Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, segunda-feira, 27 de julho de 2015

Compiladas por Ismael Gobbo

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Nota 1

Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

 

Nota 2

Este email é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.  O trabalho é totalmente gratuito e conta com ajuda de colaboradores voluntários (Ismael Gobbo)

 

 

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25-07-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/JULHO/25-07-2015.htm

24-07-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/JULHO/24-07-2015.htm

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22-07-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/JULHO/22-07-2015.htm

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PUBLICAREMOS EM SEQUENCIA

O Livro dos Espíritos

 

 

 

 

 

 

(Texto Copiado do site Febnet)

Ilustração: Espírito, Perispírito e Corpo.

Imagem/fonte: http://visaoespiritabr.com.br/wp-content/uploads/2014/09/corpo-espirito-perispirito-3.jpg

 

 

Ofensa e perdão

 

 

Qual a primeira reação que temos quando nos sentimos ofendidos?

Quando alguém nos injuria, calunia ou age com má fé em relação a nós, qual o primeiro sentimento que nos toma a alma?

Boa parte de nós diria ser a revolta esse sentimento.

Outros, mencionaríamos o desejo de vingança, a vontade de retribuir com a mesma moeda o mal que nos atingiu.

E não poucos nos sentiríamos indignados, não hesitando em tomar satisfação com o outro, usando de palavras grosseiras, quando não mesmo da agressão física.

Porém, poucas vezes reflexionamos sobre se essa seria a melhor atitude a ser tomada.

Quando a ofensa nos chega, enchemo-nos de cólera, e reagimos, de imediato. Nem um momento de reflexão.

Todo aquele que ofende, entretanto, traz em si desarmonia e dificuldades de grande monta.

Calúnia e injúria são apenas frutos daqueles que se perderam nos desatinos da inveja e do ciúme.

São criaturas que não perceberam que todos trazemos valores e capacidades que podem ser desenvolvidos. Desequilibram-se no triste caminho de invejar no próximo aquilo que não acreditam possível desenvolver em si mesmos.

Aqueles que agem, usando de má fé, com o intuito deliberado de prejudicar ao outro, são portadores de graves enfermidades em seu íntimo.

Buscam atalhos inexistentes para alcançar seus intentos, não se importando e não mensurando o reflexo de suas ações.

Agem assim por ignorar que a vida devolve em frutos todas as sementes lançadas ao vento.

Assim, se a ofensa nos chega ao coração, antes de qualquer reação, reflitamos.

Vejamos alguém enfermo naquele que nos ofende. Alguém com profundas dificuldades íntimas.

Ele se esforça em aparentar uma felicidade e superioridade inexistentes, pois verdadeiramente feliz é o que goza de paz de consciência.

Ninguém que esteja efetivamente de bem consigo mesmo sente a necessidade de magoar a terceiros, de forma nenhuma.

Por isso, Francisco de Assis, conhecendo em profundidade os dramas humanos, roga ao Pai Celeste permita que ele possa levar o perdão onde houvesse ofensa.

O doce cantor de Deus, reconhecendo as dificuldades íntimas de quem ofende, deseja retribuir àquele coração apenas com o perdão.

Ser ferramenta da ofensa é muito mais grave do que ser ofendido.

Infelicidade efetiva nasce das mãos que atiram pedras, e não daqueles que lhe constituem o alvo.

O perdão aos que nos atacam nascerá sempre do olhar de compreensão; da capacidade de transcendermos a situação, registrando compaixão diante do agressor.

*   *   *

Assim, se a ofensa nos chegar, vejamos nela o imenso convite ao exercício do perdão.

Isso nos evitará o fardo de carregar n’alma o peso da vingança e o ácido do mal querer.

E, ante as tormentas que o ultraje possa nos causar, lembremo-nos de que Jesus, incomparável na Sua pureza, manteve-se sereno e calado, diante dos mais vis insultos que os homens puderam engendrar, a seu tempo.

Redação do Momento Espírita.
Em 25.7.2015.

