Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, terça-feira, 11 de abril de 2023.

Compiladas por Ismael Gobbo

 

 

 

 

Notas

1. Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

2. Este e-mail é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas via e-mail  e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos de e-mail. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.

 

3. Este trabalho é pessoal e totalmente gratuito, não recebe qualquer tipo de apoio financeiro e só conta com ajuda de colaboradores voluntários. (Ismael Gobbo).

 

 

 

Atenção

Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui:     

                 

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Ilusão do discípulo

Livro Boa Nova

FEB

Do livro Boa Nova;  

ditado pelo espírito Humberto de Campos e

psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Editora: FEB

 

                         Jesus havia chegado a Jerusalém sob uma chuva de flores.

     De tarde, após a consagração popular, caminhavam Tiago e Judas, lado a lado, por uma estrada antiga, marginada de oliveiras, que conduzia às casinhas alegres de Betânia.

     Judas lscariotes deixava transparecer no semblante íntima inquietação, enquanto no olhar sereno do filho de Zebedeu fulgurava a luz suave e branda que consola o coração das almas crentes.

     —  Tiago — exclamou Judas, entre ansioso e atormentado —, não achas que o Mestre é demasiado simples e bom para quebrar o jugo tirânico que pesa sobre Israel, abolindo a escravidão que oprime o povo eleito de Deus?

     — Mas — replicou o interpelado —  poderias admitir no Mestre as disposições destruidoras de um guerreiro do mundo?

     —  Não tanto assim. Contudo, tenho a impressão de que o Messias não considera as oportunidades. Ainda hoje, tive a atenção reclamada por doutores da lei que me fizeram sentir a inutilidade das pregações evangélicas,  sempre levadas a efeito entre as pessoas mais ignorantes e desclassificadas. Ora, as reivindicações do nosso povo exigem um condutor enérgico e altivo.

     —  Israel —  retrucou o filho de Zebedeu, de olhar sereno — sempre teve orientadores revolucionários; o Messias, porém, vem efetuar a verdadeira revolução, edificando o seu reino sobre os corações e nas almas!...

     Judas sorriu, algo irônico, e acrescentou:

     —  Mas, poderemos esperar renovações, sem conseguirmos o interesse e a atenção dos homens poderosos?

     —  E quem haverá mais poderoso do que Deus, de quem o Mestre é o Enviado divino?

     Em face dessa invocação, Judas mordeu os lábios, mas prosseguiu:

     —  Não concordo com os princípios de inação e creio que o Evangelho somente poderá vencer com o amparo dos prepostos de César ou das autoridades administrativas de Jerusalém que nos governam o destino. Acompanhando o Mestre nas suas pregações em Cesaréia, em Sebaste, em Corazim e Betsaida, quando das suas ausências de Cafarnaum, jamais o vi interessado em conquistar a atenção dos homens mais altamente colocados na vida. É certo que de seus lábios divinos sempre brotaram a Verdade e o Amor, por toda parte; mas só observei leprosos e cegos, pobres e ignorantes, abeirando-se de nossa fonte.

     —  Jesus, porém, já nos esclareceu — obtemperou Tiago com brandura — que o seu reino não é deste mundo.

     Imprimindo aos olhos inquietos um fulgor estranho, o discípulo impaciente revidou com energia:

     —  Vimos hoje o povo de Jerusalém atapetar o caminho do Senhor com as palmas da sua admiração e do seu carinho; precisamos, todavia, impor a figura do Messias às autoridades da Corte Provincial e do Templo, de modo a aproveitarmos esse surto de simpatia. Notei que Jesus recebia as homenagens populares sem partilhar do entusiasmo febril de quantos o cercavam, razão por que necessitamos multiplicar esforços, em lugar dele, a fim de que a nossa posição de superioridade seja reconhecida em tempo oportuno.

     —  Recordo-me, entretanto, de que o Mestre nos asseverou, certa vez, que o maior na comunidade será sempre aquele que se fizer o menor de todos.

     —  Não podemos levar em conta esses excessos de teoria. Interpelado que vou ser hoje por amigos influentes na política de Jerusalém,  farei o possível por estabelecer acordos com os altos funcionários e homens de importância, para imprimirmos novo movimento às idéias do Messias.

     —  Judas! Judas!... observou.-lhe o irmão de apostolado, com doce veemência — vê lá o que fazes! Socorreres-te dos poderes transitórios do mundo, sem um motivo que justifique esse recurso, não será desrespeito à autoridade de Jesus? Não terá o Mestre visão bastante para sondar e reconhecer os corações? O  hábito dos sacerdotes e a toga dos dignitários romanos são roupagens para a Terra... As idéias do Mestre são do Céu e seria sacrilégio misturarmos a sua pureza com as organizações viciadas do mundo!... Além de tudo, não podemos ser mais sábios, nem mais amorosos do que Jesus e ele sabe o melhor caminho e a melhor oportunidade para a conversão dos homens!... As conquistas do mundo são cheias de ciladas para o espírito e, entre elas, é possível que nos transformemos em órgão de escândalo para a verdade que o Mestre representa.

      Judas silenciou, aflito.

     No firmamento, os derradeiros raios de sol batiam nas nuvens distantes, enquanto os dois discípulos tomavam rumos diferentes.

 

***

 

     Sem embargo das carinhosas exortações de Tiago, Judas Iscariotes passou a noite tomado de angustiosas inquietações.

     Não seria melhor apressar o triunfo mundano do Cristianismo? Israel não esperava um Messias que enfeixasse nas mãos todos os poderes? Valendo-se da doutrina do Mestre, poderia tomar para si as rédeas do movimento renovador, enquanto Jesus, na sua bondade e simpleza, ficaria entre todos, como um símbolo vivo da idéia nova.

      Recordando suas primeiras conversações com as autoridades do Sinédrio, meditava na execução de seus sombrios desígnios.

     A madrugada o encontrou decidido, na embriaguez de seus sonhos ilusórios. Entregaria o Mestre aos homens do poder, em troca de sua nomeação oficial para dirigir a atividade dos companheiros. Teria autoridade e privilégios políticos. Satisfaria às suas ambições, aparentemente justas, com o fim de organizar a vitória cristã no seio de seu povo. Depois de atingir o alto cargo com que contava, libertaria Jesus e lhe dirigiria os dons espirituais, de modo a utilizá-los para a conversão de seus amigos e protetores prestigiosos...

     O Mestre, a seu ver, era demasiadamente humilde e generoso para vencer sozinho, por entre a maldade e a violência.

     Ao desabrochar a alvorada, o discípulo imprevidente demandou o centro da cidade e, após horas, era recebido pelo Sinédrio, onde lhe foram hipotecadas as mais relevantes promessas.

     Apesar de satisfeito com a sua mesquinha gratificação e desvairado no seu espírito ambicioso, Judas amava o Messias e esperava ansiosamente o instante do triunfo para lhe dar a alegria da vitória cristã, através das manobras políticas do mundo.

     O prêmio da vaidade, porém, esperava a sua desmedida ambição.

     Humilhado e escarnecido, seu Mestre bem-amado foi conduzido à cruz da ignomínia, sob vilipêndios e flagelações.

     Daqueles lábios, que haviam ensinado a Verdade e o bem, a simplicidade e o amor, não chegou a escapar-se uma queixa. Martirizado na sua estrada de angústias, o Messias só teve o máximo de perdão para seus algozes.

     Observando os acontecimentos, que lhe contrariavam as mais íntimas suposições Judas Iscariotes se dirigiu a Caifás, reclamando o cumprimento de suas promessas.  Os sacerdotes, porém, ouvindo-lhe as palavras tardias, sorriram com sarcasmo. Debalde recorreu às suas prestigiosas relações de amizade: teve de reconhecer a falibilidade das promessas humanas Atormentado e aflito, buscou os companheiros de fé. Encontrou-os vencidos e humilhados; pareceu-lhe, porém, descobrir em cada olhar a mesma exprobração silenciosa e dolorida.

 

***

 

     Já se havia escoado a hora sexta, em que o Mestre expirara na cruz, implorando perdão para seus verdugos.

     De longe, Judas contemplou todas as cenas angustiosas e humilhantes do Calvário. Atroz remorso lhe pungia a consciência dilacerada. Lágrimas ardentes lhe rolavam dos olhos tristes e amortecidos. Malgrado à vaidade que o perdera, ele amava intensamente o Messias.

