Notícias do Movimento Espírita

São Paulo, SP, sexta-feira, 22 de maio de 2015

Compiladas por Ismael Gobbo

Agradecemos àqueles que gentilmente repassam este email

Parcerias

 

 

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Nota 1

Recomendamos confirmar junto aos organizadores os eventos aqui divulgados. Podem ocorrer cancelamentos ou mudanças que nem sempre chegam ao nosso conhecimento.

 

Nota 2

Este email é uma forma alternativa de divulgação de noticias, eventos, entrevistas e artigos espíritas. Recebemos as informações de fontes  diversas e fazemos o repasse aos destinatários de nossa lista de contatos. Trabalhamos com a expectativa de que as informações que nos chegam sejam absolutamente espíritas na forma como preconiza o codificador do Espiritismo, Allan Kardec.  Pedimos aos nossos diletos colaboradores que façam uma análise criteriosa e só nos remetam para divulgação matérias genuinamente espíritas.  O trabalho é totalmente gratuito e conta com ajuda de colaboradores voluntários (Ismael Gobbo)

 

 

Atenção

Se você tiver dificuldades em abrir o arquivo, recebê-lo incompleto ou cortado e fotos que não abrem, clique aqui:

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Os últimos 5 emails enviados:

 

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21-05-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/MAIO/21-05-2015.htm

20-05-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/MAIO/20-05-2015.htm

19-05-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/MAIO/19-05-2015.htm

18-05-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/MAIO/18-05-2015.htm

16-05-2015     http://www.noticiasespiritas.com.br/2015/MAIO/16-05-2015.htm

 

 

 

    

O Evangelho Segundo o Espiritismo- Cap. XXVIII,  44

Coletânea de preces espíritas

 

 

III – Preces por outrem

 

Pelos nossos inimigos e pelos que nos querem mal

 

     46. Prefácio. Disse Jesus: Amai os vossos inimigos. Esta máxima é o sublime da caridade cristã; mas, enunciando-a, não pretendeu Jesus preceituar que devamos ter para com os nossos inimigos o carinho que dispensamos aos amigos. Por aquelas palavras, Ele nos recomenda que lhes esqueçamos as ofensas, que lhes perdoemos o mal que nos façam, que lhes paguemos com

o bem esse mal. Além do merecimento que, aos olhos de Deus, resulta de semelhante proceder, Ele equivale a mostrar aos homens o em que consiste a verdadeira superioridade. (Cap. XII, itens 3 e 4.)

     47. Prece. – Meu Deus, perdoo a N... o mal que me fez e o que me quis fazer, como desejo me perdoes e também ele me perdoe as faltas que eu haja cometido. Se o colocaste no meu caminho, como prova para mim, faça-se a tua vontade.

     Livra-me, ó meu Deus, da ideia de o maldizer e de todo desejo malévolo contra ele. Faze que jamais me alegre com as desgraças que lhe cheguem, nem me desgoste com os bens que lhe poderão ser concedidos, a fim de não macular minha alma por pensamentos indignos de um cristão.

     Possa a tua bondade, Senhor, estendendo-se sobre ele, induzi-lo a alimentar melhores sentimentos para comigo!

     Bons Espíritos, inspirai-me o esquecimento do mal e a lembrança do bem. Que nem o ódio, nem o rancor, nem o desejo de lhe retribuir o mal com outro mal me entrem no coração, porquanto o ódio e a vingança só são próprios dos Espíritos maus, encarnados e desencarnados! Pronto esteja eu, ao contrário, a lhe estender mão fraterna, a lhe pagar com o bem o mal e a auxiliá-lo, se estiver ao meu alcance.

     Desejo, para experimentar a sinceridade do que digo, que ocasião se me apresente de lhe ser útil; mas, sobretudo, ó meu Deus, preserva-me de fazê-lo por orgulho ou ostentação, abatendo-o com uma generosidade humilhante, o que me acarretaria a perda do fruto da minha ação, pois, nesse caso, eu mereceria me fossem aplicadas estas palavras do Cristo: Já recebeste

a tua recompensa. (Cap. XIII, itens 1 e seguintes.)

 

   

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, FEB.  Texto copiado do site Febnet e da obra citada)

   

A última ceia. Leonardo da Vinci.

Imagem/fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_%C3%9Altima_Ceia_%28Leonardo_da_Vinci%29#/media/File:Leonardo_da_Vinci_(1452-1519)_-_The_Last_Supper_(1495-1498).jpg

 

 

Luzes do mundo

 

 

Jesus nos disse que somos a luz do mundo e deixou a orientação de que devemos compartilhar nossa luz com quem estiver ao redor.