 

(Copiado do site Feparana)

São Francisco de Assis. Óleo sobre tela de Cigoli.

Imagem/fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/57/Cigoli%2C_san_francesco.jpg

 

 

V Congresso Espiritismo- O Céu e o Inferno-

de Platão e Dante a Kardec. Rio de Janeiro, RJ

 

 

(Informação recebida em email de [email protected])

 

 

(Informação recebida em email de [email protected])

 

 

Palestra programada para o Centro de Cultura Espírita de

Caldas da Rainha, Portugal

Na sexta-feira, dia 31 de julho de 2015, às 21H00, irá decorrer uma conferência espírita subordinada ao tema A INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS.

Os espíritos influenciam-nos? Em que medida? Como? Será desenvolvido este tema à luz da doutrina espírita.


Esta palestra terá lugar na sede do Centro de Cultura Espírita, no Bairro das Morenas, em Caldas da Rainha, na Rua Francisco Ramos, nº 34, r/c.

As entradas são livres e gratuitas.

Este centro tem página na Internet em www.ccespirita.org e e-mail [email protected]

Fonte: CCE (C. Rainha)

Francisco Reis

laudas-avulso.com

 

 

(Informação recebida em email de Francisco Reis [[email protected]])

 

 

XII Semana Espírita de

Seropédica, RJ

 

 

(Informação recebida em email de Nelio Luzze)

 

 

Palestra com Rubens Toledo no

Centro de Difusão do Espiritismo “Casa de Luz”. Sumaré, SP

 

 

(Informação recebida em email de Nelio Luzze)

 

 

Seminário de Física Quântica e Espiritualidade

Bento Gonçalves, RS

 

 

(Informação recebida em email de Samira José Turconi [[email protected]])

 

 

Palestra de abertura da XXXVI Jornada Espírita de

Jacarézinho, PR

 

O CÉU DA HARMONIA E O INFERNO DA DESARMONIA INTERIOR

                                                                      

 

Este é o tema da palestra de abertura da XXXVI Jornada Espírita de Jacarezinho a ser proferida por Orson Peter Carrara (Matão-SP), neste sábado dia 1º de agosto, às 20:00 horas, no salão de recepção do Centro Espírita “João Batista”, na Rua Marechal Deodoro, 701, de Jacarezinho. 

 

VENHA E TRAGA SUA FAMÍLIA E CONVIDADOS...

 

O expositor é natural de Mineiros do Tietê e reside em Matão há 15 anos, ambos municípios paulistas. Aposentado e consultor editorial, é autodidata, com grande gosto de falar em público e interagir com o público. Casado há 32 anos, é pai de 3 filhos e avô de Amanda, de 2 anos. Palestrante conhecido em todo Brasil, já esteve em 3 países da África para palestras. Articulista em alguns jornais semanais de periódicos interioranos de MG, PR e SP, é autor de 14 livros. Preside o Instituto “Cairbar Schutel” e foi contemplado recentemente com o título de Cidadão Matonense, em proposta aprovada pela Câmara Municipal de Matão na propositura do Vereador De Paula.

 

LIVROS PUBLICADOS: Eis alguns:

 

• Espíritos - quem são? Onde estão? O que fazem? Por que nos procuram?

• A alma do espiritismo

• Morte - para onde vamos? Quem irá nos receber?

 

(Informação recebida em email de José Lázaro Boberg [[email protected]])

 

 

Centro Espírita Paz e Amor: Palestra com Américo Sucena

Americana, SP

 

 

(Informações recebidas em email de Nelio Luzze)

 

 

IEEF. V Simpósio de Filosofia Espírita

São Paulo, SP

 

 

(Informação recebida em email de Nelio Luzze)

 

 

Programação da Congregação Espírita Maria Benta

São Paulo, SP

 

 

(Informação recebida em email de Jorge Rezala)

 

 

Seminário Fluidoterapia e Magnetismo –

Instituto Manoel Philomeno de Miranda. Salvador, BA.

