento tudo aquilo que, por agora, não lhe posso dizer.

 

 

(Texto copiado de http://bvespirita.com/Cartas%20e%20Cr%C3%B4nicas%20%28psicografia%20Chico%20Xavier%20-%20esp%C3%ADrito%20Humberto%20de%20Campos%29.pdf)

 

Cemitério da Consolação. São Paulo, Brasil. Foto Ismael Gobbo

 

 

Homenagem

Léon Denis

01-01-1846 / 12-04-1927

 

Léon Denis nasceu numa aldeia chamada Foug, situada nos arredores de Tours, em França, a 1º de Janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos do lar. Desde os seus primeiros passos neste mundo, sentiu que os amigos invisíveis o auxiliavam. Ao invés de participar em brincadeiras próprias da juventude, procurava instruir-se o mais possível. Lia obras sérias, conseguindo assim, com esforço próprio desenvolver a sua inteligência. Tornou-se um autodidata sério e competente.

 

Aos dezoito anos tornou-se representante comercial da empresa onde trabalhava, fato que o obrigava a viagens constantes, situação que se manteve até a sua reforma e manteve ainda depois por mais algum tempo. Adorava a música e sempre que podia assistia a uma ópera ou concerto. Gostava de dedilhar, ao piano, árias conhecidas e de tirar acordes para seu próprio devaneio. Não fumava, era quase exclusivamente vegetariano e não fazia uso de bebidas fermentadas. Encontrava na água a sua bebida ideal.

 

Era seu hábito olhar com interesse, para os livros expostos nas livrarias. Um dia, ainda com dezoito anos, o chamado acaso fez com que a sua atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado. Era O Livro dos Espíritos de Allan Kardec. Dispondo do dinheiro necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar entregou-se com avidez à leitura. O próprio Denis disse:

 

Nele encontrei a solução clara, completa e lógica, acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas.

 

O ano de 1882 marca, em realidade, o início do seu apostolado, durante o qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o materialismo e o positivismo que olhavam para o Espiritismo com ironia e risadas e os crentes das demais correntes religiosas, que não hesitavam em aliar-se aos ateus, para o ridicularizar e enfraquecer. Léon Denis, porém, como bom paladino, enfrenta a tempestade. Os companheiros invisíveis colocam-se ao seu lado para o encorajar e exortá-lo à luta.

 

Coragem, amigo, - diz-lhe o espírito de Jeanne - estaremos sempre contigo para te sustentar e inspirar. Jamais estarás só. Meios ser-te-ão dados, em tempo, para bem cumprires a tua obra.

 

 A 2 de novembro de 1882, dia de Finados, um evento de capital importância produziu-se na sua vida a manifestação, pela primeira vez, daquele Espírito que, durante meio século, haveria de ser o seu guia, o seu melhor amigo, o seu pai espiritual - Jerônimo de Praga - que lhe disse: Vai meu filho, pela estrada aberta diante de ti. Caminharei atrás de ti para te sustentar.

 

A partir de 1910, a visão de Léon Denis foi, dia a dia, enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava, com calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a juventude. Aceitava tudo com estoicismo e resignação. Jamais o viram queixar-se. Todavia, bem podemos avaliar quão grande devia ser o seu sofrimento. Apesar disso, mantinha volumosa correspondência. Jamais se aborrecia; amava a juventude e possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza. O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que experimentava pelo fato de não mais poder manejar a pena. Secretárias ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade para Denis, consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem molestar ou importunar os amigos.

 

Após a Primeira Grande Guerra, aprendeu braille, o que lhe permitiu fixar no papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito, pois, nessa época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.

 

Em março de 1927, com oitenta e um anos de idade, terminara o manuscrito que intitulou de O Gênio Céltico e o Mundo Invisível. Nesse mesmo mês, a Revue Spirite publicava o seu derradeiro artigo.

 

Terça-feira, 12 de abril de 1927, pelas treze horas, respirava Denis com grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar da muita dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: É preciso terminar, resumir e... concluir. Fazia alusão ao prefácio da nova edição biográfica de Kardec. Nesse preciso momento, faltaram-lhe completamente as forças, para que pudesse articular outras palavras. Às 21:00 horas o seu Espírito alou-se. O seu semblante parecia ainda em êxtase.

 

As cerimônias fúnebres realizaram-se a 16 de abril. A seu pedido, o enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Seu corpo está sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.