Muitas vezes acreditamos que não temos nada a oferecer ao nosso próximo. Fazemos planos de ajuda para um provável dia em que ganharmos a loteria, ou quando nos aposentarmos e tivermos tempo.

Ser um ponto de luz no caminho de alguém é mais simples do que pensamos.

Quantas vezes encontramos um colega triste, vivendo um momento de angústia, precisando desabafar. Paramos para ouvir o que oprime seu coração e ele se sente melhor. Isso é ajudar.

Quando damos um sorriso e estendemos a mão para uma pessoa que acaba de chegar a um ambiente desconhecido e está se sentindo insegura, receosa de não ser bem-vinda, fazemos com que ela se sinta acolhida. Isso também é uma forma de ajudar.

Ao dirigirmos àqueles que se sentem desanimados e solitários palavras de afeto, impregnadas de vibrações de carinho, envolvemos quem as recebe em um campo de amor, que lhes renova as forças, traz ânimo e esperança.

Quando o Cristo disse que somos a luz do mundo, nos apontou um caminho para a caridade e deixou um convite para trabalharmos para o bem comum, ajudando o próximo com o que temos dentro de nós. Com isso, nos faz perceber que, para iluminar, temos de cuidar da luz que emitimos.

Uma lâmpada clara e brilhante oferece uma luz igualmente clara e brilhante.

Nossa luz está relacionada à nossa capacidade de compartilhar os melhores sentimentos que nutrimos e nosso conhecimento para o bem de todos.

Não é preciso ser doutor para ofertar ao próximo palavras amorosas e consoladoras. Basta ter amor e desejar oferecê-lo.

Não é preciso ser especialista em línguas para escutar o desabafo de alguém e dar um conselho. Basta saber ouvir, se colocar no lugar de quem sofre e ajudá-lo com palavras de conforto e encorajamento.

Quando aprendemos algo novo, que nos auxilia a compreender sensações e sentimentos, por que não dividir com outras pessoas para que elas também possam se sentir como nós?

Compartilhar as palavras do Cristo é uma excelente forma de espalhar luz pelo mundo.

Aplicar em nosso dia a dia o que essas palavras ensinam nos torna exemplos vivos da mensagem cristã.

Também podemos ser luzes que aquecem e iluminam mesmo sem dizer nada. Apenas praticando o que o Mestre demonstrou.

Perdoar, amar, acolher, consolar, orar, agradecer são algumas das ações que podemos realizar e inspirar, positivamente, àqueles que nos cercam.

Exercitar a tolerância, a paciência, a humildade, a resignação ajudará a fazer de nossa luz interior um foco mais límpido, mais puro, mais forte.

Que nossa vontade de sermos luzes no mundo nos dê a coragem necessária para vencermos a escuridão provocada pela ignorância, intolerância, egoísmo e orgulho.

Que sejamos capazes de nos tornar pontos de luz nas vidas de nossos semelhantes, mesmo que nos achemos pequeninos e fracos.

Que a cada dia consigamos ficar um pouco mais brilhantes, prosseguindo perseverantes, até que consigamos alcançar a imensidão das estrelas.

Redação do Momento Espírita.
Em 21.5.2015.

 

(Copiado do site Feparana)

 

Cabeça de Cristo aos doze anos. Albrecht Durer.

Imagem/fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Albrecht_D%C3%BCrer#/media/File:Albrecht_D%C3%BCrer_-_Head_of_the_Twelve_Year_Old_Christ_-_WGA07061.jpg

 

 

Registro. André Trigueiro lançou obra “Viver é a melhor opção”  com direitos autorais destinados ao CVV. São Paulo, SP

 

Ismael, seguem algumas fotos do lançamento do livro de André Trigueiro, que aconteceu na última segunda-feira, 18-05-2015, na Livraria Cultura da Paulista, com presença maciça do público e mais de 300 livros vendidos em poucas horas. Houve presença marcante também dos trabalhadores do CVV, para onde vão os direitos autorais da obra.

O Talk show vai ao ar na rádio CBN sábado agora às 15 horas.

Envio também o convite do novo dia de lançamento, agora em Brasília.