 

 

INSTITUTO MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

 

Rua Misael Tavares, 19, Itapuã, Salvador-BA

 

Ponto de Referência: Atrás do Banco Itaú da Av. Dorival Cayme - Itapuã

 

Informações:

 

Srº Antônio Carlos: Fone e Whatsapp (71) 9299-9662 (Tim)/ (71) 8527- 5112 (OI)

 

Srº Modesto: Fone e Whatsapp (71) 92179431 (Tim)

 

E-mail Srº Modesto: [email protected]

 

INVESTIMENTO:

 

02 QUILOS DE ALIMENTOS NÃO PERECÍVEL 

PARA AS OBRAS SOCIAIS DO INSTITUTO MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

 

AGUARDAMOS VOCÊS COM MUITO AMOR NESSE BANQUETE ESPIRITUAL

 

(Informação recebida em emails de Edward Cobem 7 [[email protected]] e de Renê Magalhães [[email protected]])

 

 

Palestra no Centrp Espírita Caminho da Luz

Botucatu, SP

 

 

(Informação recebida em email de Nuno Emanuel)

 

 

Feira do Livro Espírita de

Volta Redonda, RJ

 

 

(Informação recebida em email de [email protected])

 

 

Palestra no Centro Espírita Capitão Vendramini

Três Corações, MG

 

 

(Informações recebidas em email de Centro Espírita Capitão Vendramini [[email protected]])

 

 

Palestra no Centro Espírita “Cantinho de Luz”

Atibaia, SP

 

 

(Informação recebida em email de Plinio Penteado Jr.)

 

 

Revista eletrônica semanal “O Consolador”

Londrina, PR

 

Acesse:

www.oconsolador.com.br

 

 

 

Solicite a Agenda Espírita por email

Rio de Janeiro, RJ

 

Escreva para André Gadelha.

[email protected]

 

 

 

Noite de caldos

Rio de Janeiro, RJ

 

 

(Informação recebida em email de Renê Magalhães [[email protected]])

 

 

I- Como se dá a ação de Deus em nossas vidas?

 

Almir Del Prette

Almir Del Prette (São Carlos/SEOB)

 

         Algumas pessoas atribuem diferentes acontecimentos banais do cotidiano à intervenção de Deus. Outras chegam a acreditar que, até mesmo a queda de um fio de cabelo de nossa cabeça, não ocorreria sem a vontade divina. Essa afirmação não deve ser tomada ao pé da letra. Deus está em toda parte, porém estabeleceu leis que regem a vida e o universo, que funcionam sem sua interferência momento a momento. Ora, se assim não fosse, o homem não teria responsabilidade pelos seus atos como, no caso da queda de cabelos, por exemplo, que pode acontecer porque a pessoa permaneceu muito tempo sob o chuveiro muito quente, usou um produto capilar de qualidade duvidosa ou, simplesmente, trata-se de calvície hereditária, contra a qual não podemos (pelo momento) escapar.

         Skinner foi um psicólogo que fez muitas pesquisas de laboratório, tendo realizado grandes descobertas sobre o comportamento humano e animal. Ele demonstrou, por exemplo, que muitas das atribuições que fazemos sobre os acontecimentos, podem ser consideradas superstições. Uma importante contribuição de Skinner é a de que todos os organismos agem sobre o ambiente modificando-o e sendo também modificados pela conseqüência de suas ações. Ele fez isso pesquisando os comportamentos de pombos e ratos. Por exemplo, um pombo é colocado em uma gaiola onde dá voltas sobre si mesmo. Na quarta volta, o comedouro se abre (fica disponível) e ele se alimenta. Com poucas ocorrências desse tipo, o alimento disponibilizado (segundo um mecanismo pré-programado) passa “a ter uma relação” com o comportamento do pombo de dar voltas. Algo como “dou voltas e ganho comida”.  Isso é semelhante ao comportamento de alguém que bate três vezes na madeira para atrair sorte ou afastar o azar. A pessoa que faz isso pode ter sido acidentalmente beneficiada pela não ocorrência de algum acontecimento desagradável que atingiu a outros ou pode, simplesmente, seguir uma norma da cultura. Isso significa que algumas das superstições são transmitidas pela cultura de uma geração à outra até desaparecer.