     Em breves instantes, o céu da cidade impiedosa se cobriu de nuvens escuras e borrascosas O mau discípulo, com um oceano de dor na consciência peregrinou em derredor do casario maldito, acalentando o propósito de desertar do mundo, numa suprema traição aos compromissos mais sagrados de sua vida.

     Antes, porém, de executar seus planos tenebrosos, junto à figueira sinistra, ouvia a voz amargurada do seu tremendo remorso.

     Relâmpagos terríveis rasgavam o firmamento; trovões violentos pareciam lançar sobre a Terra criminosa a maldição do Céu vilipendiado e esquecido.

     Mas, sobre todas as vozes confusas da Natureza, o discípulo infeliz escutava a voz do Mestre, consoladora e inesquecível, penetrando-lhe os refolhos mais íntimos da alma:

     —  “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir ao Pai, senão por mim!...”.

 

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Jesus. Por Maria Tereza Braga.

Pintura mural na Casa da Caridade, Araçatuba, SP

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Entrada triunfal em Jerusalém. Óleo sobre tela de Jean-Léon Gérôme, 1897. Imagem/fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus#/media/File:G%C3%A9r%C3%B4me_-_L%27entr%C3%A9e_du_Christ_%C3%A0_J%C3%A9rusalem_-_cadre.jpg

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O Vale de Cédron em primeiro plano e o Monte das Oliveiras  no alto. Jerusalém, Israel. Foto Ismael Gobbo.

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O prisão de Jesus. Na imagem a partir da esquerda: João, Jesus, Judas, dois soldados, um homem e outro soldado.

Óleo sobre tela de Caravaggio (1602)

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Taking_of_Christ-Caravaggio_(c.1602).jpg

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Ecce homo. “Eis o homem”. Pilatos apresenta Jesus à multidão.

Quadro de Antonio Ciseri. Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eccehomo1.jpg

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Jesus cai pela primeira vez sob o peso da cruz.

Obra de Cândido Portinari exposta na Paróquia Bom Jesus da Cana Verde. Batatais, SP. Foto Ismael Gobbo

 

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Remorso de Judas. Óleo sobre tela de Almeida Junior (1880)

 Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro, Brasil. Foto Ismael Gobbo

Toda existência física de Jesus ocorreu com Israel sob  dominio romano.

Governaram pelo império no período: Augusto e Tibério

 

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Cabeça em mármore do imperador  César Augusto (63 aC – 14 dC)  governante romano de 27 aC a 14 dC.

Determinou o recenseamento na época do nascimento de Jesus Cristo. Museu Britânico, Londres. Foto Ismael Gobbo

 

Toda existência física de Jesus ocorreu com Israel sob  dominio romano.

Governaram pelo império no período: Augusto e Tibério

 

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Cabeça do imperador Tibério César (42 aC – 37 dC).  Sucessor de Augusto governou Roma de  14 a 37 dC.

Durante seu reinado Jesus foi julgado e crucificado em Jerusalém. 

Museu Britânio, Londres. Foto Ismael Gobbo

 

 

Em torno da gratidão

 

Parcela considerável da Humanidade presta atenção exclusivamente ao que lhe falta.

Entre inúmeras e grandes bênçãos, valoriza pequenos problemas.

Essa característica é lamentável, pois pode tornar mesquinho aquele que a possui.

Constitui um triste espetáculo a pessoa abençoada que se lamenta sem cessar.

Esquecida de agradecer pelas alegrias, considera-se mais necessitada do que as outras.

Com esse estado de espírito, não se comove com a miséria alheia.

Deixa de valorizar e utilizar seus recursos na construção de um mundo mais justo e fraterno.

Assim, se você não aprova a ingratidão, cuide para não adotar esse gênero de comportamento.

Preste atenção nas inúmeras graças com que é continuamente brindado pela vida.

Se tem familiares complicados, pense em quem é completamente sozinho.

Inúmeros órfãos não contam com o apoio de ninguém.

Reflita também sobre os velhos sem amparo.

Seus parentes podem ser difíceis, mas estão ao seu lado.

Apesar de todos os embates, são uma presença familiar e fazem parte da sua história.

Valorize-os.

Talvez seu emprego não seja o de seus sonhos.

Mas há tantos desempregados!

É bom que você esteja disposto a lutar por uma colocação profissional melhor.

Contudo, enquanto ela não chega, aprecie a que já tem.

Muitos se sentiriam vitoriosos se estivessem em seu lugar.

Quem sabe você não seja portador de grande beleza.

Mas são tão raras as pessoas com aparência excelente. E nem sempre são as mais felizes.

A beleza física geralmente suscita a vaidade e atrai grandes tentações.

Possuir aparência modesta não o impede de ser amado.

Se não tem um exterior cintilante, valorize sua saúde e seu Espírito.

Torne-se atraente pela nobreza de seu caráter, por seu bom humor, por suas virtudes.

Mais importante do que ter um corpo belo é ser um Espírito equilibrado e bondoso.

A beleza apartada da saúde, física e moral, de pouco adianta.

Antes de reclamar, olhe a sua volta.

Emprego, saúde, família, amigos, instrução, moradia, fé em Deus...

São tantos os tesouros que a vida derrama sobre você!

­Se há alguma dificuldade em determinado aspecto de seu viver, lute para vencê-la.

Entretanto, não se amargure por pouca coisa.

Volte sua atenção para o conjunto e alegre-se.

Emocione-se com a bondade divina e adquira o hábito de agradecer.

A gratidão manifesta-se no louvor a Deus.

Mas um homem agradecido também é um refrigério na vida dos semelhantes.

Quem percebe a beleza e a abundância do Universo converte-se em uma presença agradável e benfazeja.

Alegre e risonho, espalha bem-estar ao seu redor.

Ao perceber os tesouros de que é dotado, dispõe-se a reparti-los.

Ao invés de atacar os moralmente decaídos, ampara-os.

Arregimenta recursos para atender os necessitados.

Dá exemplos de ética e bom proceder.

Auxilia o próximo em suas dificuldades.

Torna-se um ouvinte atento e um ombro amigo.

Você é rico de talentos e de opções.

Pode valorizar o pouco que lhe falta ou o muito que possui.

Pode ser reclamão e desagradável.

Ou pode optar por lançar um olhar positivo sobre o mundo que o rodeia.

Encantado com suas bênçãos, tornar-se também uma bênção para o seu próximo.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 10.4.2023.

Escute o áudio deste texto:

http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1429&stat=0    

 

(Copiado do site Feparana)

A visitação. Óleo sobre madeira de cedro. Autor: Rembrandt.

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rembrandt_van_Rijn_190.jpg   

Irmãos felizes.  Pintura de Uroš Predić

Imagem/fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Merry_brothers_1887.jpg

 O médico. Óleo sobre tela de Joseph Tomanek, reprodução do original por Luke Fildes. Imagem/fonte:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Doctor_-_Joseph_Tomanek,_after_Luke_Fildes.jpg

 

Ciência e Caridade é um óleo sobre tela de Pablo Picasso, que ele pintou em Barcelona em 1897.

Copiado de: https://en.wikipedia.org/wiki/File:Science_and_Charity_by_Picasso.jpg

 

 

Os Pobres Agradecidos. Óleo sobre tela de Henry Ossawa Tanner

Imagem/fonte:

https://en.wikipedia.org/wiki/File:The_Thankful_Poor,_1894._Henry_Ossawa_Tanner.jpg

 

 

Maturidade

Pelo Espírito Albino Teixeira.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro: Aulas da Vida. Lição nº 11. Página 42.

 

Se já prestamos serviço sem perguntar se a criatura está precisando...

Se já auxiliamos nas boas obras sem aguardar recompensa...

Se procuramos o trabalho que nos compete sem rogar que outros nos substituam nas próprias obrigações...

Se não registramos ressentimentos...

Se cooperamos espontaneamente em favor do próximo...

Se buscamos a própria renovação sem esperar que os outros bitolem emoções e idéias pelo nosso coração ou pela nossa cabeça...

Se estudamos os problemas da existência e da alma sem que ninguém nos obrigue a isso...

Se amamos sem cogitar se os outros nos amam...

Se reconhecemos que a nossa liberdade unicamente é válida pelo dever que cumprimos...

Se já sabemos esquecer o mal, para valorizar o bem...

Se já conseguimos calar todos os assuntos que induzam à intranquilidade e ao pessimismo...

Então estaremos atingindo as faixas benditas da maturidade com a Via Superior.