 

Izabel Vitusso – Correio Fraterno

 

Eliana Haddad, Júlia Nezu, André Trigueiro e Izabel Vitusso

 

Equipe de apoio

Grandes filas

 

Talk

 

LANÇAMENTO EM BRASÍLIA

 

 

 

 

Palestra na Casa do Caminho

Macaé, RJ

 

 

(Informação recebida em email de Rose Moliterno)

 

 

Programação da Associação Espírita “Estrela da Caridade”

Espírito Santo do Pinhal, SP

 

CONVITE    E   PROGRAMAÇÃO
 
A Associação Espírita Estrela da Caridade tem a alegria de convidar para as atividades do
Mês de Reflexões Espíritas Adélia Rueff – Tia Adélia, fundadora desta Casa Espírita.
Fraternalmente,
 
 
 João Rogerio Fernandes Tito - 
p/ Diretoria da Associação
 
 MÊS DE REFLEXÕES  ESPIRITAS --  ADÉLIA RUEFF --  “TIA ADÉLIA”
Junho de 2015
Associação Espírita Estrela da Caridade
1911 – 2015  = 104 Anos
Rua Souza Brito, 233 – Centro
Espírito Santo do Pinhal – SP.

05 de Junho - Sexta-feira

 
19:30 hs Banda  G.F.E. Irmão Flacus
:  
 

20:00 hs – Enéas M. Canhadas
“Celebrando uma vocação”
Comemoração do 147º Aniversário de nascimento da Tia Adélia - 05/06/1868

13 de Junho – Sábado – 15:30 horas

Dr. Jamiro da Silva Wanderley - UNICAMP

Evolução Espiritual

10 de Junho –Quarta-feira -  20:00 horas

William Augusto

Esclarecimentos Espíritas

17 de Junho – Quarta-feira – 14:30 horas

William Augusto

Lembrando - Marco Antonio Bonani  - * 17/06  U 15/06

18 de Junho – Quinta-feira – 19:30 horas

Coral

Coral Cativar  G.F.E.Irmão Flacus

24 de Junho – Quarta-feira – 20:00 horas

André Luiz Rosa

Os Quatro Adversários da Felicidade

27 de Junho – Sábado – 15 :00 horas

Cristina Sarraf

Vós Sois Deuses

 

(Informação recebida em email de "joao rogerio" [[email protected]])

 

 

Palestra com Rosangela Pires

Guarulhos, SP

 

 

(Informação recebida em email de Regina Bachega)

 

 

Palestra no C.E. Caminho de Luz

Brejo Alegre, SP

 

 

(Informação recebida em email de ANDRÉ LUIZ ZANOLI [[email protected]])

 

 

Encontro de Trabalhadores – Área da Mediunidade

Manaus, AM

 

Segue abaixo informações de evento em Manaus neste próximo domingo e cartaz em anexo.

Sandra Moraes - Diretora da Mediunidade da Federação Espirita Amazonense.

 

O Departamento de Mediunidade  da FEA promove, no dia 24 de maio, das 14h30 às 18h, o  Encontro de Trabalhadores da Mediunidade. O evento ocorre na sede administrativa da FEA, (Av. Pedro Teixeira, 365 – D. Pedro).
O Tema do encontro é “Mediunidade, autoconhecimento e reforma íntima.” Considerando que os resultados da prática mediúnica estão diretamente ligados à vida interior dos participantes,  o evento visa ressaltar a importância de estudar e estudar-se, para que a atividade mediúnica promova a reforma íntima de seus trabalhadores.
No encontro haverá oportunidade para vivencias, estudos de casos, painel de perguntas e terá como facilitadores Rosange Menezes, Tarcísio Feijó e
Sandra Moraes.
Público alvo: trabalhadores de reunião mediúnica e estudantes do ESME.
Os interessados devem informar nome e instituição espírita que participa  pelo e-mail [email protected]

 

(Informação recebida em email de Sandra Moraes [[email protected]])

 

 

Ciclo de palestras com  Suely Caldas Schubert

Região dos Lagos, RJ

 

 

(Informações recebidas em email de Renê Magalhães [[email protected]])

 

 

45ª. Semana Espírita de

Itabuna, BA

 

(Informações recebidas em email de Renê Magalhães [[email protected]])

 

 

Palestra no C.E. Nosso Lar – Casas André Luiz

São Paulo, SP

 

 

(Informação recebida em email de locutor - FEAL [[email protected]])

 

 

12º. Encontro de Espiritismo em

Jacareí, SP

 

 

 

 

(Informação recebida em email de João André j-kun [[email protected]])

 

 

Site do LELA- Lar Espírita Luz e Amor

Diadema, SP

 

Queridos Amigos!

Está no ar o novo site do Lar Espírita Luz e Amor!

Acessem: www.lela.org.br !

A página eletrônica disponibiliza informações sobre as atividades, funcionamento, cursos, palestras, eventos e tem muitas novidades desta casa de Luz e Amor!!!