         Muita coisa que é atribuída à ação de Deus não passa de uma suposição do tipo supersticiosa, culturalmente herdada. Por exemplo, os atletas pedem a Deus para ajudá-los na conquista da vitoria. A mesma coisa faz seus adversários. Deus não contemplaria um grupo em detrimento do outro, mas os vencedores, no alto do pódio e da vaidade, podem achar que sim. Também nas guerras, os litigantes oram a Deus, implorando que os ajudem a acabar com os seus inimigos. Isso significa que Deus não interfere em nossas vidas? Então qual seria Sua ação no mundo?

         Deus age neste e em todos os mundos habitados ou em preparação para receber a vida, por meio de suas criaturas. Quanto mais elevado se torna um espírito, encarnado ou não, mais ele responde ao princípio ensinado por Jesus e por seus emissários: “Ama o próximo como a ti mesmo”. Cada vez que uma pessoa age segundo as leis de Deus, explicitadas e exemplificadas por Jesus e tantos outros mensageiros, Deus está respondendo aos pedidos humanos, orientados por essa máxima. Por isso, Jesus nos ensinou a orar, primeiramente explicitando submissão ao Reino Divino (venha a nós o Teu reino) e só então pedindo o pão nosso (alimento coletivo) de cada dia. Portanto, convém ficarmos realistas sobre o que esperar da ação de Deus. Se nosso time preferido vencer o próximo jogo, isso pode ter inúmeras explicações, mas o “graças a Deus” não é uma delas.

 

Pães. Foto Ismael Gobbo

 

 

Primeira pregações

 

Irmão X - Humberto de Campos

Do livro Boa Nova

Psicografiade Francisco Cândido Xavier

FEB

 

 

Nos primeiros dias do ano 30, antes de suas gloriosas manifestações, avistou-se Jesus com o Batista, no deserto triste da Judéia, não muito longe das areias ardentes da Arábia. Ambos estiveram juntos, por alguns dias, em plena Natureza, no campo ríspido do jejum e da penitência do grande precursor, até que o Mestre Divino, despedindo-se do companheiro, demandou o oásis de Jericó, uma bênção de verdura e água, entre as inclemências da estrada agreste. De Jericó dirigiu-se então a Jerusalém, onde repousou, ao cair da noite. Sentado como um peregrino, nas adjacências do templo, Jesus foi notado por um grupo de sacerdotes e pensadores ociosos, que se sentiram atraídos pelos seus traços de formosa originalidade e pelo seu olhar lúcido e profundo. Alguns deles se afastaram, sem maior interesse, mas Hanan, que seria, mais tarde, o juiz inclemente de sua causa, aproximouse do desconhecido e dirigiu-se-lhe com orgulho: – Galileu, que fazes na cidade? – Passo por Jerusalém, buscando a fundação do Reino de Deus! – Exclamou o Cristo, com modesta nobreza. – Reino de Deus? – tornou o sacerdote com acentuada ironia – E que pensas tu venha a ser isso? – Esse Reino é à obra divina no coração dos homens! – Esclareceu Jesus, com grande serenidade. – Obra divina em tuas mãos? – Revidou Hanan, com uma gargalhada de desprezo. E, continuando as suas observações irônicas, perguntou: – Com que contas para levar avante essa difícil empresa? Quais são os teus seguidores e companheiros?... Acaso terás conquistado o apoio de algum príncipe desconhecido e ilustre, para auxiliar-te na execução de teus planos? – Meus companheiros hão de chegar de todos os lugares. – Respondeu o Mestre com humildade. – Sim – observou Hanan – os ignorantes e os tolos estão em toda parte da Terra. Certamente que êsse representará o material de tua edificação. Entretanto, propões-te realizar uma obra, divina e já viste alguma estátua perfeita modelada em fragmentos de lama? – Sacerdote – replicou-lhe Jesus, com energia serena – nenhum mármore existe mais puro e mais formoso do que o do sentimento, e nenhum cinzel é superior ao da boa vontade sincera. Impressionado com a resposta firme e inteligente, o famoso juiz ainda interrogou: – Conheces Roma ou Atenas? – Conheço o amor e a verdade. – Disse Jesus convictamente. – Tens ciência dos códigos da Corte Provincial e das leis do Templo? – Inquiriu Hanan, inquieto. – Sei qual é a vontade de meu Pai que está nos céus. – Respondeu o Mestre, brandamente. O sacerdote o contemplou irritado e, dirigindo-lhe um sorriso de profundo desprezo, demandou a Torre Antônia, em atitude de orgulhosa superioridade. No dia seguinte, pela manhã, o mesmo formoso peregrino foi ainda visto a contemplar as maravilhas do santuário, antes alguns minutos de internar-se pelas estradas banhadas de sol, a c aminho de sua Galiléia distante.