 

 

(Texto recebido em email do divulgador Antonio Sávio, Belo Horizonte, NMG)

A volta para casa do filho pródigo. Pintura de Edouard de Jans

Imagem/fonte:

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:De_thuiskomst_van_de_verloren_zoon,_1878,_Groeningemuseum,_0040084000.jpg  

PAZ.

Imagem do artista William Strutt em 1896. Óleo sobre tela.

Imagem copiada de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:William_Strutt_Peace_1896.jpg

Isaías 11: 6,7: O lobo viverá com o cordeiro, o leopardo se deitará com o bode, o bezerro e o leão e o ano de idade juntos; e uma criança os guiará. A vaca se alimentará com o urso, seus filhotes se deitarão juntos e o leão comerá palha como o boi.

 

 

Indefinições sobre o futuro e os encaminhamentos

 

Em entrevista de Bruno Tavares com Cesar Perri, foram focalizadas algumas indefinições sobre o futuro na juventude, com base nos registros do livro do entrevistado “Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões” (Cocriação, 2021). Na noite do dia 08 de abril, na série de entrevistas do Blog Bruno Tavares com o expositor, foram rememorados fatos marcantes e até engraçados de etapa jovem de sua vida, bem como outros atinentes a momentos do movimento espírita, incluindo tentativas de interferências políticas e chegando até as deturpações de obras.

Acesse pelo link:

https://www.youtube.com/watch?v=8wK4lvcFleY

 

 

(Recebido em email de Antonio Cesar Perri de Carvalho [[email protected]])

 

 

Palestras programadas no C.E. Raymundo Mariano Dias

Birigui, SP

 

 

(Com informação de João Marchesi Neto)

 

 

Duas pesquisas em andamento por Ivan Franzolin

São Paulo

Olá, Ismael,

 

Solicito a gentileza de publicar durante 3 semanas as duas pesquisas em andamento, conforme segue.

Desde já o meu agradecimento.

Abraço,

 

Ivan Franzolim

Cel.: (11) 98156-0030

 

 

*Pesquisa para jovens! De todas as religiões*

O objetivo é conhecer como os jovens encaram e vivenciam as opções de espiritualidade.

Os resultados serão publicados em maio nas redes sociais.

Agradecemos muito Responder e Compartilhar com os amigos.

https://forms.gle/ErMbhpGYjvvKBTAXA

 

 

 

 

 

Este é um convite para você que é espírita, participar da Pesquisa Nacional, edição 2023.

Ela objetiva entender melhor como pensam e se comportam os espíritas.

A pesquisa é anônima e leva apenas alguns minutos para ser concluída.

Suas respostas são muito importantes para traçar um perfil dos espíritas e entender como o Espiritismo influencia o modo de viver.

Para participar, basta clicar no link abaixo e responder as perguntas. Seus dados serão mantidos em sigilo e usados apenas para fins estatísticos.

Link: https://forms.gle/2C8BkLV8Td6DeHMm6

Compartilhe esse convite com seus amigos espíritas e vamos juntos construir um estudo relevante e representativo sobre a religião espírita.

Agradecemos desde já a sua participação e colaboração para a construção de um movimento espírita mais estruturado e atuante.

Como curiosidade, o texto desta postagem foi escrito pela inteligência artificial do ChatGPT!

 

(Recebido  em email de Ivan Franzolim [[email protected]])

 

 

Informa Luz Espírita

Acesse  no Link

 

CLIQUE AQUI:

https://www.luzespirita.org.br/informe/informe.html

 

 

 

 

Jornal Agenda Cristã

Rancharia

 

Acesse aqui:

https://sites.google.com/usesp.org.br/useourinhos/galeria/agenda-crist%C3%A3-rancharia

 

 

 

 

 

(Informação de Francisco Atilio Arcoleze [[email protected]])

 

 

Palestras mês de abril da IBNL –

Instituição Beneficente Nosso Lar. São Paulo, SP

 

 

 

(Informações recebidas em email de Clodoaldo Leite [[email protected]])

 

 

Jornal Momento Espírita do CEAC de Bauru, SP

Acesse no link

 

CLIQUE AQUI:

https://ceac.org.br/wp-content/uploads/2023/04/Jornal-Momento-Esp-abr-23.pdf

 

 

 

(Com informações de Leopoldo Zanardi)

 

 

Jornal Mundo Espírita

São Paulo

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www.jornalmundomaior.com.br

 

 

 

Biografia e representação: Imagens de Chico Xavier. Reunião no Núcleo de Pesquisadores Espíritas Agnelo Morato. Franca, SP

Você vai ver nessa live a apresentação de uma pesquisa sobre as biografias da vida de Chico Xavier - descrições, narrações e evidências de padrões em autorias diversas: Memorabilia Chico Xavier. Uma perspectiva para a compreensão da figura do homem e sua mensagem. E, o valor das influências: a Bíblia na obra de Chico – da utopia à prática perfeita. Uma revisão preliminar.

Acompanhe a página de pesquisa do GPLE-UnB.

 

 

(Informação de Adolfo de Mendonça Júnior)

 

 

Curso de Iniciação ao Espiritismo.

C.E. Maria Benta. São Paulo

 

(Com informação de Jorge Rezala)

 

 

1º. Congressinho Espírita de Marília

Marília, SP

 

 

 

(Recebido em email de Donizete Pinheiro)

 

 

FEESP. Renato Prieto em

Chico Xavier em Pessoa

 

 

 

(Com informação de Jorge Rezala)

 

 

Reflexão, extraída do livro “Richard Simonetti - O Pensamento”.

 

Organizado por Álvaro Pinto de Arruda. 

Vídeo do lançamento: https://youtu.be/jOy9vbkLUEM

 

https://www.editoraceac.com.br/loja/produto/o-pensamento

 

 

 

(Recebido em email de Tânia Simonetti [[email protected]])

 

 

Site da Federação Espírita Brasileira

Brasília, DF

 

Clique aqui:
https://www.febnet.org.br/portal/

 

 

 

Feparana- Federação Espírita do Paraná

Curitiba

 

Clique aqui:
http://www.feparana.com.br/

 

 

 

 

FEP – Federação Espírita Pernambucana

Recife

 

Acesse aqui:

https://federacaoespiritape.org/

 

 

 

 

FEPB- Federação Espírita Paraibana

João Pessoa  

 

Acesse aqui:

https://fepb.org.br/       

 

 

 

Se te for possível colabore com o Abrigo Ismael- Departamento da centenária União Espírita “Paz e Caridade”. Araçatuba, SP

 

ACESSE O SITE AQUI:

http://abrigoismael.com.br/  

O Abrigo Ismael comemorou  80 anos no dia 3 de outubro de 2021

 

 

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União Espírita Paz e Caridade, desde o ano 1921, vem atuando para abrandar o sofrimento de idosas carentes, suprindo-lhes todas as suas necessidades. Atualmente, conta com uma equipe de enfermagem, auxiliares, nutricionista, assistente social, médico, e fornece seis refeições diárias, medicamentos, lazer, atividades físicas e lúdicas, visando sempre a maior qualidade de vida possível nesta fase da vida. Em todos esses anos sempre contou com a colaboração da sociedade araçatubense, o qual agradecemos de todo o coração.