 

Dentre os grandes apóstolos do Espiritismo, a figura exponencial de Léon Denis merece referência toda especial, principalmente em vista de ter sido o continuador lógico da obra de Allan Kardec. Podemos afiançar mesmo que constitui tarefa sumamente difícil tentar biografar essa grande vida, dada a magnitude de sua missão terrena, na qual não sabemos o que mais salientar: a sua personalidade contagiante, o bom senso de que era dotado, a operosidade no trabalho, a dedicação ímpar aos seus semelhantes e o acendrado amor que devotava aos ideais que esposava.

 

Léon Denis foi o consolidador do Espiritismo. Não foi apenas o continuador de Allan Kardec, como geralmente se pensa. Denis tinha unia missão quase tão grandiosa quanto a do Codificador. Cabia-lhe desenvolver os estudos doutrinários, continuar as pesquisas mediúnicas, impulsionar o movimento espírita na França e no Mundo, aprofundar o aspecto moral da Doutrina e, sobretudo, consolidá-la nas primeiras décadas do Século.

 

Léon Denis foi cognominado o APÓSTOLO DO ESPIRITISMO e, pela magnífica atuação desenvolvida, pela palavra escrita e falada, em favor da nova Doutrina foi, também, o seu Consolidador. O filósofo do Espiritismo, de acentuadas qualidades morais, dedicou toda uma longa vida à defesa dos postulados que Kardec transmitira nos livros do Pentateuco Espírita, O aspecto moral da Doutrina, os princípios superiores da Vida, a instrução, a família, mereceram dele cuidados extremos e, por isso mesmo, sua vida de provações, exemplo de trabalho, perseverança e fé, é um roteiro de luz para os espíritas, diremos mais, para os homens de bem de todos os tempos.

 

Em palavras de confiança e fé, ele mesmo resumiu assim a missão que viera desempenhar em favor de uma nobre causa: Consagrei esta existência ao serviço de uma grande causa, o Espiritismo ou Espiritualismo moderno, que será certamente a crença universal, a religião do futuro.

 

A sua bibliografia é bastante vasta e composta de obras monumentais que enriquecem as bibliotecas espíritas. Deve-se a ele a oportunidade ímpar que os espíritas tiveram de ver ampliados novos ângulos do aspecto filosófico da Doutrina Espírita, pois as suas obras, de um modo geral, focalizam numerosos problemas que assolam os homens, e também a sempre momentosa questão da sobrevivência da alma humana em seu laborioso processo evolutivo. Léon Denis imortalizou-se na gigantesca tarefa de dissecar problemas atinentes às aflições que acometem os seres encarnados, fornecendo valiosos subsídios no sentido de lançar novas luzes sobre a problemática das tribulações terrenas, deixando de lado os conceitos até então prevalecentes para apresentá-la aureolada de ensinamentos altamente consoladores, hauridos nas fontes inesgotáveis da Doutrina dos Espíritos.

 

Dedicando-se ao estudo aprofundado do Espiritismo, em seu tríplice aspecto de ciência, filosofia e religião, demorou-se com maior persistência na abordagem do seu aspecto filosófico. Concomitantemente com os seus profundos estudos nesse campo, também deu a sua contribuição, valiosa, na abordagem e estudo de assuntos históricos, fornecendo importantes subsídios no sentido de esclarecer as origens celtas da França e no tocante ao dramático episódio do martírio de Joana D'Arc, a grande médium francesa. Seus estudos não pararam aí; ele preocupou-se sobremaneira com as origens do Cristianismo e o seu processo evolutivo através dos tempos.

 

Dentre as suas múltiplas ocupações, foi presidente de honra da União Espírita Francesa, membro honorário da Federação Espírita Internacional, presidente do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris, no ano de 1925. Teve também a oportunidade de dirigir durante longos anos, um grupo experimental de Espiritismo, na cidade francesa de Tours.

 

A sua atuação no seio do Espiritismo foi bastante diversa daquela desenvolvida por Allan Kardec. Enquanto o Codificador exerceu suas nobilitantes atividades na própria capital francesa, Léon Denis desempenhou a sua dignificante tarefa na província. A sua inusitada capacidade intelectual e o descortino que tinha das coisas transcendentais fizeram com que o movimento espírita francês, e mesmo mundial, gravitasse em torno da cidade de Tours. Após a desencarnação de Allan Kardec, essa cidade tornou-se o ponto de convergência de todos os que desejavam tomar contato com o Espiritismo, recebendo as luzes do conhecimento, pois, inegavelmente, a plêiade de Espíritos que tinha por incumbência o êxito do processo de revelação do Espiritismo, levou ao grande apóstolo toda a sustentação necessária a fim de que a nova doutrina se firmasse de forma ampla e irrestrita.