Divulgação LELA

 

 

 

Jornada de Estudos 2015. G.E. Luz e Amor

Franca, SP

 

 

(Informação recebida em email da USE/Franca)

 

 

Jantar beneficente do Maria Dolores

Jales, SP

Fonte refazente na Casa de Madô

OLÁ corações queridos

A CASA DE MADÔ, realiza mais um jantar delicioso.

Será no dia 23 de maio de 2015, das 20 as 20:30h

Local: Grupo Espírita B. Maria Dolores, Rua 19, nº 769, Bairro São Judas Tadeu - Jales,SP.

O cardápio é: Franco ao molho de gana, Arroz branco, Lasanha de legumes, Farofa de cebola, Salada Havaí e Salada de Folhas.

Venha desfrutar de boa comida e também de uma boa conversa em ambiente cheio de ternura e espiritualidade.

Em prol da manutenção e das atividades assistenciais realizadas pelo grupo junto a comunidade carente atendida pela casa.

AGUARDAMOS VOCÊ!



(Informações recebidas em email de Adelvair David)

 

 

Festa Junina do Centro Cultural Espírita Reflorescer

Arujá, SP

 

 

(Informação recebida em email de Regina Bachega)

 

 

Singela homenagem da USE/Franca ao Educandário Pestalozzi

 

 


Festa na espiritualidade.
Parabéns Educandário Pestalozzi, pelos 70 anos de amor à educação. Ideal do casal Novelino.

 

--

USEFRANCA

União das Sociedades Espíritas Intermunicipal de Franca

R. Major Claudiano, 2185

Centro, Franca, SP

1637243178

 

 

(Recebido em email da USE Franca)

 

 

Homenagem

Entrevista com Dr. Tomas Novelino *

“Um paladino da educação”

 

Ismael Gobbo

 

Publicada originalmente no

Jornal “Folha Espírita”, SP.

 

 

Tomás Novelino é  uma das personalidades da mais alta significação para o movimento espírita brasileiro,   exemplo vivo de  entendimento e prática do "amai-vos e instruí-vos",  as máximas por excelência que o Evangelho sempre buscou nos ensinar. Sua existência terrena,  quase centenária,  é pontilhada por  acontecimentos e experiências inolvidáveis, dignos de serem  relembrados, festejados e seguidos.   Único aluno ainda encarnado de  Eurípedes Barsanulfo, o médico Tomás Novelino se notabilizou por fundar um dos  mais tradicionais estabelecimentos de ensino do  país,  o "Educandário Pestalozzi", em Franca, onde, desde o início e de forma ininterrupta, são ministradas aulas de evangelização à luz do Espiritismo. Orador de grande projeção continua em plena forma, lúcido, emotivo, batalhador, com  energia e  entusiasmo de fazer inveja a menino.  Não se furta a responder perguntas e o faz com muito gosto quando elas envolvem a figura impoluta do seu grande mestre Eurípedes Barsanulfo, a quem se refere com incontida  veneração. Na visita que nos permitiu àquelas  obras gigantescas,  verdadeiros monumentos da cultura e da caridade,  fez questão de nos acompanhar sala por sala, setor por setor, reduto por reduto; ao orquidário,  que  é uma homenagem ao colega Antenor Germano,  um de seus melhores amigos, a quem se refere como "um nego  levado à breca",   que trabalhava com o "seo Eurípedes",  e com o qual ia ao mato colher orquídeas. Exibiu-nos  fotos de seu acervo,  levou-nos ao enorme  jatobazeiro, árvore bela que restou da antiga chácara onde está construída a escola; às jabuticabeiras que plantou com as próprias mãos e aos  primorosos jardins  forrados de rosa, margarida e amor-perfeito. Nesta entrevista, buscamos, ao lado de passagens de sua vida pessoal, sobejamente conhecida,  oferecer uma visão do trabalho admirável  que realiza em prol  da educação  que,   ali,  nunca deixou de ser norteada pelos princípios éticos e morais esposados pelo Espiritismo.

FE -   Dr. Tomás,  fale-nos um pouco do Sr. mesmo.

TN-    Nasci em Delfinópolis,  antiga Espírito Santo da Forquilha, um arraialzinho na beira da Serra da Canastra,  no dia 6  de outubro de 1901. Como se vê,  já caminho para  99 anos.  Meu pai, Tomás Novelino de Aquino,  era  filho de italianos e se casou com  Auta Maria das Dores Novelino, minha mãe, lá mesmo em Delfinópolis. Tiveram quatro filhos: Natália, Alice, Nestor e eu. Fiz minhas primeiras letras com o mestre-escola  Evaldo Duim e posteriormente com o Sr. Helvécio.  Eu tinha sete anos de idade quando fiquei órfão de pai e mãe e sob a tutela do meu tio Jose Gonçalves Novelino,  pai da prima Corina Novelino.