 

 

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Boletim semanal do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier

São Paulo

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Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier

Boletim semanal – Ano IX

2a semana de Abril de 2023

 

 

Das aparições de Jesus à mediunidade de Chico Xavier; Boa nova de Humberto de Campos em foco; 2o Mês Espírita Mundial; Romance Paulo e Estêvãose inicia em Corinto; Homenagens pelas datas – desencarnação de Kardec e aniversário de Chico Xavier; A paciência; Semeadores

 

Artigo:

- Das aparições de Jesus à mediunidade de Chico Xavier:

http://grupochicoxavier.com.br/das-aparicoes-de-jesus-a-mediunidade-de-chico-xavier-2/

 

Notícias:

-Boa nova de Humberto de Campos em foco:

http://grupochicoxavier.com.br/boa-nova-de-humberto-de-campos-em-foco/

 

-2o Mês Espírita Mundial:

http://grupochicoxavier.com.br/2-mes-espirita-mundial/

 

Vídeos:

- Romance Paulo e Estêvãose inicia em Corinto:

http://grupochicoxavier.com.br/romance-paulo-e-estevao-se-inicia-em-corinto/

 

- Homenagens pelas datas – desencarnação de Kardec e aniversário de Chico Xavier:

http://grupochicoxavier.com.br/homenagens-pelas-datas-desencarnacao-de-kardec-e-aniversario-de-chico-xavier/

 

Estudo do Evangelho:

- A paciência:

http://grupochicoxavier.com.br/a-paciencia/

 

Mensagem – Semeadores:

http://grupochicoxavier.com.br/semeadores/

 

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“Vós sois a luz do mundo – exortou-nos o Mestre – e a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina” - Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 105. FEB)

 

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Com fraternal abraço,

Equipe GEECX

 

 

 

 

 

(Recebido em emails de Antonio Cesar Perri de Carvalho [[email protected]] e do GEECX)

 

 

Revista eletrônica semanal O Consolador

Londrina, PR

 

Acesse aqui:

www.oconsolador.com.br

 

 

 

Matemática Divina

 

Sidney Fernandes

PARTE 13 - final

Magnífica presença

A harmonia excelsa está presente em toda a obra universal. Espraia-se pela natureza, em cada um de seus detalhes, e por toda a criação macrocósmica e microcósmica. A sequência da proporção áurea,constatada pelo matemático italiano Leonardo Fibonacci, pode ser encontrada na disposição de um galho, nas folhas, no cone da alcachofra, no abacaxi, no desenrolar de uma samambaia, na concha de um caramujo, no rabo de um camaleão, nas presas de um elefante, no miolo do girassol ou nas espirais de uma pinha.

As mesmas proporções, ainda que de forma intuitiva, foram aplicadas pelo homem, por exemplo, na estética do templo grego Parthenon, nos blocos das pirâmides do Egito ou mesmo na razão entre as estrofes maiores e menores do épico poema de Homero, como, na atualidade, são utilizadas na análise dos mercados financeiros, na ciência da computação e na teoria dos jogos.

O mesmo padrão expressa-se no extraordinário mecanismo que rege a evolução do espírito. Esse progresso integra-se à harmonia universal.

Com o clareamento da alma surgem forças que equilibram os organismos.Por outro lado, a prática do mal desregula esse extraordinário mecanismo, lesa a consciência e determina o surgimento de distúrbios e mutilações.

Iniciamos esta série de textos indagando o porquê do sofrimento humano. Ponderamos que talvez o homem não estivesse procurando no lugar certo a causa de seus sofrimentos. Com efeito,de acordo com os débitos contraídos, surgem campos propícios ao desenvolvimento de vírus e bactérias, que podem causar toda sorte de padecimentos.

Por outro lado, a construção divina dotou os organismos da faculdade de criar defesas, anticorpos e imunidades que protegem o ser humano contra os mais severos ataques que o acometem.

Como potencializar as defesas, sejam elas originadas da matéria ou da espiritualidade?

Por intermédio da oração, da disciplina, da resistência mental que a boa consciência proporciona, pela disposição e trabalho em favor do próximo e pelo cumprimento dos deveres com os quais nos comprometemos.

Tomemos parte desse divino concerto lógico e não mais precisaremos de sofrimentos para balizar nossos comportamentos.Confiando em Deus, cultivando a espiritualidade e fazendo todo o bem que estiver ao nosso alcance, atrairemos preciosos recursos a nosso favor.

Jamais poderemos esquecer que o bem é o verdadeiro antídoto do mal.

FINAL

 

(Recebido em email de Sidney Fernandes)

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Araucárias. Castro, PR. Foto Ismael Gobbo

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Castanha. Pinhão, a semente da Araucária. Festa do Pinhão, Cunha, SP. Fotos Ismael Gobbo.

 

 

 

Dr. Adolfo Bezerra de Menezes

(29-08-1831/ 11-04-1900)

 

 

Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. Óleo sobre tela de Nair Camargo. Foto Ismael Gobbo

Dr. Bezerra é conhecido também por “Médico dos pobres.

 

 

23 DE AGOSTO DE 2016

(AMEB)

Ensina-nos o Dr. Bezerra de Menezes: “A vida, sob qualquer aspecto considerado, é dádiva de Deus que ninguém pode perturbar. Todos os seres sencientes desenvolvem um programa na escala da evolução demandando a plenitude, a perfeição que lhes é meta final.

Preservar a vida, em todas as suas expressões é dever inalienável, que assume a consciência humana no próprio desenvolvimento da sua evolução. 
Quando alguém levanta a clava para interromper propositalmente o ciclo da vida, faz-se um novo Caim, jogando sobre si mesmo a condenação da consciência de culpa e experimentando, no remorso, hoje ou mais tarde, a necessidade de depurar-se, reabilitando-se, ao nadar nos rios das lágrimas.”

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti

Nascido na antiga Freguesia do Riacho do Sangue, hoje Solonópole, no Ceará, aos 29 dias do mês de agosto de 1831, desencarnou em 11 de abril de 1900 no estado do Rio de Janeiro.

A Infância e a Família

Seu pai, Antônio Bezerra de Menezes, capitão das antigas milícias e então tenente-coronel da Guarda Nacional, tinha fazendas de criação de gado; sua mãe chamava-se Fabiana de Jesus Maria Bezerra e era senhora do lar. Antônio era importante fazendeiro local que “nunca mediu sacrifícios, na hora de socorrer àqueles que lhe estendiam a mão”. Tanta generosidade acabou por levar sua fortuna material e em determinada altura as dívidas alcançaram níveis insuportáveis. 

Antônio foi então procurar cada um de seus credores decidido a entregar seus bens para saldar as dívidas. Os credores, contudo, reuniram-se e decidiram que o coronel Bezerra continuaria com seus bens. Assinaram um documento que afirmava com força legal que o velho Bezerra ficasse com eles e “que gozasse deles e pagasse como e quando quisesse, que eles, credores, se sujeitariam aos prejuízos que pudessem ter.” O velho Bezerra, contudo, não aceitou tal decisão. 

Depois de muita discussão, resolveu que daquela data em diante seria simplesmente um administrador dos bens para seus credores. Retirava apenas o extremamente necessário para o sustento da família e muitas vezes passou privações. A esta altura, o menino Adolfo, último filho do casal, já estava terminando o então chamado curso preparatório. Os dois filhos mais velhos tinham se formado em direito e o terceiro ainda cursava o segundo ano na Faculdade de Direito de Olinda, Pernambuco. 

O pequeno Adolfo Bezerra de Menezes tinha sete anos de idade quando foi levado pela mãe para ser matriculado na escola pública da Vila do Frade. Em dez meses o menino aprendeu a ler, escrever e fazer contas simples. Quatro anos depois, quando o pai estava sendo alvo de perseguição política, a família mudou-se para o Rio Grande do Norte. O pequeno Adolfo “foi matriculado na aula pública de latinidade, que funcionava na Serra dos Martins e era dirigida por padres jesuítas” em Maioridade, hoje cidade de Imperatriz. Após dois anos, o rapaz tornou-se tão bom na matéria que chegou a substituir o professor. 

Em 1846, o velho Bezerra voltou para a capital do Ceará, onde o pequeno Adolfo foi matriculado no Liceu, que era dirigido pelo seu irmão mais velho. Terminando seus estudos, mostrou a vontade de ser médico, e não advogado como os irmãos. Como não havia faculdade de medicina no Nordeste do país, o pai foi obrigado a mandá-lo para a então sede da Corte, a cidade do Rio de Janeiro; contou-lhe tudo que havia acontecido com os bens da família, explicando a pobreza por que passavam. Os parentes cotizaram-se e levantaram quatrocentos mil réis para pagar a viagem até o Rio. Foi assim que Adolfo Bezerra de Menezes pôde pegar o navio e chegar na então sede do Império.

O Sacerdócio na Medicina

Aos vinte e dois anos, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou- se em 1856 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese "Diagnóstico do Cancro". Nessa altura abandonou o último patronímico, passando a assinar apenas Adolfo Bezerra de Menezes.

Como não tinha dinheiro para montar um consultório, entrou em acordo com um colega de faculdade que possuía mais recursos e passou a dividir uma sala no centro comercial da cidade. Durante os meses em que o consultório ficou aberto, quase não houve pacientes. Mas a casa onde morava o médico Bezerra ficava repleta de doentes. Começou a atender aos componentes da família e depois aos amigos. Sua fama correu pelo bairro e os clientes apareciam; mas ninguém pagava, pois eram todos gente pobre e o dinheiro nunca foi mencionado. 