 

Enquanto Kardec se destacou como uma personalidade de formação universitária, que firmou seu nome nas letras e nas ciências, antes de se dedicar às pesquisas espíritas e codificar o Espiritismo, Léon Denis foi um autodidata que se preparou em silêncio, na obscuridade e na pobreza material, para surgir subitamente no cenário intelectual e impor-se como conferencista e escritor de renome, tornando-se figura exponencial no campo da divulgação doutrinária do Espiritismo. Denis possuía uma inteligência robusta, era um Espírito preclaro, grande orador e escritor, desfrutando de apreciável grau de intuição. Referindo-se a ele, escreveu o seu contemporâneo Gabriel Gobron: Ele conheceu verdadeiros triunfos e aqueles que tiveram a rara felicidade de ouvi-lo falar a uma assistência de duas ou três mil pessoas, sabem perfeitamente quão encantadora e convincente era a sua oratória.

 

Denis jamais cursou uma academia oficial, entretanto, formou-se na escola prática da vida, na qual a dor própria e alheia, o trabalho mal retribuído, as privações heroicas ensinam a verdadeira sabedoria, por isso dizia sempre:Os que não conhecem essas lições, ignoram sempre um dos mais comovedores lados da vida. Com o concurso de sua inteligência invulgar furtar-se-ia à pobreza, mas ele preferiu viver nela, pois em sua opinião era difícil acumular egoisticamente para si aquilo que ele recebia para repartir com os seus semelhantes.

 

Com idade bastante avançada, cego e com uma constituição física relativamente fraca, vivia ainda cheio de tribulações. Nada disso, entretanto, mudava o seu modo de proceder Apesar de todas essas condições adversas, a todos ele recebia obsequioso. Desde as primeiras horas da manhã ditava volumosa correspondência, respondendo aos apelos das inúmeras sociedades que fundara ou de que era presidente honorário. Onde quer que comparecesse, ali davam-lhe sempre o lugar de maior destaque, lugar conquistado ao preço de profunda dedicação, perseverança e incansável operosidade no bem.

 

São de sua autoria:

Cristianismo e Espiritismo (FEB)
Depois da Morte (FEB)
Espíritos e Médiuns (CELD)
Joana D'Arc, Médium (FEB)
No Invisível (FEB)
O Além e a Sobrevivência do Ser (FEB)
O Espiritismo e o Clero Católico (CELD)
O Espiritismo na Arte (Lachâtre)
O Gênio Céltico e o Mundo Invisível (CELD)
O Grande Enigma (FEB)
O Mundo Invisível e a Guerra (CELD)
O Porquê da Vida (FEB)
O Problema do Ser, do Destino e da Dor (FEB)
O Progresso (CELD)
Provas Experimentais da Sobrevivência (O Clarim)
Socialismo e Espiritismo (O Clarim).

Em 19.10.2012.


 

Um artigo bastante curioso, publicado somente em A Centelha, em 1945, revista espírita há muito extinta, traz as apreciações do pesquisador Canuto Abreu sobre seu encontro em janeiro de 1922 com Léon Deis na cidade de Tours, França. Veja a seguir:

 

O que ficou mais gravado na minha memória foi nosso primeiro encontro. Fui a Tours no dia 6 de janeiro de 1922. A velha cidade francesa estava sombria e as luzes das ruas acesas, apesar de pleno dia. O frio era intenso. Quando o auto destacou barulhento à porta de casa, na Place des Arts, 19, estava uma senhora a entrar. Parou a ver quem chegava e foi minha gentil introdutora. Conquanto informado por uma carta de Jean Meyer duma próxima visita minha, Léon Denis não me aguardava naquele dia. De propósito cheguei a Tours sem outro aviso para não dar ao venerando mestre o incômodo de me esperar em dia certo.

 

A casa estava com algumas visitas. Falava-se alto lá dentro, como em controvérsia. A senhora, que me fez entrar a seu lado, deixou-me à entrada com mademoiselle Georgette, dedicada caseira de Denis. E, enquanto esta me ajudava a despir o sobretudo, ela varou a sala vizinha para me anunciar. A conversa animada cessou de súbito. Um moço alto e magro espiou à porta. Logo outro senhor apareceu, vindo ao meu encontro. Quando acompanhado por ele entrei na sala da palestra, surgiu diante de mim um velho de longas barbas, tendo ao lado a mesma senhora que me fizera entrar na casa. Eu esperava um homem forte, alto, altivo, de bigode à Clemanceau e pince-nez. Assim minha imaginação o fazia, pelo retrato em busto que ele me enviara em 1915.