Órfãos, fomos internados no Orfanato "Anália Franco",  em São Paulo.  Lá estivemos por cinco anos. Com doze anos,   voltei para Delfinópolis,  onde fiquei por mais dois.  Em 1916,  fui estudar com o Sr. Eurípedes Barsanulfo,  em Sacramento,  e lá permaneci  até 1918,  quando ele desencarnou.  Naquele ano,  fui  internado no Colégio de Muzambinho,  em Minas Gerais, que era chamada de  "Atenas brasileira",   porque seus certificados tinham validade para a banca do Colégio D.Pedro II, do Rio de Janeiro.  Tirei lá os preparatórios de Medicina. De 1919 para 1920,   me matriculei na Faculdade de Medicina da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro,  onde fiquei  por sete anos.  Formei-me em  1928 e  vim para o interior e,  em Ibiraci,   comecei a exercer a profissão de médico.  Lá,  fiquei por quatro a cinco meses,  de onde me transferi para Monte Santo de Minas,  onde moravam  minhas duas irmãs,  que  eram casadas com ricos fazendeiros de café.  Em 1934,    vim para Franca,  onde permaneço até hoje.  Casei-me,   no dia  24 de junho  de 1936,   com a professora  Maria Aparecida Rebelo Novelino,  que residia em Ribeirão Preto. Tivemos seis filhos:  Eneida, que é medica em Ribeirão  Preto; Icléia, que é solteira,  e mora  comigo;  Alcione,  que exerce a medicina em São Paulo;   Cleber, que é médico aqui em Franca e responde como vice-diretor da Fundação Pestalozzi;  Climene,  a caçula, falecida há pouco e que era a diretora do educandário,  e Jesiel.

        

FE-  Como profissional de medicina,  em que áreas o Sr. atuou?

TN- No início,  cliniquei em Ibiraci e Monte Santo. Em  Franca, exerci a medicina como cirurgião,     parteiro e    clínico-geral.  Atendi na Casa de Saúde "Allan Kardec";  na  Santa  Casa de Misericórdia, onde fui diretor clínico por muitos anos,  e lecionei  Medicina   Legal na                 Faculdade de Direito.

 

FE- Quando o Sr. entrou para a Faculdade de Medicina,  já conhecia o Espiritismo,  do Orfanato    Anália Franco e do convívio com Eurípedes Barsanulfo. Como era encarado o Espiritismo no meio Acadêmico daquela época?

TN- Na  Escola de Medicina do Rio de Janeiro  estavam reunidos os maiores sábios do país. Ser professor lá era uma distinção da qual eles tinham muito orgulho. Infelizmente,  faziam questão de se declarar materialistas,  o que muito me entristecia. Quando davam as lições no anfiteatro,  eu me lembro que o professor de fisiologia, Oscar de Souza,  descrevendo o cérebro, circunvoluções cerebrais, corpo caloso,  tubérculo,  neurônios, etc,  arrematava dizendo: "Olha,  meus amigos,  olha,  meus estudantes,  não há necessidade de nenhum espírito para explicar essas coisas..."  Tinha um outro, Luiz da Silva Santos, o maior anatomista do Brasil,   que dissecando o cadáver com a luva de borracha, fumando numa piteira de madeira, com as mãos engraxadas de gordura,  aquelas tripas e fígado  à mostra, manejando o bisturi,  ia dizendo:  "Vejam,  procurando aqui,  não encontrei nenhuma alma, nenhum espírito..." Eles  faziam  apologia do materialismo,  impregnando os estudantes de idéias materialistas. Me lembro de alguns colegas que ficavam reunidos em um bar lá do centro, tomando chope, que,  com vaidade e orgulho,  proclamavam: "Nós somos materialistas...".   E eu,  que  já tinha estudado com   "seo Euripedes", ouvindo tudo aquilo  saía lá fora e ficava a perguntar: "Mas será possível tudo isso, meu Deus?"   E  me  fixando em  Eurípedes,  a resposta logo brotava e eu  dizia  para mim mesmo: "Não, tudo o que ele ensinou  foi a pura verdade,  ele nunca mentia,  nem por brincadeira...".  

Felizmente,  hoje  já  não há aquela tomada de posição contrária aos espíritas como ocorria antigamente.  No caso dos médicos espíritas,  estão podendo trabalhar sem embaraços  e com tranquilidade.