Foi então que um amigo e médico militar, Dr. Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, chefe do corpo de saúde do Exército, resolveu contratá-lo como médico militar. Dr. Feliciano era chefe da clínica cirúrgica do Hospital da Misericórdia, hospital este onde o Dr. Bezerra tinha sido praticante e interno em 1852, quando ainda cursava o segundo ano de faculdade. Ainda em 1856, o governo imperial fez a reforma do Corpo de Saúde do Exército e nomeou o Dr. Feliciano como cirurgião-mor. Ele, então, chamou Bezerra para ser seu assistente e foi assim que, com um emprego remunerado estável, começou o caminho do médico dos pobres. 

Bezerra continuava atendendo gratuitamente aqueles que não podiam pagar. Sua fama continuava a se espalhar e o consultório do centro da cidade começou a ficar movimentado, também com clientes que pagavam. O dinheiro que recebia no consultório era gasto com os seus pobres em remédios, roupas ou simplesmente auxílio em dinheiro. 

Bezerra de Menezes tinha a função de médico no mais elevado conceito, por isso, dizia ele: "Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar- se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro – esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivens da vida."

O Casamento e a Iniciação Política

Com a vida mais organizada, resolveu casar tendo encontrado o amor na pessoa de D. Maria Cândida Lacerda; casaram-se em 6 de novembro de 1858. Nesta época, tinha posição social: além de médico, era jornalista, escrevendo para os principais jornais da cidade; no meio militar era muito respeitado. Não demorou muito até que lhe oferecessem um lugar na chapa de um partido para as eleições do Poder Legislativo. 

D. Maria foi uma das maiores incentivadoras da candidatura de Bezerra de Menezes. Os habitantes de São Cristóvão, bairro onde morava e clinicava, também queriam tê-lo como representante na Câmara Municipal; foi assim que em 1860 foi eleito por um grupo de São Cristóvão. Mas houve uma tentativa de impugnar seu diploma sob o pretexto de que um militar não poderia ser eleito. Bezerra teve então de escolher entre a carreira militar e a política. Seguindo os conselhos de sua esposa, renunciou à patente militar e abraçou a vida política de vez. 

Contudo, o destino reservava-lhe uma difícil provação para o ano de 1863. Depois de uma doença rápida e repentina, sua esposa desencarnava em menos de vinte dias no outono deste ano. Deixava o marido com dois filhos: um com três anos e outro com um ano de idade. 

O golpe da viuvez moveu os sentimentos religiosos que a dor sempre traz à tona. Em busca de consolação, Dr. Bezerra passou a ler a Bíblia com freqüência. Verificava a expansão vertical que a dor oferece às almas dos que sofrem, ligando-os a Deus.

Re-Conhecendo Doutrina Espírita

No mundo, o Espiritismo estava a se expandir. Em 1869 desencarnava Allan Kardec em Paris, deixando consolidada para a humanidade a Codificação Espírita. As idéias de Kardec eram revolucionárias e atraíam a atenção de sérios investigadores e cientistas mundo afora. Desencarnado o Codificador, restava a Obra a arregimentar novos espíritas. 

No Brasil, principalmente na Capital, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, as influências européias modificavam a vida local. A homeopatia popularizava-se aos poucos, principalmente nos meios espíritas. Teve como um dos seus primeiros experimentadores o baluarte da República José Bonifácio de Andrada e Silva; “Desde 1818, o Brasil principiara a ouvir falar da homeopatia. O Patriarca da Independência correspondia-se com Hahnemann”, o criador da Homeopatia. Como médico, as discussões sobre a terapêutica homeopática também interessaram ao Dr. Bezerra de Menezes e notícias de curas creditadas a essa terapêutica chegaram a seus ouvidos.

O Dr. Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos". Logo que esse livro saiu do prelo levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando- o com dedicatória. O episódio foi descrito do seguinte modo pelo futuro Médico dos Pobres: "Deu- mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar- me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi- me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no "O Livro dos Espíritos". Preocupei- me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".

 Medicina e Espiritismo 

A Doutrina Espírita difundia-se, em muito ajudada pelas práticas de médicos homeopatas e espíritas, que passaram a prestar a Caridade também através de sua mediunidade . Um desses médicos era João Gonçalves do Nascimento ; muitos colegas de Bezerra de Menezes falavam das curas operadas através deste médium e tanto falaram que um dia Bezerra resolveu pedir-lhe uma receita enviando um pedaço de papel que dizia: “Adolfo, tantos anos, residente na Tijuca”). Logo recebeu uma resposta com o diagnóstico correto de seu problema de estômago. 

Ficou tão impressionado que resolveu pedir receitas também para pessoas que apresentavam problemas psíquicos — a loucura foi uma das áreas que Dr. Bezerra mais estudou. Acompanhou o desenvolvimento do tratamento em seus pacientes e depois de simplesmente assistir aos trabalhos desobsessivos, resolveu participar ativamente nesse tipo de tratamento. Na visão da Doutrina Espírita, os portadores de doenças psíquicas são pessoas que podem apresentar problemas mentais devido às causas biológicas detectáveis pela ciência humana e também devido à influência de espíritos de desencarnados, também doentes.

Segundo Casamento e a Carreira Política

Em 1864, Bezerra foi reeleito vereador e casou-se com D. Cândida Augusta de Lacerda Machado , irmã materna da sua primeira esposa. Com ela, sua esposa até o leito de morte, teve sete filhos. 

Deu continuidade à sua carreira política. Em 1867 foi aclamado e eleito deputado geral. Em 1878 foi reeleito deputado, tornou-se presidente da Câmara Municipal (correspondente ao atual cargo de Prefeito Municipal) e líder do seu partido, permanecendo no cargo até 1881. Manteve diversas lutas políticas, sendo conhecido como homem público que não comprometia seus princípios para colher favores ou posições.

A exemplo do que ocorre com todos os políticos honestos, uma torrente de injúrias que cobriu o seu nome de impropérios. Entretanto, a prova da pureza da sua alma deu- se quando, abandonando a vida pública, foi viver para os pobres, onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da ciência de médico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa. 

Desviado interinamente da atividade política e dedicando- se a empreendimentos empresariais, criou a Companhia de Estrada de Ferro Macaé a Campos, na então província do Rio de Janeiro. Depois, empenhou- se na construção da via férrea de S. Antônio de Pádua, etapa necessária ao seu desejo, não concretizado, de levá-la até o Rio Doce. Era um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872, abriu o "Boulevard 28 de Setembro", no então bairro de Vila Isabel, cujo topônimo prestava homenagem à Princesa Isabel. Em 1875, era presidente da Companhia Carril de S. Cristóvão.

Retornando à política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato até 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880.

A Organização do Movimento Espírita

O amor e dedicação de Bezerra pela Doutrina Espírita deram bons frutos e ele veio a exercer papel fundamental no Movimento Espírita brasileiro. Nessa época o Espiritismo no Brasil buscava organizar-se: em 1876 surgia a primeira sociedade espírita no Rio de Janeiro; em 1883, Augusto Elias da Silva , interessado na difusão dos ensinos espíritas, fundava a revista O Reformador e punha-se a procurar colaboradores. 

O espiritismo sofria perseguições e era combatido veementemente. A imprensa era fonte diária de críticas ferozes; os sermões enchiam os púlpitos de insultos e insinuações contra a Doutrina. Elias da Silva foi então buscar em Bezerra de Menezes conselhos sobre como revidar toda a animosidade contra o Movimento Espírita. A resposta dada pelo Dr. Bezerra foi o de não seguir o caminho do ataque, de não combater o ódio com o ódio, mas antes combater o ódio com o amor . A tônica deste conselho norteou toda a vida e o trabalho de Bezerra, dentro e fora do Movimento Espírita brasileiro.

Pela Unificação do Movimento Espírita

Em 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo brasileiro e os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais bem estruturada e que, por isso mesmo, se tornasse mais indestrutível.

A cisão era profunda entre os chamados "místicos" e "científicos", ou seja, espíritas que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso, e os que o aceitavam simplesmente pelo lado científico e filosófico.

No dia 27 de dezembro de 1883, Augusto Elias da Silva faz uma reunião com os 12 companheiros que o ajudavam no REFORMADOR. Nesse encontro, eles decidem fundar uma nova instituição, que não fosse nem mística, nem científica, deveria ser ideologicamente neutra.

