Editoração: Ismael Gobbo, São Paulo, SP.

Envio: Ismael Gobbo (SP) e Wilson Carvalho Júnior, Araçatuba (SP)

Na noite desta quarta-feira, 09-03-2016, participamos da reunião pública do C.E. Joanna de Ângelis, presidido por Isabel Loo Fernandez. Com ótima frequencia, os que buscam a casa nesse dia contam com o atendimento fraterno, palestra e passe. O que mais nos tem chamado atenção na breve convivência com os dirigentes da casa é o excelente preparo doutrinário de todos, estribados fundamentalmente na codificação kardequiana. O CEJA desenvolve estudos do ESDE- Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, reuniões mediúnicas e trabalho de Assistência Social no Hogar de Esperanza – Lar de Esperança, que atende cerca de 25 crianças na faixa etária de 3 a 5 anos. As reuniões no CEJA se desenvolvem de segunda a quinta feira. No sábado realizam o programa radiofônico “Voces Espíritas” – Vozes Espíritas, dirigido por Isabel Loo Fernandez e Ana Venturo, com participação de outros trabalhadores do CEJA e convidados. Para nós tem sido uma experiência gratificante conviver com amigos espiritas tão comprometidos em levar as mensagens de Jesus e Kardec  com a fidelidade que elas merecem. Ismael Gobbo.

La noche del miércoles, 09-03-2016, participamos en la reunión pública del C.E. Joanna de Angelis, presidido por Isabel Loo Fernández. La numerosa concurrencia que llega a esta casa, encuentra la atención fraterna, la conferencia y los pases que buscan. Lo que más nos ha llamado la atención en esa breve convivencia con los dirigentes de la casa es la excelente preparación doctrinaria de todos, sustentada fundamentalmente en la codificación Kardecista. El CEJA desarrolla estudios del ESDE-Estudio Sistematizado de la Doctrina Espírita, reuniones mediúmnicas y trabajo de Asistencia Social en el Hogar de Esperanza, que atiende a 25 niños, entre los 3 y 5 años de edad. Las reuniones en el CEJA se desarrollan de lunes a jueves. El sábado realizan el programa de radio “Voces Espíritas” dirigido por Isabel Loo Fernández y Ana Venturo, con la participación de otros trabajadores del CEJA e invitados especiales. Para nosotros ha sido una experiencia gratificante convivir con amigos espíritas tan comprometidos en llevar los mensajes de Jesús y Kardec con la fidelidad que ellas merecen. Ismael Gobbo.

Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena, afirmou o poeta português Fernando Pessoa.

Sonhos jamais podem ser deixados de lado, ainda que as condições para realizá-los sejam, por vezes, as mais inóspitas.

Foi quando Íris tinha apenas um ano de idade que a artista plástica Aline Giuliani e o skatista profissional Ricardo Porva descobriram que a filha era portadora de uma doença degenerativa denominada AME – atrofia muscular espinhal.

Tal doença leva ao prejuízo dos movimentos básicos relacionados ao andar, ao sentar e ao equilíbrio da cabeça, entre outros.

Onze anos se passaram.

*    *   *

Segundo Aline, unir o skate à reabilitação da filha foi como unir dois mundos diferentes.

Os pais usaram um skate comum e uma órtese colada nele para que Íris pudesse manter os pés fixos. Além disso, uma gaiola com rodinhas permite que a filha fique suspensa por meio de um colete de segurança e de cabos.

Dessa forma, Íris pode se manter em pé de maneira segura na prancha sobre rodas, enquanto os pais, também em seus skates, a acompanham.

Aline conta que, desde que descobriu a gravidez, o marido dizia que o filho ou a filha iria praticar o esporte.

Mas quando descobrimos a AME, andar de skate já não era mais prioridade. O importante era fazê-la feliz, complementou ele.

Nós fixamos a gaiolinha no skate para que ela pudesse ter maior liberdade de andar, revela a mãe. Vimos a felicidade estampada no rosto dela. Isso não tem preço.

A história da família e da luta dos pais de Íris virou tema de um curta-metragem intitulado Antes que os pés toquem o céu, obra do cineasta Renato Cabral.

E a batalha continua: Ricardo e Aline, que moram em Uberlândia, Minas Gerais, tentam levar para a cidade um centro de reabilitação para que outras crianças da região sejam atendidas.

Afinal, para muitos, AME pode ser a sigla de uma doença.

Porém, para esses pais e para aqueles que trabalham incansavelmente na promoção do bem, em favor da dignidade humana e em nome da caridade, ame é um verbo, flexão imperativa, um lema a ser seguido...