 

Ali estava porém um homem de estatura meã, delicado de corpo, de longas barbas brancas em flâmula de duas pontas, cabeça meio pendida para a frente e para o coração. Estendeu-me a destra com um sorriso acolhedor. Avancei comovido ao seu encontro. Foi estreito e afetuoso o amplexo que me deu. Lembro-me que meu coração batia fortemente e sua barba roçava meu rosto quando ele disse distintamente: - Mon cher ami! Antes e depois desse encontro ouvi de muitos lábios a mesma expressão de amizade tão comum na França. Nenhuma, entretanto, ficou gravada tão indelevelmente na minha lembrança. Sentado a seu lado depois das apresentações aos presentes, conversamos longamente. Era ele o mais indagador. Inquiria, perguntava, interpelava. Levou o assunto para a doutrina espírita no Brasil. Sua divulgação, seu caráter cristão, suas curas notáveis. Citou nomes amigos: Leopoldo Cirne, João Lourenço de Souza, Antonio Alves da Fonseca... Perguntou se Guillon Ribeiro descendia de franceses. Quando lhe disse que Depois da morte, traduzido por Lourenço Souza já estava no quinto milheiro, ele prontamente me retificou. Sabia bem quanto andava a edição de seus livros no Brasil, porque recebia exemplares toda vez que uma aparecia. Acrescentou que na França a 55ª edição já havia sido lançada e no prelo se encontrava a décima de O grande enigma.

 

- Estou agora fazendo a revisão das últimas páginas de O problema do ser [do destino e da dor]. Eu o arrumei, extraordinariamente, com um estudo retrospectivo de tudo quanto apareceu de Allan Kardec para cá. Espero ter sido quase completo.

 

- E tem em vista publicar alguma obra nova?

 

- Sim, se Deus me der vida. Trabalho em diversos assuntos. Terminei O Espiritismo e a arte, que será publicado seguidamente pela Revue Spirite. Estou agora escrevendo sobre o Espiritismo e o Socialismo.

 

- São assuntos palpitantes, que os brasileiros estimarão muitíssimo.

 

A admirável operosidade de Léon Denis

 

Verdadeiro apóstolo, nunca deixou de escrever, de falar, de propagar, de praticar. Trabalhou incessantemente até o fim. Para se ter uma ideia da sua operosidade, basta recordar o que foram seus últimos dias, sua derradeira semana. O inverno de 1927 foi muito rigoroso e Léon Denis quase não saía de casa. Quando o fazia, era para ir à tipografia.

 

Trabalhava pela manhã na coordenação e redação de seu novo livro: O gênio céltico e o mundo invisível, ansioso por terminá-lo. Ao entrar a primavera, começou a receber as primeiras provas, que sua secretária mademoiselle Baumard lia em voz alta e corrigia de acordo com ele. Com o pressentimento de estar próxima a sua passagem, exigia da secretária trabalho mais intenso e rápido.

 

"Tenho pressa", explicava. Começaram, porém, os íntimos a perceber que ele decaía fisicamente. Georgette, quando o ajudava a mover-se dum ponto para outro, notava que estava mais lerdo, mais trêmulo, mais irritadiço.

 

No dia 5 de abril, ao deixar a casa, a secretária sentiu a mão do mestre febril e comunicou discretamente a Georgette sua preocupação. No dia 6 pela manhã o encontrou aparentemente bem disposto. Ouviu e corrigiu provas até o almoço. Principiou a comer alegremente, como de hábito, mas de repente engasgou-se e tossiu.

 

Qualquer coisa o incomodava na garganta. Após curto intervalo, tentou novo bocado e teve dificuldade de engoli-lo. Desistiu do almoço e levantou-se um tanto preocupado, aparentando calma. Andou pela sala, tossindo de vez em quando, arrumando a garganta, que teimava em arder.