 

***

 

Daí a alguma tempo, depois de haver passado por Nazaré, descasando igualmente em Caná, Jesus se encontrava nas circunvizinhanças da cidadezinha de Cafarnaum, como se procurasse, com viva atenção, algum amigo que estivesse à sua espera. Em breves instantes, ganhou as margens do Tiberíades e se dirigiu; resolutamente, a um grupo alegre de pescadores, como se, de antemão, os conhecesse a todos. A manhã era bela, no seu manto diáfano de radiosas neblinas. As águas transparentes vinham beijar os eloendros da praia, como se brincassem ao sopro das virações perfumadas da Natureza. Os pescadores ecoavam uma cantiga rude e, dispondo inteligentemente as barcaças móveis, deitavam as redes, em meio ele profunda alegria. Jesus aproximou-se do grupo e, assim que dois deles desembarcaram em terra, falou lhes com amizade : – Simão e André, filhos de Jonas, venho da parte de Deus e vos convido a trabalhar pela instituição de seu reino na Terra! André lembrou-se de já o ter visto, nas cercanias de Betsaida e do que lhe haviam dito a seu respeito, enquanto que Simão, embora agradavelmente surpreendido, o contemplava, enleado. Mas, quase a um só tempo, dando expansão aos seus temperamentos acolhedores e sinceros, exclamaram, respeitosamente : – Sede benvindo!... Jesus então lhes falou docemente do Evangelho, com o olhar incendido de júbilos divinos. Estando muitos outros companheiros do lago a observar de longe os três, André, manifestando a sua tocante ingenuidade, exclamou comovido : – Um rei? Mas em Cafarnaum existem tão poucas casas.... Ao que Pedro obtemperou, como se a boa vontade devesse suprir tôdas as deficiências: O lago é muito grande e há, várias aldeias circundando estas águas. O reino poderá abrangê-las todas! -Isso dizendo, fixou em Jesus o olhar perquiridor, como se fora uma grande criança meiga, e sincera, desejosa de demonstrar, compreensão e bondade. O Senhor esboçou um sorriso sereno e, como se adiasse com prazer as suas explicações para mais tarde, inquiriu generosamente : – Quereis ser meus discípulos? André e Simão se interrogaram a si mesmos, permutando sentimentos de admiração embevecida. Refletia Pedro: que homem seria, aquele? Onde já lhe escutara o timbre carinhoso da voz íntima e familiar? Ambos os pescadores se esforçavam por dilatar o domínio de suas lembranças, de modo a encontrá-la nas recordações mais queridas. Não sabiam, porém, como explicar aquela fonte de confiança e de amor que lhes brotava no âmago do espírito e, sem hesitarem, sem uma sombra de dúvida, responderam simultaneamente : – Senhor, seguiremos os teus passos. Jesus os abraçou com imensa ternura e, como os demais companheiros se mostrassem admirados e trocassem entre aí ditérios ridicularizadores, o Mestre acompanhado de ambos e de grande grupo de curiosos, se encaminhou para o centro de Cafarnaum, onde se erguia a Intendência de Antipas. Entrou calmamente na coletoria e, avistando um funcionário culto, conhecido publicano da cidade, perguntou-lhe:  – Que fazes tu, Levi? O interpelado fixou-o com surpresa ; mas, seduzido pelo suave magnetismo de seu olhar, respondeu sem demora : – Recolho os impostos do povo, devidos a Herodes. – Queres vir comigo para recolher os bens do céu? – Perguntou-lhe Jesus, com firmeza e doçura. Levi, que seria mais tarde o apóstolo Mateus, sem que pudesse definir as santas emoções que lhe dominaram a alma, atendeu comovido: – Senhor, estou pronto!... – Então, vamos. – Disse Jesus, abraçando-o. Em seguida, o numeroso grupo se dirigiu para a casa de Simão Pedro, que oferecera ao Messias acolhida sincera em sua residência humilde, onde o Cristo fez a primeira exposição de sua consoladora doutrina, esclarecendo que a adesão desejada era a do coração sincero e puro, para sempre, às claridades do seu reino. Iniciou-se naquele instante a eterna união dos inseparáveis companheiros.