 

FE-  O Sr.  sempre se refere ao  Dr. Miguel Couto como um grande  exemplo de luta pela educação. 

TN-  O Professor Miguel Couto era um ídolo no Rio de Janeiro, um coração bondoso e,  a bem da verdade,  até amigo dos espíritas.  No ano em que eu saí  da Escola,  ele fez uma palestra no Rio de Janeiro, na qual a afluência de público foi espantosa para ver e ouvir aquele expoente da medicina.  O tema era sobre educação,  e ele afirmava:  "No Brasil só existe um problema: a educação do povo".  Iniciou a  palestra falando  que no norte da Europa havia um convento em que os monges se cumprimentavam pela manhã proferindo as seguintes palavras: "Pensai na morte, irmãos".  E o Professor Miguel Couto,  parodiando-os,   sentenciava: "Pensai na educação, brasileiros...".  Essa postura do Dr. Miguel Couto,  extremamente preocupado com a educação,  me marcou profundamente.

 

 

FE- O Sr.  acredita que os princípios esposados pelo Espiritismo poderão,  de alguma forma,  trazer contribuições para a Medicina?

TN- A Medicina auferirá  um lucro espantoso para o seu conteúdo de conhecimentos através  do Espiritismo,  porque entrará em outro campo de ação. Ela, a medicina,  tem se preocupado quase que exclusivamente com o campo material,  sem dar a atenção devida àquelas problemáticas  de ordem espiritual.  O conhecimento dos fluidos,  os benefícios do passe e o domínio da técnica de tratamento de  doentes em provação espiritual são recursos poderosos que, com o tempo, a Medicina obrigatoriamente terá que  se ajustar. 

 

FE- O  Sr. é visto como  um paladino da educação aqui em Franca. Como se iniciou esse  enorme complexo educacional que é a Fundação Educandário Pestalozzi?

 

TN-Quando me casei,  a minha companheira era formada professora e já tinha essa idéia que também era a minha.  E esse  ideal  ganhou corpo quando nos deparamos com a  intolerância religiosa, aqui em Franca,  envolvendo alguns estudantes espíritas de Rifaina.  Na cidade, havia o tal  Alburitel,   que depois de sair do seminário,  fundou uma escola no centro da cidade, num sobrado, que tinha retratos de santos por toda parte. E ele queria,  a todo custo,  submeter aqueles estudantes  espíritas aos  ensinos religiosos da igreja católica,  que ali na sua escola eram obrigatórios.  Então,  se levantou em  defesa daqueles estudantes a Maçonaria,  que se associou a nós. Fundamos,  no dia 1º de agosto de  1944,  uma  escolinha onde funcionavam os cursos pré-primário, alfabetização de adultos e admissão ao antigo ginásio.  Quando  começamos,   o bispo de Ribeirão Preto baixou uma ordem,  cujos termos diziam  que todo  católico que pusesse os pés na nossa escola seria excomungado.  O texto foi lido na igreja pelo  Padre Faleiros,  que,  embora pedisse desculpas,  se dizia obrigado a  cumprir a pastoral do bispo que trazia a determinação para  excomungar quem  freqüentasse a Escola Pestalozzi.  De lá,  nós passamos para  uma casa própria,  porque aquela era alugada e então começamos a crescer. A  Fundação propriamente dita foi criada no dia 20 de maio de 1945.

 

FE - Hoje,  como  ela está estruturada?

TN- As Escolas Pestalozzi  estão funcionando em três unidades.  No  prédio mais antigo,  a Unidade I, com  1800 alunos, 70 funcionários e 120 professores,   são ministrados cursos de  Educação Infantil, Ensino Fundamental da 1ª  à 8ª séries, Ensino Médio e Cursos Profissionalizantes para Magistério e Contabilidade.  Na  unidade II,  instalada em um  prédio mais moderno, com nove pavilhões, além do curso ginasial da 5ª  à 8ª  séries,  temos  um lar-escola, em regime de semi-internato, com  255 crianças que recebem  tudo gratuitamente desde o jardim até a 8ª série,  pelas mãos de 30 funcionários e 37 professores.  Outra atividade que desenvolvemos é o  Conservatório, instalado no prédio da antiga fábrica de calçados "Pestalozzi",  onde temos  cursos de piano, violão, teclado, flauta,  percussão e alguns outros.

 

FE-Sentimos que o Sr. tem um carinho muito especial pelo lar-escola. 