 

Sentindo falta de ar, foi até a janela e inspirou lentamente uma boa porção. Por trás dele as duas senhoras viam que ele sofria. Era conveniente avisar o médico. Georgette propôs-se-lhe chamar logo o facultativo. "Deixe-se disso" foi a réplica. "Estou apenas resfriado; uma pequena gripe de primavera. Ela sempre me vem pela garganta". O dia todo passou deprimido e febril, mas trabalhando. Cada vez tinha mais pressa de findar a revisão da obra em prova. A noite foi de vigília para Georgette. No dia seguinte principiaram cedo as visitas de amigos. Sabiam que era imprópria a hora, pois o mestre trabalhava pela manhã. Mas estavam todos preocupados. Apesar da febre, do ardor da garganta, da dificuldade em beber e comer, teimou em trabalhar e não quis nem médico nem remédio. À noite sentiu-se mal. Não teve sossego. Cedo chegou o médico. Após o exame, recomendou-lhe permanecesse no leito e se medicasse "para sarar logo". Mas aos íntimos, o doutor se mostrou reservado no diagnóstico. "Por enquanto uma traqueíte e bronquite. E depois?"

 

Apesar de deitado, Denis continuou a ouvir a leitura das provas e a corrigi-las. Na sexta-feira, 8, quando Mlle Baumard chegou, lá o encontrou de pé, preparado para o trabalho. Recebeu amigos, dizendo-lhes achar-se melhor. Georgette o desmentia em segredo a todos. Notava-se francamente o acabrunhamento do mestre. Quando o médico saiu, revelou aos de casa que era uma angina. No sábado, Denis não conseguiu erguer-se do leito. A secretária recusou-se amavelmente trabalhar junto dele. O médico verificou tratar-se duma pneumonia. Foi um dia horrível para o doente e para todos. Mas o trabalho de revisão continuava, pois assim queria ele. No domingo, primeiro da semana santa, já ninguém duvidava do próximo desfecho. Respirava com dificuldade, gemia um pouquinho, tinha dores. Percebeu que estava desprendendo-se. Todavia procurava reanimar os que o rodeavam.

 

Falando com dificuldade, mas completando sempre o pensamento, pedia que a secretária "andasse" com o trabalho. Vendo a seu lado Gaston Luce silencioso e triste, disse-lhe com um sorriso: - Ça ne vaut pas Montmartre, hein Luce? Referia-se ao banquete que, em Paris se realizava após o encerramento do Congresso Espírita, e durante o qual, como um ídolo, Denis fora o centro das atenções dos crentes que haviam acorrido ao concílio. Continuando a conversar, contou algumas passagens de sua vida, entre as quais uma anedota quando visitara o Caíde de Cabilia, no deserto. "Você me disse que pretende escrever alguma coisa a meu respeito. Não se esqueça dessa anedota", disse a Gaston. No dia 10, seu estado era desesperador. Mas pediu-lhe trouxessem o jornal La Depêche e solicitou a Madame Chauvigné lhe lesse alguma coisa. Sua preocupação máxima era, contudo, o livro cujas provas ainda não estavam todas corrigidas. Por fim, a secretária declarou terminada a tarefa! Foi um alívio imenso para o doente. Chamou Gaston Luce e lhe recomendou: "Que esse livro saia à sua honra, sim Luce?". Respondeu o discípulo: "Esteja tranquilo, mestre, ele está acabado. Fique descansado. Não se incomode mais. Eu darei o último passo". Replica Denis: "Mas ainda não está finda a biografia de Allan Kardec!" Respondeu Luce: "Sim, já está" Era uma informação incerta, dada para tranquilizá-lo. Mas Denis sorriu, incrédulo: "Vamos! Escreva logo. Em que ponto estávamos! Ah! Recordo-me. Vamos continuar agora"!

 

Dois dias depois, na manhã de 12 de abril de 1927, Léon Denis começa a se desprender do corpo físico. Mademoiselle Baumard tem nas suas as mãos do agonizante, que não cessa de lhe dar recomendações... pelo futuro da doutrina espírita.

 

Acervo Correio Fraterno - edição 129, setembro 1981.
Em 19.10.2012.

 

 

 

 

(Textos copiados do site Feparana)

Ponte Wilson sobre o Rio Loire. Tours, França. Tours, cidade natal de Léon Denis.

Imagem/fonte: http://fr.wikipedia.org/wiki/Tours#/media/File:Loire_Indre_Tours2_tango7174.jpg

Léon Denis

Imagem/fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9on_Denis#/media/File:L%C3%A9on_denis_1870.jpg

Retrato de Léon Denis e sua mãe Anne-Lucie Liouville

Imagem/fonte: http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae511.html

Martírio de Jerônimo de Praga, do Livro de Mártires de John Foxe.

Imagem/fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jer%C3%B4nimo_de_Praga#/media/File:Jerome_of_Prague_Foxe.jpg

Foi o guia espiritual de Léon Denis.

 

 

Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo,  SP.

Envio: Ismael Gobbo, SP, e, Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba, SP

 

 

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