Assim, no dia 1° de janeiro de 1884 foi fundada a Federação Espírita Brasileira (FEB), que promoveria a doutrinação, a disciplina e o intercâmbio de experiências entre os diversos centros já existentes. Bezerra foi um dos primeiros a ser convidado para assumir a posição de presidente da organização, mas não aceitou por não se considerar capaz de tamanha responsabilidade. Seu primeiro presidente foi o Marechal Ewerton Quadros e o REFORMADOR torna-se o órgão oficial da FEB.

Em 1887, o Médico dos Pobres passou a escrever uma série chamada “Espiritismo — Estudos Filosóficos”, que saía aos domingos no jornal “O País ”, com o pseudônimo de Max . Vale lembrar que na época esse era o jornal mais lido no Brasil. Continuaria a série de artigos até o Natal de 1894. Escreveria depois, com o mesmo pseudônimo, em outros dois jornais sempre em defesa dos postulados do Cristo Jesus, calcado na visão espírita.

Em 1888, logo no início da série de artigos, Dr. Bezerra perdeu dois filhos. Reagiu e continuou trabalhando. Durante cinco anos, escreveu sobre a Doutrina, elucidou muitas pessoas e arrebanhou outras tantas para as fileiras espíritas.

Em 1889, o Marechal Ewerton Quadros foi transferido para Goiás, ficando impossibilitado de permanecer à frente da FEB.

Para seu lugar, foi eleito o famoso médico e deputado Adolfo Bezerra de Menezes, que, há cerca de três anos, havia chocado a sociedade carioca com a sua conversão ao Espiritismo. A intenção dos febianos era colocar um elemento de grande prestígio e força moral na presidência, a fim de fortalecer o processo de unificação.

Em 1889, o Dr. Bezerra tornou-se presidente da Federação Espírita, onde tentou a todo custo promover a união de todos os espíritas, inspirado principalmente por mensagem ditada mediunicamente por Allan Kardec em janeiro do mesmo ano, através do médium Frederico Júnior , chamada “Instruções de Allan Kardec aos Espíritas do Brasil”.

Bezerra lutou muito para apaziguar as diferenças dentro do meio espírita e tinha como objetivo promover uma liderança que abrigasse todos os espíritas do Brasil. Quanto mais aumentavam as dissensões, mais aumentava também seu esforço e trabalho.

Na falta de pregadores espíritas cristãos, assumiu ele mesmo a função. Iniciou uma sessão semanal na Federação para o estudo de O Livro dos Espíritos no dia 23 de maio de 1889 e os resultados obtidos foram os melhores possíveis, com o grande número de pessoas que lá compareciam.

Além disto, realizava conferências e reuniões em uma casa espírita chamada União. Em outra casa chamada “Centro”, que ele mesmo fundara para promover o estudo do Evangelho e de O Livro dos Espíritos, tentava conciliar as diferentes correntes de pensamento espírita. E ainda em um outro grupo, participava dos trabalhos de desobsessão.

 A mensagem “Instruções”, de Kardec, fornecia as diretrizes para o trabalho do Dr. Bezerra . A certa altura Kardec pergunta: “Onde está a escola de médiuns?” e esse ponto ficou gravado na mente de Bezerra. Na realidade, ele não encontrou uma escola de médiuns em parte alguma. A solução encontrada foi fundar ele mesmo a tal escola.

Muitos se opuseram à idéia, mas ele terminou por instalar a “Escola de Médiuns” no “Centro ”. Foi quando se viu só, pois nem mesmo os próprios membros da diretoria desta instituição freqüentavam a escola. Chamou a todos, mas ninguém comparecia.

Contudo, a Doutrina ganhava terreno em outras áreas. “A Federação inaugurava o seu período áureo, preparando-se para a projeção formidável que iria ter no futuro”. Instituiu-se o serviço filantrópico de “Assistência aos Necessitados”, que atraiu muita gente. 

Bezerra continuava esquecido no “Centro”, mas mesmo assim manteve firme seus propósitos. A situação chegou a um ponto em que a despesa e os gastos da instituição tornaram-se insustentáveis, e Bezerra já não podia usar de seus próprios recursos. Convocou por carta cada um dos membros da diretoria, para buscar a solução do problema. Ninguém atendeu ao chamado.

Na semana seguinte, convocou-os novamente. Ninguém veio. Foi à casa de um por um para convocar uma última reunião que fosse. Nem mesmo assim eles queriam comparecer. Bezerra foi então sozinho procurar abrigo em outra casa espírita, onde foi bem recebido. Mas a boa acolhida não durou muito tempo, já que apareceriam novamente as dissensões entre as correntes de pensamento espírita. O Movimento Espírita carecia de união.

A Proibição do Espiritismo

O Brasil seguia em frente fazendo sua História. Em 1889, a República foi proclamada. Nosso país não mais seria governado por um imperador, mas por um presidente eleito pelo voto.

Em outubro de 1890, entrou em vigor o então Novo Código Civil . A recém proclamada República vivia com receio de conspiração daqueles contrários ao novo regime e por isso o Código Civil impunha limites às associações das pessoas, dentre as quais as reuniões espíritas. Reuniões de qualquer natureza eram denunciadas à polícia sob suspeita de conspiração.

O Reformador teve sua publicação suspensa; as casas espíritas chegaram a fechar.

O receio fez com que as diversas organizações espíritas se unissem e tomassem uma atitude, encabeçadas pela Federação . No final de 1890, enviaram todas unidas uma “Carta Aberta” ao Ministro da Justiça e um grupo de representantes ao Governo, que entrou com recursos à Constituinte.

Na Europa, o Espiritismo vivia um clima muito voltado à pesquisa dos fenômenos mediúnicos, tendência que chegou também ao Brasil. Todos os estudos ficaram voltados para o fenômeno , dando uma menor importância aos princípios morais enfocados pela doutrina codificada por Kardec. E o Evangelho ficou relegado a um segundo plano.

Dr. Bezerra, “que não podia compreender Espiritismo sem fé religiosa”, manteve-se no seu trabalho devocional, totalmente isolado das tendências da moda. Continuava escrevendo os artigos doutrinários no “País”, ia ao “Centro Ismael ”, e trabalhou até mesmo em um romance chamado “Lázaro, o Leproso”, publicado em 1892.

Em 1893, a situação ficou crítica. Dr. Bezerra estava só e desprovido de recursos materiais. Nunca havia se preocupado muito com suas finanças e assim chegou ao fim de suas reservas. Por sua vez, a situação política do país estava muito conturbada no final daquele ano pela Revolta da Armada, e as tropas estavam acampadas nas ruas. Já em setembro, houve o fechamento de todas as sociedades, espíritas ou não. No Natal do mesmo ano Bezerra encerrou a série de "Estudos Filosóficos" que vinha publicando no "O Paiz".

Reconstruindo o Movimento Espírita

Em 1894, apesar das divergências, as diferentes correntes restauraram a Federação, e em seguida, retomaram a publicação do Reformador. As novas diretrizes tencionavam alcançar o meio termo entre Fé e Ciência , Amor e Razão ; mas as lutas entre os irmãos espíritas continuavam. 

Com as desavenças, Dias da Cruz, o então presidente da Federação, deixou o cargo. Em 1895, o presidente seguinte, Júlio Leal , também o deixou. Restaram o cargo vago e a dúvida sobre quem convocar para ocupar a presidência.

O único nome que surgiu como consenso foi o de Bezerra de Menezes, e, em julho de 1895, um grupo de membros da diretoria da Federação bateu à sua porta. Bezerra estava cansado, doente, abatido pela dissensão entre os irmãos espíritas; apesar de todos os argumentos apresentados, não aceitou o convite. “Com a perspectiva de poder conciliar a grande família espírita em torno do ideal cristão, o venerando ancião prometeu pensar”. 

No dia seguinte, foi como sempre à sessão das sextas-feiras do Grupo Ismael , onde dirigia os trabalhos. Abriu os trabalhos, mas parecia aflito, com a cabeça entre as mãos. Depois da prece de abertura, feita por Bittencourt Sampaio, permaneceu na mesma posição. Quando por fim se levantou, estava transtornado e ficou assim durante a primeira etapa dos trabalhos, que consistia do recebimento de mensagens psicografadas. No momento da explanação dos temas evangélicos, Bezerra falou visivelmente emocionado das desavenças no Movimento Espírita e sobre o convite que havia recebido. Confessou-se fraco para assumir a posição àquela altura dos acontecimentos.