Pois que amar é um ato de coragem, de desprendimento, de persistência, de humildade, de gratidão, de resistência, de tolerância e um exercício constante de encontrar o Criador, no ser amado.

*   *   *

Quem de nós nunca desejou que todos os nossos sonhos, como num passe de mágica, fossem realizados?

Contudo, já pensamos, alguma vez, que podemos ser um agente realizador de sonhos?

Quantos são os que, neste instante, sonham com um abraço reconfortante, uma visita, um gesto de carinho. Quantos sonham com o perdão de suas ofensas, um amigo, uma oportunidade de emprego e até mesmo com uma refeição.

A realidade é que, se olharmos à nossa volta, sempre haverá oportunidade de servirmos. Sempre haverá sonhos a serem realizados.

E tudo, absolutamente tudo, vale a pena quando não tornamos nossa alma pequena por conta do egoísmo e do orgulho.

Sonhemos. Realizemos sonhos. Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base em
 dados biográficos da Família Ricardo Porva.
Em 10.3.2016.

Autora: Célia Xavier Camargo
Edição 298 – 10 de fevereiro de 2013

Edición 298 – 10 de febrero de 2013

O Tatu descontente

El Armadillo descontento

Andando pela mata, um pequeno Tatu reclamava da vida, considerando-se um ser muito infeliz.

Andando por el bosque, un pequeño Armadillo protestaba de la vida, considerándose un ser muy infeliz.

Enquanto os pássaros voavam pelos ares, viajando longas distâncias e conhecendo terras diferentes, ele era obrigado a nunca se afastar do solo.

Mientras los pájaros volaban por los aires, viajando largas distancias y conociendo tierras diferentes, él era obligado a no alejarse nunca del suelo.

Ao ver os animais ágeis que corriam pela mata, como os veados, por exemplo, ele suspirava desalentado. Suas pernas eram pequenas e mal podiam caminhar alguns metros!

Al ver a los animales ágiles que corrían por el bosque, como los venados, por ejemplo, él suspiraba desalentado. ¡Sus piernas eran pequeñas y apenas podía caminar algunos metros!

Ele resmungava assim, quando ouviu uma voz conhecida que dizia:

Él replicaba así, cuando oyó una voz conocida que decía:

— Olá, amigo Tatu! O que aconteceu para estar tão triste?

— ¡Hola, amigo Armadillo! ¿Qué ocurrió para estar tan triste?

Era um pequeno Lagarto, seu amigo, que vivia num lago próximo. Diante da pergunta, o Tatu desabafou:

Era un pequeño Lagarto, su amigo, que vivía en un lago próximo. Delante de la pregunta, el Armadillo se desahogó:

— Sou muito infeliz!... Enquanto outros animais correm e brincam pela mata, eu vivo enfiado no meu buraco. Isso lá é vida?!... Gostaria de poder correr como o Coelho ou o Veado, mas não posso. Ou voar como os pássaros... ou viver naquele lindo lago, como você, Lagarto. Mas estou fadado a viver dentro da terra. Ai!Ai! Como sou infeliz!...

— ¡Soy muy infeliz!... Mientras otros animales corren y juegan por el bosque, yo vivo confinado en mi agujero. ¡¿Eso es vida?!... Me gustaría poder correr como el Conejo o el Venado, pero no puedo. O volar como los pájaros... o vivir en aquel lindo lago, como tú, Lagarto. Pero estoy obligado a vivir dentro de la tierra. ¡Ay! ¡Ay! ¡Cómo soy infeliz!...

O Lagarto arregalou os olhos, deu uma rabanada, e abriu a grande boca para responder:

El Lagarto abrió mucho los ojos, dio un giro con la cola, y abrió la gran boca para responder:

— Amigo Tatu, cada um nasce conforme o Pai nos fez. Ele sabe o que os seus filhos precisam. Eu vivo dentro d´água e, quando canso, rastejo pelo solo. É a vida que recebi de Deus e estou feliz com ela.

— Amigo Tatu, cada uno nace conforme el Padre nos hizo. Él sabe lo que sus hijos necesitan. Yo vivo dentro del agua y, cuando me canso, me arrastro por el suelo. Es la vida que recibí de Dios y estoy feliz con ella.

— É! Mas eu tenho essa carapaça pesada que me incomoda. Gostaria de livrar-me dela, trocando-a por uma bela pelagem colorida, como a da onça, ou por lindas penas como os pássaros!