 

TN -Sim, essas 255 crianças nós vamos  buscar em suas casas todos os dias  pela manhã.  Elas chegam, tiram a roupinha de casa e vestem a de recreio, aqui mesmo.  Depois do almoço, vestem o uniforme da  sala de aula. Aqui,  elas  escovam os dentes e têm tratamento médico e dentário. À tarde, depois do jantar, tiram a roupinha da escola e vestem a de casa,  para onde regressam.  Eu as acompanho todos os dias nas viagens de ônibus  da nossa  instituição.

 

FE- A arquitetura colonial da Unidade I  impressiona o visitante.

TN- Alguém,  vendo  esse prédio,  disse:  "Mas isso  parece um castelo ! ".  Realmente,  dá uma idéia de castelo.  Quando  comemoraram  os duzentos e cinqüenta anos de nascimento de Pestalozzi,  vieram nos buscar para sermos homenageados na  Suíça. E fazíamos  questão de conhecer o castelo onde  Pestalozzi atuou  e constatamos que havia um  pátio  que era  igual a este, embora sua construção fosse mais pesada, com aqueles blocos de granito e um reboque com forte coloração amarronzada.

 

FE- Quanto ao funcionamento,  o  educandário segue a linha daquele do Professor  Pestalozzi?

TN- Foi justamente esse o motivo de nossa ida à Suíça,  no ano de 1996,   para recebermos  a   homenagem a que nos referimos. A  nossa escola foi considerada,  dentre as muitas existentes no mundo, uma daquelas que mais se aproxima do modelo idealizado pelo grande educador  Pestalozzi, que foi o mestre do nosso querido Allan Kardec.   

 

FE- O mestre Eurípedes Barsanulfo influenciou o trabalho do Sr. ?

TN - Tudo eu aprendi com ele,  pois a instrução de Eurípedes foi completa. Como sempre digo,  lá passei os  três anos mais felizes  da minha vida.

 

FE- Nas Escolas Pestalozzi,  existem aulas de espiritismo como aquelas que o Sr. recebeu lá no    colégio de Eurípedes Barsanulfo?

TN- Aqui,  nós temos o ensino religioso baseado nos postulados da doutrina espírita,  embora a escola tenha alunos que professam outras religiões e para os quais não fazemos qualquer tipo de restrição. O nosso trabalho  é balizado pela  ética e  moral da doutrina espírita,  e todos sabem disso. No momento da matrícula,  os pais fazem a opção por escrito se querem ou não que os filhos assistam as aulas de evangelização que fazem  parte da grade  curricular,  com dia e horário  estabelecido, tratada como uma atividade, sem atribuição de nota.  E o interessante  é que,  no decorrer do ano,  muitos alunos não espíritas buscam a direção da escola pedindo para freqüentar as aulas de evangelização, o que permitimos depois de se ouvir e obter autorização dos seus pais,  providência necessária para  demonstrar que aqui não se exerce qualquer tipo de coerção religiosa. Essas aulas de evangelização  são muito  valorizadas pelas crianças,  que normalmente não faltam e participam com muito interesse.

 

FE- E  quem  é que ministra as aulas de evangelização?

TN- São evangelizadores espíritas provenientes dos Centros Espíritas da cidade,  aliás,  este é  o único trabalho voluntário existente na instituição.  Normalmente,  são pessoas ligadas à escola por alguma razão, pais de alunos,  membros da própria diretoria;  todos comparecem voluntariamente com muita dedicação e carinho.   As aulas de evangelização  são dadas uma vez por semana, sendo para as crianças do pré até a 4ª série,  às quintas-feiras,  das 13h  às 14h e para  as crianças do colegial e da 5ª  à  8ª séries,  às quartas-feiras,  pela manhã, das 7h: 10min às 8h. No lar-escola,  que abriga crianças carentes que ficam  o dia todo sob nossa responsabilidade,  todas assistem às aulas de evangelização,  porque,  ao admiti-las,  assumimos por uma delegação de seus pais também as formações religiosas delas.

 

FE - Para finalizar, de quais outras atividades doutrinárias o Sr.  participa?

TN- Colaboramos  no trabalho de evangelização das crianças e jovens; temos atendido convites para proferir palestras; às quartas-feiras realizamos reunião pública aqui no Salão Nobre e, às quintas-feiras, também em sala da escola, temos uma reunião mediúnica.

 

 

  • desencarnado aos 31 de outubro de 2000.

 

ENTREVISTA PUBLICADA NA FOLHA ESPÍRITA, SÃO PAULO, MAIO/2000

 

 

 

Dr. Tomas Novelino na formatura como médico.