 

***

Na tarde desse mesmo dia, o mestre fez a primeira pregação da Boa-Nova na praça ampla cercada de verdura e situada naturalmente junto às águas. No céu, vibravam harmonias vespertinas, como se a tarde possuísse também uma alma sensível. As árvores vizinhas acenavam os ramos verdes ao vento do crepúsculo, como mãos da Natureza que convidassem os homens à celebração daquele primeiro ágape. As aves ariscas pousavam de leve nas alcaparreiras mais próximas, como se também desejassem senti-lo, e na praia extensa se acotovelava a grande multidão de pescadores rústicos, de mulheres aflitas por continuadas flagelações, de crianças sujas e abandonadas, misturados publica-nos pecadores com homens analfabetos e simples que haviam acorrido, ansiosos por ouvi-lo. Jesus contemplou a multidão e enviou-lhe um sorriso de satisfação. Contrariamente às ironias de Hanan, ele aproveitaria o sentimento como mármore precioso e a boa vontade como cinzel divino. Os ignorantes do mundo, os fracos, os sofredores, os desalentados, os doentes e os pecadores seriam em suas mãos o material de base para a sua construção eterna e sublime. Converteria toda miséria e toda dor num cântico de alegria e, tomado pelas inspirações sagradas de Deus, começou a falar da maravilhosa beleza do seu reino. Magnetizado pelo seu amor, o povo o escutava num grande transporte de ventura. No céu, havia uma vibração de claridade desconhecida. Ao longe, no firmamento de Cafarnaum, o horizonte se tornara um deslumbramento de luz e, bem no alto, na cúpola dourada e silenciosa, as nuvens delicadas e alvas tornavam a forma suave das flores e dos arcanjos do Paraíso. Do livro “Boa Nova”.

 

 

(O texto foi copiado do site file:///C:/Users/Cidinha/Downloads/14-ChicoXavier-Esp%C3%ADritosDiversos-BoaNova%20(3).pdf)

Cascata de En Gedi,  nas proximidades do Mar Morto, um oásis em pleno Deserto da Judéia.

O Velho Testamento registra que aqui Davi se escondeu de Saul. Foto Ismael Gobbo

Mar da Galiléia nas proximidades de Cafarnaum. Israel. Foto Ismael Gobbo

Chamado de Pedro e André. Aquarela de James Tissot.

Imagem/fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiros_disc%C3%ADpulos_de_Jesus#/media/File:Brooklyn_Museum_-_The_Calling_of_Saint_Peter_and_Saint_Andrew_(Vocation_de_Saint_Pierre_et_Saint_Andr%C3%A9)_-_James_Tissot_-_overall.jpg

Jesus em viagem. Aquarela por James Tissot.

Imagem/fonte:

A ressurreição da filha de Jairo, chefe da sinagoga.

Paolo Caliari, dito Veronese. Museu do Louvre, Paris. Foto IsmaeL Gobbo

 

 

Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo,  SP.

Envio: Ismael Gobbo, SP, e, Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba, SP

 

 

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