Terminou a explanação pedindo auxílio à Espiritualidade e prometeu seguir o que lhe fosse indicado. Pouco depois, o espírito Agostinho manifestou-se pelo médium Frederico Júnior, o mesmo médium que anos antes havia sido instrumento de Allan Kardec (Espírito) para ditar as “Instruções de Allan Kardec aos Espíritas do Brasil ”. Agostinho instruiu que Bezerra tomasse o cargo da presidência e se pusesse como elemento conciliador capaz de unir e erguer a família espírita, prometendo auxiliá-lo em mais esta tarefa. Naquela mesma noite Bezerra de Menezes anunciou aceitar o cargo, permanecendo presidente até 1900, quando voltou a pátria espiritual.

Desencarne

Em janeiro de 1900, Dr. Bezerra sofreu violento derrame cerebral, que o prostrou em uma cama. Durante três meses Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti agonizou sem poder falar ou se movimentar. Só os olhos ainda se moviam. A notícia correu a cidade e causou verdadeira peregrinação à casa do médico, no subúrbio modesto. Assim como acontecia no seu consultório, pobres e ricos misturaram-se em sua casa para visitar o doente. 

A cena era singular: cada pessoa entrava uma a uma no quarto onde estava Bezerra, sentava-se em uma cadeira, não falava nada,— já que ele não poderia responder — ficava alguns minutos e saía comovida pelo olhar que Bezerra lhe dirigia. A procissão seguiu-se dia e noite. 

No dia 11 de abril de 1900, na casa da Rua 24 de maio, Bezerra passou suavemente para a Vida Maior. A cidade agitou-se com o seu desencarne, esteve presente no sepultamento do Médico dos Pobres e prestou-lhe homenagens. 

Na Espiritualidade, Bezerra foi recebido pelas hostes do bem com louros de amor. Os anos de trabalho como verdadeiro servo do Cristo encarnado na terra transformaram-se em luzes para seu espírito, conferiram-lhe verdadeiro galardão espiritual. “Bezerra desprendeu-se do orbe, tendo consolidado a sua missão”.

Um “Causo” do Dr. Bezerra

Digno de registro foi um caso sucedido com o Dr. Bezerra de Menezes, quando ainda era estudante de Medicina. Ele estava em sérias dificuldades financeiras, precisando da quantia de cinqüenta mil réis (antiga moeda brasileira), para pagamento das taxas da Faculdade e para outros gastos indispensáveis em sua habitação, pois o senhorio, sem qualquer contemplação, ameaçava despejá-lo.

Desesperado – uma das raras vezes em que Bezerra se desesperou na vida – e como não fosse incrédulo, ergueu os olhos ao Alto e apelou a Deus.

Poucos dias após bateram- lhe à porta. Era um moço simpático e de atitudes polidas que pretendia tratar algumas aulas de Matemática.

Bezerra recusou, a princípio, alegando ser essa matéria a que mais detestava, entretanto, o visitante insistiu e por fim, lembrando- se de sua situação desesperadora, resolveu aceitar.

O moço pretextou então que poderia esbanjar a mesada recebida do pai, pediu licença para efetuar o pagamento de todas as aulas adiantadamente. Após alguma relutância, convencido, acedeu. O moço entregou- lhe então a quantia de cinqüenta mil réis. Combinado o dia e a hora para o início das aulas, o visitante despediu- se, deixando Bezerra muito feliz, pois conseguiu assim pagar o aluguel e as taxas da Faculdade. Procurou livros na biblioteca pública para se preparar na matéria, mas o rapaz nunca mais apareceu.

No ano de 1894, em face das dissensões reinantes no seio do Espiritismo brasileiro, alguns confrades, tendo à frente o Dr. Bittencourt Sampaio, resolveram convidar Bezerra a fim de assumir a presidência da Federação Espírita Brasileira.

Em vista da relutância dele em assumir aquele espinhoso encargo, travou- se a seguinte conversação:

Bezerra – Querem que eu volte para a Federação. Como vocês sabem aquela velha sociedade está sem presidente e desorientada. Em vez de trabalhos metódicos sobre Espiritismo ou sobre o Evangelho, vive a discutir teses bizantinas e a alimentar o espírito de hegemonia.

Bittencourt Sampaio – O trabalhador da vinha é sempre amparado. A Federação pode estar errada na sua propaganda doutrinária, mas possui a Assistência aos Necessitados, que basta por si só para atrair sobre ela as simpatias dos servos do Senhor.

Bezerra – De acordo. Mas a Assistência aos Necessitados está adotando exclusivamente a Homeopatia no tratamento dos enfermos, terapêutica que eu adoto em meu tratamento pessoal, no de minha família e recomendo aos meus amigos, sem ser, entretanto, médico homeopata. Isto aliás me tem criado sérias dificuldades, tornando- me um médico inútil e deslocado que não crê na medicina oficial e aconselha a dos Espíritos, não tendo assim o direito de exercer a profissão.

Bittencourt – E por que não te tornas médico homeopata? 

Bezerra – Não entendo patavinas de Homeopatia. Uso a dos Espíritos e não a dos médicos.

Nessa altura, o médium Frederico Júnior, incorporando o Espírito de S. Agostinho, deu um aparte:

S.Agostinho – Tanto melhor. Ajudar-te-emos com maior facilidade no tratamento dos nossos irmãos.

Bezerra – Como, bondoso Espírito? Tu me sugeres viver do Espiritismo?

S.Agostinho – Não, por certo! Viverás de tua profissão, dando ao teu cliente o fruto do teu saber humano, para isso estudando Homeopatia como te aconselhou nosso companheiro Bittencourt. Nós te ajudaremos de outro modo: Trazendo- te, quando precisares, novos discípulos de Matemática…

 Referências Bibliográficas:

Xavier, Chico; “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”
Acquarone, Francisco; “Bezerra de Menezes o Médico dos Pobres”, Aliança.

Abreu, Canuto; “Bezerra de Menezes”, FEESP.

Soares, Sylvio; “Vida e Obra de Bezerra de Menezes”, FEB.

Gama, R. “Lindos Casos de Bezerra de Menezes”. São Paulo, Lake.

Movimento Espírita Kardecista:

http://www.movimentoespirita.hpg.ig.com.br/

Portal do Espírito 

http://www.espirito.org.br/portal/biografias/adolfo-bezerra.html

o0o

Da página eletrônica da Associação Médico Espírita do Brasil:http://www.amebrasil.org.br/html/perfil_bezerra.htm 

  

(Texto copiado em http://grupochicoxavier.com.br/dr-adolfo-bezerra-de-menezes/

bezerra e seus dois filhos

Dr. Bezerra de Menezes com os filhos.

Imagem http://canteiroideias.blogspot.com.br/2013/01/os-filhos-de-bezerra-de-menezes.html

 

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No Rio de Janeiro antigo os bondes eram puxados por burros.

Imagem: http://www.onibusparaibanos.com/2013/08/serie-historica-historia-do-transporte.html

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Dr. Joaquim Carlos Travassos.

Tradutor das obras básicas do Espiritismo para o português, Joaquim Carlos Travassos presentou Dr. Bezerra de Menezes com um exemplar  de O Livro dos Espíritos. Bezerra  se tornaria um dos principais e mais conhecidos vultos do Espiritismo no Brasil.

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Sede histórica da FEB. Rio de Janeiro. Foto Ismael Gobbo

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Túmulo de Dr. Adolfo Bezerra de Menezes

Cemitério de São Francisco Xavier,  também conhecido como Cemitério do Caju.

Rio de Janeiro, Brasil. Foto Ismael Gobbo

 

 

Jonas Camillo de Carvalho

(15/11/1898 -10/04/1970)

 

Jonas Camillo de Carvalho

Imagem do livro Obra de Vultos, volume 2.

 

 

Biografia elaborada por
 João Elias do Rego e Silva

Em 15 de novembro de 1898, iniciava-se mais uma etapa evolutiva na perene existência de um dos grandes vultos espíritas da região de Araçatuba, com a finalidade de encetar, divulgar e vivenciar a doutrina espírita. Encarnava, naquela data, em São José da Bela Vista, região de Franca-SP, Jonas Camillo de Carvalho, filho de José Camillo de Carvalho e Gerônima Engracia de Jesus.

Iniciou-se no trabalho, ainda menino, laborando no comércio daquela cidade.