Acervo particular do entrevistado

 

Diante do Colégio Pestalozzi, Franca. Foto Ismael Gobbo

O entusiasmado orador Tomas Novelino

Foto Ismael Gobbo

Dr. Tomas com d. Maria Aparecida Rebelo Novelino na foto do noivado

Acervo particular do entrevistado

 

 

Bichinhos

 

 

Declara-se você esgotado pelos conflitos internos da instituição espírita de que se fez devotado servidor, e revela-se faminto de uma solução para os problemas que lhe atormentam a antiga casa de fé. Lutas entre companheiros e hostilidades constantes minaram o altar do templo, onde, muitas vezes, você observou a manifestação da Providência Divina, através de abnegados mensageiros da luz, e hoje, ao invés da fraternidade e da confiança, do entusiasmo e da alegria, imperam no santuário a discórdia e a dúvida, o desânimo e a tristeza. Pede-nos você um esclarecimento, entretanto, a propósito do assunto, lembro-me de velha e valorosa árvore que conheci em minha primeira infância. Verde e forte, assemelhava-se a uma catedral na obra prodigiosa da Natureza. Cheia de ninhos, era o palácio predileto das aves canoras que, em suas frondes, trinavam felizes. Tropeiros exaustos encontravam a sua sombra, que protegia cristalina fonte, o reconforto e a paz, o repouso e o abrigo. Lenhadores, de quando em quando, furtavam-lhe pedaços vivos e peregrinos ingratos roubavam-lhe ramos preciosos para utilidades diversas. Tempestades terríveis caíam sobre ela, anualmente, oprimindo-a e dilacerando-a, mas parecia refazer-se, sempre mais bela. Coriscos alcançaram-na em muitas ocasiões, mas a árvore robusta ressurgia, sublime. Ventanias furiosas, periodicamente, inclinavam-lhe a copa, decepando-lhe galhos vigorosos; a canícula demorada impunha-lhe pavorosa sede e a enxurrada costumava rodeá-la de pesados detritos... O tronco, porém, sempre adornado de milhares e milhares de folhas seivosas, parecia inabalável e invencível. Um dia, contudo, alguns bichinhos começaram a penetrá-la de modo imperceptível. Ninguém lhes conferiria qualquer significação. Microscópicos, incolores, quase inatingíveis, que mal poderiam trazer ao gigante do solo? Viajores e servos do campo não lhes identificaram a presença. Mas os bichinhos multiplicaram-se, indefinidamente, invadiram as raízes e ganharam o coração da árvore vigorosa, devorando-o, pouco a pouco... E o vegetal que superara as ameaças do céu e as tentações da Terra, em reduzido tempo, triste e emurchecido,transformava-se em lenho seco, destinado ao fogo. Assim também, meu caro, são muitas das associações respeitáveis, quando não se acautelam contra os perigos, aparentemente sem importância. São admiráveis na caridade e na resistência aos golpes do exterior. Suportam, com heroísmo e serenidade, estranhas provações e contundentes pedradas. Afrontam a calúnia e a maldade, a perseguição e o menosprezo público, dentro de inalterável paciência e indefinível força moral... 67 Visitadas, entretanto, pelos vermes invisíveis da inveja ou do ciúme, da incompreensão ou da suspeita, depressa se perturbam e se desmantelam, incapazes de reconhecer que os melindres pessoais são parasitos destruidores das melhores organizações do espírito. Quando o “disse-me-disse” invade uma instituição, o demônio da intriga se incumbe de toldar a água viva do entendimento e da harmonia, aniquilando todas as sementes divinas do trabalho digno e do aperfeiçoamento espiritual. Que fazer? - pergunta você, assombrado. Dentro da minha nova condição, apenas conheço um remédio: nossa adaptação individual e coletiva à prática real do Evangelho do Cristo. Contra os corrosivos bichinhos do egoísmo degradante, usemos os anti-sépticos da Boa Nova. - “Se alguém quiser alcançar comigo a luz divina da ressurreição - disse o Senhor -, negue a si mesmo, tome a cruz dos próprios deveres, cada dia, e siga os meus passos.” Quando pudermos realizar essa caminhada, com esquecimento de nossas carunchosas suscetibilidades, estaremos fora do alcance dos sinistros micróbios da treva, imunizados e tranqüilos em nosso próprio coração.

 

 

 

(Texto copiado do site http://bvespirita.com/Cartas%20e%20Cr%C3%B4nicas%20%28psicografia%20Chico%20Xavier%20-%20esp%C3%ADrito%20Humberto%20de%20Campos%29.pdf)

Árvores no Deserto do Alemão. Santa Rita do Passa Quatro, SP. Foto Ismael Gobbo

 

 

Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo,  SP.

Envio: Ismael Gobbo, SP, e, Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba, SP

 

 

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