— ¡Eso! Pero yo tengo este caparazón pesado que me incomoda. ¡Me gustaría librarme de el, intercambiándola por un bello pelaje coloreado, como el de el leopardo, o por lindas plumas como los pájaros!

Uma ave que ouvia a conversa, pousada em um galho próximo, interrompeu a conversa, dando também sua opinião:

Un ave que oía la conversación, posada en una rama próxima, interrumpió la conversación, dando también su opinión:

— Senhor Tatu, não sabe o que está dizendo! Preferia estar na sua situação. Nós, os pássaros, somos muito frágeis e qualquer ave maior, como a Águia ou o Falcão, facilmente nos caça. No seu caso, o senhor se esconde em sua toca e eles não podem alcançá-lo. Além disso, tem a carapaça que o protege!

— ¡Señor Armadillo, no sabes lo que estás diciendo! Prefería estar en tu situación. Nosotros, los pájaros, somos muy frágiles y cualquier ave mayor, como el águila o Halcón, fácilmente nos caza. En tu caso, tú te escondes en tu agujero y ellos no pueden alcanzarte. ¡Además de eso, tienes el caparazón que te protege!

Porém o Tatu, inconformado com sua situação, não aceitava opinião diferente e afastou-se desiludido, resmungando:

Sin embargo el Armadillo, inconformado con su situación, no aceptaba una opinión diferente y se alejó desilusionado, murmurando:

— Você diz isso porque não sabe como me sinto.

— Tú dices eso porque no sabe como me siento.

Algum tempo depois, o céu cobriu-se de escuras e pesadas nuvens. Uma grande tempestade se avizinhava. Cada ser vivo da mata correu para sua casa, assustado, permanecendo escondido, aguardando.

Algún tiempo después, el cielo se cubrió de oscuras y pesadas nubes. Una gran tempestad se avecinaba. Cada ser vivo del bosque corrió para su casa, asustado, permaneciendo escondido, aguardando.

As nuvens, arrastadas por rajadas de vento forte, chegaram rápidas e a tempestade caiu com violência sobre a região. Em seus refúgios, os animais tremiam de medo.

Las nubes, arrastradas por rachas de viento fuerte, llegaron rápidas y la tempestad cayó con violencia sobre la región. En sus refugios, los animales temblaban de miedo.

Quando tudo passou e o Sol voltou a brilhar no céu, tirando o focinho da toca, o Tatu saiu curioso para ver o que tinha acontecido. Assustou-se ao ver os estragos que a tempestade fizera. Muitas árvores tinham sido derrubadas, pedras e sujeiras se espalhavam por todos os lugares.

Cuando todo pasó y el Sol volvió a brillar en el cielo, quitando el hocico del agujero, el Armadillo salió curioso para ver lo que había ocurrido. Se asustó al ver los estragos que la tempestad había hecho. Muchos árboles habían sido derrumbados, piedras y suciedades se esparcían por todos los lugares.

Aliviado por ter escapado com vida, o Tatu procurou seus amigos e não os encontrou. Ficou sabendo que o lago transbordara e o Lagarto forra arrastado pelas águas; as aves tiveram seus ninhos arrancados e muitas morreram.

Aliviado por haber escapado con vida, el Armadillo buscó a sus amigos y no los encontró. Quedó sabiendo que el lago se había desbordado y el Lagarto fue arrastrado por las aguas; las aves vieron sus nidos arrancados y muchas murieron.

Diante de tudo isso, o Tatu agradeceu a Deus pela toca que lhe dera. Como ficara dentro da terra escondido e tinha reservas de comida, não passara necessidade e continuava vivo, assim como sua família.

Delante de todo eso, el Armadillo agradeció a Dios por el agujero que le había dado. Como se había quedado dentro de la tierra escondido y tenía reservas de comida, no había pasado necesidad y continuaba vivo, así como su familia.

Logo os pássaros foram chegando, voltaram a fazer seus ninhos, a cantar e a voar pelo espaço; o Lagarto retornou para seu lago e o Tatu nunca mais reclamou das condições de vida que Deus lhe dera, certo de que Ele sabia o que era melhor para cada filho seu.

Luego los pájaros fueron llegando, volvieron a hacer sus nidos, a cantar y a volar por el espacio; el Lagarto retornó para su lago y el Armadillo nunca más protestó de las condiciones de vida que Dios le había dado, cierto de que Él sabía lo que era mejor para cada hijo suyo.

                                                                       MEIMEI

(Recebida por Célia Xavier de Camargo em Rolândia-PR, em 21/01/2013.)