No ano de 1912, mudou-se com a família para o bairro Rocinha, na zona rural do município de Avanhandava, na alta noroeste, passando a trabalhar na agricultura.

Para receber os ensinos do primário, Jonas passou a freqüentar a escola noturna, o que lhe valia percorrer cerca de 20 quilômetros, todas as noites, para cobrir a distância de ida e volta entre a escola e o sítio onde morava.

Em 1918, o Brasil foi assolado pela devastadora gripe espanhola, uma moléstia insidiosa que levou à desencarnação vários de seus parentes e amigos.

Casou-se, em 1923, com a Sra. Florisbela Goulart Siqueira, Dona Belinha, também de família pioneira, oriunda de São José da Bela Vista. Dessa união, nasceram os filhos: Maria de Lourdes, Amilcar, Milton, Araci, João Batista e Paulo Mário, tendo Amilcar desen­car­nado aos 9 anos de idade.

Na vida profissional, sabe-se que o Sr. Jonas foi agricultor no período de 1912 a 1933, sendo reconhecida a sua liderança nos meios rurais onde vivia, tendo sofrido sobremaneira os efeitos da crise econômica de 1929, a maior de que se tem notícia, mormente no setor da cultura do café, aquele em que Jonas mais atuava.

Em 1933, transferiu-se da zona rural para a cidade de Avanhandava e, em 1934, foi indicado e nomeado prefeito municipal daquele município (24/09/34 a 25/06/35). Ao término do seu mandato de prefeito municipal, entrou para o serviço público estadual, na Caixa Econômica do Estado de São Paulo, sendo transferido, em 1941, para a cidade de Araçatuba - SP, onde galgou todos os cargos até alcançar a gerência, na qual se aposentou em 1966.

O seu ingresso na doutrina espírita deu-se gradativamente. Filho de pais católicos, passou, a partir de 1927, a tomar conhecimento da nova doutrina, recebendo as primeiras informações nos contatos de reuniões domiciliares, muito comuns à época. Além dele, quase toda a família, bastante numerosa, aderiu aos princípios espíritas.

Chegando em Araçatuba, tomou contato e passou a participar das ­atividades do asilo fundado e dirigido por D. Benedita Fernandes, bem como de outras reuniões nas quais participavam outros espíritas pioneiros.

Foi na União Espírita “Paz e Caridade” em que criou raízes, freqüentando e trabalhando voluntariamente no Asilo e Abrigo Lar da Velhice, atual “Abrigo Ismael”, onde, com o passar do tempo, foi assumindo cada vez mais atividades. Além da parte doutrinária, dedicava-se com ardor à parte assistencial, inclusive doando sua mão-de-obra pessoal para ampliar as precárias instalações até então existentes.

Essa dedicação ocasionou um fato singular, quando, na Assembléia Geral da Associação das Senhoras Espíritas de Araçatuba, uma associação com finalidade de angariar recursos materiais para custear as idosas que passavam pelo Asilo e Abrigo Lar da Velhice, pertencente à União Espírita “Paz e Caridade”, realizada em 21 de junho de 1942, para a eleição da diretoria, o Sr. Jonas Camillo de Carvalho acabou eleito para o cargo de primeiro-secretário, em uma diretoria que, habitualmente, era formada quase que exclusivamente por senhoras, naquele mandato presidida pela Sra. Rita Lopes.

Espírita convicto e dedicado, não recusava convites para o trabalho. Em 4 de outubro de 1942, em mandato que perdurou até setembro de 1944, é eleito para segundo-secretário da União Espírita “Paz e Caridade”, juntamente com Júlio Monteagudo Pinheiro, presidente; Joaquim Marques Cavalcante, vice-presidente; Antônio Manuel da Cunha, primeiro-secretário; José  Serapião, tesoureiro; Francisco Graton, procurador, e Benedito Aniceto, bibliotecário.

Na assembléia de 8 de outubro de 1944, Jonas Camillo de Carvalho assume a vice-presidência, juntamente com Júlio Monteagudo Pinheiro, eleito presidente, ambos permanecendo nos cargos até setembro de 1951. Na assembléia geral de 7 de outubro de 1951, assume a presidência da União Espírita “Paz e Caridade”, permanecendo no cargo até 9 de outubro de 1955, quando passa a presidência para seu companheiro de luta e trabalho nas lides espíritas, Sr. Júlio Monteagudo Pinheiro, deixando em definitivo as atividades administrativas, mas vivenciando, cada vez com maior intensidade, o cristianismo puro do Mestre Jesus, revivido pela doutrina espírita.

No decorrer desses treze anos na administração, não deixou de acompanhar a Associação das Senhoras Espíritas de Araçatuba, participando das suas reuniões e assembléias.

Também é comprovado que Jonas Camillo participava de todos os demais movimentos espíritas da cidade e da região, como os de instalação de novos centros espíritas, conferências, encontros, etc., dentre os quais:

- Em 11 de junho de 1949, quando se reuniram os fundadores da Aliança Espírita “Varas da Videira” para apresentação do estatuto da entidade recém-fundada, presidida pelo Sr. Francisco Martins Filho, lá estava, em meio a outros representantes de entidades que prestigiavam o evento, o Sr. Jonas Camillo de Carvalho, em nome da União Espírita “Paz e Caridade”.

- No dia 13 de agosto de 1949, em assembléia geral da Aliança Espírita “Varas da Videira”, o Sr. Jonas Camillo de Carvalho passa a integrar o Conselho Fiscal da entidade, colaborando com outros companheiros nas tomadas de decisão norteadoras daquela casa.

- Também está registrada a presença do Sr. Jonas Camillo de Carvalho na eleição realizada no dia 29 de agosto de 1951, para a escolha da diretoria que conduziu os destinos da Aliança Espírita “Varas da Videira” no período compreendido entre 29 de agosto de 1951 e agosto de 1952.

- Participou ativamente para a vinda a Araçatuba, no ano de 1955, do renomado conferencista e escritor italiano Pietro Ubaldi.

O Sr. Jonas era um homem aberto a assuntos políticos, econômicos, esportivos e sociais. Muito sereno, sempre foi respeitadíssimo no trabalho, na vida pública e no convívio com os familiares. Era comum seus amigos, parentes e conhecidos buscarem a sua companhia, visitando-o para conversas doutrinárias, onde sua experiência fazia brotar ensinamentos muito proveitosos para todos. Estava sempre calmo e paciente diante das situações difíceis, transmitindo confiança e fé a todos aqueles que compartilhavam desses momentos.

Nos últimos dez anos de vida, além das atividade que acima anotamos, mantinha, em terreno anexo à sua residência, uma ampla e bem cuidada horta, na qual dispensava longas horas no manejo da terra, cultivando mudas e hortaliças, cuja maior parte era distribuída aos amigos.

Vítima de infarto do miocárdio, no dia 10 de abril de 1970, chega ao final mais uma jornada do eminente Jonas Camillo de Carvalho, desencarnando de forma inesperada, quando visitava sua filha Maria de Lourdes, na cidade de Santos – SP.

Foi sepultado, em 11 de abril de 1970, no cemitério municipal de Araçatuba – SP, com grande acompanhamento.

 

(Copiado de: http://www.universoespirita.org.br/catalogo/literatura/textos/ISMAEL%20GOBI/obras_de_vultosII/jonas_camilo_carvalho.htm)

 

Jonas Camillo de Carvalho com a esposa em 1968.

Jonas, à esquerda, com as filhas Maria de Lourdes, Araci e oprimeiro neto, em 1949.

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Fachada da União Espírita Paz e Caridade e Abrigo Ismael na década de 1960. Nesta entidade

o Sr. Jonas Camillo de Carvalho foi eleito presidente e teve grande e muito importante participação.

Imagem do arquivo da União Espírita Paz e Caridade.

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Dona Benedita Fernandes, primeira à esquerda de pé, um dos principais vultos do movimento espírita de

Araçatuba, SP, depois de curar-se de obsessão no Espiritismo se dedicou a cuidar de doentes mentais e crianças.

O Sr. Jonas Camillo de Carvalho, da biografia acima transcrita,  passou a participar dos trabalhos dirigidos por Dona Benedita Fernandes quando foi transferido  pela Caixa Econômica do Estado de São Paulo da cidade de Avanhandava para Araçatuba no ano de 1941.

 

 

Amor Infinito

Palavras de Chico Xavier

 

 

(Recebido em email de Leopoldo Zanardi)

 

 

 

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